381. Cuidado
com as verdades falsas e com as mentiras verdadeiras
Jober
Rocha*
É atribuída ao genial desenhista,
humorista, dramaturgo, escritor, poeta, tradutor e jornalista brasileiro Millor
Fernandes, a frase: ‘Jamais diga uma mentira que não possa provar’.
No mundo moderno, desconhecidas da
maioria das populações, milhares de agências públicas e privadas, institutos de
verificação de opiniões, jornais, revistas, entidades de inteligência (uma
breve investigação acerca destas constata que seu número varia entre 200 a 300),
etc. especializaram-se em divulgar informações, contrainformações (conjunto de
recursos e artifícios que visam observar e neutralizar os serviços de
informação do campo inimigo) e promover desinformação (inventar falsas histórias
e falsos documentos, buscando desmoralizar, desorientar e confundir a
população). O controle das mentes humanas e o conhecimento antecipado dos
movimentos de massas e de suas tendências tornou-se uma das variáveis mais
importantes no cenário geoestratégico mundial das chamadas guerras assimétricas
(em
que os oponentes apresentam diversas diferenças, tais como: nível de
organização, objetivos, recursos financeiros, recursos militares,
comportamento-obediência a regras. Em geral, são guerras irregulares
(guerrilhas), insurrecionais ou entre potências e Estados pequenos. As ações do
mais fraco são geralmente indiretas e visam desgastar o mais forte. Quando há
vitória, esta geralmente não é militar, mas é alcançada pelo desgaste militar e
político de um dos combatentes, em um nível que leva à desistência de lutar.
Diferem da Guerra Irregular por tratar-se de conflito entre nações, enquanto
aquela trata de conflito entre combatentes de uma mesma nação. Já a Guerra
Assimétrica pode chegar a uma forma de resistência a uma força adversa muito
mais forte. Nela, reinará o estado da arte da guerra. https://pt.wikipedia.org/wiki/Guerra)
Desde os tempos de Paul Joseph Goebbels
(1897-1945), Ministro da Propaganda na Alemanha Nazista entre 1933 e 1945, esse
estratégico setor da propaganda e do marketing político e ideológico só fez se
desenvolver e aperfeiçoar. Novas técnicas matemáticas e probabilísticas,
algorítimos, pesquisas de opinião, inteligência artificial, redes neurais, deep
learning e machine learning, por exemplo, são de uso frequente na captura de
informações estratégicas de máxima utilidade aos que detém o poder ou aos que
desejam chegar lá.
Busca-se com todos estes instrumentos
descobrir o que pensam as pessoas, suas preferencias, ideologias e opiniões, em
benefício dos usuários destas instituições; bem como, esconder as informações
importantes e divulgar aquelas que não o são; no intuito de confundir e enganar
os inimigos internos (a população, de um modo geral) e os eventuais inimigos externos
destas instituições.
Vejam que muitas destas instituições
mencionadas vendem seus serviços por dinheiro, para quaisquer pessoas ou
empresas interessadas em obter determinadas informações. Outras trabalham por
ideologia política e para alimentar de informações governos e grupos econômicos
venais, que trabalham contra a população e, apenas, em benefício próprio; bem
como, algumas trabalham para fornecer informações úteis a governos honestos,
patriotas e bem intencionados, com respeito à segurança e ao progresso de seus
cidadãos.
Constata-se, portanto, que existe muito
joio no meio de pouco trigo...
A qualidade dos serviços desenvolvidos
por estas instituições, por vezes, chega às raias da perfeição; principalmente
por existirem meios de coleta de informações desconhecidos da grande maioria
das populações. Os cidadãos nem imaginam que possam estar fornecendo
informações sem o saber, sendo, ademais, espionados, filmados, fotografados,
tendo suas conversas monitoradas, seus textos lidos e, ademais, controlados em
seus deslocamentos de maneiras as mais distintas e nos locais mais improváveis.
Da mesma forma, não imaginam que as
noticias que recebem através das mídias; das redes sociais; dos filmes e
vídeos; dos livros; dos estudos científicos e das pesquisas que leem, podem não
ser verdadeiras e fazerem parte, tão somente, de um bem montado plano de
desinformação ou de contrainformação cujo alvo principal é ele mesmo, o cidadão
de bem, crédulo, inocente, despolitizado, desinformado e pouco instruído.
Estudantes, professores e cientistas da
área de ciências sociais são constantemente convidados para fazerem cursos e
participarem de seminários e conferências em diversos países, notadamente os
comunistas, como Cuba, Rússia, China, etc., com todas as despesas pagas. Eles
imaginam que estão sendo convidados por serem intelectuais talentosos, o que é
absolutamente falso. São convidados por serem, na realidade, idiotas úteis que
concordam com os clichês de propaganda política sobre liberdade, justiça
social, progresso nas ciências e nos esportes, avanço tecnológico, etc., que
irão ver durante seu treinamento e os difundirão, mais tarde, em seus países de
origem, buscando catequisar jovens estudantes tão inocentes e crédulos quanto
eles.
Alguns países capitalistas como os
Estados Unidos, a Alemanha, o Japão, o Canadá, etc., também fazem estes mesmos
convites, com objetivos semelhantes. Todavia a vida e a realidade que os
visitantes terão a oportunidade de ver, nestes países, não se tratarão de
simples clichês, pois eles são, na verdade, os países mais desenvolvidos e mais
civilizados do planeta.
Instituições estrangeiras comunistas
instaladas em nosso país, voltadas para a área de inteligência, coletam
informações sobre pessoas favoráveis e contrárias ao marxismo e aos países que
o adotam.
As favoráveis terão destaque e serão
promovidas nos eventuais governos de tendência esquerdista, aparelhando ao
máximo o chamado estamento burocrático dos três poderes, conforme ocorreu nas
últimas três últimas décadas.
As contrárias serão relegadas em seus
trabalhos, marginalizadas em suas funções ou até mesmo executadas fisicamente,
se for necessário aos partidos de esquerda abdicar dos métodos pacíficos
utilizados até agora, preconizados pelo filósofo italiano Antônio Gramsci, e
recorrer ao uso da força, preconizado por Stalin, para a instauração de um
governo comunista no país.
Após a instalação do novo governo
comunista chegará, bem rápido, a vez dos inocentes úteis da própria esquerda.
Na disputa pelo poder que costuma se instaurar em qualquer país que se
transforma em comunista pela via violenta estes inocentes uteis serão
radicalmente eliminados, tão logo os propósitos daqueles que os colocaram onde
atualmente se encontram sejam alcançados.
Isto ocorreu em inúmeros países onde o
marxismo se instalou, pois o alcance do poder passa a ser na base da violência
e não mais do voto. Os eventuais concorrentes são logo eliminados, como faziam
entre si, durante o tempo dos reinados, os filhos legítimos e ilegítimos dos
monarcas.
Os partidos de ideologia marxista, bem
como aqueles venais por natureza, procuram, ademais, de um modo geral, recrutar
pessoas cínicas, egocêntricas, que são ambiciosas demais e que careçam de
princípios morais, pois estas são capazes de encarar seus eleitores e
contar-lhes qualquer mentira sem nenhuma demonstração de que estão faltando com
a verdade.
Voltando ao início do texto, a principal
atividade das agências interessadas em implantar um governo de natureza
marxista em nosso país chama-se ‘subversão ideológica’ ou ‘guerra psicológica’,
na qual tais agências procuram mudar a percepção da realidade nacional de forma
que, mesmo dispondo de grande massa de informações, os indivíduos não sejam
capazes de chegar a nenhuma conclusão que os permita tomar ações visando
defender a si mesmo, às suas famílias e ao seu país, pois são incapazes de
avaliar as informações que recebem.
Este processo divide-se em quatro
estágios: desmoralização (que atinge cerca de três gerações de estudantes, com
a impregnação em suas mentes de conceitos marxistas. Estes jovens, mais
adiante, ocuparão posições no governo e terão suas percepções básicas e lógicas
já comprometidas); desestabilização da Economia, das Relações Exteriores e do
Sistema de Defesa, com o enfraquecimento destas expressões de poder nacional de
maneira a limitar ou impedir uma reação por parte dos militares e dos
empresários comprometidos com o Regime Democrático e com o Sistema Capitalista;
crise generalizada, com a mudança da estrutura de poder; normalização, quando
se instala o governo marxista e seus dirigentes fazem inúmeras viagens aos
principais países comunistas (Rússia e China) e quando se elimina a livre
concorrência e o livre mercado, criando-se ademais a falsa ilusão de que a
situação está controlada, o país se desenvolvendo e a vida dos trabalhadores
melhorando.
O atual governo do presidente Jair
Bolsonaro, liberal de direita, tem a urgente necessidade, através do Ministério
da Educação, de mobilizar os jovens brasileiros quanto à necessidade de
cultivar o patriotismo, coisa tradicionalmente negada pelos anteriores governos
de esquerda cuja ideologia marxista era internacionalista e, portanto, contra o
sentimento de pátria. Ao mesmo tempo, através de seus pronunciamentos e de uma
campanha de âmbito nacional, explicar à população em geral o perigo real
representado pelo comunismo, citando como exemplo os países socialistas
bolivarianos latino-americanos, como Cuba, Venezuela, Equador (do presidente
Rafael Correa), Bolívia (do presidente Evo Morales), Nicarágua (do presidente
Daniel Ortega) e mais recentemente a Argentina (do presidente Alberto
Fernández), eufemismo criado pelo Foro de São Paulo para mascarar o termo de
países comunistas; já desgastado e estigmatizado entre a população de diversos
países.
O povo brasileiro, conservador, liberal,
a favor da livre iniciativa e do livre mercado, da desregulamentação da
economia, da desburocratização, da redução da violência, da criação de
empregos, do desenvolvimento econômico e social, deve ter muito cuidado com
relação às noticias veiculadas na grande mídia e, mesmo, nas redes sociais
reconhecidamente de esquerda. Grande parte delas não é verdadeira e visa, tão
somente, confundir e desinformar a população para que atinjamos a terceira fase
descrita anteriormente, a da crise.
Lembre-se sempre, meu caro leitor: sua
mente é diariamente disputada no mercado da propaganda enganosa, do fake News,
da desinformação e da contrainformação. Procure vende-la caro; isto é, não
acredite em tudo aquilo que vê, que lê ou que ouve. Certifique-se da veracidade
da notícia, informação ou fato, em diversas outras fontes antes de
considera-los verdadeiros. Recorde-se sempre de duas frases que ficaram famosas
ao longo da história contemporânea e que são diariamente postas em prática por
aqueles que pretendem enganá-lo:
. “Acuse os adversários do que você faz,
chame-os do que você é”- Lênin
. “Uma mentira repetida mil vezes
torna-se uma verdade” - Goebbels
_*/
Economista e doutor pela Universidade de Madrid, Espanha. Membro Fundador da
Academia Brasileira de defesa – ABD e Membro Titular do Centro Brasileiro de
Estudos Estratégicos - CEBRES
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