quinta-feira, 3 de outubro de 2019

305. Os novos e os velhos parasitas


Jober Rocha*




                                     Conforme notícias recentes da Mídia, um parasita microscópico, que até hoje não tinha sido identificado pela ciência, já infectou mais de uma centena de pessoas no Nordeste, causando lesões graves no organismo e matando pelo menos um desses pacientes.
                                                     Segundo a Mídia, a análise do DNA do micro-organismo revelou que se tratava de um parasita novo, cujos parentes mais próximos não costumam atacar os humanos.

- Mas que diabo será isso? – Teria indagado um pesquisador, quando análises iniciais de DNA indicaram que o micro-organismo não tinha parentesco próximo com as demais formas já conhecidas.


- Atualmente já percebemos que, enquanto o Leishmania é mais alongado e tem um flagelo (cauda) comprido, o novo parasita é mais achatado, com flagelo mais curto! — Teria dito outro pesquisador. 

                                                   É, pois, opinião no meio científico brasileiro, que, talvez, estejamos diante de um grande problema, em razão da presença deste novo agente infeccioso para o qual a ciência ainda não dispõe de terapêutica adequada.

                                                  Se a ciência Biológica está com este enorme problema, o que diríamos então da ciência Política? 

                                                 É fato notório que inúmeros parasitas, descendentes dos primeiros surgidos após a proclamação da república, que conseguiram se acastelar no governo em razão de nepotismo ou de alguma sinecura, têm se reproduzindo, desde então, de forma endêmica, sem, contudo, chegar a destruir seus hospedeiros governamentais conforme reza a boa tática parasitológica.
                                                         Notem, ademais, que, de forma similar aos novos parasitas biológicos, os parasitas políticos também buscam reduzir seus flagelos (rabos), mantendo-os, espertamente, ainda presos; de modo a que seja difícil identifica-los como pertencentes a alguma das diversas quadrilhas que infestam a nossa administração pública.
                                                De tanto que se proliferaram, o Estado brasileiro corre o risco de ter que parar as suas atividades por falta de numerário. Que os novos governantes encontrem um novo medicamento que consiga, ao menos, manter a infestação sob controle, sob pena da paralisia total de todas as nossas instituições republicanas...



_*/ Jober Rocha é Doutor pela Universidade de Madrid, Espanha.

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