228. Os acordos ou contratos com o Demo
Jober Rocha*
Em conformidade com uma tradicional crença Cristã em bruxaria, o acordo, o pacto ou o contrato com o demônio seria feito entre a própria pessoa de quem partiria a iniciativa e Satã ou um demônio qualquer que o representasse. A pessoa em questão, como contrapartida, ofereceria a própria alma em troca dos favores diabólicos. Estes favores mudariam de região para região e de época para época, mas, normalmente, sempre incluiriam juventude, conhecimento, riqueza, fama e poder.
Em nosso país, em época de eleições, a maioria dos candidatos à Presidência da República desejosos de se eleger para tão cobiçado cargo, de forma pública (em pronunciamentos nos palanques) ou de maneira privada (nos acordos espúrios de bastidores) faz os tais acordos com o Demo ou, o que é mais comum, com aqueles seus representantes terrenos que sejam também eleitores e/ou formadores de opinião.
Explico-me melhor: políticos candidatos ao cargo máximo de presidente, que durante o ano todo nada disseram de expressivo ou de útil, ao chegar à época das eleições, começam a fazer pronunciamentos públicos em que prometem liberar o consumo de drogas; autorizar a realização de abortos na rede hospitalar pública e privada; promover ampla anistia para os empresários inadimplentes com o fisco; libertar criminosos de bom comportamento; desarmar os cidadãos de bem; oferecer créditos subsidiados ou quase de graça para diversos setores empresariais que deles não carecem; aumentar os recursos destinados aos vários tipos de bolsa que beneficiam, normalmente, parentes, amigos, militantes, apadrinhados e cabos eleitorais dos políticos eleitos pelo seu partido.
Estes seriam aquilo que chamo de pactos públicos com o Demo (no caso, representantes dele próprio que seriam também eleitores); pois tratam-se de compromissos assumidos em palanques e destinados a angariar os votos daqueles representantes do Demo a serem beneficiados com as tais promessas feitas.
Estes seriam aquilo que chamo de pactos públicos com o Demo (no caso, representantes dele próprio que seriam também eleitores); pois tratam-se de compromissos assumidos em palanques e destinados a angariar os votos daqueles representantes do Demo a serem beneficiados com as tais promessas feitas.
Um raciocínio primitivo leva os políticos a imaginar que: se 23% da população brasileira consome drogas, cerca de 25% das mulheres gravidas fazem aborto e 25% da população brasileira recebe recursos do Bolsa Família, se eu prometer a todos estes legalizar as drogas e o aborto; bem como, manter e/ou aumentar o valor da Bolsa Família, já poderia contar com 75% dos votos dos eleitores brasileiros. Não imaginam tais candidatos que estes conjuntos possam ser unos; isto é, os seus elementos serem os mesmos ou comuns entre si, nem percebem que os outros candidatos, que fizeram idênticos pactos, também visam a este mesmo público alvo.
No que toca aos pactos privados, estes seriam consumados nos acordos de gabinete, quase sempre espúrios e visando a interesses menores e mesquinhos para a indicação de Ministros; de dirigentes de órgãos públicos; de assessores; para coligações partidárias visando apoio antes, durante e depois da eleição, mediante o loteamento dos cargos de direção em empresas públicas e estatais; para acordos com empresários que forneceriam recursos financeiros para a campanha, sob promessa de obras e de encomendas do governo federal, de renúncia fiscal, de concessões públicas, de decretos-lei beneficiando-os ou de vetos à leis que os prejudiquem, etc.
Desta forma, quando chega a data da eleição, os acordos já estão todos feitos. Ocorre que, ao fazerem os seus pactos, os candidatos se esquecem de que os outros candidatos também estiveram em busca do Demo para propor a assinatura de contratos e alguns deles podem ter negociado em melhores condições do que outros, a tal ajuda do capeta.
O nível dos candidatos costuma ser tão baixo que, certa feita, um jornalista ao entrevistar um destes candidatos perguntou-lhe, de brincadeira, se havia feito algum pacto com o demônio para se eleger. O candidato, não percebendo que se tratava de uma pilhéria, respondeu afirmativamente, que sim. O jornalista, então, perguntou o porquê dele ter feito o tal pacto. A resposta do candidato foi a seguinte: - Porque Democracia, como o próprio nome diz, é o governo do Demônio!
O Demo, como um bom empresário, faz pacto com todos os candidatos que o procuram (como costumam fazer os empresários que contribuem com dinheiro para partidos e candidatos. Na dúvida sobre qual deles irá ganhar, eles financiam todos os candidatos. Qualquer um que seja eleito, será devedor de favores a eles); mas, o Capeta, só trabalhará para um deles, aquele no qual perceba um maior potencial de maldades a fazer contra o povo, depois de eleito.
Ocorre, no entanto, que, nas eleições deste ano no país, um determinado candidato que desponta na preferência dos eleitores, já declarou, publicamente, que jamais faria qualquer pacto com o Demo, pois não é sua pretensão se eleger a qualquer custo, vendendo a própria alma, como parecia ser a dos demais concorrentes.
Esta declaração tocou o pavor em diversos setores do país, tradicionalmente acostumados a reconhecer e considerar como bom e válido qualquer contrato com o Demo ou com seus representantes terrenos.
Este candidato, sem pacto com ninguém e com nenhuma entidade maligna, praticamente concorrendo de forma autônoma; isto é, contando tão somente com o apoio de amigos e de admiradores, representa uma grande ameaça aos poderosos, por se tratar de um ponto fora da curva tradicional de submissão dos políticos nacionais aos eternos detentores do poder; razão pela qual, todos os demais candidatos e partidos o temem e se uniram em uma frente ampla contra ele.
Ao lado dele e trabalhando voluntariamente para a sua eleição, todavia, está a maior parte dos cidadãos de bem que ainda restam no país, pessoas honestas e não contaminadas pela ideologia do gramscismo, implantada em nosso país nos últimos vinte anos.
Como estou convencido de que o bem se alterna ao mal, pois tudo tem fluxo e refluxo, noção esta que prevalece entre os filósofos esotéricos desde os tempos de Hermes Trismegistus (por volta de 1.300 a.C), quando, em sua obra Caibalion, ele estabeleceu as sete leis herméticas que regeriam todas as coisas, eu acredito que depois de governos voltados para o mal (desvio de recursos públicos para as contas privadas dos dirigentes, queda na atividade econômica, falência de inúmeras empresas, desemprego acentuado, aumento da violência, redução no nível de escolaridade, sucateamento dos hospitais públicos, etc.) ocorram governos voltados para o bem; já que, pela Lei da Polaridade, tudo tem dois polos, tudo tem o seu oposto. Assim, creio que o nosso próximo governo será um governo da prevalência do bem sobre o mal, das boas ações sobre as más, da honestidade sobre a desonestidade
Da mesma forma como costumam dizer os jovens assaltantes, desses que diariamente percorrem as ruas e avenidas brasileiras, aterrorizando os trabalhadores, em busca de uns trocados para comprar drogas (que muitos esquerdistas chamam de pobres vítimas da sociedade capitalista exploradora e que eu chamo de pobres vítimas de governos corruptos de esquerda), eu também diria para aqueles políticos que assinaram contratos com o Demo para vencer as próximas eleições a qualquer custo: - Desta vez você perdeu, playboy!!
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