396. Considerações sobre Universos Paralelos e Planos Dimensionais
Jober Rocha*
Quando ouvimos falar em Universos Paralelos, Multiverso e em Planos Dimensionais, logo nos ocorrem os conceitos físicos ou metafísicos de tais hipóteses. Alguns cientistas imaginam que o universo que se pode observar é só uma parte da realidade física e que a totalidade do espaço, do tempo, da matéria, da energia e das leis e constantes físicas que os descrevem seriam formadas por inúmeros universos, existindo paralelamente e dando origem ao que denominaram Multiverso.
Falo em conceitos físicos ou metafísicos, por que eles, ainda, estão no nível da ficção científica e, portanto, além da Física conhecida; isto é, no campo da Metafísica.
Alguns cientistas sugerem que vários desses universos poderiam ser conectados entre si, através dos chamados buracos negros ou buracos de minhocas. O fato é que diversas teorias foram desenvolvidas nas universidades e centros de pesquisas ao redor do mundo, tentando colocar luz onde só vemos a escuridão do espaço sideral.
Uma dúvida que ainda paira no meio científico, não esclarecida, é a de saber se as leis físicas seriam universais ou se existiriam, para cada universo específico, leis físicas distintas.
A primeira referência feita acerca da existência de um Multiverso ocorreu em 1952, mencionada por Erwin Schrödinger, ganhador do Prêmio Nobel. Alguns cientistas como Stephen M. Fernay e Ranga-Ram Chary levantaram, por sua vez, a hipótese de já haver ocorrido, no passado, a colisão de distintos universos.
Algumas teorias supõem que tais universos paralelos necessitariam ser ajustados para a existência da vida consciente, devendo apresentar uma combinação de leis e de parâmetros que deveriam ser adequados ao desenvolvimento da matéria, estrelas e planetas, de forma a que a vida pudesse surgir e evoluir.
As teorias, enfim, são várias e dispares; cada cientista tentando explicar, a sua maneira, como as coisas se passariam no suposto Multiverso; posto que, se o mundo é infinito, nele caberiam infinitos Universos com seus aglomerados de galáxias, nebulosas, estrelas com seus sistemas solares, além dos espaços intergalácticos.
Mas o meu objetivo neste texto é o de demonstrar a existência de universos paralelos e planos dimensionais muito mais próximos de nós do que possamos imaginar. Para atingir tais planos não seriam necessárias naves interestelares viajando a velocidades próximas da luz, nem cortar caminho através de buracos negros ou de buracos de minhocas, aproveitando-se de eventuais dobras, porventura, existentes no espaço sideral.
Esses Universos Paralelos seriam os próprios seres humanos, cada um deles constituindo-se em um Universo diferente dos demais, com características morfológicas, intelectuais, psicológicas, emotivas e genéticas, distintas e independentes.
Cada ser humano é único e comporta, em si mesmo, um Universo inteiro de características que lhe são peculiares. Cada indivíduo vê a vida e o mundo de uma forma particular, distinta daquela dos seus demais congêneres. Os objetivos de cada um de nós são sensivelmente diferentes dos demais, bem como nossas experiências, nossos conhecimentos, nossas maturidades, nossas formas de encarar a vida e os fenômenos Metafísicos; em suma, os nossos destinos são completamente diferentes e particulares.
Se analisarmos duas das leis do Caibalion (são sete as leis herméticas que se baseiam nos princípios incluídos no livro Caibalion, que reúne os ensinamentos básicos da lei geral que regularia todas as coisas manifestadas no Universo, segundo seu autor Hermes Trimegisto, daí serem conhecidas como leis herméticas. A palavra Caibalion, na língua hebraica, significa tradição ou preceito manifestado por um ente de cima. Esta palavra tem a mesma raiz da palavra Kabbalah, em hebraico) eu penso que encontrarei nelas suporte para as afirmações que fiz e as que farei a continuação.
A Lei do Mentalísmo afirma que: "O Todo é Mente; o Universo é Mental”.
O universo funcionaria, segundo a lei, como um grande pensamento divino. Seria a mente de um Ser Superior que pensa e tem consciência global. E assim seria tudo que existe.
A Lei da Correspondência menciona que: "O que está em cima é como o que está embaixo. O que está dentro é como o que está fora”.
O princípio de correspondência nos ensina que o que seria verdadeiro no macrocosmo, também seria verdadeiro no microcosmo e vice-versa.
Hermes Trismegisto, autor destas leis, seria um legislador egípcio e filósofo, que viveu na região de Ninus, por volta de 1.330 a.C. ou, mesmo, antes. Alguns historiadores estimam que ele teria vivido entre os anos de 1.500 a.C. e 2.500 a.C. Trimegisto é mencionado na literatura ocultista como o maior de todos os sábios do antigo Egito e o grande criador da Alquimia. Teria escrito cerca de trinta e seis livros sobre Teologia e Filosofia, além de seis sobre Medicina, os quais, infelizmente, se perderam quando das diversas invasões sofridas pelo Egito ao longo da História.
Seus ensinamentos tiveram influência na sabedoria oculta europeia, desde a Renascença, quando foram reavivadas por figuras como Giordano Bruno e Marsilio Ficino. A chamada magia hermética passou por um renascimento no século XIX na Europa Ocidental.
Dizem que uma de suas afirmações teria sido: “É loucura tentar explicar para as pessoas aquilo que elas não estão preparadas para entender”. Esta frase, caso seja verdadeira, entraria em aparente contradição com as suas sete leis do Caibalion, pois, na época em que estas foram proferidas, certamente, a maioria dos indivíduos não estava preparada para entendê-las. Talvez as sete leis se destinassem a ser compreendidas pelas gerações futuras...
O fato é que, como os vírus microscópicos responsáveis pelas pandemias, em virtude da nossa inteligência e da exponencialidade do conhecimento atual (tal como ocorre com as epidemias viróticas, que seguem um padrão matemático, chamado de função exponencial, usado para representar fenômenos que se multiplicam muito rapidamente ao longo do tempo), temos a capacidade potencial para destruir o planeta e, consequentemente, o próprio Universo e suas eventuais outras formas de vida, notadamente em função dos nossos conhecimentos tecnológicos cada vez maiores e das armas de destruição em massa cada vez mais poderosas, que somos capazes de criar usando a fissão e a fusão nuclear. Uma eventual guerra atômica entre países, além de destruir o planeta, poderia levar seus efeitos deletérios, em cadeia, aos mais recônditos confins do Universo, ademais de romper com o equilíbrio nele existente.
Ao serem verdadeiras as leis mencionadas de Hermes Trimegisto, em face da primeira delas viveríamos, supostamente, em uma Matrix (que seria a construção artificial de uma realidade que se revestiria das aparências determinadas pela nossa mente). Seria o nosso Universo, portanto, uma hiper-realidade, um espetáculo cenográfico dado pelo (s) nosso (s) criador (es), que aceitaríamos como verdadeiro, como se estivéssemos inseridos em um filme ou em um jogo eletrônico, participando deles como personagem.
Nossas mentes estariam, constantemente, adequando nossas realidades, como fazemos quando jogamos algum jogo eletrônico no qual podemos tomar qualquer caminho. Assim, cada caminho escolhido nos levaria a um cenário e a um desenrolar distinto dos demais. Neste sentido, poderíamos, sem dúvida, falar em Universos Paralelos mentais; já que, este ‘eventual jogo’, sendo real, poderia ter infinitos cenários, bem como infinitas alternativas de vida.
Mesmo em a lei não sendo verdadeira, conforme eu já mencionei antes cada ser humano consistiria em um Universo Individual, paralelo aos demais indivíduos que, também, constituiriam outros universos. A população, como um todo, seria o Multiverso. Nas duas hipóteses, portanto, creio na existência de Universos Paralelos mentais no microcosmo, que consistiria em cada indivíduo particular existente, haja vista a segunda lei de Trimegisto, que afirma ser verdade no micro aquilo que é verdadeiro no macrocosmo.
Relativamente aos Planos Dimensionais, podemos imaginar que cada indivíduo, possuindo uma alma, teria o seu espírito encarnado na presente existência em um determinado grau de evolução. Segundo diversas religiões, existem múltiplas encarnações a serem trilhadas por todos os espíritos, em busca da evolução.
Os espíritos encarnariam, em cada uma de suas múltiplas encarnações, com um determinado grau evolutivo já alcançado e que não retroagiria; ou seja, todo espírito já teria alcançado um determinado plano dimensional, em termos de evolução espiritual, distinto daqueles anteriormente atingidos, por eles mesmos, em encarnações já vivenciadas.
Além de diversas religiões esposarem a ideia de encarnações múltiplas, a Ciência, através da Terapia de Vidas Passadas ou retrocognoterapia, método desenvolvido pelo Doutor em Psicologia Morris Netherton, em 1967, também crê nessa possibilidade. Além do pesquisador mencionado, são considerados, também, os precursores dessa corrente terapêutica Hans Tendam, Roger Woolger e Edith Fiore.
Até hoje, esses autores são considerados referências na área e leitura obrigatória nos cursos de formação em Terapia de Vidas Passadas que buscam, mediante o recurso da hipnose, atingir o núcleo do trauma gerado em alguma encarnação anterior. Assim, ao vivenciar a experiência traumatizante, o inconsciente liberaria o material psíquico retido através do que Freud chamou de "catarse".
Com a catarse, a energia psíquica seria liberada e o paciente sentiria um alívio significativo em seus sintomas, por entender a razão de suas causas. Esse alívio psíquico seria a explicação das inúmeras curas físicas e psicológicas registradas pelos terapeutas de regressão hipnótica.
A razão do uso da hipnose tem a sua explicação: ensina a Doutrina Espírita que o esquecimento do passado é necessário para que o espírito, em sua atual existência, não seja sobrecarregado com as lembranças e emoções de outras vidas.
Segundo Alan Kardec em sua obra O Livro dos Espíritos: “Ao entrar na vida corporal, o Espírito perde, momentaneamente, a lembrança de suas existências anteriores, como se um véu as ocultasse; entretanto, às vezes, tem uma vaga consciência disso e elas podem até mesmo lhe ser reveladas em algumas circunstâncias. Mas é apenas pela vontade dos Espíritos Superiores que o fazem espontaneamente, com um objetivo útil e nunca para satisfazer uma curiosidade vã.“ (grifo meu).
Por outro lado, a empresa Neuralink, do empresário Elon Musk, está desenvolvendo um chip que promete conectar o cérebro humano a computadores. Segundo a empresa, que já testou o chip em porcos, futuramente, o chip poderá impulsionar nossos cérebros a “alcançar uma espécie de simbiose com a inteligência artificial”.
Vejam, portanto, amigos leitores, que a Lei do Mentalismo, se acaso não for verdadeira, muito em breve poderá vir a ser, quando os cérebros humanos estiverem ligados aos computadores, referendando algo dito no passado remoto e que as pessoas, até então, não estavam preparadas para entender, mas, que, hoje, já começam a fazer sentido para nós...
_*/ Economista e doutor pela Universidade de Madrid, espanha.
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