202. A Robofilia está chegando para ficar
Jober Rocha*
Robofilia significa sexo com robôs. No ano de 1968, o filme Barbarella (película franco-italiana de ficção científica) dirigido por Roger Vadim e baseado nas histórias em quadrinhos de Barbarella, de Jean-Claude Forest, estrelado por Jane Fonda, já fazia menção a robofilia.
Segundo o roteiro do filme, no século 40, a astronauta Barbarella em patrulha com sua nave, em algum lugar do universo, foi enviada pelo presidente da Terra para capturar o criminoso Durand Durand, que inventou uma determinada arma, num longínquo e desconhecido planeta, colocando em perigo a paz da galáxia, onde há séculos não existiam mais guerras.
Em sua busca por Durand, ela foi seduzida por um humano residente em SoGo, Dildano, que a apresentou a uma nova modalidade de intercurso sexual e destruiu uma máquina do sexo, destinada a matar de prazer aos que nela eram colocados.
Em recente pesquisa realizada com cerca de trezentos homens, na qual lhes foi projetada cenas de robôs sexuais femininos, construídos no Japão e, após o filme, tendo sido perguntado a todos se fariam sexo com aqueles robôs; quase a metade deles respondeu afirmativamente.
Segundo o roteiro do filme, no século 40, a astronauta Barbarella em patrulha com sua nave, em algum lugar do universo, foi enviada pelo presidente da Terra para capturar o criminoso Durand Durand, que inventou uma determinada arma, num longínquo e desconhecido planeta, colocando em perigo a paz da galáxia, onde há séculos não existiam mais guerras.
Em sua busca por Durand, ela foi seduzida por um humano residente em SoGo, Dildano, que a apresentou a uma nova modalidade de intercurso sexual e destruiu uma máquina do sexo, destinada a matar de prazer aos que nela eram colocados.
Japão e Estados Unidos saíram na frente da robótica e da inteligência artificial, razão pela qual também estão na frente da corrida pelo extenso mercado do sexo com robôs, os chamados robôs sexuais.
Especialistas em tendências tecnológicas afirmam que no final dos próximos trinta a quarenta anos, a maior parte das relações sexuais dos seres humanos será feita com robôs.
Os robôs hoje disponíveis, já contam com tecnologia que faz com que se assemelhem muito aos humanos: pele, cabelos, cheiro e aparência geral de quase humanos, podendo ser customizados ao gosto do comprador (tamanho, cor da pele, dos olhos, dos cabelos, etc.).
Os robôs já apresentam sensações, movimentos e falam palavras e diálogos pré-programados. Prevê-se que, em futuro próximo, todas as atuais limitações serão sanadas e eles serão praticamente idênticos aos seres humanos, só que com performances melhoradas.
Os preços atuais destes robôs estão na mesma faixa de um automóvel médio top de linha. Evidentemente, a tendência é que no futuro tenham os preços reduzidos e passem a ficar acessíveis aos ocupantes da classe média.
A chegada dos robôs destinados ao sexo trará consigo diversas modificações na vida social, na legislação, na moral, nos costumes, etc.
A começar que tenderá a aumentar o isolamento entre as pessoas, pois, para a função sexual, não será mais necessário fazer amizades, frequentar festas, bares e locais onde as pessoas se encontram. Os robôs não trarão seus problemas, suas carências afetivas, seus sofrimentos, suas doenças e suas contas a pagar para o proprietário, tornando-se, assim, o parceiro ideal para muita gente que gosta da solidão, mas que anseia pelo sexo.
Por outro lado, a proliferação das doenças sexualmente transmissíveis deverá se reduzir com o uso dos robôs para a prática de sexo.
Os temores e vergonhas com relação ao desempenho sexual; os constrangimentos com respeito a mal formação ou deformidade do corpo; os embaraços com respeito a conformidade e o tamanho dos órgãos sexuais, tudo isto tenderá a desaparecer; pois, nada disso será importante para o novo parceiro.
Surgirão, com toda a certeza, dilemas éticos e morais: os indivíduos casados, que possuírem robôs destinados ao sexo, estarão, moralmente, traindo os seus cônjuges? Poderão ser legalmente, oficializados casamentos de humanos com robôs? Caso possa haver casamentos de humanos com robôs, se uma pessoa possuir mais de um robô, com esta mesma finalidade, poderá vir a ser acusada de praticar a poligamia?
E o fato de usar robôs semelhantes a crianças, será considerado pedofilia? Robôs poderão manter relações, entre eles mesmos, em locais públicos como teatros, bares, etc., como forma de atrair clientes para estes estabelecimentos? Como as religiões irão se posicionar a respeito deste assunto? Robôs poderão caminhar ou permanecer desnudos em locais públicos, sem atentarem contra o pudor? A prostituição estará com seus dias contados?
O sentimento de culpa de algumas pessoas, com respeito às suas sexualidades e ao ato sexual em si, acabara? Como a Psicologia, a Psiquiatria e a Psicanálise verão este assunto? As taxas de natalidade cairão abruptamente? O mundo se despovoará gradualmente, até chegar a população ideal, capaz de se auto-sustentar com os recursos disponíveis, sem a necessidade mais de guerras como mecanismo de controle populacional? As famílias tradicionais, com pai, mãe, filhos, primos, avôs e avós, acabarão?
Poderá surgir afeto e, até mesmo, amor e paixão entre os humanos e os robôs? O desempenho sexual dos robôs poderá vir a exceder o dos seres humanos? A pornografia acabará de vez?
Vejam meus caros amigos, que as questões que se colocam são várias e, ainda, não foram criadas normas, regulamentos e procedimentos jurídicos que tratem do assunto; problema este que, mais cedo ou mais tarde, baterá às nossas portas e terá que ser discutido e explicitado pela sociedade e por suas instituições.
Creio que o assunto ocupara boa parte do tempo de filósofos, cientistas, juristas e religiosos, nos próximos anos. Isto, sem falar na possibilidade, também viável em futuro próximo, do sexo com seres extraterrestres. Quais organismos irão regular este tipo de relacionamento? E se a genética destas eventuais espécies extraterrestres for compatível com a nossa e puder gerar filhos, que normas e que leis regerão a vida dos eventuais produtos destas uniões?
Mais uma vez nos encontramos em vésperas de mudanças importantíssimas para o futuro da raça humana. Qual será o desfecho final? Será que algum dos leitores saberia dizer?
_*/ Economista e Doutor pela Universidade de Madrid, Espanha.
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