253. 2019 – O Admirável Mundo Novo
Jober Rocha*
A estória do romance 1984, de George Orwell (publicado em 1949) se passa, justamente, no próprio ano de 1984 (em um futuro distante para quem vivia no ano de 1949), onde o Estado impunha um regime extremamente totalitário para a sociedade, através da vigilância do Grande Irmão (câmeras onipresentes e oniscientes), imposta pelo partido no poder (onipotente), onde ninguém escapava do seu controle. Assim, o local do romance era dominado pelo medo e pela repressão, pois quem pensava contra o regime era acusado de cometer um crime.
No romance, o personagem principal, que representava o contraponto ao regime, chamava-se W. S. Logo ele começa a questionar o modo como age o Estado. W. S. faz parte do Ministério da Verdade (que tinha como função alterar dados para que toda a história, constante de livros, comunicados e documentos, estivesse de acordo com o que o partido pregava). O chamado crime ideológico (ou crimideia) acontecia, justamente, quando alguma pessoa era denunciada por questionar esses documentos. A punição era aplicada pela chamada Polícia do Pensamento, que eliminava sumariamente o indivíduo contestador.
Dentre as principais curiosidades do romance 1984, que podem ser encontradas em https://blog.poemese.com/resumo-de-1984-de-george-orwell/ , destacam-se:
– O livro possui citações marcantes, como: ‘Quem controla o passado, controla o futuro. Quem controla o presente, controla o passado’;
– Esse romance, apesar de contar uma história transcorrida no futuro, foi inspirado em regimes totalitários já existentes das décadas de 1930 e 1940 (nazismo e comunismo), trazendo uma profunda reflexão e crítica ao fato de cidadãos comuns serem reduzidos a peças, para servir ao Estado, através do controle total. Muito mais do que o nazismo ou o stalinismo, no entanto, é possível traçar paralelos, entre o que ocorria na época em que foi escrito, com diversas formas de controle do governo e também do mercado, com respeito à sociedade humana;
– Não é novidade que o reality show, conhecido como Big Brother, foi inspirado no Grande Irmão da ficção do livro, trazendo a mesma ideia para o programa: indivíduos ficavam confinados e eram vigiados por câmeras 24 horas, como ocorria no livro 1984;
– Orwelliano virou um termo conhecido para se referir a algo totalitário, opressivo. Por exemplo, aquele país tem políticas orwellianas;
– Um exemplo marcante do que vivemos na atualidade foi o fato ocorrido em 2011, nos EUA, quando o Governo do país queria manter o monitoramento de determinados indivíduos, sem mandados judiciais, e o juiz da Suprema Corte, Stephen Breyer embasou seus questionamentos fazendo claras referências à obra de 1984;
– Na atualidade, em muitas cidades, as populações já vivem sob a vigilância de câmeras de segurança em ruas, lojas e submetidos às câmeras de celulares, tablets e computadores, algo semelhante às televisões descritas em 1984, que transmitiam as imagens de propagandas do regime, mas, que, também captavam imagens da audiência de telespectadores;
– Indo mais além, atualmente, debate-se amplamente sobre a questão da privacidade e da vigilância de dados na Internet. Até que ponto redes sociais e buscadores como o Google não estão capturando nossos dados de navegação e hábitos na rede, para influenciar nosso comportamento e nos enviar materiais publicitários e ideológicos?
O que chama a atenção de todos nós, é a capacidade de prever o futuro que possuía George Orwell, fato que o coloca entre os melhores, senão o melhor, escritor de ficção científica de todos os tempos.
O escritor Aldous Huxley, por sua vez, anteriormente a Orwell, em 1932, publicou uma obra de ficção intitulada Admirável Mundo Novo, considerada, também, um dos clássicos da literatura de ficção. Sua história se passa no século VII d.F. (depois de Ford, isto é, Henry Ford, criador da produção em série que revolucionou as indústrias no século XX), em uma sociedade futura onde os indivíduos são condicionados desde a concepção, de forma genética, biológica (por meio de substâncias misturadas aos alimentos e bebidas) e psicológica, a se conformar com as regras sociais vigentes em um Estado autoritário, porém de forma pacífica.
Ao contrário da obra de Orwell, na sociedade imaginada por Huxley o domínio não era mantido pela repressão ou pela violência; mas, pelo incentivo dos comportamentos que o Estado julgava corretos e pelo controle dos sentimentos humanos, através de uma substância, o “Soma”, que induzia as pessoas a se sentirem felizes e conformadas com os desígnios do Estado autoritário.
Ao contrário da obra de Orwell, na sociedade imaginada por Huxley o domínio não era mantido pela repressão ou pela violência; mas, pelo incentivo dos comportamentos que o Estado julgava corretos e pelo controle dos sentimentos humanos, através de uma substância, o “Soma”, que induzia as pessoas a se sentirem felizes e conformadas com os desígnios do Estado autoritário.
No governo de Dilma Roussef, de 2011 a 2016 (isto é, sessenta e cinco anos depois que Orwell imaginou o controle total do Estado sobre pessoas e instituições e oitenta e dois anos depois da publicação do livro de Huxley), em um país dos trópicos conhecido como Brasil e famoso por sua gente alegre, frívola, despolitizada e submissa, o Grande Irmão quase chegou a se instalar definitivamente, embora de forma ainda bastante precária, pois, afinal, nosso subdesenvolvimento é mais intelectual do que material.
Esse controle, pode-se dizer, começou ainda no governo de Luiz Inácio Lula da Silva, em 2003 e prorrogou-se até o final do governo Dilma, quando do impeachment da presidenta (como ela gostava de ser chamada). Embora com o fim do governo Dilma ele tenha diminuído, e interrompido temporariamente o assalto final a nossa democracia, ele continua bem vivo e seus tentáculos, ainda hoje, se estendem pelas instituições de um Estado aparelhado.
O controle começou com a implantação das diretrizes acertadas pelo Foro de São Paulo, organização que congrega centenas de movimentos de esquerda do continente sul-americano, e cuja finalidade última é a implantação da União das Repúblicas Socialistas da América Latina – URSAL, nos moldes da antiga URSS.
O Brasil, como o país mais rico do continente, passou a fortalecer, financeiramente, diversos países mais pobres da América Latina, visando a implantação do chamado socialismo bolivariano (modelo de governo comunista previsto pelo Foro para ser adotado em toda a América do Sul,
Ao mesmo tempo em que assim fazia, seus dirigentes, associados criminosamente com empreiteiros de obras e de outros setores da economia, amealhavam milhões de reais (senão bilhões) recebidos como propinas e decorrentes de atos de corrupção, relativos ao favorecimento dos mencionados empreiteiros, tanto nas suas ações internas quanto externas. O governo pagou, também, na ocasião, com grande alarde, parte substancial da sua dívida externa, cujos juros eram mais baixos, e aumentou sensivelmente a sua dívida interna, cujos juros eram três vezes mais altos, enriquecendo, assim, os bancos que aqui dentro operavam.
Ao mesmo tempo em que assim fazia, seus dirigentes, associados criminosamente com empreiteiros de obras e de outros setores da economia, amealhavam milhões de reais (senão bilhões) recebidos como propinas e decorrentes de atos de corrupção, relativos ao favorecimento dos mencionados empreiteiros, tanto nas suas ações internas quanto externas. O governo pagou, também, na ocasião, com grande alarde, parte substancial da sua dívida externa, cujos juros eram mais baixos, e aumentou sensivelmente a sua dívida interna, cujos juros eram três vezes mais altos, enriquecendo, assim, os bancos que aqui dentro operavam.
Embora contraditório, o fato é que o capitalismo nacional jamais ganhou tanto dinheiro neste período em que o país foi governado pela esquerda, cujo lema, pode-se dizer, resumia-se em “roubar e deixar roubar...”
Por detrás deste lema e dessas ações, podemos perceber o alto grau de maquiavelismo dos ideólogos do socialismo bolivariano: Em primeiro lugar era necessário transformar o país em um local sem lei e sem ordem, rompendo as barreiras ou obstáculos que poderiam se opor à implantação do comunismo, através da destruição e do enfraquecimento da religião, da família, da escola, das polícias e das forças armadas. Em segundo lugar fazer isto de forma a, concomitantemente, enriquecer os partidos políticos de esquerda e seus dirigentes, mediante o estabelecimento de uma desenfreada corrupção.
Os postulados de Antônio Gramsci (Intelectual italiano e um dos fundadores do Partido Comunista Italiano, em 1921, que percebeu que a implantação do comunismo nos países do Ocidente não deveria seguir o modelo russo do uso da violência para conquistar ou tomar o Estado; mas, sim, ao contrário, primeiro conquistar o Estado e depois, então, a aplicação da violência para finalizar o processo) contemplam diversas medidas para solapar qualquer regime, no afã de implantar o comunismo. Assim, existem medidas a serem tomadas com respeito aos partidos políticos; aos poderes executivo, legislativo e judiciário; a escola e as forças armadas, dentre outros.
Para que os leitores comparem tais postulados com a situação atual do nosso país, citarei, apenas, alguns:
. Estimular o número elevado de partidos para enfraquecer a oposição e facilitar a tática de aliança, favorecendo o partido classe.
. Distribuir cargos em órgãos e empresas públicas para militantes do partido-classe e seus aliados, em todos os níveis da administração federal, estadual e municipal; isto é, aparelhar o Estado.
. Criar uma estrutura policial que possa ser transformada em Guarda Nacional ou Guarda Pessoal ou em Polícia Política (Polícia Federal, Força Nacional) para emprego imediato, quando chegar o momento oportuno.
. Silenciar a imprensa através de emprego da verba pública destinada à propaganda, mantendo a população sem informação correta.
. Eliminar valores do processo histórico-cultural nacional.
. Mudar usos e costumes.
. Enfraquecer o moral nacional.
. Mudar traços da identidade nacional.
. Mudar valores e princípios ético-morais.
. Enfraquecer a família.
. Apagar a memória do povo reescrevendo a história para fatos e vultos nacionais relevantes.
. Mudar valores e princípios ético-morais (professores homossexuais no ensino médio e fundamental, alterando a estrutura familiar).
. Enfraquecer a união dos militares, afastando os militares da ativa dos militares inativos.
. Enfraquecer o «espírito de corpo», separando os oficiais generais da tropa.
. Introduzir, a curto prazo, o uso de drogas entre os militares.
. Disseminar, a médio prazo, o homossexualismo entre os militares.
. Preparar, a longo prazo, as gerações de chefes militares que servirão ao governo, e não à pátria, modificando a grade curricular das escolas de formação.
Conforme os leitores poderão constatar, a maioria destas medidas já foi implementada em nosso país, faltando, apenas, o golpe final, que, com o impeachment de Dilma, estaria previsto para ser dado com a vitória da esquerda na eleição presidencial deste ano. Eleito um candidato de esquerda, já no início de seu governo, a constituição seria modificada para a implantação do regime comunista, no qual o sufrágio universal estaria definitivamente extinto. O próprio ideólogo do Partido dos Trabalhadores, José Dirceu, declarou a um jornalista espanhol, recentemente, que: - “Mais do que vencer a eleição, nós queremos é tomar o poder no Brasil”.
Mas, como Deus é brasileiro, conforme já diziam nossos avós, um juiz chamado Sérgio Moro e sua equipe de juízes, promotores, procuradores e delegados de polícia (cujas ações farão, eternamente, parte da História do Brasil), intercedeu na hora exata, desbaratando e impedindo o maléfico projeto das esquerdas continentais.
A par disto, um deputado federal e ex-capitão do Exército Brasileiro, chamado Jair Bolsonaro, candidatou-se a Presidência da República e, por sua honestidade, postura política e em virtude de defender nossas tradições cristãs ocidentais, conseguiu a maioria dos votos dos eleitores no primeiro turno. Tudo indica, conforme demonstram as pesquisas de opinião, que será o vencedor também no segundo, a menos que haja fraude nas eleições.
A par disto, um deputado federal e ex-capitão do Exército Brasileiro, chamado Jair Bolsonaro, candidatou-se a Presidência da República e, por sua honestidade, postura política e em virtude de defender nossas tradições cristãs ocidentais, conseguiu a maioria dos votos dos eleitores no primeiro turno. Tudo indica, conforme demonstram as pesquisas de opinião, que será o vencedor também no segundo, a menos que haja fraude nas eleições.
Para um país que esteve bem próximo de se transformar no Estado totalitário descrito por George Orwell, a eleição de Bolsonaro, para presidente da república, poderá fazer com que se descortine, a partir de 2019, um admirável mundo novo para o nosso povo.
Não que pareçamos com o Admirável Mundo Novo de Huxley, naquilo que ele tem de ruim; mas, apenas, que sejamos semelhantes naquilo que ele tem de bom, isto é, no fato de que as pessoas se sintam felizes, satisfeitas e seguras, desempenhando as suas atividades diárias. Isto poderá, sem dúvida, ser obtido com a implantação do programa do candidato, que contempla um Estado mínimo, a desburocratização, a liberdade econômica e individual e a reativação das atividades econômicas; além da redução dos gastos públicos. O combate sério e imperdoável a criminalidade e a corrupção também constituem metas do seu governo.
Não que pareçamos com o Admirável Mundo Novo de Huxley, naquilo que ele tem de ruim; mas, apenas, que sejamos semelhantes naquilo que ele tem de bom, isto é, no fato de que as pessoas se sintam felizes, satisfeitas e seguras, desempenhando as suas atividades diárias. Isto poderá, sem dúvida, ser obtido com a implantação do programa do candidato, que contempla um Estado mínimo, a desburocratização, a liberdade econômica e individual e a reativação das atividades econômicas; além da redução dos gastos públicos. O combate sério e imperdoável a criminalidade e a corrupção também constituem metas do seu governo.
Que ele seja eternamente protegido pelo Criador, como tem feito até agora, mantendo-o vivo e fazendo com que não se desvie de sua missão, são os meus votos e, certamente, de todo o povo de bem que ainda resta em nosso país.
_*/ Economista e Doutor pela Universidade de Madrid, Espanha.
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