250. Preparem-se!
Jober Rocha*
Caros leitores, não se deixem influenciar pelo título deste texto. Não falarei sobre os baixos salários, sobre as deficiências dos nossos hospitais, de nossas escolas, de nossas estradas ou de nossas polícias; muito embora, todas estas carências contribuam para colocar em risco a sobrevivência de nossa gente.
A sobrevivência de que falarei, para a qual devemos nos preparar, diz respeito àquela que as nossas populações urbanas terão de enfrentar na hipótese de convulsão social (como aquela que, certamente, ocorrerá em nosso país pouco tempo depois da eleição presidencial, seja lá qual for o candidato que vença); bem como, as grandes calamidades e cataclismos que podem ocorrer inesperadamente e para os quais as populações das nossas cidades estão completamente despreparadas.
As forças armadas brasileiras e as forças auxiliares realizam, com certa frequência, cursos e estágios de sobrevivência na selva, na caatinga e nos campos deste nosso vasto território nacional. Isto se baseia na hipótese de que, muitas vezes, o Teatro de Guerra em que se desenvolverão as suas futuras operações poderá estar localizado bem distante das fontes de suprimento e a logística de que irão dispor, naquelas ocasiões de guerra, talvez, possa não ser suficiente para mantê-los convenientemente abastecidos de água, de alimentos, de armas, de munições e de reforços.
Por outro lado, alguns ou muitos militares, eventualmente, poderão se encontrar isolados do resto das suas tropas e necessitar sobreviver por conta própria durante longos períodos. Nestes cursos que têm sido ministrados, os militares aprendem como viver em condições adversas em um meio ambiente inóspito, hostil e com dificuldades para a obtenção de água, de fogo e de alimentos. Fazer fogo por meios alternativos; obter água mediante técnicas milenares e/ou modernas; preparar abrigos para o sol e para a chuva; montar armadilhas para a captura de pequenos animais; aprender quais folhas, raízes e insetos podem ser comestíveis; orientar-se, quanto ao rumo a seguir, através das estrelas do céu; etc.; são algumas das técnicas ensinadas aos militares nestes cursos.
Relativamente à sobrevivência nas cidades; ou seja, no meio urbano, onde, na realidade, deverão se desenrolar a maior parte dos conflitos internos ou, até mesmo, externos com que poderemos nos defrontar no futuro, nada ou quase nada é ensinado aos nossos militares no que respeita às suas sobrevivências pessoais, a não ser, talvez, através de algumas poucas iniciativas vinculadas ao treinamento de operações especiais.
Quando, porventura, se encontrassem isolados de suas tropas no meio de cidades (onde grupos armados de rebeldes ou de criminosos eventualmente travariam combates com forças policiais e militares; populações sublevadas e armadas trocariam tiros entre si e com as forças da lei e da ordem) ou por ocasião de grandes cataclismos se mantiverem isolados de qualquer apoio por parte de seus companheiros, certamente, estes militares e policiais teriam dificuldades para sobreviver até retomarem o contato com o restante de suas tropas.
Não digo que os militares e policiais tenham deficiências com relação à falta de treinamento no tocante ao combate em áreas urbanas, onde algumas forças especiais e policiais brasileiras já possuem um treinamento bastante adequado, além de muita experiência no assunto, estando entre as melhores do mundo. Talvez, a falta de treinamento militar sobre a sobrevivência pessoal urbana seja devida ao fato de que nas cidades estão localizadas a maior parte das bases, dos quartéis e das residências dos próprios militares e, também, em razão de nossas autoridades imaginarem que as forças combatentes, a operar neste Teatro de Guerra, serão, sempre, convenientemente abastecidas de água, alimentos, armas, munições e reforços, por suas próprias organizações situadas nos centros urbanos; o que, na realidade, pode não vir a ocorrer por razões várias.
Se assim se passa no meio militar e no das forças auxiliares, o que dirá então no meio civil. Em muitos países sérios e democráticos, como, por exemplo, os USA, o Canadá, a Suíça, etc., os cidadãos são incentivados pelos próprios governos a fazerem cursos de sobrevivência, a estocarem alimentos, a aprenderem a atirar com armas de fogo e a possuírem armas e munições em suas residências (na Suíça estas são fornecidas gratuitamente, pelo governo, a todos os indivíduos maiores de idade); além dos cidadãos destes países poderem contar com financiamentos, a baixas taxas de juros, para construir abrigos fortificados em suas casas de campo, onde se protegeriam com a família em caso de convulsão social, conflito interno, invasão estrangeira, cataclismos, guerra nuclear, etc.
Estas medidas fazem parte de um bem elaborado plano de mobilização das populações nas hipóteses anteriormente formuladas (plano este desenvolvido durante a Guerra Fria entre USA e a União Soviética), com vistas à sobrevivência e a perpetuação de suas culturas, dos seus valores, de suas raças, dos seus territórios e de suas próprias populações.
O plano de mobilização de muitos países inclui, ademais, a construção de abrigos contra eventuais explosões nucleares. Estes países, além do mais, tradicionalmente, possuem defesas civis a altura das adversidades por que passam constantemente ou que, eventualmente, venham a passar no futuro, tais como os tornados, as tempestades de neve, as inundações, os terremotos, os furacões, as explosões nucleares, etc.
Em nosso país, da mesma forma como ocorre em muitos outros países subdesenvolvidos espalhados pelo mundo, infelizmente, os governos e os políticos parecem possuir outros objetivos. Pensam em desarmar as populações daquelas armas que, eventualmente, possam se voltar contra eles, em razão dos desmandos que muitas vezes cometem, dos desvios de recursos públicos que muitas vezes realizam, da associação com o crime organizado que muitas vezes pactuam.
A burocracia que implantaram para a legalização das atividades desportivas tradicionais de atiradores, caçadores e colecionadores de armas, ao contrário da existente naqueles países anteriormente mencionados, é tão grande que muitos brasileiros desistiram de praticar tais atividades esportivas.
O preço de armas e munições no comércio, além da burocracia necessária para adquiri-los, é tão grande quando comparado com o de outros países que, ao contrário do nosso, não são fabricantes de armas, de maneira a imaginarmos existir aqui a intenção deliberada de evitar as suas aquisições por parte da população honesta e trabalhadora, haja vista que criminosos não adquirem armas em lojas comerciais, não praticam o tiro em clubes, nem são colecionadores ou caçadores registrados.
As justificativas apresentadas para tantos controles e proibições não resistem às pesquisas mundiais sobre o assunto e seguem na contramão daquilo que afirmam os países sérios: “armas e munições garantem o direito à vida e à propriedade do cidadão e, assim, garantem a sua liberdade. Seu uso indevido é um problema policial e judiciário e como tal deve ser tratado”.
Nada em nosso país é feito, ao contrário do que ocorre em outros países democráticos, com vistas a assegurar a sobrevivência da população brasileira, tanto a do interior quanto a das cidades, na hipótese de situações de cataclismos, calamidades, convulsão social, guerras, etc.
Quando se fala em mobilização, nossas autoridades preocupam-se, apenas, com aquela industrial, isto é, em como adaptar as indústrias para, em caso de necessidade, produzirem e fornecerem equipamentos militares; mas não se preocupam em proporcionar cursos, treinamento e meios (físicos e financeiros), para que as populações humanas sobrevivam, em caso de necessidade urgente, motivadas por eventuais catástrofes, calamidades ou convulsões sociais que envolvam os grandes centros urbanos populosos e que provoquem crises de abastecimento e deslocamentos de grandes massas humanas.
Nossas defesas civis, com raras exceções, são rudimentares e sem meios adequados; só vindo ao público em casos de calamidades e, mesmo assim, para tentar justificar suas ausências e inoperâncias. Por outro lado, com uma costa marítima da magnitude da nossa, ainda não possuímos uma guarda costeira a altura de nossas necessidades; nosso espaço aéreo é violado com frequência em áreas de fronteira, por aeronaves transportando armas, drogas e outros itens de contrabando; bem como, armas e munições de grande calibre e potência (estas não devem ser confundidas com aquelas de pequeno calibre, eventualmente, adquiridas pelos cidadãos de bem em lojas legalizadas de armas) destinadas ao crime, organizado ou não, entram, facilmente, por nossas fronteiras terrestres.
Em nossas grandes cidades os únicos a possuírem alguma experiência de sobrevivência na ‘selva urbana’ são os moradores de rua. Estes vivem, dormem, bebem e se alimentam nas ruas das cidades, contando, para tanto, apenas, com aquilo que aprenderam por si mesmos em anos de exclusão social.
A grande maioria de nossas populações urbanas, com toda certeza, pereceria na eventualidade de um cataclismo de grandes proporções que afetasse um ou mais Estados, ou, mesmo, todo o território nacional (por exemplo, uma seca generalizada e duradoura; terremotos; maremotos; tsunamis, queda de asteroides do espaço; guerra civil generalizada; convulsão social; invasão estrangeira; explosão ou vazamento grave de usina nuclear; guerra mundial nuclear; etc.).
Caso ocorra um ou, simultaneamente, alguns destes eventos mencionados, a consequente falência do poder público e o respectivo caos generalizado que se seguiria, gerado pela ausência de serviços públicos e privados, pela falta de gêneros alimentícios, de transporte, de assistência médica, de segurança individual e coletiva e de autoridades constituídas, levariam as nossas populações, totalmente destreinadas e despreparadas, para a morte certa e para o ‘salve-se quem puder’, com todas as suas trágicas e funestas consequências.
As autoridades brasileiras, contudo, parecem ainda não ter se dado conta destas possibilidades ou, então, não acreditar na eventualidade da ocorrência de alguma delas.
Com isto, ainda, não deram início a nenhum plano, concreto e efetivo, de treinamento de populações para tais eventualidades (apenas uma ou outra tentativa isolada sobre a eventualidade de explosão ou vazamento na Usina de Angra I, aos habitantes do município de Angra dos Reis, RJ); bem como, nada fizeram sobre a divulgação de regras e normas de sobrevivência, a serem seguidas por aqueles que vivem em centros urbanos populosos.
Da mesma forma, nenhuma ação foi empreendida com respeito à facilitação de medidas burocráticas ou administrativas, visando a elevar a capacidade de sobrevivência das populações naqueles casos mencionados - por exemplo, a redução de burocracia para aquisição de itens destinados à sobrevivência e, inclusive, disponibilizando aos interessados recursos financeiros, a juros reduzidos, para o preparo de suas subsistências e de suas defesas contra calamidades, como fazem outros países sérios onde as autoridades são responsáveis e preocupadas com o tema.
Algumas colaborações isoladas, no que se refere à sobrevivência urbana, podem, todavia, ser encontradas na WEB, mas suas reduzidas divulgações sob a forma de vídeos têm atingido, apenas, um pequeno público interessado no assunto.
Alguns destes vídeos, que podem ser encontrados no ‘You Tube’ (a grande maioria deles de origem norte-americana), ensinam às pessoas como estocar dinheiro, roupas, alimentos e água, em vários locais diferentes da cidade ou no trajeto para outras cidades ou para o campo (procedimento útil em caso da necessidade de fuga rápida, em razão de convulsão social ou de cataclismo, quando o indivíduo foge apenas com a roupa do corpo); como planejar a melhor rota para sair da cidade, em caso de necessidade urgente; como estocar combustível para alguma emergência, mesmo sendo proibido (a melhor técnica seria a de andar sempre com o tanque de combustível dos veículos cheio); como planejar a defesa de alguma moradia alternativa possuída no campo; como fazer uma horta caseira; como estocar alimentos por vários anos, em garrafas plásticas de refrigerantes; como viver com seus próprios recursos ou meios, no caso da falência geral dos serviços públicos (tais como água, energia, coleta de lixo, segurança individual e pública, serviços de saúde; etc.).
Da mesma forma que o governo em seus três níveis, Federal, Estadual e Municipal, a grande maioria das populações urbanas do nosso país vive o seu dia a dia sem a menor preocupação com relação a qualquer uma destas hipóteses mencionadas e, imaginando que alguma delas venha realmente a ocorrer de uma hora para a outra, certamente, tais eventos, além de surpreender a todos, terão o poder de modificar para sempre e de maneira radical as vidas de milhões de indivíduos.
Outros, por terem, talvez, uma maior visão histórica e reconhecerem que vivem em um país repleto de carências e de deficiências de toda ordem, já começaram, de maneira isolada, com os seus pequenos preparativos há algum tempo, estocando alimentos, água, energia, equipamentos e instrumentos de defesa, etc.
A nossa população atual, conforme indicam as pesquisas eleitorais, está dividida. De um lado estão aqueles brasileiros mais esclarecidos que não se deixam iludir pelos apelos dos tradicionais políticos venais e corruptos (envolvidos em escândalos de desvio de recursos públicos e denunciados pelos próprios parceiros no crime, empresários e executivos de empresas estatais), que, ademais, pretendem implantar no país o denominado socialismo bolivariano, o mesmo sistema de governo comunista que quebrou a economia da Venezuela, expulsando enormes contingentes de refugiados daquele país para os países vizinhos. Estes brasileiros conscientes são eleitores do atual deputado e ex militar Jair Bolsonaro, que conta com a maioria significativa dos votos, segundo as pesquisas de opinião até então realizadas. Este candidato já foi alvo de um atentado recente contra a sua vida, que quase o matou. O crime ainda não foi definitivamente esclarecido.
Do outro lado encontram-se os seguidores do ex presidente Lula (atualmente cumprindo pena de prisão por corrupção e outros crimes), eleitores estes divididos entre diversos outros candidatos de esquerda, em um primeiro turno; mas, unidos todos, entre si, em torno do candidato indicado por Lula, em um eventual segundo. Este segundo candidato já declarou que, se eleito, indultará o ex presidente, fato que os militares brasileiros não aceitarão pacificamente, conforme declarações já veiculadas na Mídia. Até pouco tempo o candidato do Partido dos Trabalhadores - PT era o último situado nas pesquisas de opinião, mas, de uma hora para a outra, sem nenhuma explicação convincente, passou todos os demais candidatos chegando quase a emparelhar com o primeiro, segundo alguns institutos de pesquisa, institutos estes nos quais poucos eleitores acreditam.
Sendo eleito o primeiro candidato, evidentemente, os inquéritos policiais e as ações judiciais já em curso tenderão a aumentar, em quantidade e em extensão, pois inúmeros políticos, não reeleitos, perderão seus foros privilegiados e terão que responder por seus crimes na justiça comum. Empréstimos concedidos por governos de esquerda a países estrangeiros, sem garantias adequadas e não honrados nas datas de vencimento; perdão de dívidas de países, etc., também deverão ser alvo de sindicâncias por parte deste novo presidente. Estes inquéritos a serem instaurados (além do desmanche que, sem dúvida, será efetuado de todo o aparelhamento do Estado realizado pelos governos de esquerda ao longo das últimas duas décadas) farão com que as esquerdas (nacionais e do continente) e seus militantes se mobilizem contra o novo presidente. Essa mobilização poderá ir além da retórica dos protestos e chegar ao confronto armado entre a população civil do nosso país e entre o nosso e outros países de esquerda do continente.
Por sua vez, caso o segundo candidato seja o eleito (em eleições que poderão ser consideradas duvidosas pela maioria da população, em razão das urnas eletrônicas utilizadas apenas em nosso país serem produzidas e manuseadas por uma empresa estrangeira e, segundo 'experts' no assunto, serem facilmente fraudáveis) e venha a indultar o ex presidente Lula, preso, e por um fim na Operação Lava a Jato, os militares e os eleitores do primeiro candidato, com certeza, não aceitarão pacificamente um revés de tamanha magnitude.
O ex-ministro de Lula, José Dirceu (condenado em primeira instância na Operação Lava a Jato, preso e libertado pouco tempo depois) disse, em entrevista divulgada pelo El País nesta quarta (26/09/18), segundo citação de Luís Nassif On Line: “O PT não vai apenas ganhar a eleição, mas tomar o poder".
Esta declaração deixa evidente, que a chamada Operação lava a Jato será encerrada, o ex presidente Lula será indultado e o país será, definitivamente, tomado pela esquerda que implantará aqui o socialismo bolivariano com todas as suas mazelas (desemprego, desabastecimento, violência, censura, miséria e fome)
Em um contexto geopolítico mundial, me pergunto como as grandes potências se comportarão face a queda definitiva do Brasil em um regime comunista, que arrastará junto consigo os restantes países do continente?
Como os nossos militares agirão, nessa eventualidade?
E o povo de bem, que é contra a corrupção, contra o crime organizado, contra a ditadura comunista, a favor da livre iniciativa, do liberalismo econômico, da liberdade de expressão, que reação terá?
Por não conseguir responder a estas indagações e por julgar que a instalação de uma grave crise política, militar, social e econômica se avizinha, aconselho aos brasileiros prudentes que se preparem para sobreviver em tempos difíceis, senão trágicos. Revalidem seus passaportes caso vencidos, vendam aquilo que puderem, mantenham um endereço no campo onde possam e devam estocar água, alimentos, remédios e tudo o mais que puder proporcionar-lhes segurança em caso de convulsão social.
Da mesma forma como anseiam muitas pessoas do bem em nosso país, eu também desejo que o Brasil passe incólume por tudo isto e que esteja, sempre, acima de tudo (para o bem dos brasileiros) e que Deus, sempre, esteja acima de todos!
_*/ Economista e Doutor pela Universidade de Madrid, Espanha.
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