quarta-feira, 15 de junho de 2016

50. Os Deuses Aprisionados 

Jober Rocha*


                      Durante a passagem do último dia do ano, percorrendo a orla marítima da cidade do Rio de Janeiro, deparei-me com o belo espetáculo de sincretismo (e ao mesmo tempo de ecletismo) religioso, demonstrado através de cerimônias realizadas nas areias das praias, pelos inúmeros adeptos das várias crenças aqui professadas.
                             Sem nenhuma preocupação com a sobrecarga de trabalho dos garis no dia seguinte, fiéis, discípulos, crentes e adeptos, reunidos nas praias, evocavam suas divindades em busca de sorte, saúde, felicidade e riqueza.
                     Como sei que o sectarismo político, religioso ou racial é incompatível com a universalidade do espírito e que devemos combater a ignorância, a superstição e a tirania, meu interesse foi despertado por aquelas manifestações de cunho religioso, partidas de adeptos das mais diversas religiões (contando estas com o apoio das autoridades governamentais, fornecedoras de alguma infra-estrutura e logística para os eventos, ademais dos espetáculos pirotécnicos gratuitos da queima de fogos), que agradeciam aos Deuses as benesses recebidas no ano findo e solicitavam novas para o ano que se iniciava. 
                            Aquelas demonstrações de religiosidade, que pude contemplar na ocasião, bem como outras manifestações ocorridas pela cidade ao longo do ano (marchas, desfiles e procissões, nas quais os participantes julgavam que os seus sacrifícios, pedidos, preces e orações, seriam todos levados em consideração e atendidos pelas divindades a que recorriam), suscitaram meu interesse em investigar quais seriam as suas origens, ao longo da História Humana. Teria sido sempre assim? Como e quando surgiram estas manifestações? Tratavam-se de simples superstições populares? De fanatismo ou sectarismo religioso?
                             Comecei, então, pelo principio; isto é, analisando a antiga doutrina do retorno à vida, a partir da reencarnação em outro corpo. Esta doutrina teve sua origem há milhares de anos, na Grécia, na Índia e entre os povos Celtas. Na Grécia este conceito foi codificado por Orfeu e por Pitágoras (no século VI a.C.) e, posteriormente, adotado por Sócrates e por Platão, dentre outros filósofos que, mais tarde, vieram a sofrer influências dos Mistérios Órficos e da Escola Pitagórica.
                          Aristocles de Atenas, mais conhecido como Platão, foi um dos primeiros a enunciar que “os espíritos, antes de encarnarem, são levados a escolher o modelo de vida a que posteriormente ficarão presos”. Seus diálogos ‘Timeu’ e ‘Fedro’ e sua obra ‘A República’, constituem os principais textos que falam sobre a reencarnação. Nos dois primeiros explica suas concepções a respeito da criação dos espíritos e de sua individualização e desenvolvimento, a partir das reencarnações. Em ‘A República’ utiliza-se de um mito (de Er, pastor de Panfilia) para exemplificar suas idéias a respeito da reencarnação. 
                         Assim, conforme afirmava Platão, “os espíritos escolheriam suas novas vidas de acordo com os costumes das vidas anteriores”. Para o espírito, segundo ele, a reencarnação em um corpo físico, seria uma prisão por castigo, e só poderia ser evitada a partir da adoção de uma filosofia de vida baseada no amor e na sabedoria.
                              Platão considerava a alma como “a consciência, em si, das coisas, do bem e do mal, da justiça e da virtude”. Seria, ainda, a inteligência como reflexão e interrogação sobre a realidade e a capacidade de descobrir por si a verdade e as regras da vida ética. Para ele, a essência da alma era a razão e o principal mal a ignorância.
                            Em Homero (autor de ‘Ilíada’ e ‘Odisséia’ – Séc. VIII a.C.), o Destino está acima do próprio Júpiter, que, soberano dos deuses e dos homens, deixa isto claro quando afirma que não pode impedir Sarpedon, seu filho, de morrer na data fixada. O futuro da Terra inteira esteve dependente da morte de Sarpedon, a qual dependia, por sua vez, de outro acontecimento que estava ligado, por outros, à origem das coisas. 
                            Este conceito determinista foi completamente esquecido até a idade contemporânea, em razão da noção de livre arbítrio dominante durante o final da antiguidade e por toda a idade média.
                   Enquanto alguns povos do Oriente mantiveram a crença no determinismo e na reencarnação, em face de suas doutrinas religiosas; no Ocidente, a expansão do cristianismo, mais tarde, veio difundir a noção da não reencarnação e do Livre-Arbítrio, para o bem e para o mal, fazendo surgir, assim, a noção de pecado. 
                    O Politeísmo, por sua vez, caracterizou-se como uma doutrina que acreditava na pluralidade dos Deuses. Neste sentido, os homens primitivos, a exceção dos filósofos, eram politeístas. Seus Deuses compreendiam os antepassados que, por já haverem falecido, conheciam o outro lado da vida (e aonde quer estes se encontrassem, acreditavam os antigos, estariam velando por eles); além de seres divinos responsáveis pelas chuvas, pela fauna, pela flora, pelo sol, pelo dia, pela noite, etc.
                           Ademais dos antepassados, que eram venerados em casa, os antigos veneravam outros Deuses, normalmente, no interior das florestas, no alto dos montes ou em locais próximos das águas; posto que, sendo Deuses da Natureza, nela seriam encontrados.
                  Os Gregos e os Romanos, povos formadores, basicamente, da cultura ocidental (considerando-se o ocidente como o conjunto dos países capitalistas desenvolvidos, compreendendo a Europa Ocidental, o Continente Americano, o Canadá, a Austrália e a Nova Zelândia), eram politeístas. Ambos os povos diferiam, no entanto, na maneira como se relacionavam com seus Deuses. Os Gregos respeitavam-nos, porém não os temiam. Tratavam-nos no mesmo pé de igualdade. Sua mitologia, inclusive, contempla a união de Deuses com mortais, dando origem aos Heróis.
                      Os Romanos, que adotaram Deuses gregos aos quais re-nomearam com nomes Romanos, não encaravam seus Deuses da mesma forma, pois os temiam. Ambos, todavia, faziam a distinção entre Deus e Divindade; esta podendo ser compartilhada por um número indefinido de entidades. Era essa, sem dúvida, a doutrina de Platão. Em sua obra “Timeu”, Deus (Demiurgo) delega para outros Deuses, por Ele mesmo criados, parte de Suas funções.
                           Além dos Deuses, os antigos também reconheciam outros seres divinos, os Demônios.
                             Deus era uno, mas não era único. Era uno, por ser a unidade do mundo e a fonte de onde brotavam as ordens da realidade; porém, a unidade não eliminava a multiplicidade, mas sim a continha. Para eles, a multiplicidade dos Deuses em que a divindade se reproduzia e se expandia, sem realmente se dividir, não excluía uma hierarquia nem a função preeminente de um deles. O reconhecimento de uma hierarquia não significava, em absoluto, a coincidência entre Divindade e Deus; não sendo, portanto, monoteístas, já que no monoteísmo Deus e Divindade coincidem.
                      Hume, em ‘História Natural da Religião’, de 1757, afirmou que a passagem do politeísmo para o monoteísmo (crença em um único Deus) não derivava de reflexão filosófica, mas da necessidade humana de adular a divindade para obter sua benevolência e que o monoteísmo é acompanhado, muitas vezes, pela intolerância e pela perseguição, visto que, o reconhecimento de um único objeto de devoção, leva a considerar absurdo e ímpio o culto de outras divindades. Fustel do Coulanges, em sua obra ‘A Cidade Antiga’, destaca que o monoteísmo surgiu em razão de causas econômicas.
                         Assim, para este último autor, em decorrência da característica local dos Deuses cultuados na antiguidade, as cidades conquistadas tinham, necessariamente, que ser destruídas e seus habitantes mortos; pois os invasores não podiam ali permanecer por muito tempo, já que não poderiam render culto aos seus Deuses, que habitavam no distante local de onde eles haviam partido. A implantação do monoteísmo veio permitir que os conquistadores pudessem permanecer nos locais de suas conquistas e, ali mesmo, reverenciar seu Deus, que agora estava em todos os locais ao mesmo tempo.
                              Tanto Gregos quanto Romanos, entretanto, representavam as figuras de seus Deuses por intermédio de estatuas, esculpidas em sua maioria em mármore, pedra ou metais. Tais Deuses, da mesma forma que para os habitantes da antiguidade mais remota, representavam forças da Natureza e, além disso, também, sentimentos humanos. Eram imortais, mas possuíam sentimentos (maldade, bondade, egoísmo, fraqueza, força, vingança, etc.). Os Deuses decidiam sobre a vida e a morte dos mortais. A crença romana não era cópia idêntica da grega, pois incorporava elementos religiosos etruscos e de outras regiões da Península Itálica. Roma antiga possuía templos para o culto público e santuários domésticos para o culto aos Deuses Lares e Penates.
                              No século IV depois de Cristo, o Cristianismo passou a ser a religião oficial do Império Romano, passando este a professar o monoteísmo, e sendo o politeísmo aos poucos abandonado. Todavia, o Cristianismo incorporou muitas práticas e tradições de cultos politeístas ou monoteístas mais antigos, como o próprio judaísmo; consistindo, na verdade, em uma mistura de Mazdeísmo, Brahamanismo e Budismo, bem como do culto de Íris e de Osíris, do antigo Egito.
                           A religião Católica Romana tomou emprestada do Budismo Indiano, a missa, o rosário, os círios, o incenso, os conventos, os monges, as adorações perpétuas, as capelas, etc. Do Mazdeísmo (Zend-Avesta), emprestou o inferno, o paraíso, o diabo e os anjos da guarda. Do politeísmo, de um modo geral, emprestou os deuses e os demônios; os primeiros sob a forma de santos (posto que os santos, em verdade, são deuses menores, muitos deles autores de milagres) e os segundos sob a forma de auxiliares de Lúcifer, o conhecido diabo. Do culto a Íris e Osíris, do antigo Egito, emprestou o pai, a mãe e o filho (Íris, Osíris e Horus – Maria, José e Jesus).
                              Ao incluirmos, todavia, Israel entre os países capitalistas ocidentais desenvolvidos, devemos discorrer, brevemente, sobre a Filosofia Judaica (como contribuinte, também, para a formação da cultura ocidental). Esta, em sua primeira fase, consistiu na tentativa de interpretar a tradição religiosa monoteísta dos Hebreus, em termos de filosofia Grega, e teve iniciou quando o Judaísmo entrou em contato com o Helenismo, no século II antes de Cristo, com o surgimento da seita dos Essênios. Do ponto de vista doutrinal, os Hebreus interpretavam alegoricamente o Antigo Testamento, segundo tradição que atribuíam a Moisés; porém, nesta ocasião, já acreditavam na pré-existência da alma e na vida depois da morte, além de admitirem divindades intermediárias ou demônios.
                             A segunda fase da filosofia Judaica desenvolveu-se na Idade Média, principalmente na Espanha sob o domínio Árabe, e aproximava-se muito da Escolástica Cristã, que defendia, filosoficamente, crenças análogas (utilização do Neo-Platonismo, do Neo-Aristotelismo e da negação do Necessitarismo da filosofia Árabe).
                        No Oriente a ideia filosófica básica sobre Deus é a de que este é imanente a nós e a todos os demais seres; enquanto a cultura ocidental o considera como um ser transcendental e distante de nós.     A ideia de Deus imanente em todos os seres fortaleceu-se de tal modo no oriente, que acabou por surgir á ideia de que tudo é Deus, o que se denominou de Panteísmo. Conforme o Panteísmo, todos os seres e toda a existência de Deus são concebidos como um todo. Deus é a cabeça da totalidade e o mundo é seu corpo. As mais importantes religiões orientais (hinduísmo e budismo) são panteístas. O Panteísmo oriental acentua o caráter intrinsecamente religioso da natureza; isto é, toda ela está animada pelo alento divino e, por isso, é como se fosse o corpo da divindade que, como tal, deve ser respeitada e venerada.
                        No ocidente, os críticos do Panteísmo o acusam de ser uma espécie de ateísmo que nega a personalidade de Deus, como externo ao próprio universo. O Catolicismo afirma que o Panteísmo questiona não somente a fé católica, mas, segundo ele, o bom senso e a sã razão. Com efeito, para o Catolicismo, Deus não poderia (nem parcialmente) identificar-se com o mundo, pois, por definição, é absoluto, necessário e ilimitado; ao passo que o mundo é relativo, contingente e limitado. Além disto, afirma que não pode haver evolução ou progresso em Deus, pois toda evolução pressupõe ou aquisição ou perda de perfeição; o que, em qualquer caso, implica em imperfeição, o que é absurdo em Deus.
                         Assim, para o Catolicismo, Deus é, essencialmente, distinto do homem, do mundo e da realidade, visíveis, já que é absoluto e eterno, ao passo que as criaturas sensíveis são relativas, transitórias e temporárias. As principais religiões e doutrinas religiosas ocidentais são monoteístas (Catolicismo, Protestantismo e Espiritismo). 
                         Por sua vez, a crença politeísta das populações indígenas da América do Norte, Central e do Sul manteve preservada a natureza no novo continente, até a chegada do colonizador europeu. Considerando que a natureza era povoada de deuses (Deus das águas, dos animais, da terra, das colheitas, do sol, do ar, etc.), destruí-la era destruir os deuses ou destruir aquilo que a eles pertencia.
                        Aqui cabe uma digressão: O Sistema Capitalista, que se iniciou no ocidente com a revolução industrial, trouxe ao mundo a ideia de que a redenção da humanidade estaria no crescimento econômico e no progresso, atendendo aos anseios do Ego. Mais qualidade e mais quantidade de bens duráveis, bens de consumo de todo tipo, bens de produção, etc.
                     Na ânsia pela produção destes bens, muitas vezes supérfluos, que, supostamente, visariam atender as necessidades dos seres humanos, a natureza é vista como uma fonte de recursos inesgotável e, muitas vezes, gratuita.   Com isto, a pilhagem, a destruição e o desperdício, em escala mundial, têm se intensificado em nome do progresso.
                      Muito desta destruição atual se deve à maneira como os seres humanos encaram a natureza. Ao considerá-la, em razão de crenças religiosas, como tendo sido criada por Deus apenas para a satisfação de nossos desejos, como acontece no ocidente, passamos a consumi-la sem culpa, sem remorsos e sem cuidados.
                     Caso vigorassem aqui visões panteístas ou politeístas da divindade, certamente, o consumo do meio ambiente seria menor; já que, filosoficamente, pensaríamos diferente com relação à natureza da divindade.
                     Voltando a nossa exposição, com base no que dizem as religiões, podemos, então, estabelecer as seguintes hipóteses: 1. A existência humana é Determinística e Deus (ou Deuses) está (estão) em toda a natureza (Budismo, Hinduismo, Sufísmo, Confucionismo, Taoísmo e Xintoísmo); 2. A existência humana é Determinística e Deus (ou Deuses) está (estão) fora da natureza (Islamismo, Espiritismo); 3. A existência humana possui total Livre-Arbítrio e Deus (ou Deuses) está (estão) em toda a natureza (nenhuma religião comunga com esta hipótese, pois, aparentemente, se trataria de uma contradição religiosa); e 4. A existência humana possui total Livre-Arbítrio e Deus (ou Deuses) está (estão) fora da natureza (Catolicismo, Protestantismo).
                            Cada uma destas hipóteses implica em uma maneira diferente, para seus seguidores, de encarar a vida e os demais fenômenos metafísicos. 
                         A primeira hipótese seria a que mais nos aproximaria do Criador (que estaria na própria natureza) e, portanto, implicaria em uma menor necessidade da intermediação por parte de organizações religiosas entre Deus e os homens, além de induzir a uma maior pratica das chamadas Virtudes, por parte dos cidadãos, em razão da visão Determinística da existência. 
                     A última delas seria a que mais nos distanciaria do Criador, criando, assim, uma necessidade maior da presença de instituições religiosas para servir de ponte entre o Criador e as criaturas e induziria a uma maior pratica dos chamados Vícios (pecados), por parte dos cidadãos, em razão da visão religiosa de Livre Arbítrio e do constante apelo do Sistema Capitalista para a satisfação dos desejos do Ego, através do consumo.
                       Uma característica comum a todas as religiões, entretanto, quer no Ocidente quer no Oriente, consiste na construção do altar, que vem do grego ‘altum’, local sagrado onde se concentram e formalizam as energias espirituais, sejam anjos, santos, orixás, elementais, deuses, etc. Dentre os vários componentes de um altar, encontram-se as imagens das divindades, que se pretende estejam presentes durante a cerimônia religiosa. Os altares podem se localizar a céu aberto, como faziam determinados povos, ou dentro de templos, como faziam outros. Já o templo consiste, por sua vez, em um lugar sagrado, vindo do latim ‘templum’ e equivalendo ao termo hebraico ‘beth elohim’ que significa a ‘Morada de Deus’ ou a ‘Casa do Senhor’. Nos templos antigos, havia recintos em que somente os sacerdotes podiam entrar e onde, dizia-se, a divindade manifestava sua presença. Nota-se aí uma tendência à ‘privatização’ dos Deuses pelas religiões. Deuses que antes eram venerados e invocados publicamente, na própria Natureza onde habitavam agora o eram em templos ou ambientes fechados. Da mesma forma, com o surgimento de estatuas esculpidas dos Deuses, estes puderam ser transportados de um lugar para o outro, para onde quer se desejasse.
                       O povo de Israel destacou-se pela construção de templos dedicados ao seu Deus, serviço este que lhe era exigido pelo próprio Jeová (segundo afirma a sua própria religião), a quem o povo servia. Nestes templos, o Tabernáculo era o local considerado santuário de Jeová. Davi, o segundo rei de Israel, conforme relata o Antigo Testamento, queria construir uma casa para o Senhor, já que não era admissível que ele, o rei, morasse em um palácio e Deus em uma tenda (santuário). O próprio Deus, porém, recusou a oferta (segundo afirma a religião), pela boca do profeta Natan. A religião Católica também utiliza o Tabernáculo como o local santuário de Jesus, no altar.
                         Do exposto, constata-se que, ao longo da História Humana, quer seja nos templos, nos altares, nos tabernáculos, nos gohonzons, ou nos corpos dos médiuns, pretendem às diversas religiões manter prisioneiros os deuses, santos, orixás, anjos e espíritos, para seu uso particular e privado. A simples evocação de Seus nomes seria suficiente para que, imediatamente, estivessem Eles presentes nestes locais, a ouvir os lamentos, os desejos e as necessidades dos Seus fiéis, adeptos e seguidores. 
                       As religiões fazem isto como se o Criador de todas as coisas pudesse ser aprisionado em uma construção feita pelo homem ou se os santos, deuses, anjos ou orixás (na hipótese de que realmente existam) pudessem ser aprisionados em imagens, altares e tabernáculos ou, mesmo, trazidos a qualquer hora à presença dos seus seguidores mediante uma simples evocação, para atender pedidos, desejos e solicitações, como aqueles que são feitos nas praias ao final do ano, pelas ruas da cidade durante todo o ano e no interior dos templos, igrejas, santuários e etc., a todos os momentos.
                       Caso as coisas, verdadeiramente, se passassem desta forma, alguns poderiam questionar, com toda a razão: - “Afinal, não seremos nós os verdadeiros Deuses e os Deuses, na realidade, apenas nossos fiéis seguidores ou criados, bastando chamar-lhes para que estejam presentes, rapidamente, ao nosso lado”?


_*/ Economista, M.S. e Doutor pela Universidade de Madrid, Espanha.

Nenhum comentário:

Postar um comentário