sexta-feira, 23 de agosto de 2019

299. Fogueira de Paixões


Jober Rocha*



                                              ‘Possessed’ foi um filme norte-americano de 1947, do gênero filme ‘noir’, dirigido por Curtis Bernhardt e estrelado por Joan Crawford e Van Heflin. No Brasil tomou o nome de ‘Fogueira de Paixões’, em que pese seu verdadeiro título em inglês ser ‘Possuída’. 
                                                      O que ocorria naqueles idos da década de 1940 (a busca por manchetes sensacionalistas que chamassem a atenção do público, embora faltando com a verdade) continua ocorrendo nos dias atuais. A mídia busca com estas suas manchetes atrair um público que, sem elas, mostrar-se-ia, certamente, desinteressado do assunto.
                                           Lembrei-me deste filme em virtude dos episódios recentes envolvendo a floresta Amazônia que, de tão relegada pelas autoridades brasileiras nas três últimas décadas de governos esquerdistas, encontra-se, atualmente, sob sério risco de algum tipo de intervenção internacional.
                                                Noticia recente, na mídia internacional, dá ciência de que o presidente francês Emmanuel Makron, pelas suas redes sociais, teria divulgado: “Nossa casa está pegando fogo. A floresta Amazônica – o pulmão do planeta que produz 20% do nosso oxigênio – está em chamas. É uma crise internacional. Membros do G7, vamos discutir essa situação emergencial em dois dias”. 
                                              Embora isto tenha feito com que eu me recordasse do velho filme de 1947, evidentemente, trata-se de algo bem mais sério do que uma simples estratégia de marketing para despertar o interesse do público.
                                                     Ao mesmo tempo, o Secretário Geral da ONU, Antônio Guterres, disse estar “profundamente preocupado com os incêndios florestais na Amazônia", reforçando que "não se pode mais arcar com os danos para uma das maiores fontes de oxigênio e biodiversidade”.
                                               Pelo mundo todo, a imprensa deu destaque em suas manchetes para o aumento do número de incêndios que foi detectado na Amazônia.
                                                 Teoricamente, com este objetivo de preservação ambiental, o presidente francês teria, pois, convocado uma reunião emergencial com os países membros do G7 (Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido), para discutir os incêndios que atingem a Amazônia há aproximadamente 18 dias. A reunião seria realizada em Biarritz, no sudeste da França, e a foto usada pelo presidente francês para divulgar o incêndio foi publicada pela primeira vez em 14 de setembro de 2018; portanto, tratando-se de mais um dos chamados 'fakes'.
                                                      Ao tempo em que isto ocorria fora do nosso país, aqui dentro dois senadores e um deputado do partido Rede protocolaram, no Supremo Tribunal Federal, um pedido de abertura de processo de apuração de infrações administrativas contra o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, alegando que houve descumprimento do dever constitucional de proteção ao meio ambiente e dos compromissos internacionais de combate às mudanças climáticas firmados pelo Brasil e ratificados pelo governo, em especial o Acordo de Paris.
                                                    O que está ocorrendo com o Brasil, na atualidade, para merecer tanto destaque na mídia, possui, evidentemente, múltiplas finalidades: uma delas seria combater o atual governo Bolsonaro, visando destituí-lo do poder em virtude de ser ele uma das maiores ameaças à implantação do comunismo no continente sul americano; outra, tentar fazer com que o seu governo malogre e, com isto, permitir que a velha política e os seus representantes  (muitos deles presos, alguns já condenados por corrupção, mas, ainda em liberdade e outros respondendo a ações judiciais) possam retornar ao poder, instaurando novamente a velha cleptocracia que se locupletava, com verbas públicas desviadas, em conluio com empreiteiras; reduzir o nosso papel no comercio exterior como um dos maiores produtores mundiais de alimentos e, ademais, possibilitar, finalmente, uma intervenção na região amazônica, pacífica ou não, por parte daqueles principais países que possuem enorme interesse nos minerais e na biodiversidade da Amazônia, capitaneados e escudados pela Organização das Nações Unidas.  
                                                O professor Denis Rosenfield, em matéria divulgada pelo jornal O Estado de São Paulo, de 19 de agosto de 2019, destacou que “quase 26% da área total do território nacional é preservada pelos próprios produtores rurais, equivalendo a 218 milhões de hectares e correspondendo a cerca de dez países europeus”. Frisou o autor que “nenhum outro país, principalmente os que acusam o Brasil de destruição ambiental, possui um instituto semelhante”. Incluindo, nesta área mencionada por Rosenfield, as terras indígenas e as unidades de conservação ambiental chegar-se-ia a um total de 49,8 % do território nacional. Acrescentando a este percentual as terras devolutas, áreas militares e áreas ainda não cadastradas, atingir-se-ia, de acordo com o professor, o valor de 66,3% da vegetação nativa preservada. 
                                              Qual país no mundo possui algo parecido?
                                             Por trás disto tudo, segundo Denis, “pairaria o fato de o Brasil ser o terceiro maior produtor de alimentos mundiais, caracterizando-se está polêmica, acerca do desmatamento da floresta, como uma velada guerra comercial com a história de cobertura de preocupação mundial com a preservação ambiental”.
                                               Nos incêndios periodicamente ocorridos na região amazônica, conforme é do conhecimento geral, existem as causas naturais, as causas econômicas e as sabotagens. Os primeiros são inevitáveis e fazem parte de um mecanismo natural de renovação da própria floresta. Os segundos são motivados por métodos antigos e baratos de preparar o terreno para o plantio de culturas agrícolas, empregados há séculos por pequenos agricultores locais. O terceiro trata-se da ação de grupo, nacionais e internacionais, interessados na internacionalização da região objetivando a exploração dos recursos ali existentes, tanto minerais quanto vegetais e animais (biodiversidade), reconhecidos como imensos. As queimadas criminosas, fruto de sabotagem, teriam por objetivo, portanto, facilitar a intervenção de países e de organismos internacionais na área, sob o argumento de que os brasileiros não cuidavam do meio ambiente e estavam destruindo o "pulmão do mundo".
                                                Relativamente às recentes queimadas que deram manchetes mundiais e que motivou as declarações do presidente francês, muitos índios da região já declararam que os incêndios têm sido colocados por pessoal de ONGs ligadas a movimentos de esquerda que, face a postura do atual presidente Jair Bolsonaro de colocar um fim na máfia do meio ambiente (pessoas e organizações que, em razão de má gestão - segundo declarou o presidente - enriqueceram nas últimas décadas com recursos vindos do exterior e destinados, teoricamente, a preservação ambiental), tentam apresentar o atual governo como um grande vilão ambiental.
                                               Estes movimentos de esquerda, aliados a mídia esquerdista nacional e internacional, tentam, assim, sabotar o atual governo de todas as formas, objetivando liberar o ex presidente Luís Inácio da Silva, atualmente preso por inúmeros crimes cometidos contra o povo brasileiro, e fazê-lo retornar ao poder com vistas a implantação definitiva do comunismo no Brasil e em muitos outros países do continente.
                                              Ademais, os últimos governos de esquerda, ao criarem inúmeras reservas indígenas, algumas delas em região de fronteira ou mesmo com parte em território nacional e parte em país limítrofe, possibilitaram a criação de verdadeiras nações indígenas dentro da nação brasileira, com autonomia de exploração mineral das suas áreas, à revelia do Estado Brasileiro. Em várias destas nações indígenas os brasileiros (inclusive autoridades) estão proibidos de penetrar, mas estrangeiros possuem livre trânsito.
                                               Os governos de esquerda que saquearam o Brasil nas últimas décadas, ao reduzirem o poder de nossas forças armadas, desmontarem nossa incipiente indústria bélica e desarmarem a população, para facilitar a implantação do comunismo (eufemisticamente chamado de socialismo bolivariano), infelizmente, deixaram o país totalmente vulnerável a uma ação externa como aquela que agora parece iminente.
                                                 Notem os leitores que durante os governos de esquerda tudo parecia correr normalmente bem, segundo a mídia, embora o Brasil estivesse em crise, a corrupção grassando solta, o país sendo vendido para potências comunistas, as dívidas de países africanos perdoadas e nossos recursos do tesouro sendo emprestados a juros subsidiados para países africanos e sul americanos (hoje inadimplentes), tudo em troca de propina para certas autoridades.
                                                    Empresas estrangeiras exploradoras de minérios e fabricantes de produtos para exportação, localizadas na Amazônia e em outros Estados da Federação, possuíam dutos clandestinos com os quais poluíam os rios da região e barreiras de contenção subdimensionadas, que acabaram por ruir provocando verdadeiras catástrofes ecológicas e ambientais. Onde estava a nossa mídia e a mídia externa enquanto estas coisas estavam sendo processadas ou ocorriam? Episódios que levaram anos sendo gestados nos governos de esquerda e que tiveram seus desfechos no início do governo Bolsonaro foram, maldosamente, a ele atribuídos pela mídia (mídia está que teve as verbas públicas, que recebia para fazer apologia dos governos de esquerda, cortadas pelo presidente Bolsonaro).
                                                O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Ernesto Araújo, repeliu, recentemente, às críticas recebidas pelas queimadas registradas na Amazônia. Durante a sua fala em evento realizado em Campo Grande, o chanceler brasileiro disse que "usam falsidades ambientais para enfraquecer o país. Nesses últimos dias, vemos claramente que o Brasil está sendo alvo de campanhas deslocadas de ataques ligados à questão ambiental. O Brasil está emergindo e muita gente não quer ver ele forte, saindo dos sonos de algumas décadas. Isso está muito na imprensa nacional e internacional justamente quando o Brasil está se afirmando como um ator de muito mais peso nas negociações comerciais. Nos preocupa, porque o que está saindo na imprensa consiste em coisas distorcidas, incorretas e que acabam prejudicando nosso esforço de construir uma nova presença do Brasil no mundo”. 
                                                  Enquanto os brasileiros se digladiam por questões ideológicas, o resto do mundo, ávido por nossas riquezas minerais e de biodiversidade, joga mais lenha nesta fogueira de paixões.
                                               Com forças armadas totalmente sucateadas e sem dotações orçamentarias a altura daquelas requeridas por uma oitava economia mundial como a nossa, com uma população totalmente desarmada propositalmente, nosso país é, hoje, uma presa fácil para aqueles que pretendem ocupar a região amazônica. 
                                             Não temos condições de impedir que isto venha a ocorrer nem de oferecer resistência. Em que pese a ufanista e propalada frase de que ‘A Amazônia é Nossa’, apenas a frase é nossa. Além das reservas indígenas, o território da Amazônia já foi, em grande parte, vendido para cidadãos ou empresas, estrangeiros; nela se localizando, segundo levantamentos do Exército Brasileiro e a ABIN, mais de 100.000 ONGs com escritórios ou representantes locais. 
                                                 A ocupação de fato, portanto, já está sendo feita nas últimas três décadas com a complacência de autoridades dos três poderes da república. Resta, agora, a ocupação de direito por potências estrangeiras, o que não deverá tardar muito.


_*/ Economista e Doutor pela Universidade de Madrid, Espanha.

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