domingo, 15 de maio de 2016

5. “Cesse tudo o que a antiga musa canta que outro valor mais alto se alevanta”**


Jober Rocha*


O poeta e escritor Luís de Camões, em sua obra Os Lusíadas, pareceu antever, através de alguns dos seus versos, o momento crucial em que estamos vivendo, para os destinos da humanidade; ocasião esta em que os grandes rumos que irão nortear o futuro da espécie humana estarão sendo traçados e decididos (de uma vez por todas e de modo definitivo), por umas poucas famílias que detém o poder mundial. A estrofe terceira do Canto I, da obra do ilustre poeta, é a seguinte em sua íntegra:

“Cessem do sábio Grego e do Troiano
As navegações grandes que fizeram;
Cale-se de Alexandre e de Trajano
A fama das vitórias que tiveram;
Que eu canto o peito ilustre Lusitano,
A quem Neptuno e Marte obedeceram.
Cesse tudo que a Musa antiga  canta,
Que outro valor mais alto se alevanta.”

          Qualquer que possa ter sido, até então, o ganho atingido pela raça humana ao longo de sua história, o valor mais alto que se alevanta, nos dias atuais (considerado um efeito perverso deste ganho), pode ser entendido como a escassez dos recursos naturais, a extinção das espécies animais e vegetais, o excesso populacional, a poluição meio-ambiental e o uso e o controle das fontes alternativas de energia. A forma como a nossa espécie irá se estruturar para resolver estes problemas irá definir o seu futuro, de uma maneira geral, e o de cada ser humano, de uma maneira particular. 
Recente relatório da ONU propõe medidas objetivando conter a fome no mundo, a escassez de combustíveis e os impactos das mudanças climáticas, tendo em vista o alcance, em 2050, de uma população mundial da ordem de 9,1 bilhões de seres humanos.
          Para fazer frente à fome, o relatório propõe que a raça humana deixe de consumir carne, laticínios e demais produtos de origem animal, em razão do elevado percentual de biomassa gasto em suas produções. Grande parte das colheitas mundiais é consumida pelos rebanhos animais, bem como grande parcela da água doce (70% da água potável utilizada se destinam à produção agro-pecuária). Por outro lado, os impactos ambientais aumentam em oitenta por cento, quando o nível de renda dobra. Assim, os avanços na produção agrícola serão ultrapassados pelo crescimento populacional. Alguns pesquisadores chegam a defender diferentes padrões de consumo, um para países ricos e outro para pobres; já verificados, na prática, mas que eles desejam institucionalizar definitivamente.
Movimentos discretamente divulgados, até então, já falam abertamente na implantação de um governo mundial. Para tanto, já foram implantadas a união de vários países, em uma só comunidade, e de diversas moedas, em uma moeda única; restando, ainda, a união de todas as religiões (união já proposta e sendo discutida pelos responsáveis pelas principais delas), das distintas línguas em uma principal, da criação de um arcabouço legal e judiciário único e de alcance mundial, bem como de estender estas mudanças para todos os países do planeta. A tarefa, como vêem, é digna de um Hércules e poderia se constituir no seu décimo terceiro trabalho.
          Um fator que poderia abreviar a implantação deste governo mundial seria uma eventual ameaça de invasão do planeta por parte de seres alienígenas. Como, na atualidade, os próprios governos já divulgam matérias a respeito (matérias estas, até então, mantidas secretas) e estão abrindo seus arquivos para divulgar fatos, fotos e filmes a respeito, pode ser que em um futuro muito próximo este argumento seja utilizado com a finalidade mencionada. O fato é que, continuando dá forma como sempre foi, muito em breve nos veremos em uma situação em que os países mais fortes e poderosos, para sobreviverem, passarão a se utilizar de mecanismos, velados ou ostensivos, para a redução da natalidade e das populações mundiais; bem como, se acirrarão as guerras pela posse das fontes de água, de energia, das jazidas minerais e das áreas agriculturáveis do planeta. Segundo muitos autores, isto já estaria ocorrendo em uma escala mundial e em uma velocidade acelerada.
       Outro mecanismo visando tornar operacional a criação deste governo mundial seria a implantação de um chip subcutâneo (impossível de ser retirado sem causar danos letais ao portador), que conteria informações de toda a ordem sobre aquele indivíduo, impossibilitando-o de sobreviver no mundo moderno caso as funções do chip fossem desconectadas (qualquer indivíduo só poderia adquirir algo ou fazer alguma transação de compra e de venda, deslocar-se de um lugar para outro, receber auxílio médico-hospitalar, trabalhar, procriar, etc., enquanto possuísse o chip consigo e este estivesse conectado com a central de controle, que tudo rastrearia sobre a vida do portador).
      Vejam os leitores, que a Mídia mundial tem, sutilmente, trabalhado em prol daqueles que pretendem ver implantado este governo único. Em minha modesta opinião, para que seja implantado este governo mundial, alguns pré- requisitos (que acenem com vantagens para todos ou que facilitem a sua imposição coercitivamente) terão que, evidentemente, ocorrer, isolada ou concomitantemente. Dentre estes, destaco: uma ameaça externa que propicie vantagem aos habitantes do planeta a união de todos sob um único comando; a transformação dos países democráticos (com parlamentos), em ditaduras (sem parlamento e comandadas por tiranos); a prevalência de uma religião de fanáticos que fosse adotada mundialmente ou de uma ideologia radical que a todos contagiasse.
          Independentemente de se chegar a implantar ou não um governo mundial, entretanto, segundo alguns autores, as elites mundiais já vêem tomando medidas visando à redução (de maneira velada ou, mesmo, de forma ostensiva) dos contingentes populacionais. Assim é que, conforme alguns pesquisadores apregoam, alimentos contendo agentes cancerígenos são produzidos e vendidos livremente; vírus e bactérias letais são produzidos em laboratórios e espalhados em determinados países; produtos químicos e biológicos são lançados de aeronaves visando poluir o ambiente e contaminar as pessoas (Chemtrails); guerras são fomentadas com o objetivo de eliminar populações civis pela fome ou pela violência; armas de destruição em massa, cada vez mais letais, são desenvolvidas e aperfeiçoadas para um eventual uso; crises econômicas são produzidas visando concentrar, ainda mais, a renda na mão de poucos, aumentando a miséria e, com isso, eliminando grandes contingentes populacionais. Por outro lado, medidas visando conter a natalidade também são veiculadas e implantadas, como, por exemplo: a divulgação maciça de métodos e de medicamentos anticonceptivos; o incentivo às ligações homoafetivas e a adoção, por estes pares, de crianças como filhos; a inclusão de substancias esterilizantes em alimentos a serem distribuídos, em programas de ajuda caritativa, e consumidos pelas populações pobres de determinados países. Não pensem que isto tudo, até aqui mencionado, são apenas suposições ou que fazem parte de uma Teoria da Conspiração inventada pelo autor deste texto em seus delírios literários; pois, aqueles poucos que detém o poder mundial, de tudo são capazes para mantê-lo em suas mãos e não pautam as suas vidas pelas mesmas virtudes dos estimados leitores; balizando-as, apenas, pelos seus interesses.
       Vê-se, portanto, que existe algo, e também alguém, por detrás destas medidas, quando elas passam a ser adotadas, na mesma ocasião, em diversos países do mundo e incentivadas, ao mesmo tempo, pela Mídia internacional; isto é, quando toda ela começa a falar uma mesma linguagem.  Que reconheçamos como fez Camões em seus versos (Canto I, estrofe 106), o fato de nos encontrarmos em uma encruzilhada (desta vez decisiva para o nosso futuro) e que questionemos (também como ele fez) deixar o nosso destino, como espécie com ambições cósmicas, ser decidido por “um bicho da terra tão pequeno”.

“No mar tanta tormenta e tanto dano,
Tantas vezes a morte apercebida!
Na terra tanta guerra, tanto engano,
Tanta necessidade aborrecida!
Onde pode acolher-se um fraco humano,
Onde terá segura a curta vida,
Que não se arme e se indigne o Céu sereno
Contra um bicho da terra tão pequeno?”

_*/ Economista, M.S e Doutor pela Universidade de Madrid, Espanha.

_**/ Publicado em Leitura Recomendada de 24.02.2016. www.reservaer.com.br

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