domingo, 29 de maio de 2016


23. Considerações sobre a Metafísica da Vida e da Morte


Jober Rocha*


Ainda sob o impacto do falecimento recente de um velho amigo e companheiro de infância, pensava eu, há pouco, sobre os mistérios que envolvem a existência dos seres humanos.
          A fronteira entre a vida e a morte me parece tão bem guardada que, até o presente, nenhum ser humano vivo conseguiu transpô-la, obter integralmente as respostas desejadas (que também estão bem guardadas) e voltar vivo para contá-las aos demais. As raras informações que nos chegam, a este respeito, são, supostamente, oriundas dos espíritos de seres já desencarnados ou de Experiências de Quase Morte – EQM (relatadas estas diretamente por quem já as experimentou ou por médicos que as ouviram de seus pacientes). 
      Estas informações, todavia, são fragmentarias e não permitem, à rigor, uma visão de conjunto sobre toda a problemática envolvendo a criação do Universo e sobre a Metafísica acerca dos mistérios da vida e da morte. A se acreditar nestes relatos e nestas interpretações mencionadas, muita coisa haveria ficado de fora, de modo a que permanecêssemos, ainda, na obscuridade. Isto poderia significar que aqueles espíritos do outro lado da fronteira entre a vida e a morte saberiam tanto quanto aqueles do lado de cá; isto é, nada ou muito pouco, ou então que estariam talvez impedidos de nos comunicar tudo àquilo que sabiam, para não estragar a experiência divina sobre o comportamento dos espíritos quando encarnados em seres humanos.
           Por outro lado tem sido comum, quando no leito de morte, muitos indivíduos se arrependerem daquilo que fizeram em vida e, também, daquilo que não fizeram. As maiores queixas, formuladas por aqueles seres humanos pouco antes da morte e relatadas por familiares ou por médicos que os assistiram naqueles momentos finais, são as seguintes:

- Lamento nunca haver corrido atrás dos meus sonhos e aspirações e haver feito, apenas, o que esperavam de mim e não aquilo que eu gostaria, realmente, de fazer;
- Sinto que deveria haver expressado o meu amor pelas pessoas com mais freqüência;
- Percebo que deveria ter engolido o orgulho e resolvido meus conflitos internos e externos, o que nunca fiz;
- Sempre dei prioridade ao meu trabalho e nunca tive tempo para me dedicar à família, como deveria;
- Poderia ter tido filhos e deixado descendentes, o que, infelizmente, não fiz;
- Eu deveria ter cultivado mais a amizade e passado mais tempo com os meus amigos;
- Eu deveria ter falado sempre aquilo que pensava, ao invés de guardar meus sentimentos e ressentimentos;
- Eu deveria ter economizado mais, para a minha velhice;
- Infelizmente, nunca tive a coragem de ser quem realmente sou;
- Gostaria de ter percebido, antes, que a felicidade é uma escolha, pois sempre passei por vítima das circunstâncias, aceitando a mediocridade facilmente e fingindo estar satisfeito; já que, sempre tive medo de explorar coisas novas.

      Ainda sobre este assunto, um texto apócrifo (originalmente em espanhol), porém de grande beleza, erroneamente atribuído ao grande poeta e escritor Gabriel Garcia Marques que o desmentiu ainda em vida, fala também sobre o sentimento de arrependimento que aflige a beira da morte aqueles que sabem que vão morrer. O texto, conhecido como La Marioneta, em espanhol, é o seguinte:

La marioneta

Se, por um instante, Deus se esquecesse de que sou uma marionete de trapo e me presenteasse com um pedaço de vida, possivelmente não diria tudo o que penso, mas, certamente, pensaria tudo o que digo.
Daria valor às coisas, não pelo que valem, mas pelo que significam.
Dormiria pouco, sonharia mais, pois sei que a cada minuto que fechamos os olhos, perdemos sessenta segundos de luz. Andaria quando os demais parassem, acordaria quando os outros dormem. Escutaria quando os outros falassem e gozaria um bom sorvete de chocolate.
Se Deus me presenteasse com um pedaço de vida, vestiria simplesmente, me jogaria de bruços no solo, deixando a descoberto não apenas meu corpo, como também a minha alma.
Deus meu, se eu tivesse um coração, escreveria meu ódio sobre o gelo e esperaria que o sol saísse. Pintaria com um sonho de Van Gogh sobre estrelas um poema de Mario Benedetti e uma canção de Serrat seria a serenata que ofereceria à Lua. Regaria as rosas com minhas lágrimas para sentir a dor dos espinhos e o encarnado beijo de suas pétalas.
Deus meu, se eu tivesse um pedaço de vida. Não deixaria passar um só dia sem dizer às gentes: – Eu te amo, eu te amo. Convenceria cada mulher e cada homem que são os meus favoritos e viveria enamorado do amor.
Aos homens, lhes provaria como estão enganados ao pensar que deixam de se apaixonar quando envelhecem, sem saber que envelhecem quando deixam de se apaixonar. A uma criança, lhe daria asas, mas deixaria que aprendesse a voar sozinha.
Aos velhos ensinaria que a morte não chega com a velhice, mas com o esquecimento. Tantas coisas eu aprendi com vocês, os homens...
Aprendi que todo mundo quer viver no cimo da montanha, sem saber que a verdadeira felicidade está na forma de subir a escarpa.
Aprendi que quando um recém-nascido aperta com sua pequena mão pela primeira vez o dedo de seu pai, o tem prisioneiro para sempre. Aprendi que um homem só tem o direito de olhar outro de cima para baixo para ajudá-lo a levantar-se.
São tantas as coisas que pude aprender com vocês, mas, finalmente, não poderão servir muito porque quando me olharem dentro desse caixão, infelizmente eu estarei morto.

     Como já dito anteriormente, as fronteiras que separam os territórios da vida e da morte estiveram sempre muito bem guardadas quanto à passagem de eventuais informantes, conduzindo, sorrateiramente, a denominada ETC - Explicação Total Completa. Tanto é assim, que para aqueles que estão do lado de lá (já desencarnados) não é permitido passar para o lado de cá, conduzindo esta informação total e completa. Da mesma forma, àqueles que estão do lado de cá (ainda encarnados) não é autorizada a passagem para o de lá e o retorno, trazendo, ainda que sub-repticiamente, esta mesma ETC. Talvez isto ocorra porque, em ambos os lados daquela fronteira, esta explicação total e completa ainda não esteja (nem nunca estará?) disponível para nós. Talvez a explicação total e completa que buscamos só exista (ou apenas faça sentido), para o próprio Criador da vida e do Universo.
            É possível que jamais venhamos a conhecer a verdade total por detrás da Criação; verdade esta, talvez, só acessível aos espíritos que tenham atingido o último degrau da evolução (se é que esta hipótese sobre evolução espiritual faz parte desta verdade que desconhecemos); já que, tudo aquilo que se disse, até hoje, sobre este assunto constitui mera especulação.
          Neste contexto, como cobrar de nós mesmos, seres humanos, que sigamos os supostos desígnios do Criador? Na realidade não conhecemos pessoalmente o nosso Criador, nem podemos confirmar com plena certeza (embora o bom senso e a boa razão, quase sempre, digam que sim) a sua existência. Não conhecemos (caso este Criador realmente exista) qual o objetivo que ELE tem para aquelas criaturas que criou, isto é, quais os seus desígnios; muito embora, o bom senso e a sã razão nos indiquem que deva ser o da evolução espiritual.
        Pode ser que em um futuro distante, com o transcorrer da evolução humana, venhamos a vislumbrar algum significado maior para a vida dos seres humanos comuns, que, simplesmente, alternam o seu dia a dia entre o trabalho, o divertimento e o descanso. Pode ser que, através de um eventual contato com outras civilizações, porventura existentes no Universo e possivelmente mais adiantadas tecnologicamente e mais evoluídas espiritualmente, aprendamos com elas o significado da existência.
           A descrença total em um Criador e na vida espiritual, por sua vez, afigura-me como algo pouco imaginativo, muito simplista e totalmente carente de intuição (uma característica metafísica dos seres humanos). O argumento de que não podemos provar a existência de um Criador e que, portanto, este Criador não existe, a meu ver é falho; notadamente, quando se considera o fato de que se ainda não sabemos provar, isto não significa que seja impossível provar e que não venhamos a fazê-lo algum dia. 
           Muitos afirmam, com toda a razão, que a vida é uma preparação para a morte; pois morremos a cada momento, aos poucos, desde o início do nosso nascimento. Por este ser um fato óbvio e fazer parte da natureza intrínseca dos Reinos Animal e Vegetal, não deveríamos temer a morte, da mesma forma que não tememos outros fenômenos que ocorrem na Natureza. Em razão da Ciência já haver conseguido explicar a maioria destes outros fenômenos, externos aos seres humanos, e por entendê-los, não mais os tememos nem os atribuímos aos Deuses, como era costume entre os antigos. Entretanto, com relação unicamente aos seres humanos, uma variável fundamental deve ser considerada quando se pensa sobre este assunto, consistindo esta nos aspectos filosóficos envolvidos nos fenômenos da vida e da morte. Como não conseguimos, ainda, provar nenhuma das teorias que tentam explicá-los, quer no âmbito da Filosofia, da Ciência ou da Religião, não entendemos as suas razões últimas e, com isto, sentimos medo do desconhecido. A Explicação Total e Completa - ETC, no entanto, pode ser tão simples que a sua própria simplicidade, até agora, tem nos impedido de visualizá-la e de entendê-la. Pode ser também que no passado esta informação já tenha estado disponível para os seres humanos, em alguma época e em algum lugar, e que, por razões supervenientes, tenha sido esquecida ou apagada de nossas memórias, pessoal e coletiva. 
        O fato de que muitos indivíduos, no leito de morte, arrependam-se da vida que levaram e demonstrem uma nova visão sobre aspectos vários da psique comportamental humana, pode estar indicando que, tendo alcançado a fronteira entre a vida e a morte, seus espíritos hajam percebido, de alguma forma, características comportamentais que seriam consideradas importantes do outro lado e que, no entanto, não foram por eles consideradas enquanto deste outro lado. 
          Explico-me melhor: todos nós seres humanos trazemos conosco ao nascer, potencialmente, todos os sentimentos (vícios e virtudes) necessários para sobreviver em um meio ambiente hostil, inóspito e conflituoso. Quais os sentimentos de que faremos uso, em uma ou outra situação, dependerá de fatores vários; mas o fato é que, potencialmente, os possuímos todos. Tanto é assim, que qualquer ser humano é capaz de entender o que significa cada um dos vícios (estes considerados como o oposto das virtudes) e cada uma das virtudes, bem como deles, eventualmente, fazer uso em situações extraordinárias; o que seria impossível se tais sentimentos não fizessem parte da sua estrutura psíquica.
         Estes sentimentos, como dito, objetivariam, exclusivamente, possibilitar a sobrevivência daquele indivíduo em um meio que, muitas vezes, se mostra hostil e que evolui dialeticamente (através da superação de conflitos); já que, a Natureza (ou o Criador) não produz nada que não tenha uma finalidade específica. Ocorre que, por desconhecermos os verdadeiros desígnios do Criador, somos levados a seguir nossos próprios desígnios ou aqueles que nos são indicados pelas religiões (fazendo uso, neste caso, do sentimento denominado Fé); posto que, tanto a Ciência quanto a Filosofia e a própria Religião ainda não possuem respostas comprováveis para tais desígnios.
       Supondo, agora, que tudo isto se tratasse de um Jogo dos Deuses (ou de uma Experiência Divina), que visasse determinar como o espírito encarnado se sairia frente às várias situações conflitantes, em busca unicamente de sua evolução espiritual (e que disto tivéssemos conhecimento prévio), as respostas dos seres humanos seriam, evidentemente, diferentes daquelas que teriam ao desconhecer esta hipótese e também seriam distintas de indivíduo para indivíduo.
        Aqueles que desconhecem esta possibilidade (de a existência humana estar sendo submetida à realização de um Jogo dos Deuses ou de uma Experiência Divina) ou que nela não acreditassem, com toda a certeza seriam levados a proceder, neste caso, como se a vida tratasse, única e exclusivamente, da sua própria sobrevivência. Isto, meus caros leitores, é aquilo que ocorre na realidade com a maioria de nós, seres humanos. 
       Nesta conjuntura, vale tudo para que sobrevivamos como seres humanos e como espécie. Aqueles outros que, eventualmente, possuíssem a consciência de que se tratava de um Jogo dos Deuses (ou de uma Experiência Divina para colocar a prova nossos espíritos que necessitariam evoluir), evidentemente, tenderiam a proceder de outra maneira; isto é, valorizariam outros valores que não aqueles que tradicionalmente seriam valorizados pelos que desconhecessem a experiência sendo realizada. Talvez seja isto o que ocorra com muitos religiosos e, talvez, seja por este motivo que aqueles indivíduos a beira da morte se arrependam de coisas que fizeram nesta existência. Seus espíritos, ao tomarem ciência de que tudo não passava de um jogo (ou de uma experiência na qual eles estavam sendo testados pelos deuses), fariam aflorar seus verdadeiros e mais puros valores; valores estes, muitas vezes, contrários àqueles necessários para a sobrevivência individual e coletiva em um meio hostil, inóspito e conflituoso. 
        Vê-se, portanto, uma contradição entre os comportamentos que seriam adotados e seguidos pelos seres humanos quando, eventualmente, confrontados com estas duas hipóteses. 
          Considerando a dureza e o rigor da sobrevivência humana em um ambiente hostil e conflituoso, bem como as vicissitudes pelas quais passam a maioria dos indivíduos, os comportamentos que estes adotariam, desconhecendo a possibilidade de estarem vivendo uma Experiência Divina (mesmo que possuíssem alguma religião na qual acreditassem), seriam, evidentemente, aqueles que lhes possibilitariam a sobrevivência, face às situações conflituosas mencionadas com que se defrontariam em todos os momentos. 
           Acreditando eles que as suas sobrevivências individuais e a necessária concorrência entre eles e os demais eram para valer, muitos se dedicariam a elas com todas as suas forças e aplicariam neste trabalho todos os seus sentimentos interiores (vícios e virtudes). 
         Por outro lado, se todos os seres humanos tivessem a consciência de que tudo aquilo não passava de um teste para a sua evolução espiritual, sem nenhuma conotação religiosa, com certeza, as suas decisões seriam totalmente diferentes. Esta consciência, no entanto, para que o jogo (ou a experiência) pudesse ter a sua finalidade alcançada, faltaria à grande maioria das pessoas. Muitas só a adquiririam às vésperas da morte, quando os seus espíritos ainda encarnados, tomassem consciência da sua verdadeira imortalidade e da Experiência Divina a que estavam sendo submetidos. 
         Muitos indivíduos vêem estes fenômenos através de uma conotação religiosa, dada a natural característica mística dos seres humanos, que os distorce completamente. Em minha concepção, eles nada têm de religioso, tratando-se, simplesmente, de fenômenos de ordem física com características metafísicas que, por serem desconhecidos, adquirem esta conotação religiosa mencionada. A Física, como sabemos, constitui uma ciência empírica que trata da explicação de certos fenômenos básicos e ubíquos no mundo natural; ou seja, no domínio das coisas que existem no espaço e no tempo. 
         A Metafísica, por sua vez, também se ocupa, embora não exclusivamente, da natureza das coisas que existem no espaço e no tempo; da natureza do espaço e do tempo em si e da natureza da causalidade; embora não seja uma ciência empírica que apele para dados experimentais observáveis, visando sustentar suas afirmações.    
          Dizem os historiadores que Alexandre ‘o Grande’, ao pressentir a morte próxima (que ocorreu por envenenamento), determinou que o esquife, com o seu corpo, fosse conduzido pelas mãos de seus médicos ao jazigo onde, finalmente, repousaria; que seus generais espalhassem ouro e pedras preciosas pelo caminho e que seu corpo, desnudo, tivesse o braço colocado para fora do caixão. Com tais gestos buscava ele demonstrar que, embora os médicos soubessem muito, não conseguiram evitar a sua morte; que embora vitorioso em muitas batalhas toda a riqueza que amealhara em vida não fora suficiente para evitar a sua morte e, finalmente, que chegara a este mundo nu e que, da mesma forma, nu o deixaria. 
      Resumindo aquilo dito anteriormente, a proximidade da morte produz diversas mudanças comportamentais em todos os seres humanos. Tais mudanças podem ser atribuídas à penetração do espírito (quando prestes a deixar o corpo) no território entre a vida e a morte. Nesta terra de ninguém, os espíritos, ainda mantidos presos ao corpo físico, se aperceberiam da experiência a que estavam sendo submetidos, tomariam ciência de alguns dos valores requeridos na esfera espiritual, como também de outros aspectos da existência etérea. Por esta razão, muitos deles se arrependeriam, ainda em vida, de seus comportamentos passados, ao entenderem que estavam sendo submetidos a um teste ou a uma experiência evolucionária, naquela encarnação prestes a terminar. 
      Corroborando esta hipótese levantada, estudiosos da Universidade de Bonn, na Alemanha, liderados pelo pesquisador Silas Beane, afirmam que certos aspectos de nosso mundo físico são sustentados por elementos que indicam que a nossa realidade pode não ser nada mais do que uma simulação computadorizada. Segundo tais pesquisadores, nossa existência poderia ser uma simulação dentro de outra simulação e, assim, sucessivamente. Em conformidade com os pesquisadores, viveríamos em um universo artificial e seríamos incapazes de nos apercebermos disto. A base que explicaria este fenômeno denomina-se Teoria de Campo Reticulado, no campo da Física Quântica, e contestaria a noção de tempo e de espaço ‘continuum’ adotada pela Física Moderna. 
     Como dissemos anteriormente, a Ciência e a Filosofia ainda não possuem explicações convincentes para a Metafísica envolvida nos fenômenos da vida e da morte. A Religião possui esta explicação, mas a mesma é baseada em uma suposta revelação divina e não em fatos reais comprovados e comprováveis. Todavia, em razão de inúmeros fatos observados (no que respeita a este assunto) não possuírem explicações científicas ou filosóficas, somos forçados a aceitar as explicações religiosas ou, então, a ignorá-las, bem como ignorar também os respectivos fatos mencionados.
         O dia da nossa partida, da forma como eu o vejo, deve ser considerado como um grande dia, onde o medo do desconhecido seja substituído pela certeza da imortalidade do espírito e da comunhão universal. Além disto, ele estará, da parte do Criador, com toda a certeza (mesmo que muitos pensem o contrário, em razão da dor vivida por amigos e familiares), pleno do amor que presidiu aquela experiência divina a que acabamos de nos submeter e que se encerrará naquele dia.

_*/ Economista, MS UFV/MG, Doutor pela Universidade Autônoma de Madrid.

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