235. Uma breve História sobre o Brasil
ou
De como o povo brasileiro é tão bonzinho, não sabe votar e é tão bobinho...
Jober Rocha*
Há 40 anos, em dezembro de 1977, o jornal Pasquim estampava em sua primeira página a celebre frase “Brasileiro é tão bonzinho...” frase esta proferida à época pela atriz Kate Lyra, que fazia a americana inocente em programas de humor na TV. Na capa, Kate reproduzia a velha frase que costumava dizer em seus programas e o jogador Pelé, retrucava: “É, mas não sabe votar…”. Eu acrescentaria, hoje, ainda, a frase: “E, ademais, é tão bobinho...”
A notícia que li em um jornal da WEB, hoje pela manhã era a seguinte: “Começa a guerra do século 21 entre USA e a China e o Brasil e a América Latina são palcos dessa disputa; China é o maior parceiro do Brasil, mas golpistas vendem o país aos USA”. Esta manchete deixou-me pensando em como o povo brasileiro consegue ser tão bobinho, a ponto de um jornalista publicar uma notícia como esta?
Em primeiro lugar, o brasileiro médio imaginou, há anos atrás, que os governantes que assumiriam o poder no Brasil após o movimento militar de 1964, fazendo uso de técnicas de neurolinguística em suas campanhas, eram honestos de formação. Em segundo lugar, os eleitores pensavam que as medidas de cunho político e econômico que eles adotariam seriam, sempre, movidas por sentimentos outros que não os de seus próprios interesses partidários ou pessoais.
Alguns fatores geoestratégicos, históricos, sempre nos aproximaram e, também, nos afastaram dos USA. Com respeito à China e à Rússia, no entanto, apenas as velhas amizades dos antigos opositores ao movimento militar e guerrilheiros que assumiram o poder em passado recente (alguns deles hoje fora do poder e na prisão, condenados por desvios de dinheiro público); bem como os favores que deviam aos países que os apoiaram com recursos financeiros e treinamento durante a guerrilha, nos aproximam.
Explico-me melhor, rogando aos meus queridos leitores um pouco mais de paciência do que aquela que, tradicionalmente demonstram perante os textos que escrevo; pois este assunto é interessante e, realmente, extenso:
Os USA foi o primeiro país a reconhecer a independência brasileira e os inconfidentes mineiros, no século XVIII, mantiveram contatos com o presidente Thomas Jefferson em Paris, tentando angariar apoio para o seu movimento no Brasil.
O próprio Tiradentes, segundo relatos históricos não comprovados, teria ido aos USA entrevistar-se com o presidente Jefferson. Ademais, em uma carta enviada ao Congresso dos EUA, o político norte-americano defendia a instalação de um governo republicano no Brasil: “Eles consideram a revolução norte-americana como um precedente para a sua. Pensam que os Estados Unidos é que poderiam dar-lhes um apoio honesto e, por vários motivos, simpatizam conosco. No caso de uma revolução vitoriosa no Brasil, um governo republicano seria instalado” – declarava o político em sua carta.
Desde aquela data as nossas relações de amizade, com os USA, têm sido intensas e profícuas, embora pela nossa grande extensão territorial, riqueza de fauna, flora, minerais, petróleo e água, possamos ser considerados como uma ameaça potencial à hegemonia continental norte-americana.
Um aspecto histórico que, realmente, pode ter diferenciado as características psicossociais existentes entre as populações destes dois grandes países, foi o de que os nossos colonizadores (ao contrário daqueles da América do Norte, que eram pessoas de boa índole e caráter, que foram para ficar, crescer e enriquecer junto com o novo país), quase sempre de má índole e caráter (veja que as prisões foram esvaziadas em Portugal e os prisioneiros trazidos ao Brasil para povoá-lo), aqui vieram para explorar o território conquistado em benefício próprio e da matriz e pensavam, individualmente, apenas, em retornar para a mesma tão logo seus objetivos fossem alcançados.
Aqueles europeus que aqui ficavam por mais tempo, ou mesmo definitivamente, o faziam quase sempre por obrigação e não por vontade própria. Com isso, os laços que os prendiam a esta terra, ao invés de afetivos, eram apenas comerciais e espoliatívos, visando, quase que exclusivamente, à obtenção de riquezas. Podemos destacar a vinda da família real (D. João VI com toda a sua corte) para o Brasil, em 1808, fugindo das tropas napoleônicas que invadiram Portugal; para onde pretendiam todos voltar (e realmente voltaram) tão logo cessasse aquela ameaça francesa.
O Brasil, de simples colônia, passou, na ocasião, a ser a sede da monarquia portuguesa. Todavia, logo que a ameaça cessou, todos retornaram para Portugal, em 1821, deixando aqui como regente, a contragosto deste, D. Pedro I, filho do monarca português. Com a vinda da família real portuguesa para o Brasil, em paralelo à nobreza de sangue de origem portuguesa, vitalícia e transmitida para os sucessores, conviveu uma ‘nobreza brasileira’ (oriunda de favores prestados à família real em nosso país), vitalícia, mas não transmitida aos descendentes daqueles poucos felizardos agraciados com os novos títulos de condes, viscondes, marqueses e barões.
Parecem já haver ocorridos, desde aquela época, alguns casos de ‘malfeitos’ praticados contra o tesouro real, conforme era costume antigo em Portugal, relatado no livro anônimo ‘A Arte de Furtar’, surgido em 1744 e falsamente atribuído ao padre Antônio Vieira, mas, na realidade, de autoria de Antônio de Sousa Macedo. Entretanto, em que pese à existência desta nobreza da terra, bem como de uma crescente população de naturais, tudo aquilo que era oriundo da ‘Terra Brasilis’ (nome do nosso país que aparecia em alguns mapas antigos) era depreciado, a começar pelos próprios brasileiros aqui nascidos e pelos poucos produtos aqui fabricados.
Em contrapartida, tudo o que chegava da Europa, fossem pessoas ou mercadorias, era disputado e valorizado. A língua de ‘bom tom’ falada pelos intelectuais, pela nobreza e pela rica burguesia, era o francês; bem como, a Literatura que liam era também de origem francesa em sua maior parte. Os vinhos que estas categorias consumiam e até as roupas que usavam, os utensílios de casa e as armas que portavam, eram, em sua quase totalidade, originários da Europa. Talvez pelo fato das três categorias anteriores (intelectuais, nobres e ricos burgueses), serem formadoras de opinião, as populações das cidades e dos campos passaram, também, a valorizar e a desejar os produtos e as novidades que vinham de fora do país.
O escritor Nelson Rodrigues bem caracterizou este comportamento, denominando-o ‘síndrome ou complexo de vira-latas’; isto é, segundo a sua definição: "a inferioridade em que o brasileiro se coloca, voluntariamente, em face do resto do mundo".
Outras interpretações históricas que vinculam as características do nosso povo, mencionadas no início do presente texto, ao clima tropical, podem, por sua vez, ter realmente algum valor; já que, as populações de diversos países vizinhos, sob as mesmas condições climáticas que o Brasil, embora colonizados por outro povo, o espanhol, possuem algumas características psicossociais bem semelhantes às nossas.
Relativamente às raças que povoaram o Brasil (índios, negros de origem africana, amarelos de origem asiática e brancos originários da Europa), têm elas as mesmas origens daquelas que povoaram os Estados Unidos e, portanto, as diferenças psicossociais existentes entre os povos destes dois países, não devem ser atribuídas à componente racial. Por outro lado, a extensão territorial e a quantidade e qualidade dos recursos naturais, também são semelhantes entre ambos os países e, assim, estas outras variáveis não parecem também constituir a fonte de todas as nossas enormes disparidades. Os colonizadores que aqui aportaram, volto a dizer, sempre mantiveram os olhos e o pensamento na matriz, para onde esperavam retornar algum dia; ao contrário daqueles dos USA, que desejaram construir seus futuros naquele novo continente, sendo esta a variável explicativa mais importante, em minha maneira de ver este assunto.
A denominada ‘Doutrina Monroe’, apresentada ao congresso americano pelo presidente dos Estados Unidos da América do Norte, James Monroe, no ano de 1823, resumida na frase ‘A América para os Americanos’, consistia nos três pontos, mencionados a seguir: A não criação, pelos europeus, de novas colônias na América; a não intervenção, pelos europeus, nos assuntos internos dos países americanos; e a não intervenção dos Estados Unidos em conflitos relacionados aos países europeus.
O ‘Destino Manifesto’ (doutrina que justificou o expansionismo norte-americano, interna e externamente ao seu território) legitimou, desde o início, a ambição e o interesse político e econômico daquele povo (a compra da Louisiana, da Flórida, do Alaska, a conquista do Texas, etc.). Assim, a sociedade norte-americana esteve sempre mobilizada em torno de conquistar novas terras e prosperar. O presidente James Buchanan declarou, em seu discurso de posse em 1875: “A expansão dos Estados Unidos sobre o continente americano, desde o Ártico até a América do Sul, é o destino de nossa raça (...) e nada pode detê-la”.
Nossas primeiras elites portuguesas e brasileiras (que foram seguidas pelas demais), por sua vez, contentaram-se com as dimensões continentais do Brasil, depois de concluídas as entradas e bandeiras, que procuraram defender da secessão e da cobiça de vizinhos hostis de origem hispânica, conforme podemos constatar estudando a nossa história. Note-se que, enquanto a ambição dos norte-americanos sempre foi a de expandir-se por todo o continente americano e pelo resto do mundo, o anseio dos brasileiros sempre foi o de, apenas, defender-se de países estrangeiros vizinhos, objetivando manter os limites de nossas fronteiras.
Os poucos territórios que conquistamos destes países fronteiriços, tinham por objetivo apenas ampliar as nossas defesas (vide o caso da criação dos territórios federais, vinculados ao governo central) e não um objetivo imperialista. Não é por outra razão que, enquanto a Doutrina de Defesa Norte-Americana diz que seu objetivo é o de “defender os interesses norte-americanos em qualquer parte do mundo”, o objetivo da Doutrina de Defesa Brasileira é o da “não intervenção e da solução pacífica dos conflitos”.
Não entraremos no mérito do grande desenvolvimento norte-americano, relativamente aos demais países do mundo, motivado pelas duas guerras mundiais; posto que, quando deste envolvimento os USA já era uma potência mundial e apenas consolidou e ampliou o seu poder, notadamente após a Conferência de Yalta.
Um grande país com um povo de características fracas (como o nosso, por exemplo), próximo de outro grande país cujo povo possui características fortes (como o deles, por exemplo), está fadado a se tornar vassalo daquele outro; tanto de forma política e econômica quanto, eventualmente, cultural. É este, na realidade, o nosso caso com relação aquele grande país do Norte.
Isto é apenas uma constatação que faço e não um juízo de valor sobre a natureza desta vassalagem em si; isto é, se a vassalagem a um país próximo como os USA é melhor ou pior do que a vassalagem a um país distante como a China ou a Rússia, se a vassalagem a um determinado povo (o Anglo Saxão) é melhor ou pior do que a vassalagem a outro (o Chinês ou o Eslavo) ou se a vassalagem prestada a um país ocidental (como os USA, que adota a religião cristã) é melhor ou pior do que aquela concedida a um país oriental (como a China, que adota outras religiões, distintas da cristã; ou como a Rússia, que não adota nenhuma religião).
Digo isto porque, na atualidade, os países da América Latina, através da recém-criada União das Nações Sul Americanas – UNASUL e da Escola Sul Americana de Defesa – ESUDE (sem nenhum debate interno com a nossa sociedade, em suas casas legislativas e no parlamento, e com as nossas forças armadas), teriam como objetivo a troca da nossa vassalagem aos USA pela vassalagem à Rússia e/ou à China, através da adoção de uma ideologia marxista denominada Socialismo Bolivariano ou apenas Bolivarianismo.
O fato é que a nossa vassalagem está bem clara, pois jamais fomos um país verdadeiramente independente, restando-nos, apenas, caso fatores geopolíticos conjunturais o permitissem, que escolhêssemos os nossos senhores do momento. Isto é o que ocorreu mediante o recuo dos USA na América Latina, ao final da Guerra Fria, permitindo a entrada dos chineses, não só aqui, mas em todo o mundo ocidental, com suas mercadorias de R$ 1,99 e com seus planos estratégicos para aqui se instalar, e ficar por muito tempo no Hemisfério Sul, já que possuímos uma agricultura forte e minerais estratégicos que lhes faltam.
Voltando à história do nosso continente (já que nos adiantamos um pouco no parágrafo anterior), verificamos que, tendo os países latinos da América se libertado de seus colonizadores europeus, com o fim das colônias e as suas transformações em países (supostamente independentes), saíram todos, assim, da esfera de influência de Portugal e da Espanha e passaram, a partir de então, a estar submetidos à esfera de influência dos USA, país mais poderoso das Américas, pelas razões já expostas. Dentro desta esfera de influência norte-americana, participamos juntos da Primeira e da Segunda Grande Guerra, da Missão de Paz na República Dominicana, da Missão de Paz em Suez, em Moçambique, em Angola, no Equador/Peru, no Timor Leste e no Haiti.
Inúmeras empresas norte-americanas instalaram-se em nosso país; inúmeros estudantes universitários brasileiros estudaram em universidades norte-americanas, onde fizeram o mestrado e o doutorado. A segunda língua mais importante aqui falada é o inglês; o principal destino dos brasileiros que saem do Brasil para viver no exterior são os Estados Unidos, de acordo com os dados consolidados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ademais, os USA é o país que mais recebe turistas brasileiros, com cerca de 2,2 milhões anuais. As Ciências aqui praticadas, notadamente a Medicina, a Engenharia, a Economia, a Odontologia, a Informática, por exemplo, são, em sua maioria, lastreadas em conhecimentos e pesquisas norte-americanas. A maioria dos filmes projetados no Brasil é de origem norte-americana, bem como os livros técnicos e de literatura traduzidos para o português. As técnicas desenvolvidas na maioria dos esportes e aqui adotadas são de origem norte-americanas.
Com os chineses e os russos, não possuímos nada em comum, a não ser a ideologia marxista (já superada na própria Rússia) de muitos de nossos políticos e de ex-dirigentes, hoje respondendo a inquéritos por malversação de recursos públicos. Dizem que o partido comunista chinês está apoiando a candidatura presidencial de um dos candidatos a eleição de outubro, embora eu pense que isto viole a nossa constituição. Durante os últimos governos de esquerda o Brasil procurou se aproximar de países árabes e países comunistas, buscando diversificar a pauta de exportações e reduzir a dependência comercial dos USA. Ocorre que a tecnologia de que necessitamos não é encontrada nem nos países árabes nem na China ou na Rússia e, com isto, a nossa balança comercial fica deficitária com os USA.
Outros exemplos, que confirmam a magnitude da nossa tradicional dependência e subserviência aos interesses externos, consistem nos fatos de que firmamos todos os acordos internacionais referentes ao meio ambiente; bem como a não proliferação de armas nucleares e a criação de reservas indígenas autônomas, nas áreas ricas em minerais estratégicos, na frente da maioria dos demais países latino americanos, muitos dos quais ainda não os firmaram até hoje e nem irão firmá-los no futuro. Fomos o primeiro país no mundo a propor, voluntariamente, a redução da emissão de gás carbônico, sacrificando, com isso, nosso desenvolvimento econômico.
Embora estes feitos tenham um forte apelo junto à opinião pública interna e externa, países que poluem a atmosfera muito mais do que o nosso não reduziram as suas emissões; pelo contrário, as aumentaram. Outros países com populações indígenas como as nossas, não concederam imensos territórios ricos em minerais estratégicos e biodiversidade (bem como a autonomia sobre estes territórios) para as suas populações indígenas, mas, sim, procuraram integrá-las na vida econômica e absorvê-las na vida social do país. Nosso congresso votou, em passado recente, lei proibindo explosões nucleares (nossas, não as alheias) com quaisquer finalidades (mesmo as pacíficas) em nosso território, exclusivamente por pressão externa, desativando, também, nosso programa nuclear e nossa indústria bélica; muito embora, sejamos um dos poucos países do mundo a possuir reservas de urânio e tecnologia de enriquecimento própria. Dois outros países que também tinham programas nucleares com fins supostamente pacíficos, semelhantes aos nossos, não os desativaram em razão das pressões sofridas (como fizemos em razão daquelas que recebemos) e, atualmente, estão próximos de concluir ou já concluíram os seus programas. Ademais, permitimos e facilitamos a criação e a instalação em território nacional, de um sem número de Organizações Não Governamentais – ONG’s, muitas delas cujas principais missões são as de levantar, mapear e explorar nossos recursos naturais e minerais; de tentar organizar movimentos separatistas; de promover a luta de classes e a implantação de ideologias externas de cunho marxista e de servir de caixa dois para o desvio de recursos públicos, por políticos e seus partidos. Nossas fronteiras são violadas diariamente, para o transito de pessoas sem passaporte, para o contrabando e para o tráfico de armas.
O povo brasileiro, em sua maioria, como sempre, tão bonzinho e tão bobinho, acredita que somos totalmente livres para decidir sobre os nossos destinos; que as eleições são honestas e sem nenhuma manipulação; que os políticos e governantes são todos cheios de boas intenções e patriotas; que não dependemos de nenhuma instituição, de nenhum país ou de nenhuma personalidade externa, para traçar nossas diretrizes de política, internas e externas.
Com respeito à notícia da WEB de que eu falava no início deste texto, o jornalista argumentava que havia começado a guerra geopolítica do século 21, entre os USA e a China e que o Brasil e a América Latina eram palco dessa disputa. Afirmava que a China era o nosso maior parceiro comercial, com quem o Brasil possuía superávit de U$ 20 Bi, tendo exportado para ela, em 2017, cerca de U$ 47 Bi e somente a metade deste valor para os USA, com quem tínhamos déficit comercial. Afirmava, ainda, que o governo estava vendendo o Brasil aos USA e ameaçando a posição global do País.
O jornalista esqueceu de dizer, talvez de forma proposital, que a China, já há algum tempo (desde os governos petistas) vem comprando ativos estratégicos brasileiros, principalmente na área de energia: fabricas de isoladores, empresas de distribuição, de transmissão e de geração, ademais de empresas de prospecção, extração de petróleo, etc. Da mesma forma, investe pesadas somas no Cerrado brasileiro e na agroindústria, com planos de implantação e exploração de ferrovias.
Os sucessivos governos de Lula e Dilma é que venderam o Brasil para a China (país que havia treinado, apoiado e financiado movimentos guerrilheiros brasileiros e da América do Sul, na época dos governos militares), por um descuido da vigilância dos USA na América Latina, ao final da Guerra Fria, em razão do desmantelamento da URSS através da Glasnost e da Perestroika. Com este desmantelamento do comunismo russo, parecia que a doutrina marxista havia sido banida, para sempre, da face do planeta; mas, não foi isso o que ocorreu.
O novo campo para que o comunismo se reerguesse (tal como uma Fenix) foi, justamente, a América Latina onde políticos de esquerda, muitos deles ex guerrilheiros, estavam governando a maioria dos países, após a saída dos militares do poder e o retorno ao regime democrático. Os USA, finda a Guerra Fria, com o desmantelamento da URSS e o término do comunismo, finalmente relaxou a vigilância na América Latina, local que serviria como zona de refúgio para parte da sua população e para o abastecimento de gêneros e minerais estratégicos, caso houvesse um confronto nuclear ou uma guerra convencional entre ele e a antiga URSS. Sob a cobertura do sistema democrático, que permitiu a legalização dos partidos comunistas, governos ditatoriais de esquerda se instalaram em toda a América latina, mediante o voto popular.
Os líderes políticos brasileiros, que assumiram o poder tão logo se extinguiu o período dos governos militares, eram, em sua maioria, oriundos dos movimentos de oposição esquerdistas, muitos deles ex guerrilheiros, ex sindicalistas e filiados, quase todos, a partidos de esquerda recém legalizados. Muitos haviam feito cursos de guerrilha em Cuba, na China, na Rússia, na Albânia. Outros haviam sido deportados para a Argélia, ao serem trocados por embaixadores sequestrados.
Foi a ocasião propícia para que a China e a Rússia penetrassem no Continente Americano de forma pacífica, sob as vistas complacentes dos USA que não acreditaram que o comunismo, tendo se extinguido na URSS, vingaria em terras americanas.
O Brasil, pais mais rico e importante da América do Sul, ajudou com dinheiro do tesouro brasileiro o fortalecimento e a consolidação destes governos socialistas bolivarianos. Nestas ajudas, muito dinheiro acabou ficando nos bolsos de nossos governantes e políticos, proporcionando uma vida nababesca, a partir de então, aqueles pobres sindicalistas e ex guerrilheiros oriundos das classes mais desfavorecidas e pelas quais afirmavam estar lutando.
Pensaram eles, então, em jamais deixar o poder que tanta riqueza e bem-estar lhes havia proporcionado e às suas famílias, aparelhando, a partir de então, as instituições dos três poderes do Estado com gente de absoluta confiança.
Dados recentes do Tribunal de Contas da União - TCU indicam que os governos de Lula e Dilma perdoaram cerca de US$ 717 milhões a alguns países africanos, à revelia do parlamento, tendo financiado obras no valor de US$ 50 bilhões para os seguintes países: Angola, Venezuela, Cuba, Argentina e República Dominicana. Cinco empreiteiras, envolvidas na Operação lava a Jato, receberam a quase totalidade destes empréstimos, cujos riscos de inadimplência ficavam, contratualmente, para o próprio governo brasileiro.
Não contavam, porém, com a tenacidade, a coragem e a honestidade de um grupo de jovens delegados, procuradores, juízes e desembargadores, que, através de inquéritos em que constaram provas materiais, testemunhais e delações premiadas, desmontaram parcialmente o esquema criminoso implantado e muitos políticos, executivos e empresários foram condenados a penas de prisão.
Voltando a guerra comercial entre USA e China, que o jornalista da WEB mencionava, creio que esta é muito mais do que uma simples guerra comercial que estaria sendo travada, segundo o jornalista, na América do Sul. A China pretende disputar com os USA a supremacia mundial no campo econômico e militar, promovendo uma séria divisão entre as duas maiores economias mundiais, tratando-se esse confronto, portanto, de uma tentativa de impor nova arquitetura global do poder em nosso planeta. Os efeitos imediatos em nosso país das sobretaxas norte-americanas serão o de perdermos a competitividade no tocante a proteína animal, ao elevar os custos da soja.
Não nos iludamos com relação aos povos e países. Todos possuem interesses próprios e não hesitam em passar por cima de quem quer que atrapalhe a consecução de seus objetivos nacionais permanentes. Entre ser vassalo dos USA e da China ou da Rússia, prefiro ser vassalo do primeiro, pois trata-se de um povo que preza a democracia, a liberdade, a livre iniciativa e possui valores semelhantes aos nossos.
Precisamos, com urgência, é de líderes e governantes patrióticos, de fichas limpas, sem ideologias marxistas, não comprometidos com oligarquias retrógradas, internas e externas, que pensam apenas em seus objetivos imediatos de riqueza, como ocorria com aqueles nossos primeiros colonizadores e ocorre com os atuais políticos envolvidos em episódios de corrupção. Precisamos de novas elites políticas e empresariais compromissadas com o futuro do nosso país e da nossa gente, que queiram associar-se ao povo brasileiro na marcha pela conquista do desenvolvimento com distribuição de renda e igualdade social, e não apenas amealhar fortuna para gastá-la em outros países. Não necessitamos de feitores nem desejamos continuar, para sempre, como simples escravos de senhores nativos ou estrangeiros.
Assim, através da implantação de medidas que visaram à aplicação de uma política salarial e fiscal compatíveis com a riqueza do país; bem como de medidas que objetivaram a geração cada vez maior de empregos, a realização de obras públicas necessárias, a prestação de serviços públicos de qualidade e a aplicação de uma justiça igual para todos, as autoridades dos USA ajustaram aquele grande país do norte ao seu presente e o preparam para o futuro, tendo em vista, principalmente, o interesse do povo. Com o crescimento do país e com a participação do povo neste crescimento, ganham todos os cidadãos e, sobretudo, as suas elites.
As nossas elites e os nossos governantes, por sua vez e ao contrário daquelas do grande país do Norte, até então jamais pensaram em devolver ao povo, que trabalha e edifica este país todos os dias, parte daquilo que ele ajudou a construir e a produzir; ou seja, ambos pensam apenas em amealhar riquezas e em arrecadar impostos, quase nada dando em troca à população, seja em termos de serviços públicos, seja de obras públicas, seja de uma justiça rápida e eficiente, seja em melhoria dos seus padrões econômicos e sociais.
Portanto, nesta situação, como cobrar patriotismo de nossa gente contra ameaças externas, quando as elites e o governo caminham na contramão dos interesses populares? Como cobrar paciência e sacrifício, da população, para os ajustes fiscais necessários (em razão da má administração da coisa pública pelos governantes), quando a nossa carga tributária já é uma das mais elevadas do mundo e sem a respectiva contrapartida social, que seria de se esperar em termos de serviços públicos? Está elevada carga tributária imposta a todos nós, infelizmente, tem servido apenas para a realização de algumas poucas obras, muitas delas supérfluas e superfaturadas (como o caso dos inúmeros estádios de futebol, que consumiram bilhões de reais, recursos estes que fazem falta nas escolas, nos hospitais, nos transportes e na segurança pública); bem como, para a manutenção de milhares de empregos desnecessários nos três poderes da república, com vistas a atender apadrinhados, interesses políticos, sinecuras e o nepotismo da corte.
Voltando ao ‘complexo de vira-latas’ citado por Nelson Rodrigues, constata-se que grande parte daquilo que se faz aqui é apenas “para inglês ver”, conforme já era costume afirmar no tempo do império. Nossas leis existem para serem violadas impunemente (vejam a Lei de Responsabilidade Fiscal que não é respeitada nem pelo governo federal e nem pelos governos estaduais e municipais). Da mesma forma que os integrantes das nobrezas do Brasil Reinado e do Brasil Império, quando eventualmente julgados por crimes perpetrados, eram condenados a serem ‘queimados em esfinge’ (faziam, simplesmente, um boneco da ‘autoridade’ e nele colocavam fogo), as elites do Brasil contemporâneo, quando eventualmente chegam a ser julgadas por algum crime cometido, a pena que sofrem, quase sempre, pode ser cumprida em casa e, se políticos, nem perdem os seus mandatos, continuando a receber os vencimentos correspondentes.
Pelo exposto até aqui, com certeza, podemos afirmar que as causas principais do nosso atraso secular, em todos os setores nacionais, não são de cunho intelectual (embora tenhamos sérias deficiências de ordem educacional) e muito menos de raça, de carência de recursos naturais disponíveis ou mesmo de fatores climáticos. As razões pelas quais nosso país ainda não deu certo podem ser encontradas nas atitudes de nossa população como um todo e, principalmente, no comportamento de nossas elites, determinadas estas atitudes e este comportamento pela educação (ou falta de) e pela cultura (ou falta de) características de cada uma delas.
O povo brasileiro, em sua maioria, como sempre, tão bonzinho e tão bobinho, acredita que somos totalmente livres para decidir sobre os nossos destinos; que as eleições são honestas e sem nenhuma manipulação; que os políticos e governantes são todos cheios de boas intenções e patriotas; que não dependemos de nenhuma instituição, de nenhum país ou de nenhuma personalidade externa, para traçar nossas diretrizes de política, internas e externas.
Com respeito à notícia da WEB de que eu falava no início deste texto, o jornalista argumentava que havia começado a guerra geopolítica do século 21, entre os USA e a China e que o Brasil e a América Latina eram palco dessa disputa. Afirmava que a China era o nosso maior parceiro comercial, com quem o Brasil possuía superávit de U$ 20 Bi, tendo exportado para ela, em 2017, cerca de U$ 47 Bi e somente a metade deste valor para os USA, com quem tínhamos déficit comercial. Afirmava, ainda, que o governo estava vendendo o Brasil aos USA e ameaçando a posição global do País.
O jornalista esqueceu de dizer, talvez de forma proposital, que a China, já há algum tempo (desde os governos petistas) vem comprando ativos estratégicos brasileiros, principalmente na área de energia: fabricas de isoladores, empresas de distribuição, de transmissão e de geração, ademais de empresas de prospecção, extração de petróleo, etc. Da mesma forma, investe pesadas somas no Cerrado brasileiro e na agroindústria, com planos de implantação e exploração de ferrovias.
Os sucessivos governos de Lula e Dilma é que venderam o Brasil para a China (país que havia treinado, apoiado e financiado movimentos guerrilheiros brasileiros e da América do Sul, na época dos governos militares), por um descuido da vigilância dos USA na América Latina, ao final da Guerra Fria, em razão do desmantelamento da URSS através da Glasnost e da Perestroika. Com este desmantelamento do comunismo russo, parecia que a doutrina marxista havia sido banida, para sempre, da face do planeta; mas, não foi isso o que ocorreu.
O novo campo para que o comunismo se reerguesse (tal como uma Fenix) foi, justamente, a América Latina onde políticos de esquerda, muitos deles ex guerrilheiros, estavam governando a maioria dos países, após a saída dos militares do poder e o retorno ao regime democrático. Os USA, finda a Guerra Fria, com o desmantelamento da URSS e o término do comunismo, finalmente relaxou a vigilância na América Latina, local que serviria como zona de refúgio para parte da sua população e para o abastecimento de gêneros e minerais estratégicos, caso houvesse um confronto nuclear ou uma guerra convencional entre ele e a antiga URSS. Sob a cobertura do sistema democrático, que permitiu a legalização dos partidos comunistas, governos ditatoriais de esquerda se instalaram em toda a América latina, mediante o voto popular.
Os líderes políticos brasileiros, que assumiram o poder tão logo se extinguiu o período dos governos militares, eram, em sua maioria, oriundos dos movimentos de oposição esquerdistas, muitos deles ex guerrilheiros, ex sindicalistas e filiados, quase todos, a partidos de esquerda recém legalizados. Muitos haviam feito cursos de guerrilha em Cuba, na China, na Rússia, na Albânia. Outros haviam sido deportados para a Argélia, ao serem trocados por embaixadores sequestrados.
Foi a ocasião propícia para que a China e a Rússia penetrassem no Continente Americano de forma pacífica, sob as vistas complacentes dos USA que não acreditaram que o comunismo, tendo se extinguido na URSS, vingaria em terras americanas.
O Brasil, pais mais rico e importante da América do Sul, ajudou com dinheiro do tesouro brasileiro o fortalecimento e a consolidação destes governos socialistas bolivarianos. Nestas ajudas, muito dinheiro acabou ficando nos bolsos de nossos governantes e políticos, proporcionando uma vida nababesca, a partir de então, aqueles pobres sindicalistas e ex guerrilheiros oriundos das classes mais desfavorecidas e pelas quais afirmavam estar lutando.
Pensaram eles, então, em jamais deixar o poder que tanta riqueza e bem-estar lhes havia proporcionado e às suas famílias, aparelhando, a partir de então, as instituições dos três poderes do Estado com gente de absoluta confiança.
Dados recentes do Tribunal de Contas da União - TCU indicam que os governos de Lula e Dilma perdoaram cerca de US$ 717 milhões a alguns países africanos, à revelia do parlamento, tendo financiado obras no valor de US$ 50 bilhões para os seguintes países: Angola, Venezuela, Cuba, Argentina e República Dominicana. Cinco empreiteiras, envolvidas na Operação lava a Jato, receberam a quase totalidade destes empréstimos, cujos riscos de inadimplência ficavam, contratualmente, para o próprio governo brasileiro.
Não contavam, porém, com a tenacidade, a coragem e a honestidade de um grupo de jovens delegados, procuradores, juízes e desembargadores, que, através de inquéritos em que constaram provas materiais, testemunhais e delações premiadas, desmontaram parcialmente o esquema criminoso implantado e muitos políticos, executivos e empresários foram condenados a penas de prisão.
Voltando a guerra comercial entre USA e China, que o jornalista da WEB mencionava, creio que esta é muito mais do que uma simples guerra comercial que estaria sendo travada, segundo o jornalista, na América do Sul. A China pretende disputar com os USA a supremacia mundial no campo econômico e militar, promovendo uma séria divisão entre as duas maiores economias mundiais, tratando-se esse confronto, portanto, de uma tentativa de impor nova arquitetura global do poder em nosso planeta. Os efeitos imediatos em nosso país das sobretaxas norte-americanas serão o de perdermos a competitividade no tocante a proteína animal, ao elevar os custos da soja.
Não nos iludamos com relação aos povos e países. Todos possuem interesses próprios e não hesitam em passar por cima de quem quer que atrapalhe a consecução de seus objetivos nacionais permanentes. Entre ser vassalo dos USA e da China ou da Rússia, prefiro ser vassalo do primeiro, pois trata-se de um povo que preza a democracia, a liberdade, a livre iniciativa e possui valores semelhantes aos nossos.
Precisamos, com urgência, é de líderes e governantes patrióticos, de fichas limpas, sem ideologias marxistas, não comprometidos com oligarquias retrógradas, internas e externas, que pensam apenas em seus objetivos imediatos de riqueza, como ocorria com aqueles nossos primeiros colonizadores e ocorre com os atuais políticos envolvidos em episódios de corrupção. Precisamos de novas elites políticas e empresariais compromissadas com o futuro do nosso país e da nossa gente, que queiram associar-se ao povo brasileiro na marcha pela conquista do desenvolvimento com distribuição de renda e igualdade social, e não apenas amealhar fortuna para gastá-la em outros países. Não necessitamos de feitores nem desejamos continuar, para sempre, como simples escravos de senhores nativos ou estrangeiros.
De
todos os possíveis pré-candidatos que já se apresentaram para concorrer às próximas
eleições brasileiras, só vejo um que reúne os requisitos necessários para
romper com décadas de corrupção, de desvio de recursos públicos e de
aparelhamento da máquina pública para a implantação do socialismo bolivariano,
que objetiva perpetuar-se no poder e, como consequência, destruir o país outrora
pujante que nossos antepassados construíram com muito patriotismo, suor e lágrimas.
Nosso país só terá encontro marcado com seu destino de potência (como há muito já ocorreu com aquele grande país do Norte, que muitos brasileiros criticam com inveja), quando as nossas elites resolverem compartilhar as imensas riquezas do nosso país com as pessoas que nele habitam e trabalham. Se o povo norte-americano é muito mais patriota que o nosso e está disposto a dar a vida pelo seu país, dentro e fora de suas fronteiras, é porque as suas elites e o seu governo reconheceram, desde há muito tempo, a importância da contribuição de todos os cidadãos norte-americanos para o desenvolvimento daquele país; devolvendo, ao povo, esta contribuição através de importantes medidas que traduziram e traduzem uma visão ampla do futuro, quer de ordem econômica, financeira, fiscal, jurídica, social, etc. Assim, através da implantação de medidas que visaram à aplicação de uma política salarial e fiscal compatíveis com a riqueza do país; bem como de medidas que objetivaram a geração cada vez maior de empregos, a realização de obras públicas necessárias, a prestação de serviços públicos de qualidade e a aplicação de uma justiça igual para todos, as autoridades dos USA ajustaram aquele grande país do norte ao seu presente e o preparam para o futuro, tendo em vista, principalmente, o interesse do povo. Com o crescimento do país e com a participação do povo neste crescimento, ganham todos os cidadãos e, sobretudo, as suas elites.
As nossas elites e os nossos governantes, por sua vez e ao contrário daquelas do grande país do Norte, até então jamais pensaram em devolver ao povo, que trabalha e edifica este país todos os dias, parte daquilo que ele ajudou a construir e a produzir; ou seja, ambos pensam apenas em amealhar riquezas e em arrecadar impostos, quase nada dando em troca à população, seja em termos de serviços públicos, seja de obras públicas, seja de uma justiça rápida e eficiente, seja em melhoria dos seus padrões econômicos e sociais.
Portanto, nesta situação, como cobrar patriotismo de nossa gente contra ameaças externas, quando as elites e o governo caminham na contramão dos interesses populares? Como cobrar paciência e sacrifício, da população, para os ajustes fiscais necessários (em razão da má administração da coisa pública pelos governantes), quando a nossa carga tributária já é uma das mais elevadas do mundo e sem a respectiva contrapartida social, que seria de se esperar em termos de serviços públicos? Está elevada carga tributária imposta a todos nós, infelizmente, tem servido apenas para a realização de algumas poucas obras, muitas delas supérfluas e superfaturadas (como o caso dos inúmeros estádios de futebol, que consumiram bilhões de reais, recursos estes que fazem falta nas escolas, nos hospitais, nos transportes e na segurança pública); bem como, para a manutenção de milhares de empregos desnecessários nos três poderes da república, com vistas a atender apadrinhados, interesses políticos, sinecuras e o nepotismo da corte.
Voltando ao ‘complexo de vira-latas’ citado por Nelson Rodrigues, constata-se que grande parte daquilo que se faz aqui é apenas “para inglês ver”, conforme já era costume afirmar no tempo do império. Nossas leis existem para serem violadas impunemente (vejam a Lei de Responsabilidade Fiscal que não é respeitada nem pelo governo federal e nem pelos governos estaduais e municipais). Da mesma forma que os integrantes das nobrezas do Brasil Reinado e do Brasil Império, quando eventualmente julgados por crimes perpetrados, eram condenados a serem ‘queimados em esfinge’ (faziam, simplesmente, um boneco da ‘autoridade’ e nele colocavam fogo), as elites do Brasil contemporâneo, quando eventualmente chegam a ser julgadas por algum crime cometido, a pena que sofrem, quase sempre, pode ser cumprida em casa e, se políticos, nem perdem os seus mandatos, continuando a receber os vencimentos correspondentes.
Pelo exposto até aqui, com certeza, podemos afirmar que as causas principais do nosso atraso secular, em todos os setores nacionais, não são de cunho intelectual (embora tenhamos sérias deficiências de ordem educacional) e muito menos de raça, de carência de recursos naturais disponíveis ou mesmo de fatores climáticos. As razões pelas quais nosso país ainda não deu certo podem ser encontradas nas atitudes de nossa população como um todo e, principalmente, no comportamento de nossas elites, determinadas estas atitudes e este comportamento pela educação (ou falta de) e pela cultura (ou falta de) características de cada uma delas.
O fato de não pertencermos, ainda, ao Primeiro Mundo, pode ser creditado a nossa falta de atitude como cidadãos – ou à falta de ‘vontade nacional’ –, frente aos desmandos de governos e de elites insensíveis, venais e de pouca visão, que têm ascendido ao poder e se sucedido, apenas para benefício de si mesmo, bem como dos grupos a que pertencem e que as sustentam. Nossas deficiências, de toda ordem, não são devidas a que nos faltem recursos ou, somente, porque sejamos eventualmente explorados por vizinhos mais ricos; embora a nossa vassalagem e o nosso alinhamento sempre tenham existido, desde a descoberta do novo continente.
Constatamos, sem falsos ufanismos, que a nossa população, de modo geral, carece de ética, integridade, seriedade em suas ações, responsabilidade, respeito às leis, respeito aos direitos humanos, amor pelo trabalho, pontualidade, esforço para economizar e investir e desejo de superação. Não é por outra razão que grande parte dos nossos governantes, representantes que são de elites retrógradas, para evitar o despontar da vontade nacional, tenham sempre investido tão poucos recursos em educação e cultura, conforme já mencionado em texto anterior.
_*/ Economista e Doutor pela Universidade de Madrid, Espanha.
_*/ Economista e Doutor pela Universidade de Madrid, Espanha.
Muito esclarecedor, caro professor!
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