389. O Poder de Mudar Tudo
Jober Rocha*
Quantas vezes em nossas existências nos deparamos com situações em que achamos que não existe mais nenhuma saída para o problema que vivenciamos ou que visualizamos nos cenários nacional e internacional. Este impasse a que me refiro pode ser de caráter pessoal ou se referir a terceiros e de natureza política, econômica, psicossocial ou militar.
Tanto é assim, que muita gente comete até suicídio, imaginando que não existe nenhuma saída para o dilema com que se defronta. A única saída, para os que assim pensam e agem, consiste em deixar esta vida em busca da paz de espírito e da tranquilidade tão almejada e supostamente encontrada em algum outro plano de existência.
Ocorre que, se analisarmos a história, veremos, sempre, nela a comprovação do conhecido ditado popular: ‘Não há bem que sempre dure nem mal que nunca se acabe’.
Impérios e imperadores, monarcas e monarquias, ditadores e ditaduras, desde o início dos tempos, já tiveram o seu surgimento, a sua ascensão e o seu ocaso. Tudo o que possui vida tem sempre um começo, um meio e um fim. Esta, sim, é uma Lei Historicamente Determinada, concepção esta inventada por Karl Marx e que os marxistas gostam sempre de mencionar quando se referem a uma suposta luta de classes, embate este inventado por Marx no século XVIII.
Quantas vezes nos defrontamos com episódios trágicos, notadamente aqueles de caráter político ideológico, em que não vemos nenhuma alternativa e, de repente, alguma coisa ocorre e a situação, antes imutável, muda totalmente.
A última eleição brasileira para o cargo de presidente da republica é um exemplo de tudo isto que afirmei. O nosso país, durante três décadas, foi governado por partidos de esquerda que objetivavam implantar aqui um regime comunista. Recursos para a campanha de 2018, por parte dos partidos de esquerda, não faltavam. Tinham eles, ao longo destas três décadas, desviado tanto dinheiro público, conforme divulgado pela Operação Lava a Jato, que poderiam facilmente ter ganhado as eleições. Contavam, ademais, com o aparelhamento do estamento governamental e com urnas eletrônicas não confiáveis. Inúmeros especialistas no assunto afirmavam serem estas urnas facilmente fraudáveis. Mesmo assim, foram utilizadas nas eleições.
Ocorre que, por um verdadeiro milagre, o deputado Jair Bolsonaro, concorrendo por um pequeno partido, sem recursos financeiros, sem o apoio de grandes empresários e de grupos empresariais, sem o apoio da grande mídia e dos estudantes secundários e universitários (doutrinados estes por mestres ativistas ideológicos e militantes de partidos de esquerda); contando, apenas, com o apoio de brasileiros do bem, simpatizantes da sua causa nas redes sociais, causa esta de total honestidade e de combate à corrupção endêmica na política brasileira, conseguiu ser eleito presidente da república com cerca de 57 milhões de votos. Isto era algo impensável. Os próprios institutos de verificação de opinião não previram essa hipótese.
Chego, portanto, a imaginar a intercessão de uma ‘mão invisível’, conforme aventada pelo economista Adam Smith (1723-1790), autor de ‘Uma investigação sobre a natureza e a causa da riqueza das nações’, ao afirmar: “Assim, o mercador ou comerciante, movido apenas pelo seu próprio interesse, é levado, por uma ‘mão invisível’, a promover algo que nunca fez parte do interesse dele: o bem-estar da sociedade”.
Essa mão invisível a que Smith se referia, sem dúvida alguma, seria algo imponderável, de caráter metafísico, que tinha o poder de reverter situações críticas insolúveis. Só posso imaginar que ele se referisse à mão do Criador, o único com poder para uma empreitada de tal magnitude.
Creio que a grande aliada nesta empreitada de modificar qualquer situação vigente chama-se morte.
Através dela inúmeros seres malignos são retirados do cenário nacional e internacional, deixando de interferir maleficamente nestas duas conjunturas, como faziam até então.
Com que indescritível alegria eu vejo nos necrológios das mídias sociais a notícia de que determinado vilão, inimigo da sociedade de bem, passou desta para pior (sim, por que para melhor só passam aqueles que dedicaram suas vidas ao bem comum, a melhoria das condições do povo, ao progresso da humanidade).
Reconheço, embora não aceite, que a morte possui a característica de fazer com que os sobreviventes que restaram perdoem os pecados daqueles que se foram.
Assim, é comum o panegírico daqueles que só maldade fizeram em vida, notadamente os políticos, por parte daqueles que, desgraçadamente, sofreram os efeitos destas maldades.
Esquecem estes desgraçados que as ervas daninhas lançam raízes. Para cada vilão morto surge logo um sucessor. Esta, também, é uma Lei Historicamente Determinada, conforme a imaginação de Karl Marx intuiu e ele fez questão de deixar patente, para as gerações posteriores, em sua obra ‘O Capital’, ao mencionar a suposta inexorável luta de classes entre os trabalhadores e seus patrões.
Assim, quando vejo nas manchetes dos jornais que determinados políticos, determinados magistrados, determinados sacerdotes e determinados executivos passaram desta para pior, em decorrência ou não da pandemia que assola o nosso país, vejo nisto a famosa mão invisível já mencionada. Sei que o Criador vela pelo nosso destino e estou certo de que Ele interfere neste mundo material em que vivemos, quando e sempre a situação terrena se descontrola por força da ambição desmedida de umas poucas ‘autoridades’.
Portanto, meus caros políticos, magistrados, executivos e demais autoridades, é ato importante e de grande sabedoria vocês se precaverem contra o olho que tudo vê, daquele que é onisciente e onipresente, ao fazerem suas maquinações em benefício próprio e em detrimento daqueles que lhes custeiam os salários e as mordomias.
Saibam que no plano metafísico alguém vela por estes míseros e infelizes coitados que vocês fazem sofrer diariamente e creiam que Ele pode, a qualquer momento e sem nenhum aviso prévio, chamar algum de vocês (ou mesmo todos ao mesmo tempo) para uma conversa particular; dessas conversas em que não adianta sofismar nem usar da retórica para tentar escapulir impune, como se acostumaram, pois Ele sabe tudo o que vocês fizeram de mau, desde o início de suas carreiras, e irá, sem dúvida, proferir um veredicto do qual nenhuma corte, por mais superior que seja, conseguirá livrá-los...
_*/ Economista e doutor pela Universidade de Madrid, Espanha.
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