domingo, 30 de agosto de 2020

396. Considerações sobre Universos Paralelos e Planos Dimensionais


Jober Rocha*



                        Quando ouvimos falar em Universos Paralelos, Multiverso e em Planos Dimensionais, logo nos ocorrem os conceitos físicos ou metafísicos de tais hipóteses. Alguns cientistas imaginam que o universo que se pode observar é só uma parte da realidade física e que a totalidade do espaço, do tempo, da matéria, da energia e das leis e constantes físicas que os descrevem seriam formadas por inúmeros universos, existindo paralelamente e dando origem ao que denominaram Multiverso.
                                Falo em conceitos físicos ou metafísicos, por que eles, ainda, estão no nível da ficção científica e, portanto, além da Física conhecida; isto é, no campo da Metafísica.
                             Alguns cientistas sugerem que vários desses universos poderiam ser conectados entre si, através dos chamados buracos negros ou buracos de minhocas. O fato é que diversas teorias foram desenvolvidas nas universidades e centros de pesquisas ao redor do mundo, tentando colocar luz onde só vemos a escuridão do espaço sideral.
                               Uma dúvida que ainda paira no meio científico, não esclarecida, é a de saber se as leis físicas seriam universais ou se existiriam, para cada universo específico, leis físicas distintas.
                                A primeira referência feita acerca da existência de um Multiverso ocorreu em 1952, mencionada por Erwin Schrödinger, ganhador do Prêmio Nobel. Alguns cientistas como Stephen M. Fernay e Ranga-Ram Chary levantaram, por sua vez, a hipótese de já haver ocorrido, no passado, a colisão de distintos universos.
                                  Algumas teorias supõem que tais universos paralelos necessitariam ser ajustados para a existência da vida consciente, devendo apresentar uma combinação de leis e de parâmetros que deveriam ser adequados ao desenvolvimento da matéria, estrelas e planetas, de forma a que a vida pudesse surgir e evoluir.
                                    As teorias, enfim, são várias e dispares; cada cientista tentando explicar, a sua maneira, como as coisas se passariam no suposto Multiverso; posto que, se o mundo é infinito, nele caberiam infinitos Universos com seus aglomerados de galáxias, nebulosas, estrelas com seus sistemas solares, além dos espaços intergalácticos.
                                       Mas o meu objetivo neste texto é o de demonstrar a existência de universos paralelos e planos dimensionais muito mais próximos de nós do que possamos imaginar. Para atingir tais planos não seriam necessárias naves interestelares viajando a velocidades próximas da luz, nem cortar caminho através de buracos negros ou de buracos de minhocas, aproveitando-se de eventuais dobras, porventura, existentes no espaço sideral.
                                 Esses Universos Paralelos seriam os próprios seres humanos, cada um deles constituindo-se em um Universo diferente dos demais, com características morfológicas, intelectuais, psicológicas, emotivas e genéticas, distintas e independentes. 
                                    Cada ser humano é único e comporta, em si mesmo, um Universo inteiro de características que lhe são peculiares. Cada indivíduo vê a vida e o mundo de uma forma particular, distinta daquela dos seus demais congêneres. Os objetivos de cada um de nós são sensivelmente diferentes dos demais, bem como nossas experiências, nossos conhecimentos, nossas maturidades, nossas formas de encarar a vida e os fenômenos Metafísicos; em suma, os nossos destinos são completamente diferentes e particulares.
                                     Se analisarmos duas das leis do Caibalion (são sete as leis herméticas que se baseiam nos princípios incluídos no livro Caibalion, que reúne os ensinamentos básicos da lei geral que regularia todas as coisas manifestadas no Universo, segundo seu autor Hermes Trimegisto, daí serem conhecidas como leis herméticas. A palavra Caibalion, na língua hebraica, significa tradição ou preceito manifestado por um ente de cima. Esta palavra tem a mesma raiz da palavra Kabbalah, em hebraico) eu penso que encontrarei nelas suporte para as afirmações que fiz e as que farei a continuação.
                                               A Lei do Mentalísmo afirma que: "O Todo é Mente; o Universo é Mental”.
                                           O universo funcionaria, segundo a lei, como um grande pensamento divino. Seria a mente de um Ser Superior que pensa e tem consciência global. E assim seria tudo que existe.
                                       A Lei da Correspondência menciona que: "O que está em cima é como o que está embaixo. O que está dentro é como o que está fora”.
                                    O princípio de correspondência nos ensina que o que seria verdadeiro no macrocosmo, também seria verdadeiro no microcosmo e vice-versa.
                                          Hermes Trismegisto, autor destas leis, seria um legislador egípcio e filósofo, que viveu na região de Ninus, por volta de 1.330 a.C. ou, mesmo, antes. Alguns historiadores estimam que ele teria vivido entre os anos de 1.500 a.C. e 2.500 a.C. Trimegisto é mencionado na literatura ocultista como o maior de todos os sábios do antigo Egito e o grande criador da Alquimia. Teria escrito cerca de trinta e seis livros sobre Teologia e Filosofia, além de seis sobre Medicina, os quais, infelizmente, se perderam quando das diversas invasões sofridas pelo Egito ao longo da História.
                                          Seus ensinamentos tiveram influência na sabedoria oculta europeia, desde a Renascença, quando foram reavivadas por figuras como Giordano Bruno e Marsilio Ficino. A chamada magia hermética passou por um renascimento no século XIX na Europa Ocidental.
                                             Dizem que uma de suas afirmações teria sido: “É loucura tentar explicar para as pessoas aquilo que elas não estão preparadas para entender”. Esta frase, caso seja verdadeira, entraria em aparente contradição com as suas sete leis do Caibalion, pois, na época em que estas foram proferidas, certamente, a maioria dos indivíduos não estava preparada para entendê-las. Talvez as sete leis se destinassem a ser compreendidas pelas gerações futuras...
                                             O fato é que, como os vírus microscópicos responsáveis pelas pandemias, em virtude da nossa inteligência e da exponencialidade do conhecimento atual (tal como ocorre com as epidemias viróticas, que seguem um padrão matemático, chamado de função exponencial, usado para representar fenômenos que se multiplicam muito rapidamente ao longo do tempo), temos a capacidade potencial para destruir o planeta e, consequentemente, o próprio Universo e suas eventuais outras formas de vida, notadamente em função dos nossos conhecimentos tecnológicos cada vez maiores e das armas de destruição em massa cada vez mais poderosas, que somos capazes de criar usando a fissão e a fusão nuclear. Uma eventual guerra atômica entre países, além de destruir o planeta, poderia levar seus efeitos deletérios, em cadeia, aos mais recônditos confins do Universo, ademais de romper com o equilíbrio nele existente.
                                              Ao serem verdadeiras as leis mencionadas de Hermes Trimegisto, em face da primeira delas viveríamos, supostamente, em uma Matrix (que seria a construção artificial de uma realidade que se revestiria das aparências determinadas pela nossa mente). Seria o nosso Universo, portanto, uma hiper-realidade, um espetáculo cenográfico dado pelo (s) nosso (s) criador (es), que aceitaríamos como verdadeiro, como se estivéssemos inseridos em um filme ou em um jogo eletrônico, participando deles como personagem. 
                                         Nossas mentes estariam, constantemente, adequando nossas realidades, como fazemos quando jogamos algum jogo eletrônico no qual podemos tomar qualquer caminho. Assim, cada caminho escolhido nos levaria a um cenário e a um desenrolar distinto dos demais. Neste sentido, poderíamos, sem dúvida, falar em Universos Paralelos mentais; já que, este ‘eventual jogo’, sendo real, poderia ter infinitos cenários, bem como infinitas alternativas de vida.
                                        Mesmo em a lei não sendo verdadeira, conforme eu já mencionei antes cada ser humano consistiria em um Universo Individual, paralelo aos demais indivíduos que, também, constituiriam outros universos.  A população, como um todo, seria o Multiverso. Nas duas hipóteses, portanto, creio na existência de Universos Paralelos mentais no microcosmo, que consistiria em cada indivíduo particular existente, haja vista a segunda lei de Trimegisto, que afirma ser verdade no micro aquilo que é verdadeiro no macrocosmo.
                                              Relativamente aos Planos Dimensionais, podemos imaginar que cada indivíduo, possuindo uma alma, teria o seu espírito encarnado na presente existência em um determinado grau de evolução. Segundo diversas religiões, existem múltiplas encarnações a serem trilhadas por todos os espíritos, em busca da evolução. 
                                            Os espíritos encarnariam, em cada uma de suas múltiplas encarnações, com um determinado grau evolutivo já alcançado e que não retroagiria; ou seja, todo espírito já teria alcançado um determinado plano dimensional, em termos de evolução espiritual, distinto daqueles anteriormente atingidos, por eles mesmos, em encarnações já vivenciadas.
                                          Além de diversas religiões esposarem a ideia de encarnações múltiplas, a Ciência, através da Terapia de Vidas Passadas ou retrocognoterapia, método desenvolvido pelo Doutor em Psicologia Morris Netherton, em 1967, também crê nessa possibilidade. Além do pesquisador mencionado, são considerados, também, os precursores dessa corrente terapêutica Hans Tendam, Roger Woolger e Edith Fiore. 
                                           Até hoje, esses autores são considerados referências na área e leitura obrigatória nos cursos de formação em Terapia de Vidas Passadas que buscam, mediante o recurso da hipnose, atingir o núcleo do trauma gerado em alguma encarnação anterior. Assim, ao vivenciar a experiência traumatizante, o inconsciente liberaria o material psíquico retido através do que Freud chamou de "catarse". 
                                          Com a catarse, a energia psíquica seria liberada e o paciente sentiria um alívio significativo em seus sintomas, por entender a razão de suas causas. Esse alívio psíquico seria a explicação das inúmeras curas físicas e psicológicas registradas pelos terapeutas de regressão hipnótica.
                                              A razão do uso da hipnose tem a sua explicação: ensina a Doutrina Espírita que o esquecimento do passado é necessário para que o espírito, em sua atual existência, não seja sobrecarregado com as lembranças e emoções de outras vidas.
                                            Segundo Alan Kardec em sua obra O Livro dos Espíritos: “Ao entrar na vida corporal, o Espírito perde, momentaneamente, a lembrança de suas existências anteriores, como se um véu as ocultasse; entretanto, às vezes, tem uma vaga consciência disso e elas podem até mesmo lhe ser reveladas em algumas circunstâncias. Mas é apenas pela vontade dos Espíritos Superiores que o fazem espontaneamente, com um objetivo útil e nunca para satisfazer uma curiosidade vã.“ (grifo meu).
                                              Por outro lado, a empresa Neuralink, do empresário Elon Musk, está desenvolvendo um chip que promete conectar o cérebro humano a computadores. Segundo a empresa, que já testou o chip em porcos, futuramente, o chip poderá impulsionar nossos cérebros a “alcançar uma espécie de simbiose com a inteligência artificial”.
                                             Vejam, portanto, amigos leitores, que a Lei do Mentalismo, se acaso não for verdadeira, muito em breve poderá vir a ser, quando os cérebros humanos estiverem ligados aos computadores, referendando algo dito no passado remoto e que as pessoas, até então, não estavam preparadas para entender, mas, que, hoje, já começam a fazer sentido para nós...


_*/ Economista e doutor pela Universidade de Madrid, espanha.




quinta-feira, 27 de agosto de 2020

395. Quando as Cerejeiras florescerem de novo...


Jober Rocha*



                      A sakura, flor da cerejeira, na cultura japonesa traduz a natureza efêmera da vida. É uma flor que vive pouco tempo, pois uma lufada de vento mais forte pode levar todas elas embora.
                          O simbolismo da flor da cerejeira é, pois, muito intenso na vida japonesa, demonstrando, tradicionalmente, a vontade da Natureza e do povo japonês em jamais se deixar abater. 
                              Todos os anos as sakuras aparecem para uma vida que, embora breve, demonstra aos seres humanos que devemos aproveitar todos os momentos da existência, pois, para muitos de nós, como para as sakuras, estes momentos poderão ser muito breves.
                               Digo isto em razão da pandemia que grassa em todo o mundo e, notadamente, no Brasil. Milhares de brasileiros que possuíam sonhos e esperanças, de uma hora para outra os perderam, ceifados que foram pelo vírus cruel cuja origem pode ter sido natural ou não, como ainda discutem muitos cientistas, biólogos, virologistas e infectologistas ao redor do mundo.
                             Similarmente, em países com as características psicossociais e politicas como as nossas, a democracia também costuma ter vida curta como as flores da cerejeira. Ao invés de ser esperada, avidamente, por toda a população, como ocorre no Japão com as sakuras, a democracia é indesejada e combatida por substancial parcela do nosso povo. 
                                Muitos países se intitulam democracias para serem aceitos mais facilmente no Concerto das Nações, serem consideradas Economias de Mercado e participarem de organismos e de foros internacionais, mas, na verdade, se tratam de regimes autoritários de esquerda, comandados por políticos venais em uma verdadeira cleptocracia que tudo pode, pois integrada por membros do parlamento, do poder judiciário e do executivo, que adota a tradicional e conhecida ideologia marxista oportunista (implantar o comunismo para dominar o povo e ficar rico, comandando o rebanho)
                                  Voltando ao parágrafo em que dizíamos ser a democracia combatida por uma parcela do nosso povo, esses brasileiros que assim procedem são aqueles que vivem e prosperam no crime comum; na corrupção e no desvio de dinheiro público; nas sinecuras e nos nepotismos; na tentativa de ascender de vida, financeiramente, de ter poder e de ditar as ordens no país através da implantação, via partidos políticos de natureza comunistas (que deveriam ser proibidos de existir, como ocorre com os partidos nazistas e fascistas por serem, fundamentalmente, antidemocráticos), que adotam a ideologias marxista espúria, internacionalista e antipatriótica.
                                  Diversos países do Continente Latino Americano optaram por manter uma democracia de fachada enquanto instauravam regimes eufemisticamente chamados de socialistas bolivarianos, face ao desgaste mundial da palavra comunismo.
                                Nestes países, da mesma forma que acontece aqui, também, os governantes sérios, porventura ainda existentes ficam totalmente sem controle da economia e do país, comandados que são por cleptocratas infiltrados nos três poderes da república em uma associação criminosa entre eles. O confinamento forçado foi imposto em razão da pandemia (medida desnecessária segundo cientistas sociais, infectologistas, biólogos, etc.); milhares de empresas faliram em decorrência e milhões de cidadãos estão desempregados; os criminosos foram soltos e as polícias têm sido impedidas de dar-lhes combate; empresas internacionais estão saindo destes países, temendo a nacionalização; a agroindústria, a mineração e as fontes de energia têm sido vendidas para determinado país interessado em garantir alimentos para abastecer sua população da ordem de alguns bilhões de seres humanos; as redes sócias e a mídia são totalmente controladas por pessoas e organizações de esquerda; testemunhas de atos criminosos de ex-governantes e de políticos atuais têm sido assassinadas em um processo de queima de arquivos, igual àqueles que costumam ocorrer em todos os países comunistas quando se tratam de dissidentes, de opositores, de testemunhas de crimes de autoridades ou da sucessão pelo poder.
                                         Recentemente, segundo a mídia internacional, o dissidente, líder da oposição russa e crítico do Kremlin, Alexei Navalny foi internado na Rússia com suspeita de envenenamento, nesta quinta-feira (20/8/2020). De acordo com o "Sun", o garçom que serviu o chá a Navalny no bar do aeroporto de Tomsk, na Rússia, está "desaparecido". Transferido para um hospital na Alemanha, foi confirmado o seu envenenamento.
                               Dentre as modernas táticas psicológicas de dependência, de lavagem cerebral e de doutrinação utilizadas pelos ideólogos do comunismo e seus agentes, destacam-se oito passos, definidos pelo psicólogo Albert Biderman e expostos no trabalho de I.E.Farber “Lavagem cerebral, condicionamento, debilidade, dependência e Pavor” - Brainwashing, Conditioning and DDD (debility, Dependency, and Dread). Sociometry, 1957, University of Indiana. I.E.Farber:

1. Isolamento da vítima (isolamento social ou quarentena, fazendo com que a vítima perca o contato com o mundo externo);
2. Controlar a percepção da vítima sobre a realidade (mantendo o monopólio da informação);
3. Levar a vítima à exaustão física ou mental (longos períodos de confinamento, ócio forçado, cenários apocalípticos eminentes);
4. Alimentar a ansiedade e o estresse com ameaças (ameaças econômicas, de desemprego, de aumento nos casos de vítimas mortais do vírus circulante, de novo contágio, etc.);
5. Praticar indulgências ocasionais (liberar certas proibições desnecessariamente implantadas anteriormente);
6. Exibir manifestações de onipotência (passar por cima das leis e da constituição);
7. Fomentar a degradação do ser humano (tratar cidadãos honestos como se fossem bandidos de alta periculosidade);
8. Remover ou dispersar as demandas triviais (as permissões e as liberdades podem ser retiradas a qualquer momento).

                                 Tais medidas estão sendo aplicadas em nosso país (e em muitos outros), notadamente nesta época de pandemia, por algumas autoridades atuais comprometidas com a ideologia marxista e com os ex-governos de esquerda das três últimas décadas, em um experimento de controle social sem precedentes na história da humanidade.
                               Como eu disse no início, a democracia é algo tão frágil quanto às folhas da cerejeira, principalmente por aceitar, como aquela aceita a praga de forma pacífica e consentida, o vírus da ideologia marxista que a irá contaminar e destruir.
                                O sonho de todos os brasileiros do bem é ver, de novo, seu país progredindo; as empresas funcionando e gerando empregos; os políticos eleitos serem pessoas honestas e competentes; as eleições se tornarem à prova de fraudes e as verbas públicas destinadas à infraestrutura de caráter social, como Saúde, Segurança, Transportes, Habitação, Saneamento e Educação. Ver os criminosos comuns e políticos; bem como, seus protetores, todos presos e cumprindo longas penas em presídios de segurança máxima no interior do país. O comunismo e sua nefasta ideologia, o marxismo, expulsos do país e do continente sul americano. As leis imorais e antipatrióticas, votadas por parlamentos anteriores comandados pela esquerda, revogadas e substituídas por leis que promovam a paz social e o desenvolvimento socioeconômico. Uma nova constituição que não contenha cascas de banana, para que as autoridades que desejam o bem do país nelas venham a escorregar; nem que retire do chefe do executivo todo o poder, deixando-o como um mero serviçal do parlamento e do judiciário.
                                      Nós, os brasileiros do bem, ansiosos, esperamos o florescimento da democracia em nosso país, da mesma forma como os japoneses esperam o florescimento das sakuras. 
                                  Ao contrario do que ocorre sempre com a flor da cerejeira, nós desejamos que a nossa democracia não tenha uma vida curta como a dela e que, como também costuma ocorrer com a sakura, não seja levada pelos ventos da discórdia, da incompreensão, da ignorância, da ambição, da ganância e da traição, promovidos ou soprados por maus brasileiros.


_*/ Economista e doutor pela Universidade de Madrid, Espanha.








terça-feira, 25 de agosto de 2020

394. Contaminados com Fakenews lotam hospitais de campanha no Brasil


Jober Rocha*

                   Com a redução dos casos de Covid 19 no país, muitos Estados da Federação deram inicio a desmobilização dos hospitais de campanha, montados às pressas para atender aos milhares de casos previstos pelas autoridades e que não chegaram a ocorrer. 
                          Todavia, uma nova doença tem se revelado, fazendo com que os governadores e prefeitos interrompessem bruscamente as medidas de desmobilização já em andamento.
                           Trata-se de milhares de brasileiros contaminados com fakenews (notícias falsas que consistem em uma forma de imprensa marrom que produz e distribui, deliberadamente, desinformação ou boatos via jornal impresso, televisão, rádio, ou ainda online, como nas mídias sociais) contraídos na mídia nacional e que, em estados mórbidos de depressão e com sintomas físicos patológicos de falta de apetite, cansaço, dores de cabeça, pressão alta, etc.; têm buscado as Unidades de Pronto Atendimento – UPAs.
                         Face à gravidade dos casos, tais pacientes têm sido transferidos para hospitais de campanha espalhados por vários Estados da Federação.
                     O tratamento prescrito pelos médicos consiste em deixa-los em quartos totalmente isolados, sem aparelhos de rádio, TV, Smartphones, jornais, revistas e sem receberem visitas de amigos e de parentes, durante três semanas. Com a gradativa melhora, aos poucos vão sendo liberados para lerem livros religiosos, revistas em quadrinho, assistirem lutas de MMA na TV. 
                           Segundo prescrições médicas, só poderão voltar a operar seus smartphones, lerem jornais ou assistirem os jornais da TV depois de transcorrido o prazo de um ano. Dizem os doutores que esta enfermidade pode acometer novamente os pacientes mal curados, razão pela qual o prazo estipulado para ficarem sem receber notícias políticas, econômicas, militares e psicossociais é de um ano.
                            Alguns cientistas adeptos da Teoria da Conspiração falam na criação de vírus psicológicos que, através das fakenews, lesam a psique dos indivíduos, transformando-os em verdadeiros zumbis, em uma operação no âmbito da chamada Guerra Híbrida (estratégia militar que mescla táticas de guerra política, guerra convencional, guerra irregular, e ciber-guerra com outros métodos de influência, tais como desinformação, ações diplomáticas, mentiras divulgadas na mídia e intervenção eleitoral externa via WEB).
                                    Segundo relatos médicos, os pacientes afirmavam terem sido acometidos destes sintomas após receberem, constantemente, através da mídia, notícias de caráter alarmante sobre a situação brasileira. Ora diziam que haveria o impeachment do presidente, ora que seus filhos seriam presos, ora que a equipe econômica pediria demissão, ora que o presidente Trump perderia as eleições norte-americanas, ora que a Venezuela invadiria o Brasil com o apoio da China, do Irã e da Rússia, ora que os mortos pelo Covid 19 já passariam da casa dos milhões.
                                     Muitos pacientes, notadamente os mais sensíveis, ao serem acometidos começam logo a tremer, a apresentar calafrios e sintomas que se assemelham ao do vírus que acomete atualmente o país e o mundo. Como alguns dos sintomas eram bastante semelhantes, muitos pacientes se dirigiram para as UPAs, formando grandes filas. Lá chegando, após a anamnese e os exames realizados, os médicos diagnosticaram esta nova síndrome, que tem acometido a cada novo dia, um número maior de brasileiros.
                           Profissionais da OMS – Ordem dos Mentirosos e Sacanas, em declaração pública, já afirmaram nada ter a ver com a criação e com a propagação desta nova patologia que acomete os brasileiros e cuja forma de contaminação e de disseminação costuma ocorrer mediante a divulgação de calunias, embustes, trapaças, balelas, imposturas, burlas e lorotas.
                             Os remédios populares mais utilizados, por aqueles que não buscam as redes públicas de atendimento e se medicam com remédios caseiros, têm sido a desconfiança, a descrença, a incredulidade e a suspeita, com relação a tudo o que veem, leem ou ouvem através da mídia. 
                              As autoridades, até agora, têm feito vistas grossas para a nova epidemia. Governadores e prefeitos já pediram mais verbas, pois alegam que aquelas anteriormente concedidas para o combate ao Covid 19 já se esgotaram.
                               Países estrangeiros já ofereceram ajuda, mas fizeram questão de mencionar que montariam suas bases na Região Amazônica, onde parece ser maior o número de casos.
                              As forças armadas, até agora, não se pronunciaram. Talvez aguardem que os casos acabem por se extinguirem sem a necessidade de qualquer intervenção militar.
                          O STF parece já ter declarado que este tipo de patologia foge a esfera de competência do poder executivo. O parlamento já cogita em uma lei específica que confira à câmara e ao senado o controle das verbas que deverão ser alocadas, impositivamente, para o combate da referida síndrome.
                        Enquanto isto, milhares, se não milhões, de brasileiros continuam sendo submetidos, diuturnamente, as fakenews geradas por empresas, agências de desinformação e de contrainformação, profissionais free lancers, nacionais e internacionais; com o único objetivo de inviabilizar, desgastar, dificultar, atrapalhar, embaraçar e tolher o atual governo e suas ações em prol do nosso desenvolvimento. 
                                  Como dizem que Deus é brasileiro, esperemos por alguma ajuda da parte dele, principalmente pelo fato do nosso presidente sempre afirmar, em seus pronunciamentos, que o Brasil está acima de tudo, mas que Deus está acima de todos...


_*/ Economista e doutor pela Universidade de Madrid, Espanha.





quarta-feira, 19 de agosto de 2020

393. Afinal, se existe um Criador, por que Ele não evita o sofrimento humano?


Jober Rocha*



                       Diariamente vemos nas mídias notícias tão terríveis que o próprio demônio, certamente, não as endossaria. Ao ser ele notificado do evento, com toda a certeza, diria como alguns de nossos políticos desconhecer o fato e não ter nada a ver com o assunto ocorrido, ficando, muitas vezes, até mesmo envergonhado de associarem tamanha maldade a uma figura simplesmente má e de natureza maligna como a dele.
                                       Refiro-me aos recentes episódios da pandemia que assola o mundo e do estupro praticado no Espírito Santo, recentemente, por um tio em sua sobrinha de apenas dez anos de idade. A justiça, sabiamente, determinou o aborto. O médico que o fez foi duramente recriminado, bem como o juiz que determinou o aborto, por diversas entidades que vivem da crítica. 
                                         O episódio recebeu, inclusive, um comentário do vice-presidente da república, que declarou: - O aborto, mais do que necessário, é recomendado!
                                         Concordo com o juiz e com a declaração do vice-presidente. A criança foi alvo de uma violência inusitada por parte do tio e, sem ter idade, maturidade e meios de sobrevivência, teria, caso essa sábia decisão não fosse tomada pelas autoridades, que carregar e cuidar, sem estar preparada, física e psicologicamente, de uma criança tão pequena quanto ela.
                                             No caso da pandemia, milhares de seres humanos, cujas encarnações foram permitidas pelo Criador, tiveram suas vidas ceifadas sem nenhuma explicação convincente, muitos deles adolescentes, jovens ou adultos nem tendo atingido a idade média da população do seu país, demonstrando, com isso, que ou o Criador jamais se importou com elas ou que gosta de presenciar o sofrimento humano ou que tomou a decisão errada ao permitir que encarnassem.
                                     Estes episódios possuem diversas interpretações, análises e conclusões religiosas, filosóficas e científicas. Tentarei fazer algumas suposições e buscar chegar a uma conclusão, que reflita, exclusivamente, o meu ponto de vista sobre a razão pela qual o Criador, que tudo pode e sabe, segundo afirmam as religiões, não interfere previamente em situações desta natureza, deixando que o mal ocorra. 
                                        Essa minha preocupação atual, muito tempo antes, em 1710, já havia sido abordada pelo filósofo alemão, G. W. Leibniz, quando escreveu “Ensaios sobre Teodiceia, sobre a Bondade de Deus, a Liberdade do Homem e a Origem do Mal” e que, sob a ótica racionalista do pensamento filosófico, tentou desvendar alguns dos mistérios do Criador. A Teodiceia, para os que não sabem, procura mostrar que é razoável acreditar em um Deus, apesar das evidências do mal no mundo e busca oferecer uma estrutura que tenta explicar por que o mal existe.
                                             Na concepção do filósofo o mal ocorreria por acidente, por inerência (estado de coisas que, por natureza, são inseparáveis e que somente por abstração podem ser dissociadas), isto é, não seria uma realidade positivamente dada e desejada em si mesma, e, sim, uma deficiência ou privação. O mal não seria, portanto, um obstáculo para a bondade de Deus. O homem não tenderia ao mal, e sim, ao bem. Ao mesmo tempo, Deus agiria em função do bem e não do mal, na medida em que este nunca ocorreria positivamente, e, sim, por concomitância. Leibniz defendia que Deus permitia o mal em função do livre-arbítrio. Minha tese é sensivelmente diferente da dele.
                                                   Inicialmente analisarei este assunto, supondo a inexistência de um Criador; isto é, que somos simplesmente frutos do acaso. Visto por este lado, o episódio referido e todo o tipo de mal que ocorre na vida das pessoas, deveria ser encarado como o de duas pedras se chocando, por coincidência, em um cataclismo. A pedra forte quebraria a mais fraca e aquilo não constituiria nada mais do que um episódio fortuito em um universo surgido de forma desconhecida, posto que criado sem um criador.
                                      Poderíamos também, neste caso, imaginar a cena de um leão devorando um filhote de cervo e, após tê-lo feito, já com a barriga cheia, procurar uma sombra onde pudesse fazer placidamente a sua digestão, sem nenhum remorso ou arrependimento, pois saciar a fome comendo filhotes ou adultos é da natureza de todos os leões e, desta forma, nenhum mal teria sido praticado com aquela sua ação. Um ser humano fazendo algo de mal a outro, fato que o beneficiaria (como o caso do leão citado), também seria uma coisa normal, da natureza dos seres humanos que veriam na saciação dos seus Egos o objetivo a vir em primeiro lugar, sem nenhuma conotação de certo ou errado.
                                             Supondo, agora, que o universo possui um criador, duas hipóteses poderiam ser feitas: o Criador se importaria com as suas criaturas ou não se importaria. 
                                         Caso ele não se importasse com aquilo que criou, direta ou indiretamente, episódios como este seriam também comuns, pois poderíamos analisar o fato da mesma forma que analisamos a hipótese anterior. Um Criador que não se importasse com suas criaturas, com certeza, as estaria criando por diletantismo ou por objetivos egoístas e, evidentemente, embora poderoso, com elas não se importaria. Seria, neste caso, também da natureza das criaturas humanas fazerem tudo o que quisessem, pois o Criador não teria para elas nenhuma missão específica e elas estariam neste planeta, apenas, para viver suas vidas da melhor maneira que pudessem e, tão logo morressem, seriam substituídas por outras criaturas que teriam o mesmo destino.
                                                 Imaginando, por outro lado, que ele se importasse com o destino de suas criaturas, a pergunta que faço (e creio que muitos também a farão) é a seguinte: por que ele permitiria que tais eventos ocorressem, já que é reconhecido por todas as religiões monoteístas como sendo um Criador amoroso e benevolente, inclusive autor de milagres que alterariam suas próprias leis imutáveis em benefício de algumas de suas criaturas?
                                                Muitos responderão que ele assim o faz, para testar suas criaturas, para que evoluam espiritualmente, para que resgatem carmas de vidas passadas, para que aprendam através do sofrimento próprio e para que familiares e amigos aprendam, também, em virtude de seus sofrimentos, decorrentes daquele fato ocorrido. Ademais, os seres humanos teriam livre arbítrio para decidir entre fazer o bem e fazer o mal.
                                            Creio ser esta uma teoria inventada por pensadores religiosos, de todas as religiões, para tentar convencer e acalmar seus fiéis seguidores, evitando com que se rebelem e abandonem suas religiões ao constatarem que a divindade máxima é vingativa (pois permite que o mal ocorra), insensível a dor alheia e premeditada (já que é onisciente); pois cria episódios terríveis na vida das pessoas, simplesmente, para que, teoricamente, estas resgatem carmas passados e evoluam espiritualmente. Como se não bastassem os sofrimentos desta existência terrena, muitos (ou a maioria), ainda sofreriam no fogo do inferno (ou no purgatório), onde pagariam (ou purgariam) males cometidos nesta vida. Isto seria uma contradição a jogar por terra as premissas das religiões, de que o Criador é fonte de amor, de bondade, de tolerância, etc.
                                              Ocorre que, no século XIX, chegou até nós a ciência da Psicanálise, método terapêutico criado pelo médico Sigmund Freud (1856-1939), empregado em casos de neurose e psicose, que consistiria fundamentalmente na interpretação, por um psicanalista, dos conteúdos inconscientes de palavras, ações e produções imaginárias de um indivíduo, cuja terapêutica era baseada nas associações livres de pensamentos e na transferência. Aquilo que para a religião tinha origem na maldade humana, para a ciência da Psicanálise, ramo da psicologia, tinha origem em distúrbios inconscientes que criavam um quadro patológico afetando a paz e o comportamento dos indivíduos. A Psicanálise trouxe a baila o ID, o Ego e o Superego, até então desconhecidos, porém, características psíquicas presentes em todas as almas (assim considerados os espíritos quando encarnados). Não podemos assegurar a presença de ID, Ego e Superego nos espíritos já desencarnados, pois, para tal, seria necessária uma Psicologia dos Espíritos, ciência está ainda inexistente.  
                                                Afinal, agimos mal ou praticamos alguma maldade por que somos pecadores (conforme afirmam as religiões), por que somos ignorantes (conforme afirma a Filosofia) ou por que somos psicologicamente doentes (conforme afirma a Psicanálise)?
                                                       Se nós fôssemos psicologicamente doentes ou intelectualmente ignorantes, evidentemente, a culpa de todo o mau que cometêssemos deveria ser atribuída não a nós mesmos, mas àquele que nos criou, já que não temos culpa por sermos doentes ou ignorantes. Se nós fôssemos pecadores por convicção, este fato, sim, poderia ser atribuído ao nosso eventual livre arbítrio, conforme pensava Leibniz.  Todavia, em trabalho meu anterior (denominado “A Falácia do Livre Arbítrio’), publicado em https://ointerpelador.blogspot.com/2020/08/388.html ,  tentei demonstrar que o propalado livre arbítrio não passa de uma falácia, conforme intuído pelo filósofo Friedrich Nietzsche (1844-1900). Nosso comportamento é determinado pela nossa vivência, experiência, informações que temos armazenada em nossa memória e em nosso inconsciente; logo, todas as nossas ações são determinadas por estes pré-requisitos.
                                                 Portanto, creio que sempre que praticamos alguma maldade, o ato culposo nos pertence, mas não o doloso. Este dolo sempre pertenceria àquele que nos criou, pois, podendo evitá-lo em razão de sua onisciência, onipotência e onipresença, não o fez. Em razão disso, não me parece que as consequências que advirão de qualquer episódio de maldade , para quem praticou o ato, para quem o sofreu e para todos os demais envolvidos, direta ou indiretamente, na ação, constituam uma forma de aprendizado. Só o seria se aquele que praticou a maldade estivesse perfeitamente consciente de seu ato (e o fizesse com simples dolo ou por vontade própria, independente de suas condicionantes culturais, intelectuais, psicológicas, físicas, etc., que interferem na sua ação), o que não ocorre, conforme já mencionado e pelas razões expostas.
                                               Entretanto, existe uma regra de ouro na existência humana, que é a de que “Não devemos fazer aos outros aquilo que não desejamos que os outros nos façam”. Em virtude desta regra, qualquer ato considerado de maldade deve ser punido pela lei dos homens com o rigor que o ato exija, em virtude da moral e dos costumes vigentes em cada época.
                                                  Nós aprendemos de forma dialética, evidentemente; todavia, segundo penso, não praticamos as consideradas maldades ou bondades por sermos maus ou bons. Virtudes e vícios fazem parte do arsenal psicológico que trouxemos ao encarnar e que permite a todos nós, humanos, sobreviver em um mundo inóspito e conflituoso, onde objetivos pessoais contrários se chocam com frequência, gerando conflitos de interesses que temos que estar preparados para enfrentar, de modo a sobreviver (pois sobrevivência é a meta determinada pela Natureza para todo ser vivente). Portanto, todos nós temos, potencialmente, a capacidade de produzir o bem ou o mal quando se trata da nossa sobrevivência.
                                          A maneira pela qual reagiremos perante uma situação qualquer, dependerá de nossos condicionamentos, de nossas informações, de nossas patologias psíquicas e de nosso conhecimento intelectual de uma maneira geral. Poderemos, pois, reagir de forma maldosa ou bondosa perante um determinado evento, pois dispomos, conforme já dito, dos vícios e das virtudes em nosso caráter, prontos para serem acionados sempre que nos sentimos ameaçados em nossa integridade.
                                              Embora não sejamos, no meu ponto de vista, integralmente responsáveis de forma consciente pelo bem e pelo mal que produzimos; em benefício e em proteção da espécie humana e da vida psicossocial dos povos, as condutas individuais que fogem a normalidade moral e de costumes devem ser punidas pela sociedade; razão pela qual existem as leis, os códigos de conduta, bem como, as tipificações de crimes e contravenções com suas respectivas penalidades e dosimetrias.
                                            Portanto, meus caros amigos, eu não acredito que o nosso criador (pois estou convencido da sua existência, conforme tentei demonstrar em “Afinal, quem somos nós, de onde viemos e para onde vamos”, encontrada no endereço https://ointerpelador.blogspot.com/2016/06/afinal-quem-somos-nos-de-onde-viemos-e.html ) se importe muito com os nossos destinos individuais, nesta ou em qualquer outra de múltiplas e eventuais encarnações, embora vele pela raça humana como um todo, sem que saibamos o motivo, tendo, até agora, impedido que se extinga desde o seu surgimento, há 350 mil anos, em que pese os cataclismos e as guerras ocorridos desde então. O agricultor, ao plantar a sua roça de milho, da mesma forma, não está preocupado com uma planta específica; está preocupado com a saúde do milharal como um todo e que a colheita vingue. Tem um objetivo para toda a sua produção: vender internamente ou exportar. Não está preocupado, especificamente, com o destino de uma única espiga.
                                               A chamada Metafísica da vida e da morte, em minha opinião, se trata do que chamarei de Física dos Estados Dimensionais. São nada mais do que fenômenos físicos ainda desconhecidos, que são tratados, por este motivo, como fenômenos Metafísicos de cunho esotérico e religioso com finalidades de poder e riqueza, por seus criadores e administradores, e de encontrar uma resposta cosmogônica que os satisfaça, por seus seguidores. Com o desenvolvimento das ciências, futuramente, com toda certeza, descobriremos as leis que tratam das outras dimensões e dos Universos Paralelos, cujas existências, atualmente, não passam de simples especulações de físicos teóricos.
                                O fato é que, em que pesem a existência de inúmeras religiões que se atribuem a missão de representar os desígnios do Criador e intermediar seus contatos com os seres humanos, concretamente Ele jamais se pronunciou oficialmente, de maneira direta com as suas criaturas. Por que se esconde? Por que jamais de apresentou às suas criaturas como o ser que as criou? Por que essas crenças na figura do Criador têm que ser veiculadas por outros seres humanos, que sabem tanto quanto todos nós, isto é, nada.
                                        Entretanto, o Principio da Correspondência, conhecido como a segunda lei do Caibalion (Caibalion é um livro publicado em 1908 pela Yogi Publication Society e que trata dos princípios expostos por Hermes Trimegisto, que foram utilizados, há milhares de anos, em diversas escolas de ensino esotérico do Egito e da Grécia) diz: "O que está em cima é como o que está embaixo. O que está dentro é como o que está fora”.  
                                           Esta lei nos mostra que o que é verdadeiro no macrocosmo é, também, verdadeiro no microcosmo e vice-versa. Ora, se o Principio da Correspondência é verdadeiro, existirão milhares, senão milhões, de formas e espécies de vida no universo, da mesma forma como existe no planeta Terra. Embora a matéria e a vida tenham tido, inicialmente, um Criador, isto não assegura que algumas de suas criaturas não possam, também, ter, elas mesmas, criado outras novas espécies de vida. A Ciência, como o infinito, segundo penso, é algo que não possui um fim; portanto, podem e devem existir, no Universo, formas de vida extremamente desenvolvidas cientificamente e capazes de criar vida, da mesma forma como o Criador fez na origem dos tempos. Nós mesmos, podemos ser fruto da capacidade criativa de alguma dessas espécies, como pensam alguns cientistas atuais. Vejam,a respeito do assunto, a polêmica existente mo meio científico entre a razão da existência do fator sanguíneo RH negativo.
                                              Algumas religiões orientais e o espiritismo, por exemplo, costumam dizer que os espíritos, ao encarnarem, esquecem suas vidas anteriores, pois tal conhecimento lhes prejudicaria o cumprimento da missão ou carma que trazem para esta nova vida. Ora, um dos princípios fundamentais da ciência do Direito é fazer com que o réu saiba por qual delito está sendo julgado. 
                                           Não posso imaginar, conforme analisei em ‘Os Mitos Metafísicos’, que pode ser encontrada no endereço  https://ointerpelador.blogspot.com/2018/11/258.html que o Criador, aquele que tudo pode, faça com que suas criaturas encarnem para um período de sofrimento, onde resgatarão seus eventuais carmas anteriores, desconhecendo quais são estes carmas. Estariam pagando nesta encarnação por carmas (algo de mal que fizeram no passado e que originou consequências que devem ser reparadas) que desconhecem, por não se recordarem de suas vidas anteriores que os originaram? Creio tratar-se esta concepção de mais uma criação destas religiões mencionadas para eliminar um paradoxo ou uma contradição evidentes  e justificar, perante seus seguidores, a razão do sofrimento de criaturas oriundas de um Criador que, segundo elas fazem questão de assegurar, seria só amor, compaixão e benevolência.

                                          Conforme explicitado até agora, embora eu não acredite que as nossas relações com o Criador devam ter um cunho religioso de submissão, quase com as características de uma servidão  consentida ou obrigada, como praticado na atualidade (principalmente pelo fato deste e dos demais universos porventura existentes serem regidos por leis físicas e não por acordos, pactos e contratos sociais inconscientemente e ilusoriamente firmados entre criaturas e criador), reconheço que os seres humanos devam ter suas ações reguladas por leis, códigos e normas. Isto se faz necessário para que a vida em coletividade seja possível, pois cada indivíduo possui caracteres distintos e objetivos diferentes em suas vidas. 
                                          Se perdêssemos menos tempo ‘sacrificando aos deuses’ como faziam os antigos politeístas e hoje fazem os modernos monoteístas, teríamos uma visão cosmogônica mais realista, aplicando as leis com o rigor exigido para a manutenção do contrato social e vivendo com menos sentimento de culpa. Todavia, como os seres humanos carecem de explicações razoáveis e verossímeis sobre suas origens, seus destinos e seu futuro, que a Ciência, com certeza, acabará por fornecer, até lá sigamos nos enganando com falsas explicações ideológicas e religiosas, cujos únicos objetivos, além de tranquilizar o rebanho, evitando um ‘estouro da boiada’, são os de propiciar poder e riqueza aos seus propagadores e administradores, que supostamente fariam a ponte entre criaturas e criador cobrando por este serviço de intermediação.
                                            Ocorre que a raça humana possui uma característica que a diferencia das outras espécies: talvez por sermos racionais, sejamos crédulos, inocentes, confiantes e, por isto mesmo, enganados constante e historicamente pelos da nossa própria espécie.
                                                   A verdade nos tem sido sempre sonegada, sendo seu lugar ocupado pelo engodo, pela mentira, pela desinformação. O ser humano comum, do povo, jamais saberá com fidelidade como as coisas se passam em sua contemporaneidade. Quem não acredita no que afirmo, veja a quantidade dos chamados ‘fakes news’ que entopem os nossos smartphones todos os dias e todas as noites, fazendo com que acreditemos em falsas verdades e em mentiras verdadeiras, conforme comentado em https://ointerpelador.blogspot.com/2020/07/381.html. 
                                                  Mesmo a nossa visão de como a vida política, psicossocial, religiosa, militar e econômica transcorreu, em passado recente, ou remoto, é bastante distorcida, pois sempre prevaleceu a história e a interpretação dos fatos contada pelos vencedores, nem sempre espelhando a verdade. 
                                                      Ao encerrar este texto, faço minhas as palavras de Voltaire, quando disse sabiamente: “Finalizo a minha caminhada quando se apaga a luz do meu archote”!


_*/ Economista e doutor pela Universidade de Madrid, Espanha.



sábado, 15 de agosto de 2020

392.  Mentecaptos e Mequetrefes


Jober Rocha*



                        O vocábulo mentecapto, dizem os dicionários, vem do latim mentecaptu, indicando falso juízo. No Brasil significa doido, idiota, alienado, aquele que perdeu a razão ou o juízo.
                              A título de simples curiosidade, ‘O Grande Mentecapto’ é um romance do escritor brasileiro Fernando Sabino, publicado em 1979 e que virou filme, narrando as aventuras de Geraldo Viramundo, espécie de Dom Quixote brasileiro, que percorre Minas Gerais em busca de aventuras, como Quixote fazia em La mancha, na Espanha. Mentecapto era, também, um vocábulo empregado com frequência pelo ator cômico, já falecido, Ronald Golias, em seus quadros humorísticos.
                               Já mequetrefe, talvez, venha também do latim moechus, indicando libertino, adultero. Em espanhol significa pessoa inconveniente, imprestável, intrometida, trapaceira, não confiável, tendo conservado em português estes mesmos sentidos.
                                      Mequetrefe, também a título de curiosidade, foi um jornal brasileiro, ilustrado e humorístico, publicado no final do século XIX, com claro teor republicano e pelo qual passaram grandes nomes da literatura e da caricatura do país na época.
                                      Fundado em 1875 no Rio de Janeiro (então a capital do país), teve duração até 1893, quando, após a morte de seu proprietário, veio finalmente a deixar de circular.
                                     Quem em nosso país não conhece algum mentecapto ou, ao menos, um mequetrefe? Talvez não por estes nomes pouco usados, mas, sem dúvida alguma, por suas características aqui já descritas.
                                  Eles, certamente, estarão presentes em todas as principais expressões do poder nacional: na vida política, na vida econômica, na vida militar e na vida psicossocial. 
                                Quantitativamente, devem representar milhares, senão milhões, de brasileiros que, diariamente, se mostram inconvenientes, imprestáveis, libertinos, alienados, trapaceiros, intrometidos, patifes, não confiáveis.
                                Qualitativamente, uns possuem maiores graus de acometimento que outros, variando desde um grau pequeno, passando pelo mediano e chegando até ao grau extremo, superior ou ápice. 
                                    Eles poderão ser encontrados em todos os Estados da Federação, em todas as profissões, em todos os poderes da república. Notadamente são encontrados em grande quantidade na carreira política para a qual nenhum pré-requisito é exigido, a não ser o de possuir a capacidade de convencer os eleitores de que o próprio candidato se trata de uma pessoa honesta e de que vai trabalhar pelo bem da nação, do estado ou do município pelo qual se candidata, embora, quase sempre, não pretenda cumprir o que promete.
                                    Suas capacidades mais comuns, depois de eleitos ou de nomeados para um cargo na administração pública, são as de prejudicar o desenvolvimento do país; de entravar a administração; de fazer com que a economia regrida; de promulgar leis, decretos, normas, portarias, pareceres, laudos, sentenças que não servem para nada, a não ser para ocupar o tempo ocioso de que dispõem frequentemente e para impedir ou dificultar a liberdade de expressão do pensamento, de livre negociação, de livre atividade econômica, criando barreiras para tal. 
                                      Seus objetivos, como já mencionado, são os de burocratizar, cada vez mais, todas as atividades, criando dificuldades que a principio parecem ser intransponíveis ao cidadão comum; mas, que, pouco tempo depois, são facilmente superadas por aqueles que se dispõem a consultar determinados escritórios de assessoria técnica jurídica, econômica, financeira, de engenharia e contábil, vinculados à parentes, à amigos ou ‘laranjas’ de alguns destes brasileiros fabricantes e vendedores de leis, decretos, normas, portarias, sentenças, laudos, pareceres, relatórios, decisões, etc.
                                    Todavia, eles não se consideram nem mentecaptos nem mequetrefes. Julgam-se, certamente, autoridades judiciosas, ponderadas, criteriosas, qualificadas, sóbrias, honestas, e, finalmente, espertas, imaginando-se verdadeiras ‘águias de Haia’ na administração pública.
                                    Quando alguma denúncia da mídia os atinge, dizem que sofrem perseguições políticas de opositores ou tentam se livrar da denúncia transferindo-a para a instituição em que trabalham, afirmando que forças ocultas estão tentando desqualificar o organismo público onde serve, com acusações levianas, ofensas, aleivosias, acusações infundadas, calúnias, injúrias, etc. 
                                 Muitos deles, depois de vários anos de conluio em fraudes e desvios de recursos, conseguem deixar a política ou a vida pública, saindo completamente impunes e com patrimônios milionários.
                                    Antes da existência da WEB e das redes sociais, quando as informações eram privilégio de poucos brasileiros e dos mais ricos, o povo desconhecia grande parte dos verdadeiros escândalos proporcionados pelos mentecaptos e pelos mequetrefes em mais alto grau e nos mais altos cargos.
                               Com o advento destas duas fontes de informação, as noticias se espalham com a velocidade da luz por todo o território nacional, sendo muito difícil que as ações deletérias de um mequetrefe ou de um mentecapto, seja no mais baixo ou no mais alto grau, passem, hoje, despercebidos do grande público, em geral, e dos eleitores, em particular.
                                      As palavras, mentecapto e mequetrefe, podem ter caído em desuso e não ser mais reconhecidas pelas gerações que se sucedem; porém, as características intrínsecas das personalidade daqueles que ostentam seus títulos, ou seja, os caráteres de um mentecapto ou de um mequetrefe, estes jamais deixarão de ser notados em todas as épocas e lugares.
                                     Estas duas figuras já mencionadas, encontradas na vida pública, também são encontradas na vida privada em seus diversos graus.
                                    Podem ser reconhecidas na figura daqueles patrões que não respeitam seus empregados, que gostam de enganá-los. Daqueles comerciantes que roubam no peso, na quantidade e no troco, vendendo produtos fora do prazo de validade e sonegando impostos mediante a não emissão de notas fiscais. Daqueles industriais que falsificam produtos e que também roubam no peso e na qualidade. Daqueles gerentes ou simples empregados que desviam recursos (ou clientes) da empresa em que trabalham, visando prejudicar os patrões e se beneficiarem. Daqueles que trabalham em relações públicas e que, despreparados para os cargos e sem aptidão para a função, destratam os clientes, fornecem informações erradas ou nem se dão ao trabalho de atender ao telefone quando este toca ao lado.
                                      Nenhum deles, mequetrefes ou mentecaptos, percebe que prejudicando aos demais, na tentativa de se beneficiar, estará prejudicando à si próprio, à sua família, aos seus amigos, ao seu país.
                                      O grande problema, no entanto, consiste em fazer com que aqueles que o são, se deem conta de se enquadrarem nestas características que os definem. É fácil perceber tais características nos outros, mas é muito difícil percebê-las em si mesmo.
                                   Creio que seja, talvez, esta a razão pela qual existem tantos mequetrefes e mentecaptos em nosso país e o motivo pelo qual em todas as expressões do poder nacional, nas últimas três décadas de governos de esquerda, como em uma ordem unida tresloucada,  mais parecendo a  coreografia demoníaca de um carnaval satânico, que nos afasta cada vez mais dos objetivos nacionais permanentes, a cada passo que damos para a frente damos sempre dois passos para trás.


_*/ Economista e doutor pela Universidade de Madrid, Espanha.

quinta-feira, 13 de agosto de 2020

391. A Pareidolia e a Apofenia dos Brasileiros



Jober Rocha*


                   Alguns dos meus leitores, ao lerem o título do presente texto, estarão, com certeza, achando que falarei de dois distúrbios psicopatológicos relativamente comuns a muitos brasileiros, tanto das classes de renda mais baixas quanto das mais altas, como a cleptomania (que faz com que a pessoa, por exemplo, comece a furtar diversas coisas, inclusive, até mesmo, àquelas sem nenhum valor maior, como lápis, canetas esferográficas e grampeadores das repartições públicas), a coprofagia (prática de ingerir fezes) ou a copro hiperemese (prática de vomitar fezes ao falar alguma coisa). 
                               Nada mais longe da verdade, meus caros amigos. Na realidade me reporto, sim, a dois fenômenos psicológicos pessoais, embora possam ocorrer com a maioria dos brasileiros ou com qualquer ser humano nos mais longínquos lugares do planeta. 
                             A Pareidolia é um fenômeno que faz com que as pessoas reconheçam determinados padrões nas coisas que observam; padrões estes verdadeiramente inexistentes na maioria das vezes.
                                    Ela explica muitas ilusões criadas pelo cérebro. Tudo depende da capacidade criativa de associação de formas por parte do observador. A imagem e a aparência do objeto visto varia de um observador para outro, tendo muito a ver com a condição psicológica de cada um e daquilo que passa por sua mente. Assim, olhando para uma nuvem, uma folha, uma radiografia, alguns vêm imagens de cristo, outros do demônio, outros ainda de nossa senhora, figuras de animais, etc.
                                 A Pareidolia, portanto, representa criações de nossas mentes a partir de formas percebidas na Natureza ou no ambiente, que nossas imaginações transformam em coisas totalmente distintas do que elas são na realidade.
                                     A Apofenia, por sua vez, consiste no fenômeno cognitivo em que o indivíduo, embora normal e saudável, percebe padrões ou conexões inexistentes, em dados aleatórios. Melhor dizendo, trata-se de quando ele imagina uma lei de formação ou um padrão de recorrência em fenômenos que são, simplesmente, devidos ao acaso ou aleatórios. A pessoa que sofre de Apofenia imagina vínculos entre as eventuais ocorrências de determinados fenômenos, muito embora nenhum vínculo exista. Em muitos casos torna-se semelhante ou é confundida com a Pareidolia.
                                Consiste, portanto, a Apofenia em um importante fator no surgimento de crenças supersticiosas, de crenças acerca de fenômenos paranormais; bem como, da crença em fenômenos que não passam de ilusão de ótica.
                                Resolvi escrever sobre estes dois fenômenos psicológicos que ocorrem com pessoas normais, por que eles são muito mais comuns, entre nós, os brasileiros, do que imaginamos.
                                  Uma das ilusões que acomete tanto parte do nosso povo quanto a maior parte de nossas autoridades é a de que a constituição federal está sendo cumprida a risca e de que reina a paz em todo o território nacional, não existindo, portanto, nenhuma razão superveniente para uma eventual intervenção militar que restabelecesse a necessária independência entre poderes da república.
                               Lembro-me que nos anos setenta, mais especificamente no ano de 1976, a empresa Alpargatas, fabricante dos jeans U.S.Top (que concorria com as calças Lee e Levis), lançou uma propaganda na Mídia, voltada para o público jovem, que, através de uma canção de Sergio Mineiro e Beto Ruschel, dizia: - “Liberdade é uma calça velha, azul e desbotada, que você pode usar do jeito que quiser...”
                                     Quarenta e quatro anos depois, em 2020, o Brasil passa por uma das maiores crises da sua História Republicana e, ademais de a Liberdade continuar sendo aqui, apenas, uma calça azul, velha e desbotada; a nossa Constituição Federal (que antes era defendida com patriotismo pelas autoridades civis e militares) hoje em dia é, tão somente, um simples pedaço de papel, que os próceres da República, também, usam do jeito que desejam.
                                      Rasgada, pisoteada e com suas folhas arrancadas pelas próprias autoridades a quem caberiam preservá-la e defendê-la da sanha gananciosa de estrangeiros e de maus brasileiros, a nossa Constituição nada mais tem sido, nos últimos anos, que um simples pedaço de papel. 
                                       Vejo, pois, que o fenômeno da Pareidolia acomete muitas das nossas autoridades, que veem o que não existe. Olhando para uma folha de papel rasgada e jogada ao chão imaginam, mediante suas capacidades criativas de associação de ideias, ver uma carta magna sendo cumprida e respeitada, tanto por aqueles que são obrigados a respeitá-la, quanto por aqueles que juraram fazê-la cumprir com o sacrifício da própria vida.
                                            Relativamente à pandemia que grassa pelo mundo todo, e para a qual os remédios que curam não têm sido utilizados no país, estou convencido tratar-se também do efeito da Pareidolia que acomete nossas autoridades; já que muitas delas, embora vendo as curas produzidas por tais medicamentos, não acreditam nestas curas, talvez, em decorrência de um viés psico-ideológico comum nestes casos, preferindo construir grandes hospitais, importar milhares de aparelhos de respiração mecânica e fazer grandes contratos com empresas estrangeiras produtoras de vacinas, ao invés de distribuir para a população carente medicamentos de baixo custo que já comprovaram, na prática, suas eficácias. 
                                      O próprio presidente da república foi curado por um desses medicamentos, ainda proibido de ser receitado pela rede pública, em alguns Estados da Federação, por determinação dos governadores. Com isto, medicamentos que sempre foram vendidos livremente nas farmácias, sem necessidade de receita médica, passaram a ter seus usos prescritos, apenas, com receitas médicas controladas (como é feito com os medicamentos de tarja preta), para dificultar sua compra pelo povo que conhece seu efetivo poder de cura. 
                                               Acho que essas ações, algumas dolosas outras culposas, poderiam, no futuro, ser enquadradas na nossa lei do genocídio, de n. 2.889/56, com vigência anterior à constituição em vigor; porém, que foi recepcionada pela constituição de 1988. 
                                          O crime de genocídio, por outro lado, foi reconhecido pela primeira vez, sob o Direito Internacional, pela Assembleia Geral das Nações Unidas (A/RES/96-I) em 1946. Ele foi codificado como um crime independente, na Convenção de 1948 para a Prevenção e Repressão do Crime de Genocídio (a Convenção contra o Genocídio); bem como, consta também no Estatuto de Roma, do Tribunal Penal Internacional (Artigo 6).  A Convenção da ONU foi ratificada por 151 países independentes, até maio de 2019, dentre os quais o Brasil.
                                              Com referência a Apofenia, podemos constatar que a grande mídia parece ter muitos dos seus integrantes vivenciando este fenômeno diariamente, notadamente quando noticiam muitas das ações do novo governo, de forma negativa, tentando vinculá-las a eventos inexistentes. 
                                  Alguns magistrados eu acredito que, também, são acometidos de Apofenia, pois, ao absolverem determinados políticos, empresários e executivos, parecem imaginar que enriqueceram em tão pouco tempo, não pela prática de atos de concussão ou de desvio de dinheiro público; mas, por simples razões paranormais.
                                 Alguns dos nossos políticos, também, costumam com frequência ser vítimas da Apofenia; notadamente quando, após terem tomado medidas impopulares, contrariado as promessas feitas aos seus eleitores e se envolvido em episódios de desvio de recursos, imaginam que serão reeleitos por força de crenças supersticiosas de seus eleitores ou deles mesmos, como defensores e propagadores destas crenças.
                                        A Apofenia também acomete parcela expressiva do nosso povo, doutrinado, ao longo das últimas três décadas, a somente ver coisas boas em governos que só praticaram coisas más, em uma evidente ilusão de ótica ideológica. Mediante uma transvaloração de valores que lhes foi paulatinamente imposta pelos ideólogos do partido no poder, passaram a ver o mal no bem e o bem no mal.
                                    Assim, meus caros amigos leitores, eu espero ter despertado a atenção de todos vocês para dois vocábulos praticamente desconhecidos dos brasileiros. Espero, também, que cada leitor, a partir de agora, passe a observar mais detalhadamente suas crenças e com mais acuidade suas conclusões e afirmações, tendo sempre em vista a eventual presença, esporádica ou permanente, de algum deles em sua própria psique.  Caso perceba ter sido acometido pela Pareidolia ou pela Apofenia, só tem uma forma de ver-se livre delas imediatamente: grite bem alto, por três vezes, “Brasil acima de tudo e Deus acima de todos”!



_*/ Economista e doutor pela Universidade de Madrid, Espanha.