159. O planeta das manipulações**
Jober Rocha*
Quer acreditemos quer não, vivemos, desde longa data, em um planeta onde a Ciência, a Religião, a Filosofia, as Ideologias, a Política e a Mídia, são manipuladas em favor das classes dominantes, conhecidas e desconhecidas, de modo a que tenhamos visões errôneas e distorcidas da realidade em que vivemos. O objetivo é fácil de perceber: evitar que em alguma ocasião futura, tais classes viessem a perder o domínio que possuem sobre a espécie humana e sobre os negócios, de toda a ordem, que sempre foram realizados em nosso planeta.
Em que época precisa esta manipulação da espécie começou, eu não saberia dizer; mas, é coisa muito antiga e data, certamente, do tempo em que alguns indivíduos perceberam que possuíam a característica de serem mais inteligentes do que os demais a sua volta.
Inicialmente o domínio de uns sobre os outros pode ter sido exercido em virtude da força bruta e da coragem individual, mas, depois, com toda a certeza, passou a ser feito em razão da inteligência. Esta mesma inteligência aproveitando-se da natural ingenuidade e da predisposição mística da maioria dos indivíduos, em razão do desconhecimento da origem dos fenômenos que ocorriam a sua volta, criou os deuses e as religiões (através dos quais se estabeleceram os primeiros mecanismos de dominação, entre os integrantes da espécie, sem a necessidade de recorrer ao uso da força).
Quando falei, anteriormente, em classes dominantes conhecidas e desconhecidas estava me referindo ao fato de que, desde tempos muito antigos, por razões várias, os senhores do mundo se utilizaram de administradores e de prepostos para conduzirem os seus negócios terrenos.
Com o passar dos tempos diversas sociedades secretas foram sendo criadas com o objetivo de influenciar e comandar as decisões daqueles que, para as populações mundiais, passavam como sendo os governantes de direito dos povos e das nações; mas, que, na realidade, eram apenas prepostos dos governantes de fato, que, por razões várias, não desejavam ser identificados.
Algumas dessas sociedades, embora consideradas secretas e tendo o acesso vedado ao público, em geral, e aos homens comuns, em particular, são conhecidas (Skul and Bones, Maçonaria, Ordem Rosacruz, O.T.O - Ordo Templi Orientis, Illuminati, Thule, Sociedade Teosófica, Ordem dos Assassinos, Mão Negra, Grupo Bilderberg, Carbonários, etc.); porém, com toda a certeza, existem outras, ainda, completamente veladas e desconhecidas.
Muitas destas sociedades tiveram papel relevante em inúmeros episódios da História Mundial, como a queda de monarquias e de impérios; revoltas, revoluções e guerras; bem como na implantação de novas ideologias e de novos Sistemas Econômicos. Ocorre que estes episódios sempre se trataram de disputas ocorridas entre as elites; mas, que, no entanto, foram vendidas aos povos, pela Mídia da época, como sendo movimentos do interesse e em benefício das populações, notadamente daquelas mais pobres.
E, assim, chegamos aos dias atuais, onde, mais do que nunca, tudo a nossa volta consiste em manipulação por parte dos prepostos dos senhores mundiais.
Inúmeras vezes os cidadãos comuns, de quaisquer países ditos democráticos, se deparam com ações partidas de autoridades dos três poderes; ações estas que, além de serem reconhecidamente inconstitucionais, sobrepassam as autoridades daqueles que as tomaram e se constituem em uma interferência indevida de um poder na esfera de atuação de outro.
A coisa é muito séria para ser atribuída, apenas, a ignorância jurídica de quem propôs a referida ação, tantos são os órgãos de assessoria que proliferam na Administração Pública e com os quais contam as autoridades. No entanto, em que pese uma ou outra voz isolada discordante, a ação tomada prossegue e a medida, seja ela qual for, é finalmente implantada e aceita, definitivamente, pelas autoridades dos três poderes; demonstrando que todas seguiam uma mesma orientação partida de seus verdadeiros senhores.
Uma portaria ministerial, muitas vezes, passando por cima de leis existentes estabelecendo em contrário, vem modificar alguns direitos e deveres, e passa a vigorar no âmbito da Administração Pública (sendo adotada, a partir de então, na esfera administrativa e a revelia da lei já existente).
Outras vezes, acontece de diversos países distintos promulgarem leis idênticas e com os mesmos objetivos, em determinada época, deixando claro, para quem tem olhos para ver, a existência prévia de ordens emanadas de senhores mundiais que exercem influências supranacionais.
Aos que não creem em manipulação, vejam, no tocante ao esporte, os recentes episódios referentes à compra de votos pelo C.O.B. para a escolha do Rio de Janeiro como sede das Olimpíadas de 2016 e a compra de votos para a escolha do país sede da Copa do Mundo de Futebol. Compram-se também resultados de lutas, de corridas de automóveis, de eleições presidenciais, de concorrências públicas, de sentenças, etc.
Aos que não creem em manipulação, vejam, no tocante ao esporte, os recentes episódios referentes à compra de votos pelo C.O.B. para a escolha do Rio de Janeiro como sede das Olimpíadas de 2016 e a compra de votos para a escolha do país sede da Copa do Mundo de Futebol. Compram-se também resultados de lutas, de corridas de automóveis, de eleições presidenciais, de concorrências públicas, de sentenças, etc.
Mais recentemente, a chamada Nova Ordem Mundial (por inúmeras vezes, mencionada nos discursos de diversos ex-presidentes norte-americanos e europeus; bem como, em pronunciamentos de representantes das principais igrejas mundiais), tem buscado com o apoio de organismos internacionais, implantar ações de caráter mundial, como por exemplo: a criação de um governo mundial; de uma única religião; de uma única moeda; de um único território (abolindo países e fronteiras); de um marco controlando a internet até então livre; de uma única língua e da obrigatoriedade de todos os cidadãos do planeta terem um chip, contendo informações pessoais, implantado no corpo (de modo a poderem ser monitorados a distância).
Quais serão os objetivos e alcances destas medidas nós ainda não sabemos, pois elas não são discutidas nos parlamentos, nem submetidas à vontade popular através de plebiscitos. Podemos imaginar que se trata, como sempre, das elites que dominam o planeta se antecipando ao esgotamento dos recursos naturais e a superpopulação mundial.
Essas medidas, como outras já implantadas de caráter redutor da natalidade e da vida humana (como produtos cancerígenos vendidos no comércio; os abortivos; os fármacos preventivos da gravidez; a produção de vírus em laboratórios e as suas liberações no meio ambiente; os chamados Chemtrails que consistem em pulverizações aéreas de substâncias químicas lesivas a saúde e a vida; a contaminação proposital das águas e das lavouras) objetivariam a obtenção de uma drástica e rápida redução populacional, necessária em decorrência do imenso desenvolvimento da robótica, da Inteligência Artificial e da informática, esperado para os próximos anos e que provocarão desemprego em massa; a par de transformar, definitivamente, os seres humanos que restarem em escravos destas elites mundiais, de conformidade com uma servidão consentida já pressentida e mencionada no século XVI por Étienne de la Boétie (advogado francês que ocupou o cargo de conselheiro do Parlamento de Bordeaux), que, bem antes de J.J. Rousseau, já havia escrito sobre os tiranos e a servidão.
Em seu ‘Discurso da Servidão Voluntária’, escrito entre 1546 e 1548, Étienne afirmou:
“É incrível ver como o povo, quando é submetido, cai de repente num sono tão profundo de sua liberdade, que não consegue despertar para reconquistá-la. Serve aos senhores tão bem e de tão bom grado que se diria, ao vê-lo, que não só perdeu a liberdade, mas ganhou a servidão”.
“É verdade que no início serve-se obrigado e vencido pela força. Mas os que vêm depois servem sem relutância e fazem voluntariamente o que seus antepassados fizeram por imposição. Os homens nascidos sob o jugo, depois alimentados e educados na servidão, sem olhar mais à frente, contentam-se em viver como nasceram e não pensam que têm outros bens e outros direitos, a não ser os que já encontraram. Chegam finalmente a persuadir-se de que a condição de seu nascimento é natural”.
“Os homens submissos, desprovidos de coragem guerreira, perdem também a vivacidade em todas as outras coisas, têm o coração tão fraco e mole que não são capazes de qualquer grande ação. Os tiranos sabem muito bem disso. Por isso, fazem o possível para torná-los ainda mais fracos e covardes”.
“A inclinação natural do povo ignorante, cujo número é cada vez maior nas cidades, é desconfiar daquele que o ama e acreditar naquele que o engana. Não penseis que um pássaro caia mais facilmente no laço ou um peixe, por gulodice, morda mais cedo o anzol, que todos esses povos que se deixam atrair prontamente pela servidão, pela menor doçura que os façam provar. É realmente assombroso ver como se deixam ir tão rapidamente ao menor afago que lhes seja dispensado”.
“O teatro, os jogos, as farsas, os espetáculos, os gladiadores, os animais ferozes, as medalhas, os quadros e outras drogas semelhantes, eram para os povos antigos a isca da servidão, o preço da sua liberdade, os instrumentos da tirania. Os tiranos antigos empregavam esses meios, essas práticas, esses atrativos para entorpecer seus súditos sob o jugo. Assim os povos, embrutecidos, achando belos esses passatempos, entretidos por um prazer vão, que passava rapidamente diante de seus olhos, se acostumavam a servir tão ingenuamente, e até pior, quanto as criancinhas que aprendem a ler vendo as imagens brilhantes dos livros coloridos”
“Os tiranos de Roma recorreram também a outro meio: dar com frequencia festas às decurias públicas, iludindo como podiam essa canalha que se entrega ao prazer da boca, mais que a qualquer outra coisa. O romano mais sensato e esperto não deixaria sua tigela de sopa para recuperar a liberdade da República de Platão. Os tiranos distribuíam em profusão um quarto de trigo, um sesteiro de vinho e um sestércio, e então dava dó ouvir gritar: ‘Viva o Rei!’ Os imbecis não percebiam que recuperavam apenas uma parte do que era seu, e que mesmo a parte que recuperavam, o tirano não pudera dar-lhes se, antes, não a tivesse tirado deles mesmos. O que hoje apanhava o sestércio e se empanturrava no banquete público, bendizendo a generosidade de Tibério ou de Nero, no dia seguinte, obrigado a abandonar seus bens à cobiça, seus filhos à luxúria, seu próprio sangue à crueldade desses imperadores magníficos, não dizia palavra, mudo como uma pedra e imóvel como um tronco. O povo ignorante sempre foi assim: entrega-se com paixão ao prazer que não pode receber honestamente e é insensível ao erro e à dor, que não pode suportar sem se aviltar”.
“Os primeiros reis do Egito nunca se mostravam em público sem levar ora um gato, ora um ramo, ora um fogo sobre a cabeça, e desse modo se mascaravam e se fingiam de mágicos. Com essas formas estranhas, inspiravam certa reverência e admiração a seus súditos, que só deveriam rir e zombar deles, se não fossem tão estúpidos ou submissos. É realmente lamentável ouvir falar de quantas coisas os tiranos do passado se valeram para consolidar sua tirania, e de quantos meios mesquinhos se serviam, encontrando sempre o populacho tão bem disposto em relação a eles que caia em sua rede mesmo quando mal soubessem armá-la. Eles sempre tiveram facilidade em enganá-lo e nunca o sujeitaram melhor do que quando mais zombavam dele”.
“Os próprios tiranos achavam estranho que os homens pudessem suportar um homem que os maltratasse. Por isso, se cobriam de bom grado com o manto da religião e, se possível, queriam tomar emprestada alguma amostra da divindade para manter sua vida malvada”.
Voltando ao que eu dizia no início, o aperfeiçoamento do conhecimento sobre os seres humanos, através do desenvolvimento da Psicologia, da Medicina, das técnicas de Marketing, das Pesquisas de Mercado, do Cálculo de Probabilidades, da Teoria dos Jogos, da Estatística, da Informática, da coleta de informações dissimuladas e secretas sobre os indivíduos, etc., têm possibilitado, cada vez mais, fazer com que os indivíduos não se deem conta de que muitas de suas idéias, pensamentos e convicções não lhes pertencem, mas foram inculcadas em suas mentes de forma sutil e sub-reptícia, através do uso de conhecimentos científicos voltados para o mal e utilizados de forma a que eles não percebam as manipulações a que são submetidos.
O que fazer então? - perguntarão os perspicazes leitores.
Creio que reconhecer a existência do problema já é um primeiro passo. Evitar esta manipulação, todavia, é algo quase impossível, principalmente em razão da forma como ela veio se estruturando, ao longo do tempo, na vida das pessoas; seja através das ciências, das religiões, da arte, da política, da filosofia, das ideologias, da moral e dos costumes, das relações de trabalho, dos sistemas econômicos, do arcabouço jurídico e institucional, das relações sociais, etc.
Quando todos estes aspectos falam, sempre, através de uma única linguagem e caminham, somente, para um único objetivo, estabelecidos sutilmente pelos senhores do planeta, fica muito difícil (senão impossível), àqueles que estão inseridos no sistema de dominação implantado mundialmente, imaginar que pode existir outra verdade diferente daquela que aprenderam até então.
As tradicionalmente históricas ações da censura; da contra-informação e da desinformação planejadas; da Mídia venal e tendenciosa; das falsas pesquisas de opinião; das eleições fraudadas; das notícias mentirosas; das organizações criminosas mancomunadas entre si, no meio político e empresarial; das instituições religiosas transformadas em empresas, que somente visam o lucro para seus dirigentes; faz com que dificilmente consigamos livrarmo-nos dos laços que nos mantém atados a uma determinada forma de entender a vida e suas relações; bem como de perceber quem nós somos, de onde viemos e para onde vamos.
Creio que a vida humana no nosso planeta só poderá tomar outra direção na qual, eventualmente, terá chances de estruturar-se de maneira diferente e chegar a conhecer outras verdades, no caso de ocorrerem, isolados ou simultaneamente, os seguintes fatos: contatos, pacíficos ou não, com entidades extraterrestres oriundas de outros sistemas solares ou de outras dimensões; ocorrências de grandes cataclismos que eliminem enormes contingentes populacionais (aí incluída, também, grande parte das elites dominantes), fazendo com que a vida humana seja sensivelmente reduzida; mas, sem que se perca o conhecimento científico e tecnológico, até então, acumulado.
O fato é que, a continuar o atual modelo de desenvolvimento adotado no planeta, em que os países competem entre si por maiores populações; maiores PIB’s; maiores forças armadas; maiores parcelas do comércio mundial; maiores consumos de produtos, bens e serviços; maiores consumos do meio ambiente e dos recursos naturais; chegaremos, fatalmente, a uma nova e terrível guerra mundial. As teorias econômicas, até então formuladas, estiveram sempre preocupadas em estudar o crescimento e o desenvolvimento dos países, os quais, evidentemente, não poderão ser constantes e perenes.
Talvez tenha, realmente, chegado a hora de estabelecerem, de forma pacífica, um governo mundial com redução de custos globais; com redução de forças armadas globais; com redução da população global; com redução dos consumos individuais, coletivos, meio-ambientais e referentes aos recursos naturais, sem que tenhamos de caminhar, inexoravelmente, para uma Terceira Guerra Mundial Nuclear.
É possível que, se extinguidas ou unificadas aquelas características que, tradicionalmente, desuniram os seres humanos (línguas, moedas, territórios, nacionalidades religiões, patriotismo, etc.), contando com uma população menor, porém, dispondo de alto nível tecnológico, possamos nos unir e deixemos de ser habitantes de um planeta onde somos diariamente manipulados, de forma mesquinha, pelas elites dominantes e venhamos a nos transformar, definitivamente, em uma espécie livre e com ambições cósmicas.
_*/ Economista e Doutor pela Universidade de Madrid, Espanha.
_**/ Ensaio
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