386. A Esquerda Virótica
Jober Rocha*
Em tempos
de pandemia, resolvi fazer uma analogia entre a situação política atual, da
esquerda brasileira e mundial, e a forma como agem os vírus que assolam os organismos
humanos.
Uma rápida
pesquisa nos indica que nosso corpo tem barreiras que tentam impedir a entrada
de qualquer vírus, sendo a nossa pele uma delas. Trata-se de uma barreira
natural que o vírus consegue ultrapassar quando temos uma ferida ou algum
machucado, por menor que sejam. Os vírus também costumam entrar em nossos organismos
através dos olhos, do nariz e da boca.
Tendo
conseguido entrar em nossos corpos, os vírus, como parasitas que são, precisam
penetrar nas células para que possam se multiplicar e sobreviver. Pra isso, eles
se encaixam na superfície da célula como uma chave se encaixando na fechadura,
o que facilita a sua entrada.
Na
realidade, os vírus buscam destruir nossos organismos por dentro, embora estes
disponham de mecanismos de defesa capazes de livrar-se deles e de impedir que
nos destruam.
As democracias
que se utilizam do sistema capitalista, da livre iniciativa e da livre concorrência;
bem como, da liberdade de pensamento e de expressão, também estão sempre sujeitas a
tentativa de invasão por parte da ideologia marxista que, também de forma parasitária (da mesma forma como ocorre com os corpos humanos, que são constantemente assediados pelos vírus biológicos que desejam vencer nossas defesas para neles penetrar) tenta se infiltrar nas mentes das pessoas e nos organismos estatais
democráticos, visando destruí-los pelo lado dentro, como fazem os vírus.
Passada aquela
fase da tentativa de tomada violenta do poder, pregada inicialmente por Stalin para implantar o comunismo nos países democráticos, o filósofo italiano Antônio
Gramsci (1891-1937) imaginou uma forma mais eficaz (talvez, até mesmo, baseada
na observação do comportamento dos vírus, como por mim aqui descrito; quem
sabe?).
A forma
vislumbrada por Gramsci para a tomada pacífica do poder e a implantação do
comunismo nas democracias foi resumida em um decálogo, já por demais conhecido
na atualidade, mas que nunca é demais repetir.
Suas
propostas tinham por objetivo: Obter a hegemonia na sociedade civil, obter a hegemonia
na sociedade política (Estado), estabelecer o domínio do intelectual coletivo
(partido classe) e silenciar os intelectuais independentes.
As ações
que imaginou eram destinadas a enfraquecer as trincheiras da democracia nos partidos
políticos, no poder executivo, no poder legislativo, no poder judiciário, nas
escolas e nas forças armadas.
Da mesma
forma como agem os vírus, cujos sintomas podem ser confundidos com os de outras
doenças, as ações imaginadas por Gramsci eram, e são, dissimuladas e protegidas pelas
franquias da própria democracia, tornando difícil a sua identificação como ações visando a implantação de um governo comunista.
Seu objetivo
era “Realizar a transformação intelectual
e moral da sociedade pelo abandono de suas tradições, usos e costumes, mudando
valores culturais de forma progressiva e contínua, introduzindo novos conceitos
que, absorvidos pelas pessoas, criam o senso comum modificado, gerando uma
consciência homogênea construída com sutileza e sem aparente conteúdo
ideológico, buscando a identificação com os anseios e necessidades não
atendidas pelo poder público”.
O método,
por Gramsci desenvolvido, era, em síntese, o seguinte: “Baseado no desejo de mudança dos indivíduos em direção a um mundo
novo, com a sociedade sendo controlada através dos mecanismos de uma democracia
popular, onde os pensadores livres temendo serem rotulados de retrógrados ou de
alienados se submeteriam a uma prisão sem grades, calando suas vozes de divergência
e se deixando vencer pelo senso comum modificado; este desejo de mudança
prosseguiria intoxicando a sociedade (Igreja, Família, Escola, Governo e a
Mídia) sob a égide do Estado, usado para reduzir e suprimir a capacidade de
reação individual e coletiva”.
A Glasnost
(transparência) e a Perestroika (reestruturação), estabelecidas na URSS no
governo de Mikhail Gorbachev, de 1985 a 1991, tinham como principais
objetivos modernizar e abrir a economia soviética, além de garantir maior
abertura política. Estas medidas foram as principais responsáveis pelo fim da
União Soviética e do seu sistema político econômico (socialismo), que vigorava
desde a Revolução Russa de 1917. Foram também de fundamental importância para o
fim da Guerra Fria entre o Ocidente e o Oriente.
Quando o
mundo pensava ter o comunismo se exaurido e terminado como forma de governo e sistema econômico, eis que ele retorna revivido na América Latina, como uma
Fênix, através da organização conhecida como Foro de São Paulo
que, congregando dezenas de movimentos e partidos comunistas do continente,
estabelecia as diretrizes Gramscistas, que deveriam ser aplicadas nos diversos
países latinos (e africanos), objetivando transformar as democracias existentes naquilo que eles denominaram de socialismos bolivarianos, eufemismo utilizado pelos movimentos de esquerda para
evitar a palavra comunismo, já bastante desgastada mundialmente.
Da mesma
forma como agem os vírus biológicos, os ideólogos, ativistas e militantes
marxistas, buscam vencer as barreiras do sistema democrático para, penetrando
suas defesas, promoverem o caos interno através de medidas inteligentemente
elaboradas pelo filósofo italiano.
A título de
curiosidade, mencionarei apenas duas das inúmeras medidas propostas pelo Foro
de São Paulo, com base na cartilha de Antônio Gramsci, para cada uma das
trincheiras da Democracia brasileira:
Partidos
Políticos
- Esvaziar
as poucas lideranças da oposição através de patrulhamento e ataque (dossiê)
direto ou indireto (parentes);
- Infiltrar
militantes nos outros partidos para obter o seu controle e esvaziar os líderes
de oposição, os neutros e os que não são adeptos do «partido classe».
Poder
Executivo
- Distribuir cargos em órgãos e empresas
públicas para militantes do partido-classe e seus aliados, em todos os níveis
da administração (federal, estadual e municipal) para aparelhar o Estado;
- Criar uma estrutura policial que possa ser
transformada em Guarda Nacional ou Guarda Pessoal ou em Polícia Política
(Polícia Federal, Força Nacional) para emprego imediato, quando chegar o
momento oportuno.
Poder
Legislativo
- Desmoralizar o Legislativo, mantendo
privilégios, barganhas e a falta de espírito público;
- Criar leis para dar o respaldo às mudanças de
usos, costumes e valores da nacionalidade brasileira.
Poder
Judiciário
- Retardar ou impedir o aperfeiçoamento do
funcionamento do judiciário;
- Estimular
o corporativismo extremado na magistratura.
Escola
- Usar
as universidades como refúgio ideológico;
- Fortalecer o controle do sistema de ensino que
não ensina a pensar, através do MEC.
Forças
Armadas
- Enfraquecer
a união dos militares, afastando os militares da ativa dos militares inativos;
- Enfraquecer o espírito de corpo, separando os
oficiais generais da tropa.
São inúmeras
as ações propostas para desestabilizar nossas defesas democráticas e todas elas
foram aplicadas nestas décadas de governos de esquerda pelas quais passou o
nosso país.
Felizmente,
nossos mecanismos institucionais de defesa têm resistido, até agora, as
investidas do vírus ideológico marxista.
Todavia,
parece que um novo ideólogo, cujo nome eu até agora desconheço, resolveu, em um
gesto inteligente e maquiavélico, unir o vírus biológico ao ideológico.
Ao mesmo
tempo em que solapava internamente o sistema democrático, não só o brasileiro,
mas os de diversos outros países (como os USA e a Europa, por exemplo), lançava
no meio ambiente mundial um vírus desconhecido (que diversos infectologistas
afirmam ter sido criado e/ou modificado em laboratório) que, ademais de vitimar
milhões de seres humanos, parou a Economia Mundial em razão da quarentena
imposta por determinação da Organização Mundial de Saúde, chefiada por um político
marxista, e seguida a risca por diversos países, estados e municípios governados
também por políticos de esquerda
Remédios baratos
e de uso popular rotineiro, que diversos cientistas afirmavam eficazes para o
tratamento, foram abruptamente retirados das farmácias e tiveram suas prescrições
proibidas nos hospitais. Ao mesmo tempo, verbas bilionárias foram cedidas aos
governos estaduais, por ordem do parlamento, para a aquisição, sem concorrência pública, de hospitais de
campanha, equipamentos e instalações diversos, respiradores, máscaras e
medicamentos. Ao mesmo tempo, a corte suprema dava plena autonomia aos governadores e prefeitos para estabelecerem quarentenas, cerrarem as atividades econômicas e adotarem outros procedimentos que julgassem necessários, como, por exemplo, aquisições de bens e serviços sem as necessárias concorrências públicas.
A Mídia internacional
dominada pela esquerda, como sempre, apoiou a iniciativa de paralização da Economia
Mundial, em que pese uma opinião em contrário de inúmeros cientistas sociais,
economistas, médicos, biólogos e infectologistas, afirmando que a quarentena de
nada serviria e que a paralização da Economia Mundial, ao fechar empresas e
demitir milhões (ou bilhões) de empregados, mataria muito mais gente de fome do
que a temida pandemia.
O fato é
que, embora o mal seja muito mais ativo do que o bem, por almejar o controle
das mentes individuais, parece que, até agora, não tem conseguido sobrepujar o
bem, fazendo com que acreditemos nos ditados populares que dizem: “É um grande
mal, não fazer o bem”; “Nunca é tarde para o bem”; “Ninguém estima o bem que
tem, até que o perde"; "O bem só se conhece quando se perde"; "A
liberdade é a mãe de todos os bens, quando se faz acompanhar da justiça".
A esquerda
mundial, aliada aos narcotraficantes e com o apoio dos políticos venais, almejou
implantar o regime comunista em todo o mundo, notadamente nos continentes sul-americano
e Africano (embora também no continente americano do norte), mais susceptíveis
da ideologia marxista em virtude dos elevados níveis de pobreza e da falta de
instrução e de cultura. Em diversos países foi bem sucedida, mas, felizmente e
milagrosamente, não conseguiu, até agora, implantar o comunismo em nosso país
nem nos USA (as duas maiores potências do novo mundo), países onde os
presidentes são liberais de direita, abominam o regime comunista e trabalham em
conjunto para varrer esta nefasta ideologia que só trouxe miséria e
autoritarismo, com perda das liberdades individuais, em todos os países onde se
instalou.
Espero que
a ciência e o bom senso humano consigam se livrar, definitivamente, destes vírus,
biológicos e ideológicos, mencionados, dando início a uma nova fase de desenvolvimento
econômico, de saúde, de progresso científico e tecnológico. Que este período trágico
jamais se repita na história humana e que, como uma Lei Historicamente Determinada
(termo inventado e tão ao gosto de Karl Marx), que o bem sempre prevaleça sobre o
mal...
_*/ Economista
e doutor pela Universidade de Madrid, Espanha.
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