quinta-feira, 8 de agosto de 2019

292. Lá em casa tem um Bigorrilho


Jober Rocha**



                                     Bigorrilho, para os leitores mais novos (isto é, os nascidos após 1964), é uma palavra que comporta inúmeros sentidos, segundo explicam os dicionários. Dentre outros, pode se tratar de uma criança pequena reles, vil e desprezível e também se referir a um garotinho fraco e metido a valentão. Pode indicar as luzes nas capotas dos veículos policiais e militares, que são também conhecidas como bigorrilho. 
                                                        Entretanto, o termo ficou bastante conhecido em todo o país, a partir do ano de 1963, ao ser mencionado em uma música da autoria de Paquito, Romeu Gentil e Sebastião Gomes. A música foi gravada originalmente por Jorge Veiga, e, mais tarde, regravada por vários outros artistas, entre eles, Renato e Seus Blue Caps e Lulu Santos.
                                                        Tendo se tornado um sucesso no último carnaval (fevereiro de 1964) antes da eclosão do Movimento Militar de março de 1964, a música possuía uma letra praticamente ininteligível para a maioria, embora musicalmente agradável. Sua letra era a seguinte:

“Lá em casa tinha um bigorrilho
Bigorrilho fazia mingau
Bigorrilho foi quem que me ensinou
A tirar o cavaco do pau”

“Trepa Antônio
Siri tá no pau
Eu também sei tirar
O cavaco no pau”

“Dona Dadá
Dona Didi
Seu marido entrou aí”!

“Ele tem que sair.
Ele tem que sair”.

                                                      Tendo a sua divulgação coincidido com o início do Movimento Militar, o termo bigorrilho passou a ser, também, um apelido atribuído aos políticos originalmente considerados de oposição à Revolução Militar.
                                              Naquele carnaval de 1964 eu estava com 20 anos de idade  e prestava serviço militar em um quartel. Lembro-me que a música era tocada, constantemente, em todos os pequenos rádios de pilha, então comuns na ocasião, que a maioria dos militares possuía e que muitos carregavam consigo nos bolsos de seus uniformes de serviço.
                                                       De tanto que ouvíamos aquela música, por vezes, ela entranhava em nossas mentes de forma sub-reptícia, de modo a continuarmos a ouvi-la mesmo com os rádios desligados. Era uma verdadeira tortura mental. Não conseguíamos nos libertar daqueles acordes e daquela letra, que ficava o dia inteiro martelando: 

                                     “Lá em casa tinha um bigorilho...”

                                                    Cinquenta e cinco anos depois, tendo neste ínterim o nosso pobre e maltratado país passado por diferentes conjunturas, boas e más; com a recente vitória de Jair Bolsonaro nas urnas e o país caminhando de modo firme e decidido para a consolidação de um governo liberal, que tem como meta a presença mínima do Estado na nossa vida política e econômica, podemos perceber a grande resistência que está sendo oposta por muitos daqueles que, nas últimas décadas, se locupletaram dos cargos e das verbas públicas, distribuídos sem critérios e em grandes volumes para apadrinhados, amigos, corruptos e corruptores.
                                                      Na atualidade, praticamente, quase todos os atos do novo presidente são contestados por alguém ou  por alguma entidade nacional ou estrangeira: pela imprensa, pelas ONG’s, por organismos internacionais, por governos estrangeiros, pelos partidos políticos, pela justiça, pela câmara ou pelo senado. Como costumava dizer alguém que já foi famoso, mas que hoje, felizmente, está encarcerado por alguns de seus crimes contra o nosso povo e as nossas instituições: “Nunca antes, na história deste país” um presidente foi tão cerceado e combatido por aquilo que diz e que faz. 
                                                   O aparelhamento das instituições públicas e a militância política ainda existente em muitos dos sindicatos, das universidades públicas, das organizações não governamentais, dos movimentos campesinos, das organizações eclesiásticas, etc., faz com que ativistas políticos de esquerda procurem criticar, entravar, dificultar e impedir a implantação das novas medidas propostas pelo atual presidente.
                                                      Cinquenta e cinco anos depois, portanto, constato que existem, ainda, inúmeros ‘bigorrilhos’ (crianças vis, reles e desprezíveis ou garotinhos fracos e metidos a valentões) infiltrados nas instituições públicas brasileiras, contaminados que foram pela ideologia marxista dos governos de esquerda, aos quais serviram nas últimas décadas, que desejam “fazer mingau’ da reputação de Jair Bolsonaro, de sua família e de sua equipe de governo.
                                                       Com respeito àqueles antigos ‘bigorrilhos, surgidos nos idos de 1964 e atualmente ainda desfrutando de alguma sinecura na administração pública brasileira (nomeados durante os governos de esquerda), na qual trabalham contra os interesses do Brasil e do novo presidente Jair Bolsonaro, eu diria, simplesmente, para as suas eventuais esposas, companheiras ou amantes:

 “Dona Dadá, dona Didi, seu marido entrou aí, mas ele tem que sair, ele tem que sair”!
                                                  Sei que muitos destes ‘Quinta Colunas’ não levarão o aviso a sério, como garotinhos fracos e metidos a valentões que são; todavia, para estes, nós, cidadãos de bem, alertamos para o fato de que, em um futuro bem próximo, talvez, tenhamos que ligar os “bigorrilhos’ de nossas viaturas, que ainda “temos lá em casa”, abrir as suas portas e convidar os velhos amigos dos idos de 1964 para entrar, dizendo:

“Trepa Antônio, que o siri tá no pau e nós iremos tirar os cavacos no pau”!_*/



______
_*/ “O Siri tá no pau’ pode, dentre outas coisas, significar: estamos atentos. “Cavacos” pode significar, dentre outras coisas: conversações rápidas e sem assunto fixo; isto é, os conhecidos ‘papos furados’. Foram, pois, estes os sentidos considerados no presente texto.

_**/ Economista e Doutor pela Universidade de Madrid, Espanha.

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