segunda-feira, 1 de agosto de 2016

116. Uma possível explicação para a extinção da Ordem dos Cavaleiros Templários (ou Ordem do Templo)


Jober Rocha*


            A Ordem dos Cavaleiros Templários ou Ordem do Templo, consistiu em uma ordem de caráter militar da Igreja Católica Romana, criada no ano de 1118 (após as Cruzadas que, partidas da Europa Ocidental, entre os séculos XI e XIII, tentavam resgatar a Terra Santa/ Palestina/Jerusalém dos turcos otomanos).  Seu objetivo principal era o de garantir a segurança e proporcionar a infra-estrutura necessária para os peregrinos que, desde a Europa, ocorriam a Jerusalém. Chegou a possuir 10 castelos no Reino de Jerusalém, 03 no Condado de Trípoli, 03 no Principado de Antioquia, 01 na Itália, 15 na Espanha e 36 em Portugal, além de outros na França, em Chipre e em Malta. Vigorou até o ano de 1312, quando foi extinta. Contava com cerca de quinze a vinte mil membros e seu quartel-general ficava no Monte do Templo, em Jerusalém, onde, dizia-se, fora construído o antigo Templo de Salomão. A título de simples curiosidade, a cidade de Jerusalém, ao longo de sua história, foi destruída duas vezes, vinte e duas vezes assediada, cinquenta e duas vezes atacada e quarenta e quatro vezes capturada.
              Com a extinção da Ordem do Templo de Jerusalém e a morte na fogueira em uma das margens do Sena, próxima da Pont Neuf, na cidade de Paris, de seu grão-mestre Jacques de Molay, no dia 18 de março do ano de 1314, muitos destes cavaleiros templários refugiaram-se em Malta, em Chipre, na Espanha, em Portugal, na Inglaterra, na Escócia, na Suíça, na França e em outros países europeus.
                 John J. Robinson defende a ligação entre a Ordem do templo e a Maçonaria, em seu livro ‘Born in Blood: The Lost Secrets of Freemasonry’, no qual ele alega que alguns templários franceses fugiram para a Escócia, após a supressão da Ordem, temendo a perseguição da Igreja Católica e dos reinos europeus. Ele afirma que estes templários procuraram refúgio em uma loja maçônica escocesa em que começaram a ensinar as virtudes da cavalaria e da obediência, usando as ferramentas dos maçons operativos (pedreiros) como uma metáfora, e, eventualmente, começaram a receber "maçons especulativos" (homens de outras profissões, que não pedreiros), a fim de garantir a manutenção da ordem. De acordo com Robinson, a Ordem existiu em segredo, desta forma, até a formação da Grande Loja Unida da Inglaterra, em 1717.
                   A mensagem enviada pelo papa Clemente V (que havia confiscado as riquezas e as propriedades da Ordem, para cedê-las ao rei francês Felipe IV, responsável pela prisão de Jacques de Molay), para todos os reinos cristãos, era para que nenhum monarca desse abrigo aos mencionados cavaleiros; entretanto, muitos reis não obedeceram tal determinação (principalmente porque a Ordem do Templo era muito rica e os seus tesouros, embarcados em três navios que deixaram o porto de São João de Acre, na Galiléia, haviam desaparecido e alguns monarcas, mais ávidos, desejavam saber seus paradeiros). O rei de Portugal, D. Dinís deu abrigo a todos os templários que em seu reino se refugiaram, fundando, em 1319, com a autorização do Papa João XXII, a Ordem da Milícia de Jesus Cristo – Ordem de Cristo (da qual o rei era o grão-mestre e os remanescentes templários, lá acolhidos, eram os membros daquela nova ordem). 
                     A esta nova ordem pertenciam tanto às caravelas quanto as tripulações que, pela primeira vez, aportaram no Brasil sob o comando de Pedro Álvares Cabral. Nosso país foi, portanto, descoberto pela Ordem da Milícia de Jesus Cristo, que se apropriou, posteriormente, da maior parte das riquezas daqui extraídas. Coincidentemente, seus integrantes eram súditos portugueses e, como a ordem se localizava em território português, pode-se dizer oficialmente que o Brasil foi colonizado por Portugal; embora, grande parte das riquezas, daqui extraídas inicialmente, pertencesse a Ordem de Cristo, da qual o rei de Portugal era simplesmente o Grão Mestre. A riqueza daqui extraída, inicialmente, ao invés de ir para o tesouro português ia, assim, para o tesouro da Ordem de Cristo, cujo grão mestre, como já dito, era o rei de Portugal.
                         O longo contato, em Jerusalém, entre os Templários (cristãos pertencentes à Ordem do Templo), os judeus e os muçulmanos (ou Maometanos) árabes, acabou por fazer com que todos estes entendessem (já naquela época) que havia apenas um único Deus (e que este era o mesmo, embora cultuado até então isoladamente, pelas três religiões, como o único verdadeiro para cada um daqueles povos). Alguns dos responsáveis em Jerusalém, pelas três religiões ali praticadas, pensavam (segundo diversos historiadores, dentre eles Louis Carpentier) em unificá-las, de forma revolucionária e ecumênica, passando a cultuar um mesmo e único Deus. Foi nesta ocasião que a Ordem do Templo foi extinta e seus membros presos e perseguidos pela Igreja de Roma.
                        Duzentos anos mais tarde, em 1510, um filósofo, teólogo, médico, geógrafo, astrólogo e filólogo de grande cultura clássica, chamado Miguel Serveto, espanhol nascido em Villanueva, divulgou, novamente, a ideia dos antigos Templários de uma religião única para judeus, cristãos e muçulmanos. Serveto propunha uma solução aparentemente simples: a abolição dos dogmas da Trindade (que não fazem parte das chamadas Sagradas Escrituras). Suas idéias carrearam o ódio dos protestantes suíços e dos católicos europeus. Em 1553, ele foi preso e condenado pelo tribunal da inquisição da cidade de Vienne, na França. Conseguiu fugir e refugiar-se em Genebra, sob falso nome. Reconhecido mais tarde, foi condenado a fogueira e executado no dia seguinte ao da sua condenação. 
                   Por outro lado, o contato com a cultura judia e árabe, em Jerusalém, possibilitou aos Templários se inteirarem sobre a verdadeira história de Jesus (que não era considerado por estas duas culturas, nem como Deus nem como filho de Deus), mantida e disseminada através da literatura e das tradições judias e árabes. Uma vez dentro da Terra Santa, os Templários teriam colecionado informações através de seus contatos, muitas vezes pacíficos, com árabes e judeus, informações estas de um conteúdo tão desconcertante que desestruturou as suas próprias visões da vida.
                   Jesus, conhecido em árabe como ‘Isa’ ou ‘Isa ibn Maryam’ ("Jesus, filho de Maria"), é um dos principais profetas mencionados pelo Islã. De acordo com o Alcorão ele não é um ser divino. Existem notáveis diferenças entre o relato dos Evangelhos e a narração do Alcorão sobre a história de Jesus.
                   A virgindade de Maria é plenamente reconhecida pelo Islã. Jesus teria anunciado várias vezes na Bíblia a chegada de Maomé como o último profeta. O Alcorão não reconhece, explicitamente, a morte de Jesus e diz que “antes da morte ele foi substituído por outro, do qual nada é dito, enquanto Jesus ludibria os judeus”. 
                    O Alcorão, desde que surgiu, rejeita a trindade, considerada falsa, e se refere a Jesus como "Verbo de Deus", mas não o filho dele.
                   O judaísmo acredita, desde o início do cristianismo, que a ideia de Jesus ser Deus, ou parte de uma trindade ou um mediador de Deus, é heresia. O judaísmo também sustenta que Jesus não é o messias, argumentando que ele não cumpriu as profecias messiânicas da Tanakh, nem encarna as qualificações pessoais do Messias. O judaísmo afirma que Jesus não cumpriu as exigências estabelecidas pela Torá, para provar que ele era um profeta. E, mesmo que Jesus tivesse produzido um sinal que fosse reconhecido pelo judaísmo, afirma-se que nenhum profeta poderia contradizer as leis já mencionadas na Torá, o que os rabinos afirmam que Jesus fez. 
                    O Talmud faz menção a Yeshu Ben Pantera (às vezes Pantera é vertido como Pandira) ou Jesus filho de Pantera, nome de um religioso judeu considerado como um herege e associado por muitos estudiosos a Jesus de Nazaré. Jesus Bem Pantera era chamado assim por ser filho de um soldado romano chamado Pantera com uma donzela judia (Maria ou Mariamne).
                    A Mishneh Torá, escrita por Maimônides (ou Rambam), considerada uma das obras da lei judaica, diz que "Jesus é um obstáculo que faz a maioria do mundo errar, para servir a uma divindade além de Deus". De acordo com o judaísmo conservador, os judeus que acreditam que Jesus é o Messias "cruzaram a linha" para fora da comunidade judaica. E quanto ao Judaísmo reformista, o movimento progressista moderno, afirma: "Para nós, da comunidade judaica, alguém que afirma que Jesus é seu salvador já não é um judeu e sim um apóstata".
                     Robert Ambelain em seu livro ‘Jesus ou Le Mortel Secret des Templiers’ (Laffont Edit, 1970), afirma que a causa do extermínio dos Templários deve ser buscada nas suas descobertas e pesquisas em torno da figura de Jesus. Robert Amberlain oferece a seguinte versão em seu livro:
* Jesus era um líder zelote que lutava contra o domínio romano na Judeia e aspirava tornar-se rei;
* Possuía um irmão gêmeo,
* Maria Madalena era sua mulher e teve dele, pelo menos, um filho,
* Madalena e o filho de Jesus migraram para a Gália (França), onde seus descendentes tornaram-se reis da dinastia Merovíngia,
* Os copistas manipularam os textos evangélicos, para esconder a verdadeira natureza de Jesus,
* Os Templários conheciam a verdade sobre Jesus, razão pela qual foram exterminados.
                      O editor e escritor alemão Friedrich Nicolai, em seu ‘Versuch über die Beschuldigungen welche dem Templeordergemacht worden’ (Ensaio sobre as acusações feitas contra os templários e os segredos desse tipo), de 1782, foi o primeiro a argumentar que os Templários tinham uma doutrina secreta que havia sido transmitida pelos sarracenos, e um sistema de iniciação em graus diversos. Um católico conservador, Joseph von Hammer-Purgstall afirma que os Templários eram gnósticos, ofitas, apóstatas e idólatras.
                  A ideia de uma Ordem Templária esotérica é popularizada pelo filósofo alemão e anti-racionalista romântico Friedrich Schlegel (1772-1829), em sua ‘Histoire de la littérature ancienne et moderne’.
                Por outro lado, segundo o Wikipédia, “Alguns historiadores e autores têm tentado estabelecer uma ligação da Maçonaria, e os seus muitos ramos, com os templários. Esta alegada ligação continua a ser um ponto de debate. Graus no Rito Escocês Antigo e Aceito, como o Cavaleiro de Santo André, o Cavaleiro da Rosa-Cruz e o 32º Grau em Consistório, fazem referência a uma ‘conexão Maçônica-Cavaleiros Templários’; mas isso, geralmente, é julgado cerimonial e não um fato histórico”.
                    John J. Robinson defende a ligação templária-maçônica, em seu livro ‘Born in Blood: The Lost Secrets of Freemasonry’, já citado, no qual ele alega que alguns templários franceses fugiram para a Escócia após a supressão da Ordem, temendo a perseguição da Igreja e do Rei. Ele afirma que eles procuraram refúgio em uma loja maçônica escocesa, em que começaram a ensinar as virtudes da cavalaria e da obediência, usando as ferramentas dos pedreiros (maçons) como uma metáfora, e, eventualmente, começaram a receber "maçons especulativos" (homens de outras profissões, que não a de pedreiro), a fim de garantir a manutenção da ordem. De acordo com Robinson, a Ordem existiu em segredo, desta forma, até a formação da Grande Loja Unida da Inglaterra, em 1717. Um exemplo de simbolismo maçônico-templário, supostamente, pode ser encontrado na Capela de Rosslyn, propriedade dos primeiros Rosslyn, uma família com laços bem documentados na Maçonaria escocesa.
                     O caso também é relatado no livro de Michael Baigent e Richard Leigh ‘The Temple and the Lodge’.
                    Todavia, antes da extinção da Ordem do Templo, no ano de 1184, na região denominada Languedoc, ao sul da França (aquela mesma região onde Maria Madalena e alguns dos contemporâneos de Jesus teriam se fixado, após a suposta crucificação deste), no meio de um povo que vivia na região de Albi, denominado Cátaro, que tinha uma concepção do cristianismo diferente daquela imposta pela Igreja de Roma (certamente por haver convivido com Maria Madalena e os descendentes de Jesus), surgia uma oposição a Igreja Católica Romana. A igreja, em represália, promoveu uma expedição militar em que os Cátaros foram massacrados pelos exércitos da ordem dos dominicanos, na região do castelo de Montségur.
                   Segundo os Cátaros, era com o intuito de resgatar as centelhas divinas aprisionadas no mundo e nos homens, que se organizara na terra a verdadeira igreja de Cristo, a igreja cátara. Para isso, os cátaros precisavam afastar-se, tanto quanto possível, deste mundo e de seus atributos esforçando-se para se contaminar o mínimo possível com eles.
                    A resistência às sucessivas tentativas de reconversão da população local provocou a organização da Cruzada Albigense. Iniciada em 1209, a cruzada durou perto de 35 anos. Foi comandada por Simon de Montfort sob ordem do Papa Inocêncio III. Seus enviados estampavam uma cruz em suas túnicas e tinham por metas a absolvição de todos os pecados, a remissão dos castigos, um lugar a salvo no céu e, como recompensa material, o produto de todos os saques.
                      A primeira cidade a ser tomada foi Beziers, e o massacre foi quase que total. O abade de Citeaux, representante papal, ao ser questionado sobre como seriam reconhecidos os cátaros e os católicos, ele havia respondido: "Matem a todos... Deus se encarregará dos seus..."
                      Luís VIII, da França, também participou da Cruzada. Iniciada com a invasão de Beziers (1209), ela só teve fim após diversas batalhas (onde se destacam a de Muret, em 1213, e a de Toulouse, em 1218), logo após o Tratado de Meaux (1229), já sob o reinado de Branca de Castela. Na verdade, porém, Montségur permaneceu até 1244, como um dos últimos pontos de resistência. O último reduto cátaro, a cidade de Quéribus, foi tomada em 1256. A morte do “último cátaro” aconteceu em 1321, perseguido pela Inquisição liderada por Jacques Fournier, em Pamiers. Mais tarde, Jacques Fournier foi instalado como papa Bento XII e procedeu à construção do Palácio de Avignon, onde se estabeleceu o papado na França. Em 1233, entretanto, o Papa Gregório IX, havia editado duas bulas que marcaram o início do que podemos denominar de Inquisição e, nos séculos seguintes, ela julgou e condenou milhões de inimigos da Igreja de Roma, propagadores de heresias segundo esta. No ano de 1249 a Inquisição foi implantada no reino de Aragão e, mais tarde, com a união deste com Castela, a mesma transformou-se na Inquisição Espanhola, que vigorou de 1478 até 1834. Posteriormente, a Inquisição estendeu-se até a América. A Inquisição Portuguesa começou em 1536 e vigorou até 1821. A Inquisição Romana vigorou de 1542 até 1865.
                      As penas impostas pela Inquisição variavam do confisco de bens, perda da liberdade, torturas e pena de morte. Foram responsáveis pela morte, em todo o mundo, de seis milhões de mulheres (sem contar os homens) acusadas de blasfêmia, heresia, satanismo ou, simplesmente, por não acreditarem no que pregava a igreja católica apostólica romana e desejarem professar outra religião. Os métodos de tortura adotados durante a Inquisição destinados a obter a confissão dos acusados, foram desenvolvidos por dois padres dominicanos, Heinrich Kramer e James Sprenger, e constavam do manual conhecido como ‘Malleus Maleficarum - O Martelo das Feiticeiras’.
                     As igrejas protestantes também criaram tribunais religiosos de combate a heresias, na Alemanha e na Inglaterra.
                 Com a fuga dos cavaleiros templários (cavaleiros estes que, em contato com árabes e judeus, conheciam a verdadeira história de Jesus e da Igreja de Roma), para diversos países e regiões da Europa, após a extinção da Ordem do templo, as populações de alguns destes países e regiões, mediante o contato com estes cavaleiros templários, tomaram conhecimento da verdadeira história do cristianismo e passaram a descrer e a duvidar daquilo que era pregado pela igreja católica romana.
                      Assim, em diversos países da Europa começaram a surgir vozes discordantes, que precisavam ser silenciadas. Esta é uma possível explicação para tamanha violência representada pela Inquisição, que cometeu crimes dignos de Átila, Calígula, Hitler, Mussoline e Stalin. A violência e a crueldade, utilizadas pela igreja de Roma durante a inquisição, visavam (segundo os historiadores), ademais da apropriação dos bens dos condenados, impedirem que os conhecedores da verdadeira história de Jesus, ou aqueles que duvidavam da versão transmitida por Roma, contaminassem outras pessoas com as suas descrenças.
                      Laurence Gardner em Os segredos Perdidos da Arca Sagrada e em A Linhagem do Santo Graal (Madras, 2004) relata: “o bispo de Roma Teóphilus e seus fiéis cristãos afirmavam que a biblioteca de Alexandria era um local satânico e pecador, possuindo inúmeros registros históricos contrários ao credo da igreja e que precisavam ser destruídos”. 
                        No Wikipédia, encontramos que, “Sob o domínio do imperador Teodósius, a biblioteca de Alexandria (Serapeum) foi invadida e foram queimados todos os textos (mais de meio milhão de livros e documentos), deixando a igreja católica romana livre para criar sua própria história, para interpretar sua própria ciência e para estabelecer sua própria filosofia. Depois desta investida, os clérigos, sob a liderança de Cirilo, o Patriarca de Alexandria, se voltaram contra os próprios estudiosos, caçando-os e matando-os até 415 D.C”.
                      Pode-se notar que a igreja de Roma, a exceção de José e de Maria, nenhuma menção fez (e faz), com respeito aos demais familiares de Jesus, buscando, com isso, assumir o comando da nova religião e da nova igreja, criadas com base na vida e nos ensinamentos do cristo. Por direito, se realmente Deus houvesse escolhido determinada família para enviar seu filho ao planeta Terra, nada mais justo que, na eventual morte deste, sua família se constituísse em herdeira e sucessora de uma possível religião (ou igreja) surgida em decorrência de seus ensinamentos. Ninguém mais, além dele e de sua família (escolhidos por Deus), poderia, a rigor, falar em nome do Criador como falam as autoridades da igreja de Roma. Em termos jurídicos, atuais, podemos considerar que, no mínimo, se tratou de uma apropriação indevida, sem respeito aos direitos autorais e de exploração de imagem; posto que, os imensos recursos amealhados após a criação da igreja de Roma (usando os ensinamentos e a imagem de Jesus), que possibilitaram a construção do Vaticano e de milhares de igrejas em todo o mundo, além da imensa fortuna acumulada em obras de arte, livros raros, propriedades, empresas, bancos, ações, dinheiro, etc., pertencentes a igreja), nunca foram repartidos com os seus familiares e descendentes, existentes desde a época do surgimento da igreja de Roma. 
                      Esta buscou apresentar o discípulo de Jesus, Pedro, como seu sucessor e primeiro Papa. Todavia, alguns autores afirmam que Pedro, morto crucificado de cabeça para baixo, nunca esteve em Roma, e em Matheus XVI: 23, encontramos Jesus dizendo à Pedro: “Vá para trás de mim Satanás! ”Tu estás sendo para mim uma pedra de tropeço, pois não tens em mente as coisas de Deus, e sim, as dos homens”! Contraditoriamente, ainda em Matheus XVI: 18,  Jesus diz: “Por isso, eu te digo: tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as forças do inferno não poderão vencê-la”. Salvo erro, omissão ou acréscimo posterior, a incoerência flagrante em Matheus XVI, mostra Jesus como um ser humano comum, deixando-se levar pela cólera e contraditório, como todo ser humano.
                     Rosière em seu livro ‘O Mito Jesus – A Linhagem’ (Novo Mundo, 2009), afirma que, partindo de Jesus e de Madalena, inúmeras famílias com ramos colaterais se formaram ao longo do tempo. As principais, seriam as dinastias Plantageneta e Merovíngia. O autor, em um trabalho de Hercules, levantou as principais descendências de Jesus e de Madalena (por 67 gerações) até os dias atuais, descendências estas que podem ser encontradas em seu livro. 
                    Segundo o autor, “Recentemente, um membro ativo da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, de nome Vern Grosvenos Swanson, publicou, na esteira de outros autores, o livro intitulado ‘Dinasty of the Holy Grail: Mormorism’s Sacred Bloodline’ – Dinastia do Santo Graal: Linhagem Sanguinea dos Mórmons. Ainda que a teoria de Swanson não seja compartilhada pela Igreja dos Últimos Dias, ele afirma: ‘Meu livro é o primeiro que realmente examina profundamente a posição dos mórmons... e deseja levantar novas questões, ainda que nem todos estejam felizes com a premissa central’ ”.
                   “Sobre essa premissa, Brigham Young, discipulo de Joseph Smith e segundo presidente da Igreja dos Últimos Dias, escreveu em 1859: Escondido na linhagem sanguinea de muitos seguidores da Igreja dos Últimos Dias corre o sangue de Israel por muitas direções, inclusive o do Salvador. Mas é especificamente através da linhagem sanguinea de Cristo, por intermédio de Joseph Smith, que todos os membros da Igreja são herdeiros ao direito legal da promessa”.
                    “Anos depois, em 1899, George Q. Cannom, apóstolo da mesma igreja, afirmou em uma assembléia de um templo em Salt Lake City: Existe nessa assembléia alguns que são descendentes dos doze apóstolos e, posso dizer também descendentes do próprio Salvador. Sua semente está representada neste grupo de homens”.
                     “Ainda que Swanson afirme que não pode provar que o primeiro presidente da Igreja dos Últimos Dias fosse um descendente de Cristo, ainda que ele afirme não possuir provas cabais, ele diz que possui evidência secreta que ninguém mais possui e admite que Jesus tenha sido pai de vários filhos e que milhões de seus descendentes poderiam estar vivos hoje. Contudo, mesmo não tendo prova cabal, ele afirma que Joseph Smith e outros lideres da sua Igreja, são capazes de traçar setenta e cinco gerações desde Cristo até eles, um número muito próximo daquele encontrado por mim, de 67 gerações, o que não é de estranhar por ser a Igreja dos Últimos Dias um banco de dados genealógicos mundial, contendo, inclusive, a própria genealogia de Joseph Smith em seu site na internet”.

_*/ Economista, M.S. e Doutor pela Universidade de Madrid, Espanha.


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