quinta-feira, 29 de agosto de 2019


302. Por que metade do país é limpeza; mas, a outra metade é podridão...


Jober Rocha*



  A ideia sobre o título e o assunto do presente texto me veio à mente ao ouvir a música ‘Metade’, de Oswaldo Montenegro, enquanto lia um artigo do jornalista Rodrigo Constantino, no jornal Gazeta do Povo. Finda a leitura, me dei conta, verdadeiramente, da nossa triste e trágica realidade. Estamos, sem dúvida alguma, submetidos a uma Guerra Hibrida de grandes proporções, para a qual, nós, os eleitores de Jair Bolsonaro (que desejamos o bem do país, o seu desenvolvimento econômico e social, a liberdade de iniciativa, a livre concorrência, a livre empresa e a livre expressão do pensamento), não possuímos nem treinamento, nem estratégia, nem armas e nem munições.
Para alguns leitores que ainda não conhecem meu modo de pensar tentarei explicar-me melhor, de modo a que não pensem que proponho o rearmamento da população, embora seja totalmente favorável a esta ideia, em virtude da denominada Guerra Híbrida ou Guerra de Nova Geração, a que o Brasil e os brasileiros estão sendo submetidos desde já algum tempo.
A chamada Guerra de Nova Geração ou Guerra Hibrida tem sido estudada por muitos estrategistas que sobre ela escreveram. Em um artigo no site Defesa Net, o General Carlos Alberto Pinto Silva define o que seja:
“A Guerra Híbrida é composta de uma guerra política (o uso de todos os meios disponíveis de uma nação para alcançar objetivos nacionais sem entrar em guerra), informacional e de atividades híbridas, e deve ser secreta pelo maior tempo possível”.
 Tratar-se-ia, assim, de “Um conflito no qual os atores, estado ou não-estado, exploram vários modos de guerra simultaneamente (guerra financeira, guerra cultural, guerra midiática, guerra tecnológica, guerra psicológica, guerra cibernética, o amplo espectro do conflito, empregando armas convencionais avançadas, táticas irregulares, tecnologias agressivas, terrorismo e criminalidade, visando desestabilizar a ordem vigente)”.
Ainda, segundo o mencionado artigo “os generais Eduardo Villas-Boas e Alberto Cardoso afirmaram, na noite de 5 de julho de 2019, na apresentação da palestra "Intérpretes do pensamento estratégico militar", durante evento organizado pelo Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal (IHG-DF), em Brasília, que o Estado brasileiro está sendo alvo de um ataque indireto de nações estrangeiras que, em suas concepções, utilizam o discurso pela defesa da preservação da Amazônia em favor de seus interesses pelas riquezas do país”.
Dentre as principais conclusões do general, no artigo em foco, destaco:
“O que vinha se apresentando em termos políticos no Brasil até as eleições, no período de transição, e agora após a posse, faz parte de uma estratégia para desestabilizar o governo, pensada e planejada pela esquerda derrotada no pleito eleitoral e aliados socialistas, com seus representantes midiáticos no plano interno e externo, tudo pensado dentro do que ensinam as ideias da Guerra de Nova Geração na fase da Guerra Política”.
No tocante ao texto de Rodrigo Constantino, na Gazeta do Povo, mencionado no início, reputo aquele artigo denominado 'Sobre a surra que a esquerda deu em Bolsonaro' (do qual transcrevo parte, logo a seguir) como uma análise perfeita e acurada do jornalista sobre o que tem ocorrido com o governo de Jair Bolsonaro desde o seu início:
 “A esquerda é um movimento composto por profissionais. Dezenas de milhares de pessoas que nunca fizeram outra coisa na vida se não militar pelo socialismo. Pessoas muito bem conectadas e alinhadas entre si, obedientes aos comandos centrais de cada região, que, por sua vez, estão subordinadas à União Europeia, a filha bastarda da URSS. Do outro lado, o que temos? Temos pessoas comuns, que têm como prioridades o trabalho e a família”.
“Sendo mais claro, à nossa esquerda temos professores de universidades estatais, funcionários públicos, sindicalistas e políticos. Todas essas pessoas têm suas vidas econômicas garantidas por leis. Não podem ser demitidas. Sejam quais forem suas ideias e militâncias, elas têm a certeza de que todo mês receberão um bom salário, sempre acima da média dos da iniciativa privada. Não há crise econômica para elas. Não há recessão. Não há o medo do desemprego”.
“Elas ainda contam com incontáveis movimentos e ONGs disso e daquilo, todas financiadas por governos ou por grandes empresas que deduzem tais gastos do imposto de renda. Movimentos e ONGs invariavelmente controlados por pessoas de esquerda, focados prioritariamente em manter o sistema que paga seus salários, que lhes garantem viagens e proteção. Não existe ativista desempregado. Nenhum líder estudantil sai da faculdade para o mercado. Todos são alocados em governos, sindicatos, movimentos e ONGs”.
“Bolsonaro e sua equipe não conseguiram reagir aos golpes simplesmente porque não sabem como fazer. Eles não contam nem com uma base parlamentar coesa. A única coisa que Bolsonaro tem é o apoio de cidadãos comuns que, cada um a seu modo, reagem e tentam defender seu voto”.
“Apesar de ter acumulado mandatos como deputado federal, Jair Bolsonaro não é político. Não fez amizades. Não participou dos esquemas. Os absurdos que ele diz nas redes sociais e até na imprensa mostram que ele nem aprendeu a falar como um político. Bolsonaro apenas estava lá; e foi eleito porque contra ele havia algo um milhão de vezes pior: o PT”.
“O resultado disso é que temos um governo de amadores. Bolsonaro não sabe o que dizer e o que fazer nas horas que mais precisa. Não tem um gabinete de emergência política para lhe dar suporte, lhe orientar”.
“Lula e Dilma contavam com dezenas de especialistas em guerra política. Pessoas com trinta, quarenta anos de militância dentro e fora do Congresso. Abaixo deles, tinham toda a rede composta por professores universitários, jornalistas, artistas, intelectuais, sindicatos e ONGs de prontidão para distribuir inquestionavelmente todas as narrativas de que a cúpula precisava”.
“O que Bolsonaro têm a seu lado? Ninguém! Nada”!
“Por isso ele apanhou tanto na semana passada. Por isso, vai apanhar muito mais. Mesmo que faça o melhor governo da história do Brasil, ele corre o risco de ser derrubado simplesmente porque não sabe reagir aos ataques”.

Assim, meus caros leitores, vejo, em ambos os artigos mencionados, informações importantes a serem analisadas e lições a serem aprendidas por nós, eleitores de Bolsonaro, e por nossas autoridades, civis e militares, comprometidas com a luta anticorrupção e com o desenvolvimento do país, em bases econômicas capitalistas e atrelado a uma ideologia liberal.
Reconheço que décadas de aparelhamento das instituições governamentais, com ativistas e militantes políticos de esquerda, deixaram fortes sequelas que necessitam ser minimizadas e metástases que precisam ser extirpadas, caso não queiramos perder o bonde da história e entregar, definitivamente, o país a sanha dos comunistas caipiras e de seus líderes internacionais.
Creio que o Brasil de hoje carece de um forte choque de natureza política e psicossocial (tolerância zero para com o crime comum e para com o crime organizado, sob todas as suas formas; proibição do registro de partidos e de organizações políticas ideologicamente alinhados e/ou influenciados pelas ideologias nazista, fascista e comunista).
Para tanto, necessitaríamos de grandes alianças estratégicas com países que nos apoiassem internamente e nos fóruns internacionais, face a algumas medidas excepcionais que necessitariam ser aqui adotadas. Da mesma forma, precisaríamos, internamente, do apoio de elites políticas, militares, empresariais e religiosas, que optassem conscientemente pelo capitalismo, com paz social, segurança e a certeza de um futuro promissor no concerto dos países desenvolvidos do Primeiro Mundo; ao invés de fazerem opção pelo comunismo venal, com convulsão social, violência, forte influência do narcotráfico, corrupção generalizada e incerteza quanto ao nosso destino; como foi, infelizmente, a triste escolha feita por parte das elites venezuelanas que, hoje, devem estar arrependidas da decisão que tomaram em passado recente.
Metade do nosso país é limpeza, representada por pessoas honestas, trabalhadoras, estudiosas, pacíficas, educadas, respeitadoras, religiosas e pagadoras de impostos; em resumo, que possuem as mãos limpas.  É justamente esta metade que sustenta a outra metade, que é apenas podridão e representada pelos criminosos comuns; pelos membros das facções de narcotraficantes; pelos corruptos dos três poderes da república; pelos empresários apadrinhados, que se apropriam de verbas públicas distribuídas em concorrências fraudadas e superfaturadas; pelos vendilhões e traidores da pátria que, a troco de dinheiro e por estarem ideologicamente comprometidos, buscam entregar o país à sanha do comunismo internacional.
Metade é simplesmente um critério que busca dividir o todo em duas partes iguais. Evidentemente, não é meu proposito dividir a nossa população, como fizeram os governos esquerdistas ao buscarem separar negros de brancos, pobres de ricos, heterossexuais de homossexuais, sulistas de nortistas, etc. Quando falo em ‘metade é limpeza’ uso, apenas, um parâmetro fornecido pela própria eleição, em que Bolsonaro saiu vitorioso com cerca de 55% dos votos. Não quero com isto dizer que os 45% que não votaram em Bolsonaro fazem parte da ‘metade podridão’. Sei que a podridão está restrita aos ideólogos, aos militantes e aos ativistas políticos, que não hesitam em vender a sua pátria ao comunismo apátrida; bem como, aos criminosos de todos os matizes que tiveram plena liberdade de ação durante os governos de esquerda.
Se desejamos um futuro melhor para nós mesmos e para os nossos filhos e netos, a metade a qual pertencemos tem que ter a coragem de fazer prevalecer os seus princípios éticos e os seus valores morais, sobre a postura cínica daqueles que não possuem nem ética nem valores. Afinal, nós estamos do lado certo; isto é, do lado que trabalha, produz, paga impostos e respeita as leis. Não pertencemos e nem apoiamos a uma determinada cleptocracia que, há tempos, vem nos mantendo submissos aos seus casuísmos legislativos, judiciários e executivos, frequentemente desrespeitando a Constituição Federal sempre que algo a impede de alcançar seus objetivos espúrios ou de ver implantadas as suas lesivas maquinações contra o povo e o Estado brasileiros
Mesmo sem contar com treinamento, com estratégia, com armas e com munições nesta Guerra Hibrida atual, cujos efeitos sentimos diariamente na mídia interna e externa, na economia, na política, na cultura, na justiça, etc., contamos com algo que a outra metade não possui; isto é, com o fato de que a razão está do nosso lado. Ela, felizmente, nos pertence e, como dizia William Shakespeare, “Fortes razões fazem fortes ações”.


_*/ Economista e Doutor pela Universidade de Madrid, Espanha.




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