terça-feira, 16 de agosto de 2016

121. A Efeminação do Ocidente**

Jober Rocha*


             A recente invasão da Europa por levas de refugiados islâmicos, oriundos da Síria e de outras nacionalidades, tem acarretado efeitos danosos à vida social das populações europeias. Assim é que, em razão de costumes e de religião diferentes, os refugiados, ao invés de se adequarem aos novos costumes daqueles países que os abrigaram (e até agradecerem por esta fraterna e generosa acolhida), querem impor os seus próprios costumes e a sua própria religião aos territórios onde foram recebidos, violando, freqüentemente, as leis destes países. São inúmeros os casos de homens e mulheres agredidos (e estas muitas vezes estupradas) nas ruas dos países europeus, por muçulmanos, sem que eles tenham, sequer, contado com a proteção do Estado ou mesmo dos demais homens locais. Os países europeus que receberam refugiados estão, praticamente, sem saber o que fazer com tanta gente perambulando pelas ruas, sem empregos, sem destino e agredindo os naturais (notadamente as mulheres), muitas vezes roubando, delinquindo e matando.
               Razões, para esta falta de ação por parte do Estado e dos homens locais, podem ser buscadas (e talvez encontradas) em várias hipóteses, algumas datadas do tempo do filósofo Nietzsche e outras delas mais pós-modernas. 
               Nietzsche, em sua obra Genealogia da Moral, distingue duas classes de seres humanos: a dos senhores e a dos escravos (a aristocracia e a plebe). Pertencentes a classe dos senhores duas categorias distintas competiriam, entre si, pelo poder: a dos guerreiros (que praticava as virtudes do corpo) e a dos sacerdotes (que praticava as virtudes do espírito). Desta competição e rivalidade, surgiram duas morais distintas: a dos senhores, oriunda dos guerreiros, e a dos escravos, oriunda dos sacerdotes. Na luta pelo poder, historicamente, os sacerdotes acabaram por aliar-se aos escravos, para, sobrepujando os guerreiros, ocupar o lugar dos senhores. Assim, segundo o filósofo, surgiu uma nova moral, implantada pela religião mediante a transvaloração dos valores naturais. Foi esta nova moral que possibilitou à Igreja, desde então, coroar os reis e os imperadores; posto que estes, agora, rezavam pela cartilha desta. 
                Segundo, ainda, o filósofo, a análise do que é bem ou é mal, estabelecida pela religião, iria contra os valores naturais e nobres daqueles que, por seus atributos naturais, desde o princípio dos tempos, detinham o poder e a posse dos bens terrenos. Ao estabelecer, a partir de sua impotência e do seu ressentimento, a valoração dos conceitos de bem e de mal que beneficiariam os chamados escravos, em detrimento dos denominados senhores, a religião praticou uma transvaloração destes valores, convertendo em mal aquilo que antes era bem e em bem o que antes era mal. Para o filósofo, vontade e poder não se separavam. Os fracos, segundo ele, a partir do estabelecimento destes valores morais, ocultariam a impotência com a máscara do mérito e da bondade. A baixeza transformar-se-ia em humildade, a covardia em paciência. Os fracos, ainda segundo Nietzsche, seriam, conforme esta transvaloração, os justos que odiariam a injustiça. Assim, a moral estabelecida com base em critérios religiosos e não mais em critérios naturais, como nos primórdios, seria algo contra a Natureza do ser humano, negando a realidade da vida e justificando-se em critérios supostamente divinos. A classe dominante, a partir de então, pela aceitação e pela adoção desta mesma moral estabelecida pela religião, passou a sofrer de má consciência e criou a ilusão de que deter o poder, acumular riqueza e mandar, era algo que devia ser considerado errado. Para o filósofo, a vida humana consistia apenas em vontade de poder, de dominação e, em última instância, em vontade de potência. As verdadeiras virtudes para ele eram: o orgulho, a alegria, a saúde, o amor sexual, a amizade, a veneração, os bons hábitos, a vontade inabalável, a disciplina intelectual e a vontade de poder. Ele era contrário a qualquer tipo de igualitarismo e, até mesmo, à ideia do Imperativo Categórico, de Immanuel Kant. Como ateu, era contrário ao estabelecimento da moral por critérios religiosos.
                    Na pós-modernidade, no ocidente cristão, o feminismo militante; o anti-belicismo; a tipificação do assédio sexual como crime; a educação dos filhos homens pelas mulheres, que querem que eles vejam a vida como elas vêem; a insegurança masculina sobre a sua própria masculinidade, incentivada pela ideologia de gênero divulgada nas escolas; a implantação do comportamento politicamente correto; a legislação referente aos direitos humanos; a legislação referente aos direitos dos homossexuais (inclusive com relação aos casamentos e adoções); tudo isto, junto, teve o efeito perverso de deixar o ocidente em posição mais vulnerável que o oriente, notadamente neste caso presente dos refugiados islâmicos, para os quais as leis ocidentais nada valem. Os comportamentos adotados no ocidente, mencionados anteriormente, teriam, assim, efeminado os homens europeus frente aos árabes.
                  Nos países árabes islâmicos (como nos morros cariocas) o que vale é a lei do mais forte. Igreja, Estado e Sociedade, são regidos por uma só lei. A mulher é considerada um ser inferior e deve obedecer ao homem, ao contrário das leis e da visão ocidental. O fanatismo religioso considera ser dever ‘daquele que se submete’ (significado de islã), eliminar fisicamente os hereges (qualquer um que não seja muçulmano). A escritora Ayaan Hirsi Ali, em seu livro “Por que o Islã precisa de uma reforma Imediata”, menciona que na história islâmica a terra controlada pelo islã é chamada de ‘Dar al-Islam’ (a morada do islã). A terra controlada por não muçulmanos é chamada de ‘Dar al-Harb’ ( a morada da guerra). Em razão disto, os grupos islâmicos de refugiados (mesmo tendo sido acolhidos, inicialmente, com respeito e fraternidade por grande parte da população européia), têm aplicado a JIHAD (guerra mundial contra os cristãos), nos territórios aonde se instalaram, em uma verdadeira Cristofobia pouco divulgada pela mídia do ocidente, que dá mais ênfase a Islamofobia ocidental. 
          Nos próprios países onde foram acolhidos, os refugiados implantam a SHARIA (caminho), que é um conjunto de regras comportamentais e legais, segundo creem, dado por Deus aos homens, para que organizassem as suas vidas e é, portanto, uma lei universal. A obediência à SHARIA, assim, não seria obrigatória, apenas, para os islamitas, mas, para todos os seres humanos.
               Pelas razões expostas, nota-se certa fraqueza da parte dos políticos europeus face ao comportamento anti-social e, muitas vezes, ilegal dos refugiados, fraqueza esta percebida por eles que, a cada dia, ocupam mais espaço (político, econômico e social) nas cidades dos países para onde imigraram. Acresce, ainda, que a culpa por estas invasões dos “novos bárbaros” em direção à Europa, é devida às políticas imperialistas dos USA e da Rússia, em busca do domínio de fontes de energia e de estratégias geopolíticas. Todavia, estes dois países não receberam as levas de refugiados que promoveram com seus conflitos; levas estas que acabaram desaguando nos países europeus.
                     Se a Europa não reagir à altura submetendo estes refugiados e imigrantes às suas leis, em breve, perderá totalmente o controle da situação, notadamente considerando que as taxas de fecundidade e de natalidade entre a população de origem árabe, são muito maiores do que as da população européia. Na França de hoje, quarenta por cento dos nascimentos se dão entre famílias árabes. O ocidente, notadamente na Europa, necessita de uma nova transvaloração de valores (como aquela mencionada por Nietzsche), enfatizando a virilidade, a honra e a coragem; pois, do lado de lá (da JIHAD islâmica), são estes os valores que contam... 


_*/ Economista, M.S. e Doutor pela Universidade de Madrid, Espanha.

_**/ Publicado na Revista da Aeronáutica, nº 294, Rio de Janeiro, 2016.
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