136. Meninos devem brincar de guerreiro e meninas de boneca
Jober Rocha*
Episódios ocorridos ao redor do mundo, na atualidade, deixam claro que em um passado recente os países ocidentais tomaram novo rumo, diferente daquele que tradicionalmente tinha sido seguido pelos nossos antepassados. Esse novo rumo, contemporaneamente ainda trilhado, nota-se de forma mais freqüente naquilo que está relacionado com a saúde humana e no que diz respeito ao comportamento psicossocial.
Explico-me melhor: diversos alimentos, milenarmente consumidos pela humanidade e sem nenhuma restrição com relação à saúde, em razão do desenvolvimento da Ciência Médica e da Farmacologia, passaram a ser estigmatizados como agentes causadores de inúmeras patologias, por diversos estudos médicos conduzidos em universidades e grandes centros de pesquisa em todo o mundo. É o caso, por exemplo, das carnes e gorduras de origem animal (notadamente as de porco), da gordura de coco, da manteiga, do ovo, etc. O principal argumento, contrário a ingestão de tais alimentos, é o de que eles aumentariam o nível do mau colesterol, presente no sangue dos seres humanos.
A redução no consumo destes alimentos foi, imediatamente, seguida da elevação no consumo das gorduras vegetais (como o óleo de soja e as margarinas) e no consumo de medicamentos (como as estatinas), enriquecendo grandes corporações industriais e laboratórios, de âmbito mundial. Sabe-se que os resultados de muitas pesquisas (realizadas estas em todos os campos da Ciência) divulgados como verdadeiros, algumas vezes não passaram de engôdos visando a interesses inconfessáveis de natureza econômica, política, religiosa ou ideológica. A massificação pela Mídia destas informações, muitas vezes falsas, objetiva a movimentação de uma indústria milionária que tudo compra em seu rastro, até mesmo reputações de cientistas, de filósofos, de pensadores religiosos e de pesquisadores.
No campo Psicossocial ocorre o mesmo, quando os costumes e a moral tradicionalmente aceitos, através de uma transvaloração de valores (termo utilizado pelo filósofo alemão Friedrich Nietzsche para indicar a transformação radical ocorrida em algumas épocas, na moral vigente e nos costumes) sofrem uma total inversão, fazendo com que aquilo que antes era tido como bem passe a ser considerado como mal e vice versa. Essa transvaloração, evidentemente, também é produzida em razão de interesses econômicos, políticos, religiosos e ideológicos.
Recentemente, com a proliferação das ideologias de esquerda nos países ocidentais, passou a vigorar o denominado 'Comportamento Politicamente Correto'. Este termo, muito usado na atualidade, está relacionado a uma nova abordagem política que busca estabelecer linguagem e comportamento próprios (aparentemente neutros), de modo a evitar que possam ser ou que venham a ser ofensivos ou preconceituosos com relação a pessoas de determinados grupos sociais, principalmente, em razão de raça, sexo ou religião. Linguagem e comportamento, como todos sabem, fazem parte dos hábitos, costumes, usos e regras, que se materializam na assimilação social dos valores morais.
Neste contexto, sem que muitos se apercebam, está sendo estabelecida uma nova moral, desvinculada daquela de origem religiosa vigente, até então no mundo ocidental, sob a ótica eufemística do Comportamento Politicamente Correto, que tenta implantar uma nova moral, em tempos de ateísmo e de materialismo incentivados e disseminados pelas ideologias de esquerda nos países ocidentais, onde o comunismo e o socialismo conseguiram chegar ao poder em muitos deles.
A expressão ‘Politicamente Incorreto’, por sua vez, é a que trata de nomear formas de expressão e de comportamento que procuram externar supostos preconceitos sociais, sem receios de nenhuma espécie. Este conceito é entendido, por alguns acadêmicos, ditos de esquerda, como uma forma de se expressar e de ter um determinado comportamento, considerados incorretos e utilizados por grupos conservadores de direita. O Comportamento Politicamente Correto, neste contexto, seria aquele que deveria ser seguido por todos os cidadãos e de que se já utilizariam os liberais e os progressistas de esquerda.
Os conceitos sobre aquilo que é ou não politicamente correto, entretanto, são estabelecidos pelas elites no poder e pela ideologia de esquerda dominante, sendo expressos através da Mídia, cativa e subserviente, para absorção pelas massas populacionais incultas, e inocentes com respeito à Genealogia da Moral.
Aqueles que criticam o ‘Comportamento Politicamente Incorreto’ o acusam de fascista, enquanto os críticos do ‘Comportamento Politicamente Correto’ o acusam de patrulhamento ideológico de tendência marxista. Como alguém já disse, em algum lugar, ambos os lados buscam denegrir um ao outro, na busca por um espaço na mente dos nossos pacatos cidadãos.
Na pós-modernidade no ocidente cristão, o feminismo militante, o antibelicísmo, a tipificação do assédio sexual como crime, a educação dos filhos homens pelas mulheres (que querem que eles vejam a vida da forma como elas a vêem), a insegurança masculina sobre a sua própria masculinidade (incentivada pela ideologia de gênero divulgada nas escolas), a implantação do comportamento politicamente correto, a legislação referente aos direitos humanos, a legislação referente aos direitos dos homossexuais (inclusive com relação aos casamentos e as adoções), tudo isto junto, teve o efeito perverso de deixar o ocidente em posição mais vulnerável que o oriente, notadamente neste caso presente dos refugiados islâmicos, para os quais as leis ocidentais nada valem.
Os comportamentos adotados no ocidente, mencionados anteriormente, teriam, assim, efeminado os homens ocidentais frente aos árabes, notadamente os homens europeus. Isto ocorre, ademais, em outros continentes e em outras partes do mundo ocidental, onde os valores morais da sociedade foram também transvalorados. Esta transvaloração, deve ser sublinhado, não partiu do povo, que sempre vai a reboque das decisões, mas das elites no poder e em razão dos seus interesses particulares ou dos grupos a que elas estão vinculadas. As redes sociais mostraram, em diversas ocasiões, os homens europeus apanhando dos refugiados, sem nenhuma reação de defesa. As mulheres sendo estupradas e agredidas sem nenhuma reação da parte dos homens europeus e também da própria polícia. A impressão que dava era de que eles não sabiam como reagir frente a situações como aquelas a que não estavam acostumados.
Nos países orientais islâmicos, como nas periferias pobres das grandes cidades, o que vale é a lei do mais forte. Sabe-se que nestes países islâmicos a Igreja, o Estado e a Sociedade, são regidos por uma só lei. A mulher é considerada um ser inferior e deve obedecer ao homem, ao contrário das leis e da visão ocidental.
Não desejamos uma volta à barbárie ou um retrocesso na civilização ocidental, mas o fato é que esta se viu vulnerável, perante as levas de refugiados que penetraram em suas fronteiras e que intimidaram as autoridades e as populações dos respectivos países onde se instalaram, sem uma resposta adequada aos assaltos, estupros e assassinatos cometidos pelos refugiados. Esta intimidação ainda ocorre e deverá se acentuar com a tentativa de implantação da Sharia nas regiões dos países onde os refugiados se instalaram. A Sharia consiste em um conjunto de regras comportamentais e legais, segundo creem os islamitas, dado por Deus aos homens para que organizassem as suas vidas e é, portanto, para eles, uma lei universal. A obediência à Sharia, assim, não seria obrigatória, apenas, para os islamitas, mas, para todos os seres humanos que vivam nas áreas onde os refugiados se instalam.
Vê-se, portanto, que alguma coisa terá que ser mudada, tanto nos costumes como na moral ocidentais. Os Estados Unidos da América do Norte, com a eleição de Donald Trump, já deu sinais de que tentará implantar estas mudanças. Se a Europa não reagir à altura, submetendo estes refugiados e imigrantes às suas leis, em breve, perderá, totalmente, o controle da situação, notadamente considerando que as taxas de fecundidade e de natalidade entre a população de origem árabe são muito maiores do que as da população européia.
Na França de hoje, quarenta por cento dos nascimentos se dão entre famílias árabes. O ocidente, notadamente na Europa, necessita de uma nova transvaloração de valores (como aquela mencionada por Nietzsche), enfatizando a virilidade, a honra e a coragem; pois, do lado de lá, da Jihad islâmica, isto é, da guerra santa dos islamitas radicais contra os não islamitas, são estes os valores que contam. Este segundo significado da Jihad (a Jihad externa) está bem representado nas palavras de Maomé, quando nelas os muçulmanos são instruídos a usar de meios combativos para difundir a ‘paz’ e a ‘justiça’ da religião islâmica nas áreas que não estejam sob a influência do profeta Maomé.
Assim, acreditamos que premidos pelas circunstâncias, em futuro próximo, os meninos ocidentais deverão voltar a brincar de guerreiros e as meninas de boneca, como tradicionalmente fizeram os seus avós, bisavós, tetravós....
_*/ Economista e Doutor pela Universidade de Madrid, Espanha.
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