domingo, 30 de setembro de 2018


251. Os Remadores do Messias


Jober Rocha*



                                      O título desta crônica me ocorreu ao lembrar da expressão ‘o remador de Ben Hur’. Para os leitores que não a conhecem, ela é de autoria de Nelson Rodrigues (1912-1980), descrevendo o seu próprio ritmo laboral, incansável, de jornalista e escritor brasileiro. 
                                                    Nelson, ao dar este título para um de seus livros, fazia referência ao filme Ben Hur, de 1959, com Charlton Heston, ambientado no tempo do imperador romano Tibério (42 a.C - 37 d.C), em que inúmeros condenados às galés (dentre eles um rico príncipe que vivia em Jerusalém, chamado Judáh Ben Hur, feito escravo por haver ferido o novo governador da Judéia, Valério Grato) remavam dias e noites, sem parar, no navio do cônsul romano Quinto Arrio, encarregado da destruição da frota dos piratas macedônios.
                                                           A campanha eleitoral do candidato do Partido Social Liberal - PSL, Jair Messias Bolsonaro, assemelha-se, em muitos aspectos, ao trabalho dos remadores do filme Ben Hur. Milhares, senão milhões de pessoas, de forma inédita, desinteressada, colaborativa e patriótica, passam inúmeras horas diárias dedicadas a promover, infatigável e obstinadamente, a campanha do candidato à presidência da república nas ruas e nas redes sociais. Com a grande diferença que o fazem de forma espontânea e voluntária, enquanto os remadores das galés do filme Ben Hur o faziam compulsoriamente como escravos.
                                                      Grande parcela da população brasileira, condenada a viver trancada em seus apartamentos e em suas casas gradeadas, com muros altos, cercas eletrificadas e câmeras de vigilância (em virtude do clima de violência instalado e dos assaltos, roubos e assassinatos que ocorrem a todo instante nas grandes cidades e que não escolhem ricos, remediados ou pobres, atingindo a todos de forma brutal) tomou a si a tarefa de promover, graciosamente e de maneira inédita na nossa história, a campanha de Bolsonaro nas redes sociais e nas ruas das cidades. 
                                                      Bolsonaro é o único candidato com uma proposta concreta de combater a criminalidade, inclusive permitindo que a população venha a se rearmar para sua defesa pessoal e patrimonial, como ocorria antes dos governos de esquerda assumirem o controle do país e desarmarem a população (em que pese este desarmamento efetuado haver sido rechaçado, pouco antes, em um plebiscito popular), para que não pudessem se opor a implantação do comunismo ou, como este é eufemisticamente conhecido nos trópicos, socialismo bolivariano.
                                                      Também é o único candidato com a proposta de se opor, de forma contundente, à tentativa levada a efeito pelo Foro de São Paulo, que conta com a aceitação dos demais candidatos de esquerda, da implantação do comunismo em nosso país.
                                                     Os remadores da frota de Quinto Arrio colaboravam com o seu simples trabalho, embora vigoroso e cansativo, para que este cônsul e chefe militar conseguisse destruir a frota dos piratas macedônios. 
                                                         Da mesma forma os colaboradores do capitão Bolsonaro objetivam, com seus incansáveis labores, que este, logo após eleito presidente, inicie o combate, o desmantelamento e a prisão dos criminosos comuns e de suas facções; bem como, dos criminosos de colarinho branco e de suas organizações malignas, que infestam e agem nos três poderes da república, em suas esferas federais, estaduais e municipais, maquinando formas astutas de como roubar dinheiro público e remetê-lo para paraísos fiscais localizados ao redor do mundo.
                                                            Bolsonaro, como um verdadeiro Messias, chegou na hora exata para impedir a falência total de nossa economia e de nossas instituições, conduzidas para o abismo por sucessivos governos de uma esquerda venal e antipatriótica que, em um projeto de poder continental e perene (estabelecido pelo Foro de São Paulo que congrega dezenas de movimentos de esquerda da América Latina), abdicou da nossa própria soberania (ao aceitar a ingerência de organismos e de ideólogos estrangeiros), abriu mão de parcelas do território nacional (como na questão das reservas indígenas) e apropriou-se de forma privada de recursos que eram públicos (como foi e está sendo tornado público através dos inquéritos criminais da Operação Lava a Jato e do chamado Mensalão, em que recursos públicos, objeto de superfaturamento de obras, eram apropriados por políticos e por membros do poder executivo e empresários). 
                                                            Jair Bolsonaro representa o cidadão de bem, que está cansado de pagar com seus escorchantes impostos e com o suor de seu trabalho, os desmandos de dirigentes venais, a conivência de autoridades corruptas com o narcotráfico e com facções criminosas e a incompetência de governantes ideologicamente comprometidos com ideologias ultrapassadas. Poderia ser qualquer outro candidato, desde que sintetizasse essa vontade popular de mudança e a consciência, que hoje a grande maioria da nossa gente já possui, de que estamos seguindo no caminho errado, com um déficit orçamentário gigantesco, desemprego imenso, milhares de empresas comerciais, industriais e de serviços fechadas, Estados da federação praticamente falidos, transportes, educação, saúde e segurança deficientes e abaixo da crítica; além de forças armadas e auxiliares desmotivadas, em razão dos baixos salários, e sucateadas.
                                                          A Venezuela foi para nós um grande exemplo de como o socialismo bolivariano se implanta a sorrelfa, sorrateiramente, em um regime inicialmente democrático. Por sorte os nossos líderes militares não se deixaram cooptar pela ideologia comunista, como ocorreu com os líderes daquele país vizinho.  Os episódios da nossa História ocorridos em 1935 e em 1964 (quando a esquerda tentou, sem sucesso, tomar o poder e implantar o regime comunista), parecem estar ainda bem vivos na memória da maioria dos nossos líderes militares que, mesmo sem intervir diretamente, deixaram bem claro aos governantes eleitos e aos ideólogos de esquerda (eleitos os primeiros de forma democrática em eleições que foram questionadas, quanto a sua lisura, por utilizarem urnas eletrônicas que especialistas asseguram serem passíveis de fraudes) a existência de limites que não poderiam ser ultrapassados, no que respeita a defesa de nossa constituição pelas forças armadas.
                                                       De qualquer forma, o aparelhamento promovido pelos governos de esquerda nas duas últimas décadas, nos três poderes da república, tornará bastante difícil a implantação das medidas de saneamento preconizadas por Jair Messias Bolsonaro caso seja eleito, como tudo leva a crer pela aclamação popular que ele tem aonde quer que vá. O desmanche desse aparelhamento, bem como o fechamento das torneiras por onde se esvaem os recursos públicos para as grandes Mídias, os partidos políticos, os sindicatos, as organizações não governamentais e os artistas de esquerda, será uma tarefa desgastante e que ocupará bastante tempo e pessoal do futuro governo. Centenas ou, até mesmo, milhares de pessoas, ainda impunes em virtude de seus foros privilegiados, com certeza, serão chamadas a responder por seus crimes comuns, bem como de lesa-pátria e de traição, nas barras dos tribunais.
                                                          A esquerda sabe disso melhor do que ninguém. Por esta razão, seus integrantes e comparsas estão jogando as suas últimas cartadas. Ocorre que não contam com a única variável que importa em uma eleição, caso ela não seja viciada: a decisão do eleitor. Pelas demonstrações públicas e através das redes sociais, constata-se que o candidato Bolsonaro é o preferido da maioria esmagadora da nossa população.
                                        Alguns institutos de pesquisa, inexplicavelmente, começaram a atribuir ao candidato do Partido dos Trabalhadores - PT, que desde o início da campanha se apresentava como aquele com menos intenção de votos, um crescimento vertiginoso, ultrapassando os demais concorrentes e quase emparelhando com Bolsonaro. Estes resultados não são condizentes com as manifestações do público nas ruas quando se trata do candidato do PT. Comícios vazios, carreatas com muito poucos veículos. Ao contrário, quando se trata de Bolsonaro, as ruas ficam lotadas de gente e de veículos. Milhares de pessoas comparecem aos aeroportos para saudá-lo em suas viagens pelo país. Alguns analistas comentam que este estranho crescimento faz parte de um preparativo para a fraude nas eleições, fazendo com que a eventual vitória do candidato em segundo lugar seja aceita como normal; já que as pesquisas indicavam a sua ascensão.
                                                        Com receio da eleição em primeiro turno de Bolsonaro, tentaram eliminá-lo fisicamente, na cidade de Juiz de Fora, Minas Gerais, quando recebeu uma facada no abdome ao ser carregado nos ombros do povo. Desde então, sem poder participar da campanha política como os demais candidatos, os seus correligionários, como remadores de Ben Hur, trabalham diuturnamente nas redes sociais, elaborando e enviando matérias sobre seu estado de saúde, suas atividades e seu programa de governo; bem como, rebatendo mentiras divulgadas pela grande mídia e pelos grupos de esquerda que tentam, a todo custo, difamá-lo.
                                                            A única recompensa que esperam os Remadores do Messias é a alegria de vê-lo finalmente eleito, saber que contribuíram para ajudá-lo a trazer de volta aos trilhos o seu país, que havia descarrilhado sob a condução de dirigentes incompetentes, mal-intencionados e venais, e ter a certeza de que seus filhos e netos não precisarão buscar refúgio em terras estranhas, para sobreviver, como hoje fazem os cidadãos venezuelanos.


_*/ Economista e Doutor pela Universidade de Madrid, Espanha.

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