terça-feira, 22 de outubro de 2019

313. Lugar de barata é na fossa**


Jober Rocha*



                                 Segundo a imprensa um caminhoneiro do município de Enéas Marques, no Paraná, explodiu o quintal da sua casa, ao tentar matar baratas em uma fossa, com gasolina e fogo. O fato foi registrado pelas câmeras da casa em 18.10.19.
                                         Não é preciso ser um entomologista, para saber que insetos buscam cantos escuros e úmidos para viver escondidos durante a maior parte das suas vidas. Dentre estes locais, um dos mais preferidos pelas baratas é a fossa, por ser isolada, pouco ou nunca visitada pelos seres humanos e por conter alimentos que podem ser extraídos dos dejetos humanos.
                                                    O mesmo se passa com os marginais, sejam eles de colarinho branco, de colarinho sujo, sem colarinho ou, até mesmo, descamisados. Todos eles necessitam ter suas atividades escondidas dos olhos dos demais seres humanos, para sobreviver. Como suas atividades estão sempre à margem das leis, como as da barata estão à margem da rapidez da vista humana, eles buscam as sombras, o anonimato e a dissimulação, para perpetrarem suas ações criminosas.
                                                 Baratas e marginais existem em todos os lugares do planeta. Os países mais desenvolvidos aprenderam a conviver com eles, mantendo-os sob controle. Relativamente às baratas, desenvolveram inseticidas potentes, criaram empresas especializadas na aplicação de inseticidas e leis que obrigam todos os imóveis e meios de transporte públicos a, periodicamente, serem desinfetados. Com respeito aos segundos, punindo com rigor o crime, seja ele qual for e quem quer que o tenha cometido.
                                         A complacência e a tolerância com baratas e com criminosos, só traz prejuízos para os indivíduos e para a coletividade. É certo que, tanto uma quanto o outo, temem a presença do cidadão atento, vigilante e de ação rápida. Como jamais acabaremos com eles, ao menos que os mantenhamos confinados nas fossas.


_*/ Economista e doutor em Economia.
_**/ Texto publicado no Jornal O Vale Gazeta. S. José dos Campos, SP. 30.10.2019

Nenhum comentário:

Postar um comentário