247. A Arte de vender peixe deteriorado como se fosse peixe fresco
Jober Rocha*
Segundo o escritor parisiense René Goscinny e o desenhista normando Albert Uderzo, na série de estórias em quadrinhos chamada “Une Aventure d’Asterix Le Gaulois”, em uma pequena aldeia da Gália, cinquenta anos antes de Jesus Cristo, uma população gaulesa resistiria, ainda e sempre, ao invasor romano.
Naquela pequena aldeia onde coabitavam vários personagens, um deles, chamado Ordenalfabétix, vendedor de peixes, procurava, em quase todas as estórias de Asterix publicadas, apresentar os seus produtos, quase sempre estocados há muito tempo e já em decomposição, como se houvessem sido pescados naquele mesmo dia; isto é, como se fossem novos e estivessem frescos e saudáveis, embora exalassem um grande mau cheiro.
Em muitas ocasiões aqueles que possuem algo de velho, ultrapassado e fora de moda, procuram passar adiante aquilo que têm, travestindo-o com roupagens mais modernas e alegando que é a última moda nas capitais mundiais ou que se trata do último avanço da Ciência, das Artes ou da Filosofia.
Modernidade, segundo informam os dicionários, é a qualidade daquilo que é atual; a novidade, a contemporaneidade, a modernização e o progresso. Também é conhecido como modernidade o período, influenciado pelo Iluminismo, em que o homem passou a se reconhecer como um ser autônomo, autossuficiente e universal e a se mover pela crença de que, por meio da razão, seria possível atuar sobre a natureza e a sociedade.
Fiz estas apresentações iniciais para poder chegar onde desejo: após a queda do regime socialista/comunista na Rússia e em seus países satélites, surgiu a tentativa de reviver a referida ideologia e sistema de governo marxista no Continente Sul Americano, apresentado nos trópicos como algo moderno e adequado às nossas atuais condições econômicas e sociais.
Através de um organismo conhecido como Foro de São Paulo, as linhas mestras sobre como implementar este sistema (nomeado por eles como Socialismo Bolivariano ou, apenas, Bolivarianísmo) em todos os países do continente, foram sendo estabelecidas pelos ideólogos de esquerda, aproveitando-se do fim da chamada Guerra Fria e do descaso Norte Americano com relação à propagação do socialismo/comunismo pelo planeta (para eles uma ideologia e um sistema de governo já mortos e enterrados, após a Glasnost e a Perestroika da URSS, derrotados que foram pela ideologia e pelo sistema capitalista, através da apresentação de melhores resultados econômicos, sociais e científicos naqueles países onde primeiro surgiram; bem como pela democracia neles existente, ao contrário da ditadura nos países comunistas).
Aqueles que se interessam pela Filosofia e que já percorreram o enorme caminho que se inicia com a Filosofia Helênica e segue com a Filosofia Romana, a Filosofia Medieval, a Filosofia da Renascença, o Humanismo, a Reforma Protestante, a Revolução Científica, o Empirismo Inglês, o Iluminismo Francês, o Idealismo Germânico, o Utilitarismo, o Transcendentalismo Americano, o Existencialismo, os Filósofos Europeus Contemporâneos, os Filósofos Americanos Contemporâneos, a Sociologia, a Antropologia e a Psicologia; sabem que muito pouca novidade, ao longo de todos estes anos, foi escrita e divulgada, quando se trata de falar sobre o conhecimento acerca dos seres humanos, de suas idiossincrasias, de sua psique, de suas virtudes, de seus vícios, de seus desvios de conduta, de suas genialidades e de suas mediocridades.
É certo que milhões de páginas já foram escritas, desde o tempo dos filósofos gregos, sobre os seres humanos e estas suas características mencionadas; mas, na maioria das vezes, tratavam-se das mesmas coisas ditas de outras formas ou, usando uma frase mais atual, em tempos de modernidade, das mesmas coisas vistas com novas roupagens, isto é, com maneiras diferentes de serem apresentadas perante o público leitor de cada época.
No entanto, creio eu que, mesmo assim, poucos foram aqueles em todo o planeta que chegaram, sequer, a ler e meditar sobre tais assuntos em suas breves existências terrenas.
Se assim não fosse, com toda certeza, os seres humanos há muito já viveriam em paz entre eles, a riqueza já estaria melhor distribuída, as virtudes já teriam prevalecido sobre os vícios, a miséria já não mais existiria, o meio ambiente teria sido preservado e muitas espécies animais e vegetais não teriam sido extintas.
Se assim não fosse, com toda certeza, os seres humanos há muito já viveriam em paz entre eles, a riqueza já estaria melhor distribuída, as virtudes já teriam prevalecido sobre os vícios, a miséria já não mais existiria, o meio ambiente teria sido preservado e muitas espécies animais e vegetais não teriam sido extintas.
Digo isto com relação à influência de todas as correntes filosóficas e ideológicas (já imaginadas pelas mentes humanas ao longo da história) sobre nós, os seres humanos. Parece que nenhuma delas conseguiu nos transformar em seres melhores do que aqueles que já fomos outrora, desde os tempos antigos em que estas teorias e hipóteses foram imaginadas e transcritas na pedra, no barro, em pergaminhos ou em papéis e legadas para a posteridade.
O que se nota é que, ao lado de um exponencial desenvolvimento, científico e tecnológico, a raça humana evoluiu muito pouco, ao longo dos milênios, naquilo que diz respeito ao suporte filosófico e ideológico que deveria dar amparo à convivência necessária entre raças distintas, com religiões distintas, línguas diferentes, cores diferentes, vivendo em países distintos e com realidades distintas.
Perdemos o sentimento da unidade da espécie e da cooperação (que deve, certamente, ter existido no início) e ganhamos, em contrapartida, o sentimento da diversidade e da competição (que, todos reconhecemos como sendo aquele que existe na atualidade). Permeando a tudo isto, com certeza, encontram-se as ideologias, um capítulo à parte da Filosofia, que constituem instrumentos de dominação que agem por meio do convencimento e da persuasão (não diretamente por meio da força física; mas, dela se utilizando em etapa posterior contra aqueles não suscetíveis aos seus apelos) alienando a consciência humana.
As principais ideologias contemporâneas são as denominadas fascista, nazista, socialista/comunista, democrática, capitalista, conservadora, anarquista e nacionalista. Concordo com o filósofo Karl Marx, quando disse que a ideologia mascara a realidade. Considero a todas elas como uma ideia, um discurso ou uma ação que mascara um objeto, mostrando, apenas, a sua bela aparência e as suas boas qualidades, porém, escondendo as suas más qualidades, quase sempre lesivas aos indivíduos e as liberdades, individuais e coletivas. Foi isto o que ele mesmo fez com a sua própria ideologia, chamada de marxista por seus adeptos e seguidores, mas, também, conhecida mundialmente como socialista/comunista: apresentou o lado humanista, altruísta e igualitário da sua ideologia, escondendo o seu lado autoritário, violento, imperialista e antidemocrático.
Tendo esta ideologia de Marx sido descartada (no final dos anos 80 e início dos 90) no mesmo país que, pela primeira vez (no ano de 1917), a tornou a ideologia oficial de um Estado (tendo ela durado 74 anos na Rússia); diversos ideólogos e políticos da atualidade tentam, ainda, revivê-la, como uma Fênix retirada viva das cinzas, no Continente Sul Americano.
A partir do final da década de 80 e do início dos anos 90, na Europa Central e Oriental, terminou o modelo soviético dos Estados socialistas/comunistas. Assim é que Polônia, Hungria, Alemanha Oriental, Checoslováquia, Bulgária, Romênia, Albânia e Iugoslávia deixaram de fazer parte da chamada Cortina de Ferro.
A União Soviética foi dissolvida, resultando na Rússia e em 14 novas nações que declararam sua independência da União Soviética: Armênia, Azerbaijão, Bielorrússia, Cazaquistão, Estônia, Geórgia, Letônia, Lituânia, Moldávia, Quirguistão, Rússia, Tajiquistão, Turquemenistão, Ucrânia e Uzbequistão.
O impacto da queda do socialismo/comunismo foi sentido em dezenas de países e também abandonado em países como o Camboja, a Etiópia e a Mongólia. Na atualidade, apenas Cuba, Coreia do Norte, Vietnã e Laos mantêm o sistema de governo socialista/comunista tradicional; sendo que alguns já estão fazendo a transição para o capitalismo, como o Vietnã e o Laos. A própria China, embora um país comunista, passou por um processo de liberalização, visando maior eficiência e melhor aproveitamento dos seus recursos. O sistema planificado chinês cedeu espaço, em diversas áreas, às regras do mercado.
Quando todos esperavam o fim de uma ideologia que, definitivamente, não deu certo em nenhum dos países onde foi implantada (por problemas intrínsecos à sua própria genealogia e também devido à idiossincrasias da natureza humana, como a ambição, o desejo de consumir, a ânsia por liberdade, etc.), eis que determinados ideólogos e políticos do Continente Sul Americano resolveram transplantar a referida ideologia para os trópicos, maquiando-a com os conceitos de Antônio Gramsci e dos chamados Socialistas Fabianos para torná-la mais palatável e assimilável, dando-lhe um novo nome e apresentando-a como algo moderno e adequado às nossas condições sociais e econômicas: o denominado Socialismo Bolivariano.
Algumas pessoas pouco informadas costumam dizer que o socialismo deu certo nos países nórdicos da Europa. Ocorre que na Islândia, Noruega, Dinamarca, Suécia e Finlândia, embora caracterizados estes países por altos níveis de gastos públicos e altas cargas tributárias (o que faz com que muitos os considerem socialistas), vigoram o livre comércio, a desregulamentação, a liberdade econômica, a proteção à propriedade privada e o sistema de produção é o capitalismo, com a existência dos capitalistas e com os lucros que lhe são inerentes. Por outro lado, são países considerados ricos, pequenos, com reduzida população e elevadíssimo nível de escolaridade.
Por sua vez, se o nosso desenvolvimento no Continente Sul Americano é reduzido, se nossas taxas de crescimento econômico são baixas ou até mesmo negativas, se temos muitos trabalhadores desempregados, muita pobreza, se destruímos o meio ambiente, desmatamos vastas áreas e poluímos nossos rios, se somos violentos, se somos o paraíso dos criminosos, se somos crédulos, ignorantes, despolitizados, inocentes, excessivamente burocratizados, desorganizados, incompetentes; isto não deve ser creditado ao sistema “chamado capitalista” que aqui é adotado; mas, à nós mesmos, às nossas elites gananciosas, a nossa pouca educação, a cultura de permissividade, de tolerância com o erro, com as fraudes e com as malversações de dinheiro público, que aqui se instalou desde longa data.
Nosso ‘capitalismo’ pouco tem a ver com o capitalismo adotado nos USA e em diversos países europeus. Aqui muitas empresas, impunemente, sonegam impostos, adulteram o peso e a qualidade dos produtos vendidos; fraudam balanços contábeis; possuem o chamado caixa dois (recursos não contabilizados que servem para pagar propinas à políticos e autoridades governamentais, objetivando ganharem concorrências fraudadas; conseguirem a promulgação de leis, decretos e normas que as beneficiem de alguma forma; etc.). Os juros bancários por aqui são os mais elevados do planeta e as filiais dos bancos estrangeiros, que aqui operam, são as que obtém os maiores lucros mundialmente. Não podemos comparar o nosso ‘capitalismo de fachada’ com o deles.
Por outro lado, a nossa máquina estatal, inchada de apaniguados políticos e plena de inúmeros ralos por onde escoam as verbas públicas, necessita de enormes quantidades de dinheiro que são obtidos mediante tributos escorchantes, retirados tanto de pessoas físicas quanto de pessoas jurídicas.
Em uma situação como a que vigora na maior parte dos países do Continente Sul Americano, com sérias deficiências estruturais (na Saúde, nos Transportes, no Saneamento, na Habitação, na Segurança, na Geração de Empregos, etc.), o apelo à implantação de velhas ideologias (como o marxismo, em substituição ao capitalismo), mostrando apenas o seu lado belo e apelativo e escondendo o seu lado feio e autoritário, têm encontrado apoio de uma grande massa de pessoas incultas, desempregadas ou subempregadas.
As empresas oriundas dos países capitalistas, por sua vez, que se aventuram nos países africanos, nos países latino americanos, e em alguns países da Ásia, em busca de lucros e da usurpação de recursos naturais, fazem o que fazem por que nós assim o permitimos historicamente, por sempre termos sidos povos ignorantes comandados por elites venais e antipatrióticas.
O que pretendem, em nosso conturbado e atrasado continente, os ideólogos latinos (que se apresentam como libertadores de povos oprimidos; mas, que, na realidade, pretendem ser os futuros opressores destes mesmos povos) é a implantação de um marxismo ultrapassado, vendido às populações incultas como sendo a última palavra em modernidade que irá nos redimir, para sempre, da miséria e da exploração capitalista.
O que se nota é que, ao lado de um exponencial desenvolvimento, científico e tecnológico, a raça humana evoluiu muito pouco, ao longo dos milênios, naquilo que diz respeito ao suporte filosófico e ideológico que deveria dar amparo à convivência necessária entre raças distintas, com religiões distintas, línguas diferentes, cores diferentes, vivendo em países distintos e com realidades distintas.
Perdemos o sentimento da unidade da espécie e da cooperação (que deve, certamente, ter existido no início) e ganhamos, em contrapartida, o sentimento da diversidade e da competição (que, todos reconhecemos como sendo aquele que existe na atualidade). Permeando a tudo isto, com certeza, encontram-se as ideologias, um capítulo à parte da Filosofia, que constituem instrumentos de dominação que agem por meio do convencimento e da persuasão (não diretamente por meio da força física; mas, dela se utilizando em etapa posterior contra aqueles não suscetíveis aos seus apelos) alienando a consciência humana.
As principais ideologias contemporâneas são as denominadas fascista, nazista, socialista/comunista, democrática, capitalista, conservadora, anarquista e nacionalista. Concordo com o filósofo Karl Marx, quando disse que a ideologia mascara a realidade. Considero a todas elas como uma ideia, um discurso ou uma ação que mascara um objeto, mostrando, apenas, a sua bela aparência e as suas boas qualidades, porém, escondendo as suas más qualidades, quase sempre lesivas aos indivíduos e as liberdades, individuais e coletivas. Foi isto o que ele mesmo fez com a sua própria ideologia, chamada de marxista por seus adeptos e seguidores, mas, também, conhecida mundialmente como socialista/comunista: apresentou o lado humanista, altruísta e igualitário da sua ideologia, escondendo o seu lado autoritário, violento, imperialista e antidemocrático.
Tendo esta ideologia de Marx sido descartada (no final dos anos 80 e início dos 90) no mesmo país que, pela primeira vez (no ano de 1917), a tornou a ideologia oficial de um Estado (tendo ela durado 74 anos na Rússia); diversos ideólogos e políticos da atualidade tentam, ainda, revivê-la, como uma Fênix retirada viva das cinzas, no Continente Sul Americano.
A partir do final da década de 80 e do início dos anos 90, na Europa Central e Oriental, terminou o modelo soviético dos Estados socialistas/comunistas. Assim é que Polônia, Hungria, Alemanha Oriental, Checoslováquia, Bulgária, Romênia, Albânia e Iugoslávia deixaram de fazer parte da chamada Cortina de Ferro.
A União Soviética foi dissolvida, resultando na Rússia e em 14 novas nações que declararam sua independência da União Soviética: Armênia, Azerbaijão, Bielorrússia, Cazaquistão, Estônia, Geórgia, Letônia, Lituânia, Moldávia, Quirguistão, Rússia, Tajiquistão, Turquemenistão, Ucrânia e Uzbequistão.
O impacto da queda do socialismo/comunismo foi sentido em dezenas de países e também abandonado em países como o Camboja, a Etiópia e a Mongólia. Na atualidade, apenas Cuba, Coreia do Norte, Vietnã e Laos mantêm o sistema de governo socialista/comunista tradicional; sendo que alguns já estão fazendo a transição para o capitalismo, como o Vietnã e o Laos. A própria China, embora um país comunista, passou por um processo de liberalização, visando maior eficiência e melhor aproveitamento dos seus recursos. O sistema planificado chinês cedeu espaço, em diversas áreas, às regras do mercado.
Quando todos esperavam o fim de uma ideologia que, definitivamente, não deu certo em nenhum dos países onde foi implantada (por problemas intrínsecos à sua própria genealogia e também devido à idiossincrasias da natureza humana, como a ambição, o desejo de consumir, a ânsia por liberdade, etc.), eis que determinados ideólogos e políticos do Continente Sul Americano resolveram transplantar a referida ideologia para os trópicos, maquiando-a com os conceitos de Antônio Gramsci e dos chamados Socialistas Fabianos para torná-la mais palatável e assimilável, dando-lhe um novo nome e apresentando-a como algo moderno e adequado às nossas condições sociais e econômicas: o denominado Socialismo Bolivariano.
Algumas pessoas pouco informadas costumam dizer que o socialismo deu certo nos países nórdicos da Europa. Ocorre que na Islândia, Noruega, Dinamarca, Suécia e Finlândia, embora caracterizados estes países por altos níveis de gastos públicos e altas cargas tributárias (o que faz com que muitos os considerem socialistas), vigoram o livre comércio, a desregulamentação, a liberdade econômica, a proteção à propriedade privada e o sistema de produção é o capitalismo, com a existência dos capitalistas e com os lucros que lhe são inerentes. Por outro lado, são países considerados ricos, pequenos, com reduzida população e elevadíssimo nível de escolaridade.
Por sua vez, se o nosso desenvolvimento no Continente Sul Americano é reduzido, se nossas taxas de crescimento econômico são baixas ou até mesmo negativas, se temos muitos trabalhadores desempregados, muita pobreza, se destruímos o meio ambiente, desmatamos vastas áreas e poluímos nossos rios, se somos violentos, se somos o paraíso dos criminosos, se somos crédulos, ignorantes, despolitizados, inocentes, excessivamente burocratizados, desorganizados, incompetentes; isto não deve ser creditado ao sistema “chamado capitalista” que aqui é adotado; mas, à nós mesmos, às nossas elites gananciosas, a nossa pouca educação, a cultura de permissividade, de tolerância com o erro, com as fraudes e com as malversações de dinheiro público, que aqui se instalou desde longa data.
Nosso ‘capitalismo’ pouco tem a ver com o capitalismo adotado nos USA e em diversos países europeus. Aqui muitas empresas, impunemente, sonegam impostos, adulteram o peso e a qualidade dos produtos vendidos; fraudam balanços contábeis; possuem o chamado caixa dois (recursos não contabilizados que servem para pagar propinas à políticos e autoridades governamentais, objetivando ganharem concorrências fraudadas; conseguirem a promulgação de leis, decretos e normas que as beneficiem de alguma forma; etc.). Os juros bancários por aqui são os mais elevados do planeta e as filiais dos bancos estrangeiros, que aqui operam, são as que obtém os maiores lucros mundialmente. Não podemos comparar o nosso ‘capitalismo de fachada’ com o deles.
Por outro lado, a nossa máquina estatal, inchada de apaniguados políticos e plena de inúmeros ralos por onde escoam as verbas públicas, necessita de enormes quantidades de dinheiro que são obtidos mediante tributos escorchantes, retirados tanto de pessoas físicas quanto de pessoas jurídicas.
Em uma situação como a que vigora na maior parte dos países do Continente Sul Americano, com sérias deficiências estruturais (na Saúde, nos Transportes, no Saneamento, na Habitação, na Segurança, na Geração de Empregos, etc.), o apelo à implantação de velhas ideologias (como o marxismo, em substituição ao capitalismo), mostrando apenas o seu lado belo e apelativo e escondendo o seu lado feio e autoritário, têm encontrado apoio de uma grande massa de pessoas incultas, desempregadas ou subempregadas.
As empresas oriundas dos países capitalistas, por sua vez, que se aventuram nos países africanos, nos países latino americanos, e em alguns países da Ásia, em busca de lucros e da usurpação de recursos naturais, fazem o que fazem por que nós assim o permitimos historicamente, por sempre termos sidos povos ignorantes comandados por elites venais e antipatrióticas.
O que pretendem, em nosso conturbado e atrasado continente, os ideólogos latinos (que se apresentam como libertadores de povos oprimidos; mas, que, na realidade, pretendem ser os futuros opressores destes mesmos povos) é a implantação de um marxismo ultrapassado, vendido às populações incultas como sendo a última palavra em modernidade que irá nos redimir, para sempre, da miséria e da exploração capitalista.
Como ordenalfabetizes peixeiros da velha Gália, eles tentam vender como modernos e atuais os seus produtos ideológicos já deteriorados e exalando mau cheiro, às populações famintas do Continente Sul Americano; muitas delas oriundas da própria Venezuela (onde o Socialismo Bolivariano já foi implantado e não deu certo) e hoje refugiadas em países vizinhos, como o Brasil.
_*/ Economista e Doutor pela Universidade de Madrid, Espanha.
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