sábado, 18 de junho de 2016

54. Racionalismo Versus Emoção, no Território entre a Vida e a Morte.

Jober Rocha*


                      O Racionalismo, que não deve ser confundido com a Racionalidade, consiste na atitude de quem confia nos procedimentos da razão para a determinação de crenças, ou de técnicas, em determinado campo. O Racionalismo compreende três significados, quais sejam:
.                 - O religioso, que designa algumas correntes protestantes ou um ponto de vista semelhante ao do filósofo Kant, segundo o qual: “O racionalista, em virtude desse mesmo título, deve manter-se nos limites da capacidade humana. Portanto, nunca usará o tom decidido do naturalista nem contestará a possibilidade nem a necessidade de uma revelação (...); porquanto, sobre tais assuntos, nenhum homem pode decidir o que quer que seja pela razão”;
                 - O filosófico, que designa propriamente a doutrina de Kant (que adotou este termo), ou então a corrente metafísica da filosofia moderna, de Descartes à Kant;
                    -  O genérico, que é usado para indicar qualquer orientação filosófica que recorra à razão. Nessa acepção tão vasta, este termo pode indicar as filosofias mais dispares e carece de qualquer capacidade de individualização.
                                 Fala-se também em Racionalismo Crítico, que consistiria em qualquer corrente de pensamento que, na esteira de Kant, se proponha a desenvolver uma crítica da racionalidade voltada a indagar o papel, a função, o significado e o limite do pensamento na sua capacidade de produzir conhecimento, de construir horizontes de inteligibilidade do mundo e de elaborar estruturas capazes de atribuir um fim a própria realidade.
                                  Considera-se, ademais, o Racionalismo Metafísico, segundo o qual o mundo seria um organismo racional estruturado de acordo com modos e objetivos inteligíveis. A expressão mais significativa do realismo Metafísico ocidental é representada por Hegel e pelo aforismo: “O que é racional é real, o que é real é racional”.
                                 Relativamente a Emoção, esta constitui qualquer estado, movimento ou condição que provoque no homem, a percepção do valor (alcance ou importância) que determinada situação tem para sua vida, suas necessidades e seus interesses. Na atualidade, se tende a reforçar a relação entre emoção e razão, evitando-se encará-las como simples inimigas. Entre elas instaura-se uma relação que é, simultaneamente, de colaboração e de antagonismo, de cumplicidade e de conflito. Nenhuma das duas pode prescindir da outra ou sobrepujar, impunemente, a outra.
                          Racionalismo e Emoção são, pois, dois dos marcos que delimitam as convicções humanas, com relação aos fenômenos da vida e da morte. Os materialistas consideram-se racionalistas e costumam afirmar que os Teístas (aqueles que acreditam na existência de Deus ou de Deuses), quaisquer que sejam suas crenças, agem baseados na emoção.
                            No referente aos fenômenos mencionados, evidentemente, as concepções são as mais variadas possíveis: desde a crença no acaso do surgimento da vida e o fim desta com a morte, até a crença na imortalidade da alma e em múltiplas encarnações do espírito.
                             Minha posição a este respeito é a do Racionalismo Metafísico com Emoção; ou seja, estou muito próximo do Deísmo (que acredita na criação do universo por uma força superior), segundo penso. Em meu modo de ver, a vida e o universo não foram frutos do acaso, pois seguem um planejamento inteligente. O Universo possui milhares (se não milhões) de mundos habitados, com espécies em estágios de desenvolvimento tecnológico superiores ao nosso e também inferiores. Tais estágios tecnológicos não significam, necessariamente, estágios de desenvolvimento espiritual. Os espíritos, quando desencarnados, habitam planos de existência e não planetas. Espíritos desencarnados de vários planetas podem co-existir em planos espirituais comuns.
                           Embora não conheçamos o futuro, nem a verdade sobre a vida e a morte em sua totalidade (conhecendo apenas alguns flashes sobre o assunto), pelo fato de sermos seres racionais dotados de inteligência, podemos tecer algumas considerações que sigam o caminho do bom senso. É assim que têm feito inúmeros filósofos e pensadores, ao longo da História, como: Sun Tzu (A Arte da Guerra), Confúcio (Analectos), Cardeal Mazzarino (Breviário Político), Nicolo Maquiavel (O Principe), Voltaire (Essai sur les mœurs et l'esprit des Nation e Dicionário Filosófico), Spinoza (Ética), etc.; todos eles baseando-se na racionalidade, no raciocínio e em alguns conhecimentos sobre o comportamento psicológico dos indivíduos.
                            Fazendo uso, simplesmente, do raciocínio e do conhecimento do comportamento humano, tais pensadores estabeleceram regras básicas sobre procedimentos racionais, cujas validades, como na Matemática e na Lógica, certamente transcenderão nosso planeta. Onde quer que exista vida racional, certos comportamentos deverão ser sempre adotados. 
                         A cada dia avolumam-se os filmes, fotos e observações visuais de naves extraterrestres a visitarem nosso planeta. Como se tratam de objetos materiais (metálicos), eles devem ser provenientes de outros mundos e não de outras dimensões (como as aparições imateriais de espíritos, relatadas pelos videntes). Diversos governos, inclusive o brasileiro, já reconheceram oficialmente a existência destas naves.
                               A existência de vida espiritual e de seres extraterrestres, nada tem a ver com fenômenos religiosos; pois, se constituem, simplesmente, em fenômenos físicos, químicos e biológicos. A religião quando entra em cena, para afirmar ou negar qualquer destes fenômenos, o faz apenas visando seus interesses de dominação sobre as mentes dos fiéis. Qualquer ameaça a perda desta dominação é combatida por elas, às vezes até com extrema violência.   Se as religiões não existissem ou acaso se ocupassem de outros assuntos, os seres extraterrestres e os espíritos, com toda a certeza, continuariam existindo a revelia delas.
                                Os materialistas, por sua vez, mesmo desacreditando na existência do espírito, de um Criador do Universo e da vida extraterrestre (para eles a vida seria fruto do acaso e a probabilidade de seu surgimento seria ínfima - segundo afirmam), como materialistas deveriam crer na existência destas espaçonaves e de suas tripulações; já que, afinal, estas naves são feitas de matéria detectável nos radares dos aeroportos e naqueles das aeronaves terrestres. Os materialistas, ao assim procederem, certamente, iriam constatar que a vida não surgiu apenas na Terra, fruto do acaso, mas existiria em inúmeros outros rincões deste vasto Universo, indicando a existência de um Criador da vida como a conhecemos (que pode ou não ser o mesmo criador do Universo; já que, algumas das espécies que nos visitam são consideradas EBE – Entidades Biológicas Extraterrestres, consistindo, segundo informações de pesquisadores do assunto, em clones biológicos informatizados, que contêm chips e silício em seu organismo, e que parecem ter sido criados por outra forma de vida). Neste particular, alguns pesquisadores acreditam que a própria raça humana poderia ter sua origem extraterrestre ou que fizesse parte de experimentos genéticos realizados há milhares de anos, entre raças alienígenas e espécies já existentes no nosso planeta, o que não conflitaria com a Teoria da Evolução das Espécies, de Darwin.
                                  Embora no território da morte só exista um caminho; isto é, aquele que leva para adiante; muitos indivíduos, ao longo da história, conseguiram descobrir atalhos que lhes permitiram retornar ao mundo dos vivos. Tais casos são denominados EQM – Experiência de Quase Morte. São pessoas cujos corpos tendo morte aparente ou mesmo real, seus espíritos penetraram, por momentos, nos umbrais da morte e de lá conseguiram retornar para seus corpos, relatando, assim, aquilo que viram e experimentaram durante esta viagem. O número de casos relatados é tão extenso, que têm motivado diversos médicos a escreverem sobre os relatos de pacientes seus que passaram por estas experiências. Como regra geral estes pacientes, após vivenciarem suas experiências, passaram a não mais temer a morte e a interessarem-se pela busca do conhecimento, tornando-se leitores assíduos de todos os assuntos.
                               Respeito aqueles que não creem na espiritualidade e aqueles que pretendem a ela chegar através das religiões. Todavia, ambas as posições apenas servem para transformar uma coisa tão mágica e tão interessante em algo simples demais e sem nenhuma graça, no primeiro caso, ou, então, repleto de rituais, de crendices e de superstições, no segundo; o que, convenhamos, não deve ter sido o objetivo inicial do Criador de todas as coisas.


_*/ Economista, M.S. e Doutor pela Universidade de Madrid, Espanha.

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