terça-feira, 25 de junho de 2019

282. Desmistificando Mitos 

Finalmente subimos ao pódio...


Jober Rocha*


                                Pódio, como todos sabem, consiste em uma plataforma de diferentes níveis, onde, normalmente, são colocados os primeiros classificados em uma determinada prova ou competição.
                                               O pódio de três níveis costuma ser o mais usual, sendo que a base mais baixa é destinada ao terceiro colocado, a mediana ao segundo lugar e o grande campeão tem o espaço mais elevado do pódio.
                                              Depois de mais de duas décadas de governos de esquerda, que prometiam o paraíso terrestre (para a massa trabalhadora pagadora dos escorchantes impostos que sustentaram, durante duas décadas, e sustentam até hoje, o apadrinhamento de militantes e o aparelhamento dos órgãos públicos, as mordomias, os empréstimos, até agora sem retorno, a países socialistas bolivarianos amigos, etc.) e afirmavam que despontaríamos entre os primeiros países do mundo no concerto das nações, parece que, finalmente, esse dia chegou.
                                             Consultando a mídia encontrei diversas matérias demonstrando que, agora, finalmente, como resultado de mais de duas décadas de desgovernos de esquerda, passamos a ter lugares nos pódios. Só que estes lugares não são motivos de orgulho para a nossa gente, pois tratou-se de subir aos pódios premiadores dos piores lugares e não dos melhores. É como ser vencedor do concurso que premia quem não acertou nenhuma dezena, das cinco sorteadas.
                                                  A continuação, passarei a nominar algumas das matérias que encontrei, pesquisando por aí. Como todas as matérias são autoexplicativas, comentarei, apenas, o primeiro item, dispensando de comentar os demais:

1. “O Ministério da Saúde confirmou 596,38 mil casos de dengue neste ano, até o dia 10 de junho. O número de casos prováveis da doença, ou seja, ainda não confirmados, é ainda maior: 1,127 milhão. Em relação a 2018, houve um salto nos casos de dengue no país. No mesmo período do ano passado, eram 173,63 mil casos prováveis. Também o número de mortes por dengue neste ano é mais do que o dobro de 2018. Até aqui, foram registradas 366 mortes, ante 139 no mesmo período do ano passado”. (Fonte: g1. globo.com). 
Certamente, neste quesito, estamos no primeiro lugar do pódio, pois nenhum outro país no mundo já alcançou números tão elevados. Ganhamos a medalha de ouro, graças aos governos de esquerda que não investiram no combate e no controle de vetores causadores da Dengue, da Chicungunha e do Zica Vírus.

2. “Em ranking divulgado nesta terça-feira (27) pela Pearson International, o Brasil aparece em penúltima posição, entre 40 países pesquisados. A lista pertence à Pearson International e faz parte do projeto The Learning Curve (A curva do aprendizado). O ranking é elaborado a partir dos resultados de três testes internacionais, aplicados a alunos do 5º ao 9º ano do ensino fundamental”. (Fonte: guiadoestudante. abril.com.br)

3. “A Unesco, braço de educação e cultura da Organização das Nações Unidas (ONU), divulgou hoje em Nova Iorque a edição 2011 do The Education for All (EFA) / Global Monitoring Report (GMR). Em um ranking com 127 países que mede o desempenho na educação, o Brasil ficou na 88ª posição. O estudo aponta que no país há 700 mil crianças em idade escolar primária que não estão estudando e 14 milhões de adultos analfabetos”. (Fonte: guiadoestudante. abril.com.br)

4. “O Brasil avançou 16 posições no ranking do Banco Mundial que compara o ambiente de negócios em 190 países do mundo, passando da 125º para o 109º lugar. Apesar da melhora, o país permanece na metade de baixo da tabela e segue atrás de países como Colômbia (65º) Chile (56º lugar) e México (54º lugar). Dentre os Brics, o Brasil está na lanterna. O bloco é liderado por Rússia (31º) e seguido por China (46º), Índia (77º) e África do Sul (82º)”. (Fonte: g1.globo.com)


5. “O Índice Global da Paz põe o Brasil em 116º lugar entre 163 nações e aponta a polarização política e os crimes relacionados às drogas como fatores que influenciaram a piora. O Brasil caiu dez posições no ranking de países mais pacíficos do mundo, amargando o 116° lugar entre 163 nações, segundo apontou o Índice Global da Paz (IGP) de 2019, divulgado nesta quarta-feira (12/06) em Londres. Entre os países analisados, o Brasil registrou a quinta maior queda entre o ano passado e este ano, com nove indicadores se deteriorando e apenas um melhorando. Entre 2017 e 2018, o país havia subido uma posição. O Índice Global da Paz, elaborado pelo Instituto para Economia e Paz (IEP), com sede na Austrália, cobre 99,7% da população mundial, utilizando como base 23 indicadores qualitativos e quantitativos, e mede o estado de paz usando três domínios temáticos: segurança social, conflitos internos e internacionais em curso e grau de militarização”. (Fonte: dw.com/pt-br/brasil)

6. “Em 2018, o Brasil piorou e caiu 9 posições no ranking elaborado pela organização Transparência Internacional que avalia a percepção da corrupção no setor público em 180 países. A pontuação brasileira recuou para 35 e o país passou a ocupar 105º lugar no Índice de Percepção da Corrupção (IPC), o que representa o pior resultado desde 2012. Quanto melhor a posição no ranking, menos o país é considerado corrupto. O IPC pontua e classifica os países com base no quão corrupto o setor público é percebido por executivos, investidores, acadêmicos e estudiosos da área da transparência. O índice analisa aspectos como propina, desvio de recursos públicos, burocracia excessiva, nepotismo e habilidade dos governos em conter a corrupção. ‘Este ano, chegamos à posição 105. A oitava economia do mundo está ocupando uma posição bastante constrangedora no ranking’, afirmou Bruno Brandão, diretor-executivo da Transparência Internacional no Brasil”. (Fonte: G1.globo.com)

7. “Segundo a 2018 Global Law and Order, pesquisa de opinião do Instituto Gallup divulgada no início do mês, o Brasil é o quarto país no mundo em que as pessoas se sentem mais inseguras, entre 142 nações”. (Fonte: piaui.folha.uol.com.br)

8. “Brasil estagna no ranking do IDH pelo 3º ano e ocupa 79ª colocação entre 189 países O Brasil ficou estagnado pelo terceiro ano consecutivo no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) – permanece, desde 2015, na 79.ª colocação entre 189 países analisados”. (Fonte: brasil.estadao.com.br)

9. “O relatório ‘Violações à Liberdade de Expressão’, divulgado nesta quinta-feira (22/2) pela Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), constata uma triste realidade para o jornalismo brasileiro: o Brasil é um dos países mais perigosos do mundo para o exercício do Jornalismo. Somente entre os anos de 2017 e 2018, houve um aumento de 200% no volume de mortes dos profissionais da área no país, que passaram de 1 para 3. Dessa forma, segundo dados da organização internacional Repórteres sem Fronteiras (RSF), o Brasil ocupa a 102ª posição de países de maior risco, entre os 180 avaliados”. (Fonte: metropoles.com/brasil)

10. “O próximo presidente da República assume um país pouco competitivo e avaliado como tendo a pior carga de regulações do setor público em todo o mundo. O resultado desse cenário foi, uma vez mais, a queda do Brasil no ranking internacional de competitividade, afetada ainda pela falta de abertura da economia nacional, um mercado laboral pouco flexível, crime e falta de qualidade na educação. A classificação foi divulgada pelo Fórum Econômico Mundial, que, neste ano, apresentou o Brasil na 72ª posição. No ano passado, a economia brasileira era a 69ª mais competitiva do mundo. Na avaliação do Fórum, países como Armênia, Bulgária ou Romênia têm hoje economias mais competitivas que a brasileira. O País também é o menos competitivo entre os membros dos Brics e, mesmo na América Latina, o Brasil aparece apenas na 8ª posição. Para chegar a essa constatação, a entidade avalia dezenas de indicadores, divididos em doze pilares. Um dos mais problemáticos para o País é a avaliação de suas instituições. Entre 140 países avaliados, o Brasil ocupa a última posição no que se refere à carga de regulação do setor público. A pontuação é afetada pela percepção elevada de corrupção (80º colocado) e baixo desempenho do setor público”. (Fonte: istoe.com.br)

11. “O Brasil ocupa as últimas posições entre 70 países avaliados em relação ao ensino de Matemática, Leitura e Ciências. Os dados do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa, na sigla em inglês) foram divulgados nesta terça-feira, 6, pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). A melhor posição do Brasil – 59º lugar entre os 70 países – foi alcançada em Leitura. Estão atrás apenas Albânia, Qatar, Geórgia, Peru, Indonésia, Tunísia, República Dominicana, Macedônia, Argélia, Líbano e Kosovo. Em Ciências, o ensino brasileiro ficou na 63ª posição, na frente de Peru, Líbano, Tunísia, Macedônia, Kosovo, Argélia e República Dominicana. Mas é em Matemática que o Brasil alcançou o pior resultado: 65ª posição. Estão atrás somente Macedônia, Tunísia, Kosovo, Argélia e República Dominicana. Os dados do Pisa mostram que 70% dos alunos brasileiros de 15 anos não sabem o básico de Matemática”. (Fonte: istoe.com.br)


12. “O país da Bossa Nova e da Garota de Ipanema, das praias de corpos malhados, seminus, dos biquínis asa delta, fio dental e da Brazilian wax é, também (quem diria?), um dos países com maior taxa de homicídios de mulheres no mundo. De acordo com o Mapa da Violência 2015, ostentamos a quinta posição em um ranking de 83 nações, elaborado com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS). Para se ter uma ideia de quão excessivamente elevados são os índices brasileiros de homicídios de mulheres, basta compará-los aos de alguns países tidos como civilizados:
       – 48 vezes mais que o Reino Unido;
       – 24 vezes mais que Irlanda ou Dinamarca;
       – 16 vezes mais que Japão ou Escócia”. (Fonte:  folhape.com.br)

13. “Em 2018, o Brasil ocupou a 60ª colocação, dentre as 63 nações avaliadas, no Anuário de Competitividade Mundial 2017 (World Competitiveness Yearbook –WCY). Completando sua 30ª edição no ano de 2018, o estudo é publicado pelo IMD (International Institute for Management Development), com sede na Suíça, em parceria com a Fundação Dom Cabral (FDC). O Brasil, por outro lado, citado pelo IMD como “um país que atraiu muita atenção devido ao seu tamanho e potencial econômico” ocupava em 2001 a 40ª posição e chega a 2018 no 60ª lugar”. (Fonte: fdc.org.br)

14. “O Brasil não só precisa de recursos estrangeiros, mas enfrenta também outro problema: necessita mostrar que é confiável para recebê-los. O País ficou no último lugar da lista de melhores nações para se investir, de acordo com o ranking anual (2019) do conglomerado americano de comunicações US News”. (Fonte: terra.com.br/economia/brasil)

15. “O desempenho do Brasil na avaliação do Banco Mundial não foi nada bom este ano (2014). O país caiu 20 posições no ranking de logística e despencou da 45ª posição em 2012 para a 65ª posição entre os 160 países avaliados. O resultado deixa o Brasil atrás dos demais países pertencentes ao BRICs (China, Rússia, Índia e África do Sul), além de ficar para trás também na América do Sul, já que países como Argentina e Chile ficaram à frente do país. O segmento em que o Brasil está melhor colocado é ‘qualidade e competência logística’ (50.ª posição) e o pior no ‘serviço de aduanas e alfândegas’ (94.ª). Paulo Fleury, diretor-geral do Instituto de Logística e Supply Chain (Ilos), considera o resultado obtido pelo Brasil como ‘desastroso’. ‘A hora da verdade chegou: o Brasil investiu bilhões em obras de infraestrutura de transporte que, por problemas de gestão, não foram terminadas, e está aí o resultado’. A avaliação do Banco Mundial considera itens como qualidade da infraestrutura de transportes, procedimentos alfandegários, prazos de entrega, rastreamento e facilidade de encontrar fretes com preços competitivos. O péssimo desempenho do Brasil na avaliação apenas reforça a importância de debater e mobilizar esforços pela logística nacional”. (Fonte: bloglogistica.com.br)

16. “Ao lado de países como Japão, Egito e Reino Unido, o Brasil tem um dos piores regimes de direitos autorais do mundo. A conclusão é da IP Watchlist 2011, um levantamento sobre direito autoral e propriedade intelectual feita pela Consumers Internacional – federação que congrega entidades de defesa do consumidor em todo o mundo, incluindo o Idec”.
“A iniciativa analisa o grau de liberdade dos países em relação à propriedade intelectual. O Idec participou do trabalho, fazendo o relatório sobre a situação no Brasil. O trabalho leva em conta questões como as possibilidades trazidas pela legislação autoral para o acesso dos consumidores a serviços e produtos culturais, exceções e limitações para usos educacionais das obras, preservação do patrimônio cultural, acessibilidade, adaptação da lei aos novos modelos digitais e utilização privada dos bens culturais”.
“A lista dos dez países pior colocados neste ano tem o Japão em primeiro lugar, como o país com as piores leis, seguido pelo Egito, Zâmbia e Brasil”. (Fonte:  intervozes.org.br)

17. “O empresário brasileiro conhece muito bem a realidade da carga tributária, um dos maiores entraves para o crescimento do Brasil. A carga tributária daqui é muito similar ao de nações desenvolvidas, estando o país no 14º lugar do ranking mundial. Para se ter uma ideia, em 2013, os tributos comprometeram cerca de 41% da renda do trabalhador. Entre os impostos que mais pesaram para os brasileiros, está em primeiro lugar o ICMS, responsável por 21% do total, seguido por INSS e IR, com 18% e 17%, respectivamente. Se a carga tributária de um país é alta, quer dizer que o retorno com serviços públicos e essenciais à população são satisfatórios e de primeira linha, certo? Não no Brasil, que está entre os 15 países com maior carga tributária, mas onde o drama da falta de serviços como educação, saúde e segurança envolve todas as camadas sociais. Para se ter uma ideia, o Brasil tem uma carga tributária maior do que países como a Suíça”. (Fonte: ospcontabilidade.com.br)

18. “Conforme informações da Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil ocupa a 4ª colocação no ranking de países com mais mortes no trânsito no Continente Americano”. (Fonte: doutormultas.com.br)

19. “Um relatório divulgado pela ONG Save The Children coloca o Brasil entre os 50 piores países do mundo para se nascer mulher. Isso se deve ao grande número de casamentos antes dos 18 anos de idade e de meninas grávidas na adolescência”. (Fonte: opiniaoenoticia.com.br)

20. “Os consumidores brasileiros não estão satisfeitos com o atendimento aos clientes oferecidos pelas empresas, segundo um levantamento realizado pela empresa Zendesk. O País ocupou a quinta pior posição em ranking, entre 28 outras nações”. (Fonte: economia.uol.com.br)

21. “As dificuldades para abrir uma empresa, pagar impostos, conseguir licença de construção e comercializar com o exterior colocam o Brasil entre os piores países do mundo para se fazer negócios. A conclusão é do relatório Doing Business 2018: Reformar Para Gerar Empregos, divulgado pelo Banco Mundial. No levantamento geral, o Brasil ocupa a 125ª posição de 190 nações”. (Fonte: br.financas.yahoo.com)


22. “Usar a internet pela rede móvel do celular, no Brasil, não é tarefa fácil. Pelo menos é o que indica o mais recente relatório da Open Signal sobre o estado das conexões 4G ao redor do mundo. Nele, o nosso país não aparece muito bem. Segundo o estudo, o Brasil é um dos países com menor disponibilidade de 4G no mundo. Os usuários brasileiros só conseguem se conectar à internet móvel de alta velocidade em 55% das tentativas, o que nos coloca na 70ª posição de um ranking com 75 países”. (Fonte: olhardigital.com.br)

23. "Nenhum país do ranking de competitividade é pior que o Brasil, segundo o Fórum Econômico Mundial, em dois quesitos. Um deles é a confiança nos políticos: o brasileiro é o povo que menos confia em sua classe política, com uma pontuação de 1,3 em um índice que vai até 7. Em 2008, o Brasil era o 122º entre 134 economias. Em 2013, ocupava a 136ª posição de um total de 148 países avaliados. Em 2017, o Brasil é o último colocado entre 137 países. Na América Latina, o Brasil só tem desempenho melhor que Guatemala, Argentina, Equador, Paraguai e Venezuela. Apesar de ter evoluído em 10 dos 12 itens avaliados no relatório, o Brasil ainda apresenta desempenho pífio em várias áreas. E há aquelas em que consegue ser o pior de todos os países avaliados. Ou seja: há muitos desafios para serem superados e muito trabalho por fazer."
“O Brasil também é o lanterna no indicador que trata da tributação sobre os incentivos ao trabalho. Nesse quesito, a pergunta é em que medida os impostos e as contribuições sociais reduzem o incentivo ao trabalho. O Brasil também é o último colocado nessa lista. Em 2013. O país estava na 138ª colocação, entre 148 avaliados”. (Fonte: gazetadopovo.com.br)

24. “Pelo sexto ano consecutivo, o Brasil é o país com pior retorno à população nas esferas federal, estadual e municipal, quando comparado aos 30 países que possuem as maiores cargas tributárias do mundo, em relação às áreas de saúde, educação e segurança. Os dados são do estudo realizado neste ano pelo Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT). O estudo ‘Carga Tributária/PIB x IDH – Cálculo do Índice de Retorno de Bem-Estar à Sociedade – IRBES’, concluído no mês de março, leva em consideração a carga tributária em relação ao PIB, ou seja, toda a riqueza produzida no País, e o Índice de Desenvolvimento Humano – IDH, que mede a qualidade de vida da população”. (Fonte: ibpt.com.br)

25. “Levantamento feito pela Fundação Getulio Vargas (FGV) a pedido do O GLOBO mostra que o Brasil continua na lanterna da produtividade do trabalho. Segundo o estudo, um empregado brasileiro gera, em média, US$ 16,80 (ou R$ 54,09) por hora trabalhada, o que o coloca na 50ª posição dentre uma lista que inclui 68 países. Na Alemanha, por exemplo, país modelo em produtividade e o quinto do ranking, os empregados são quase quatro vezes mais produtivos do que os brasileiros (produzem US$ 64,40 por hora), e trabalham, em média, 340 horas menos por ano que o trabalhador no Brasil”. (Fonte: oglobo.globo.com)

26. “A taxa de desemprego no Brasil subiu para 11,6% no trimestre encerrado em julho e atingiu o maior nível já registrado pela série histórica da Pnad Contínua, do IBGE, que teve início em janeiro de 2012. Com isso, o desemprego no Brasil é o 7º maior do mundo em termos percentuais, junto com a Itália, segundo ranking global elaborado pela agência de classificação de risco brasileira Austin Rating. (Fonte: g1.globo.com)

                                                Vê-se, portanto, pelas razões expostas, que inexistem motivos para ufanismo relativamente ao período em que fomos governados pela esquerda. Isto, sem contar ainda com os empréstimos concedidos para governos estrangeiros (inadimplentes atualmente com o Brasil), com garantias do tesouro brasileiro; isto é, com garantias dos impostos escorchantes que o nosso povo será obrigado a pagar até o ano de 2060 para cobrir tais empréstimos não pagos. Sem contar, também, com os empréstimos concedidos para empreiteiras envolvidas em episódios de corrupção no âmbito da Operação Lava a Jato, algumas delas em situação econômico-financeira crítica e cujas garantias, ao invés de serem reais, eram as receitas futuras destas empresas; isto é, garantias absolutamente duvidosas.
                                                     Esperemos que o presidente Jair Bolsonaro e sua equipe de ministros consigam reverter este quadro durante os próximos anos e voltemos a ocupar posições de destaque no pódio dos melhores, que já ocupamos no passado antes de sermos tomados de assalto por verdadeiros cleptocratas, que com o uso da retórica, da mentira, da desfaçatez e da traição, se não fosse a eficiente ação da equipe responsável pela Operação Lava à Jato, capitaneada pelos Drs. Sérgio Moro e Daltan Dalagnol, quase teriam conseguido enganar a todos durante todo o tempo.


_*/ Economista e Doutor pela Universidade de Madrid, Espanha.
       Membro da Academia Brasileira de Defesa.


terça-feira, 18 de junho de 2019

281. Aqueles que fazem a diferença**



 Jober Rocha*



                                  Existem pessoas que, diferentemente das demais, vieram ao mundo com uma missão determinada: a de servirem de exemplo, pela cultura, pelo caráter, pelas virtudes e pelo comportamento, para os seus contemporâneos e para os seres humanos que os precederem nesta longa e, às vezes, difícil caminhada chamada vida.

                                               Conheço, pessoalmente ou através do estudo da história mundial, inúmeras destas pessoas e seria exaustivo nomeá-las neste texto. Muitas delas tiveram seus nomes reconhecidos publicamente enquanto ainda em vida e foram inscritas nos anais da história pelo legado que deixaram. Outras, em que pese tudo aquilo que fizeram, passaram despercebidas de seus contemporâneos, apenas tendo seus valores e exemplos sido reconhecidos vários anos depois, pelos pósteros.
                                                   Mas o que caracterizaria estes seres que menciono? Quais as virtudes que marcaram as suas terrenas existências? Quais os exemplos que deixaram? O que fez com que se distinguissem dos seus contemporâneos no meio de uma multidão de indivíduos tão bem preparados e aquinhoados como eles?
                                                 Em primeiro lugar, com toda a certeza, não foi a família na qual nasceram que fez com que se tornassem aquilo que foram e fizessem aquilo que fizeram. Eles seriam os mesmos em qualquer família no seio da qual tivessem vindo ao mundo; posto que, o espírito humano é eterno e jamais regride ou consegue involuir, conforme pregam todas as doutrinas espiritualistas.
                                              Em segundo lugar, evidentemente, nem o local em que nasceram nem os colégios em que estudaram foram fatores fundamentais para que desempenhassem as missões que tinham para desempenhar em suas vidas terrestres, pois estas já haviam sido previamente traçadas em outros planos existenciais. Muitos heróis mencionados pela história nasceram em locais distantes daqueles onde produziram os feitos que os tornaram famosos perante a eternidade.
                                                 Em terceiro lugar, as profissões que escolheram não foram os fatores determinantes, que fizeram com que se destacassem dos demais, pois eles se destacariam em qualquer profissão que, eventualmente, elegessem e acabariam por cumprir suas missões de uma forma ou de outra. A profissão pode, apenas, ter contribuído para coloca-los no lugar certo na hora certa.
                                                    O fator que fez com que se destacassem, sem dúvida alguma, foram os atos e as decisões acertadas que tomaram ao longo de suas vidas, sejam nos momentos mais favoráveis, sejam naqueles momentos mais críticos. Como sou determinista, creio que  eles vieram a este mundo para o cumprimento de determinadas missões principais e especiais; embora, fatores supervenientes de ordem probabilística pudessem ter intervindo neste processo, seja impedindo-os de alcançarem seus objetivos, seja facilitando-os. 
                                               Decisões sábias, corajosas, prudentes, arriscadas, caridosas, patrióticas, visando o bem da coletividade, tiveram, inúmeras vezes, ao longo da história humana, o poder de mudar, em benefício da coletividade de algum país, nação ou região, o rumo das coisas, sejam elas de cunho econômico, político, militar ou psicossocial; como, também, determinadas decisões tomadas por alguém podem, até mesmo, ter contribuído para mudar o rumo e o destino da própria humanidade.
                                                 Fiz este preâmbulo, apenas, para destacar o papel de dois jovens brasileiros que possuem um lugar de destaque entre estes seres humanos mencionados. São jovens que fizeram a diferença por seus atos corajosos e oportunos, em uma época na qual a maioria de seus contemporâneos teve na omissão de suas responsabilidades, na complacência com os desvios de conduta alheios, na busca de uma sinecura qualquer, as suas principais características.
                                                São dois cidadãos que durante alguns anos, em nosso triste país sem rumo e descontrolado, seguiram (e ainda seguem) remando contra a maré em uma sociedade dominada por cleptocratas que, tendo se assenhorado do poder, fazem tudo aquilo que bem entendem em benefício próprio e dos grupos a que representam, agindo à revelia das leis e da nossa Carta Magna, como se não passassem estas de simples pedaços de papel, encontrados em alguma caverna, onde estivessem gravados símbolos cuneiformes ainda não decifrados pelos arqueólogos.
                                                  Tais cleptocratas, que alçaram o poder em virtude de suas desfaçatez e esperteza; bem como, da amizade com altas autoridades e de seus vínculos políticos e ideológicos com determinados partidos políticos, ademais de suas ligações espúrias com grupos empresariais envolvidos em episódios de corrupção, concorrências fraudulentas, evasão de divisas, lavagem de dinheiro, formação de quadrilhas e manutenção de caixa dois para o pagamento de propinas, tentam desmontar o magnífico trabalho hercúleo conduzido por estes dois jovens mencionados e suas equipes de trabalho, desde longa data envolvidos na lida de combater e de tentar eliminar, definitivamente, da vida pública e privada brasileiras, esse malfadado sistema de corrupção endêmica que graça como ervas daninhas por todos os setores e em todos os poderes da república.
                                                  Os leitores já devem ter percebido que me refiro aos dois reconhecidos paladinos da nossa justiça, o ex juiz e atual Ministro da Justiça Dr. Sérgio Moro e o Procurador da República Deltan Dallagnol, vítimas recentes de espionagem eletrônica em um episódio de invasão de correspondência de órgãos públicos (juizado e procuradoria federal), cujos autores já deveriam estar sendo submetidos ao correspondente processo penal. 
                                                 Dizem os espiões, já identificados (um deles estrangeiro e o outro nacional), que possuem inúmeras gravações de conversas entre o juiz e o procurador; bem como, sobre cerca de dezoito outras autoridades, envolvidas ou participantes da chamada Operação Lava à Jato, que desbaratou uma organização criminosa que agia (e alguns ramos intocados ainda agem) nos três poderes da república, desviando recursos governamentais para seus próprios bolsos. Em muitos países os crimes de espionagem e de traição são punidos com a prisão perpétua ou com a pena capital. 
                                                  Aqui as nossas autoridades jurídicas resumem-se a minimizar os efeitos da transgressão dos criminosos e a maximizar a importância da suposta infração cometida pelas vítimas das atividades criminosas dos espiões.
                                                  Segundo juristas famosos, as conversas divulgadas pelas gravações ilegais são normais entre juízes e promotores, que antes do advento da eletrônica as faziam pessoalmente em seus gabinetes e que agora as fazem através de seus celulares. Da mesma forma, os juízes também conversam com a defesa dos réus. 
                                                    Alguns ministros das mais altas cortes são até flagrados em festas, conversando com advogados de inúmeros réus cujos recursos ou habeas corpus serão analisados, mais a frente, pelo respectivo ministro. Estes casos são vistos pela grande mídia como normais; porém, as conversas de Sérgio Moro com Dalagnoll são consideradas, por inúmeros políticos citados nas delações premiadas de empresários e por todos aqueles que, por uma ou outra razão, querem ver extinta a lava à Jato, como ilegais e imorais.
                                                    Sergio Moro abdicou da sua carreira de juiz para implantar, como Ministro da Justiça, um projeto contra o crime organizado que atacasse a corrupção, o tráfico de drogas, de armas, de escravas brancas, o contrabando, etc. Sua iniciativa tem sido combatida pelo parlamento, pela mídia e pela esquerda que aparelhou os três poderes da república e que vivem cerceando todas as medidas propostas pelo novo governo do presidente Jair Bolsonaro, como se inexistisse a independência entre os poderes.
                                                       O próprio Jair Messias Bolsonaro (eleito presidente por um verdadeiro milagre divino; pois parecia impossível a sua vitória como candidato inicialmente sem partido e sem vice-presidente, sem apoio da mídia e de grupos empresariais, tendo contra si todo o aparelhamento político ideológico implantado no país ao longo de duas décadas de governos de esquerda), é uma dessas pessoas que fazem a diferença, da mesma forma que os dois citados anteriormente.
                                               Por várias vezes, em seus pronunciamentos públicos, já declarou que com ele as coisas serão feitas de modo correto ou, então, não serão feitas. Já foi assediado por inúmeros políticos em busca da concessão de favores, traduzidos na venda de apoio ao governo em troca de cargos na administração pública. Resistiu a todas essas investidas. 
                                           Seu objetivo, como guerreiro que sempre foi, é o de consertar o nosso país (nem que para isto seja necessário sacrificar a própria vida, como quase já ocorreu durante a fase de campanha) destruído durante décadas de espoliação por parte de uma verdadeira organização criminosa especializada em roubar dinheiro público, cujos principais chefes já foram julgados e condenados, mas que muitos de seus membros ainda estão em liberdade, ocupando cargos políticos e públicos onde apenas buscam trabalhar contra a nova administração.
                                              Em que pese todo este nefasto quadro, felizmente, por mais que tentem os mal intencionados, o mal jamais conseguirá triunfar sobre o bem. Digo isto não como um simples desejo psicológico inerente aos seres humanos do bem; mas, como um verdadeiro pressuposto filosófico, já intuído pelo filósofo Immanuel Kant ao afirmar que “Temos que encontrar uma ética universal e necessária; princípios ‘a priori’ de moral, tão absolutos e certos quanto a Matemática”.
                                                 Se atentarmos para as palavras do filósofo em sua obra Crítica da Razão Prática, veremos que “A mais impressionante realidade em toda a nossa experiência é, precisamente, o nosso senso moral, nosso sentimento inevitável, diante da tentação, de que isto ou aquilo está errado. Podemos ceder; mas, apesar disto, o sentimento lá está. E uma boa ação é boa não porque traz bons resultados ou porque é sábia, mas porque é feita em obediência a esse senso íntimo do dever, essa lei moral que não vem de nossa experiência pessoal, mas legisla imperiosamente e ‘a priori’ para todo o nosso comportamento, passado, presente e futuro”.
                                                O advento das redes sociais, fundamental para a tomada de consciência de grande parte da nossa população que acabou por eleger Jair Bolsonaro, veio para ficar e já substituiu a grande mídia como formadora de opinião do nosso povo. Dificilmente, enquanto as redes permanecerem livres da censura, os internautas eleitores de Jair Bolsonaro deixar-se-ão iludir com notícias propaladas pela grande mídia visando instalar a cizânia e denegrir o presidente, sua equipe e, notadamente, os integrantes da Operação Lava à Jato, capitaneados pelos heróis nacionais Sérgio Moro e Deltan Dallagnol.


_*/ Economista e Doutor pela Universidade de Madrid, Espanha.
        Membro da Academia Brasileira de Defesa.
_**/ Publicado no jornal Vale Gazeta, de 02.10.2019, S. José dos Campos, SP - seção Ideias &.

quarta-feira, 5 de junho de 2019

280. ‘Fake News’ não é nem Tese nem Antítese


 Jober Rocha*


                                      De acordo com os dicionários “a tese é uma afirmação ou situação inicial e a antítese é uma oposição à tese. Do conflito entre tese e antítese surgiria a síntese, que seria uma situação nova que carregaria, dentro de si, elementos resultantes desse embate”. Este processo ou método, conforme mencionado, é conhecido como dialético.
                                                   Dialética, portanto, segundo ainda ensinam os dicionários “tratar-se-ia de um método de diálogo cujo foco seria a contraposição e a contradição de ideias, que, por sua vez, levaria a outras ideias e que tem sido um tema central nas filosofias ocidental e oriental desde os tempos antigos”. A tradução literal de dialética (dialektiké, em grego) significaria, aproximadamente, ‘a arte do diálogo’.
                                                       Ainda em conformidade com os dicionários “a dialética seria uma forma de discurso entre duas ou mais pessoas que, embora possuindo diferentes pontos de vista sobre um mesmo assunto, pretendessem estabelecer a verdade através de argumentos fundamentados” (e não, simplesmente, vencer um debate ou persuadir o opositor, conforme era o objetivo de Arthur Schopenhauer ao ensinar 38 estratagemas para ganhar uma discussão, em sua obra ‘A Arte de Ter Razão’).
                                                   Segundo mencionam, ainda, os dicionários, “muitos historiadores considerariam o filósofo Sócrates (469 a.C - 399 a.C) como o fundador da Dialética; porém, Aristóteles (384 a.C – 322 a.C) considerava o filósofo Zenão de Eleia (495 a.C – 425 a.C), como o seu fundador”. Foi, todavia, graças ao filósofo Hegel (1770 – 1831) que a dialética passou a ser mais conhecida, principalmente por seu método de aplicação da tese, antítese e síntese.
                                                O filósofo Karl Marx, baseando-se em Hegel, também desenvolveria um método dialético para a explicação da sua teoria (conhecida como teoria marxista). O método foi chamado de Materialismo Dialético e, segundo o mesmo, rezava que o ambiente, o organismo e os fenômenos físicos tanto modelavam animais irracionais e racionais, suas sociedades e suas culturas, quanto eram modelados por eles, ou seja, que a matéria estaria em uma relação dialética com o psicológico e com o social. 
                                                      Através da sua dialética, Marx tentaria explicar os acontecimentos existentes na História. A tese de Marx, todavia, foi refutada por diversos filósofos não marxistas, que consideraram a teoria marxista como uma pseudociência. Ademais, a dialética de Marx não era a mesma da de Hegel. Marx, tendo tomado emprestada a Dialética de Hegel, a modificou para atender aos seus objetivos pseudocientíficos.
                                                    O único método, na concepção de Hegel, capaz de elevar a filosofia ao saber científico se chamava método dialético e consistia em um movimento que partindo da tese (afirmação); passando, a seguir, por uma antítese (negação); desembocaria na síntese (negação da negação). A síntese já não seria mais nem a tese, nem a antítese, mas algo resultante do embate entre ambas.
                                                        Assim, segundo parece, tudo na nossa vida física, mental e espiritual evoluiria mediante o método ou processo dialético. Na vida espiritual, também, através dos vícios e das virtudes nos chegaríamos a uma síntese evolutiva. Todavia, tanto a tese quanto a antítese deveriam pautar-se por argumentos, fatos ou acontecimentos fundamentados, para que se tivesse uma síntese também fundamentada.
                                                   Por outro lado, segundo o dicionário Merriam-Webster, o termo ‘Fake News’ se trataria de uma expressão usada desde o final do século XIX para referir-se a falsas informações divulgadas na mídia, principalmente nas redes sociais. 
                                                 Fake News, portanto, não se constituiria nem em uma tese nem em uma antítese. Simplesmente se trataria de uma mentira e, como tal, não estaria baseada em argumentos, fatos ou acontecimentos fundamentados, mas seria fruto, tão somente, da imaginação criativa e maldosa de quem a criou. 
                                                   O Fake News (ou a mentira, em português) por não fazer parte do processo dialético, não pertenceria ao diálogo saudável que acarretaria evolução para ambos os oponentes que, através deste diálogo, buscariam ver estabelecida a verdade.
                                                       Digo isto, por que a técnica de espalhar Fake News nas redes sociais é bastante adotada pela esquerda, adepta e divulgadora do método dialético, notadamente do materialismo dialético inventado por Karl Marx. É, no mínimo, contraditório o uso frequente da mentira por aqueles que se julgam portadores da verdade. 
                                                 O que buscam, na realidade, é a disseminação do ódio do cidadão comum contra o regime democrático, contra o liberalismo econômico, contra a livre iniciativa e contra o empreendedorismo. Em troca, tentam vender os regimes socialistas e comunistas como o paraíso dos trabalhadores, onde estes se verão livres de seus patrões exploradores e se tornarão proprietários dos meios de produção.
                                                   Não lhes dizem, os esquerdistas, que apenas trocarão seus atuais patrões pelo Estado totalitário, proprietário, estes sim, dos meios de produção nos regimes socialistas e comunistas. Não dizem, também, que quem dirigirá de maneira vitalícia este Estado totalitário, com todas as mordomias, vantagens e direitos, serão eles, os dirigentes (os novos patrões que ascenderão ao poder sem possuir, previamente, nem capital, nem espírito empreendedor, nem conhecimento técnico sobre como produzir; tratando-se de simples políticos que apenas possuem a vontade de alcançar o poder e a determinação para toma-lo pela força ou pela via pacífica das eleições, mediante o sufrágio universal existente nas democracias, eliminando estas, todavia, tão logo chegam ao poder).
                                                Como exemplo do que afirmei, cito o fato de que recentemente o Departamento de Justiça Norte Americano denunciou três agências russas, afirmando que elas teriam espalhado informações falsas na internet de forma a influenciarem as eleições norte-americanas de 2016. 
                                             Com o advento da era da informática, da eletrônica, da inteligência artificial, torna-se muito simples para organismos estatais ou para os serviços secretos de países comunistas, através de grupos criados somente com essa finalidade e localizados em diversos países do mundo, divulgarem matérias falsas durante processos eleitorais sendo realizados em países democráticos, visando prejudicar candidatos de partidos democráticos e beneficiar candidatos de partidos de esquerda.
                                                   Por operarem, quase sempre, em uma rede denominada ‘Deep Web’, torna-se impraticável aos mecanismos de busca localizarem de que país e região eles estão atuando e, em consequência, denunciá-los e reprimi-los pelas vias legais.
                                             Através da criação de páginas e de perfis falsos e da disseminação de um volume muito grande de informações, pessoas honestas e bem intencionadas recebem e acabam repassando matérias falsas produzidas por esses grupos, em um círculo vicioso que tende a contaminar toda a rede social com as mentiras divulgadas.
                                                 A legislação, na maioria dos países, normatizando regras e procedimentos; bem como, estabelecendo penalidades para a divulgação de ‘Fake News’, é falha e não atualizada para a importância destes tipos de crimes, permitindo que os mesmos continuem sendo divulgados. O público usuário, ávido por repassar notícias novas para os seus contatos virtuais, não atenta para o mal que está sendo propagado cada vez que uma mentira é repassada.
                                             Creio que os usuários da WEB deveriam ser conclamados, principalmente por organizações de direitos humanos (que se preocupam muito com os supostos abusos sofridos pelos criminosos, partidos das autoridades policiais), para que, antes de repassarem qualquer notícia importante sobre os três poderes da república (principalmente se versarem acerca da honra e da dignidade de pessoas), verificassem a veracidade das mesmas em alguns sites existentes para tal. Existem endereços na WEB especializados em analisar a veracidade de notícias divulgadas na mídia.
                                                A inflação de notícias falsas, da mesma forma que a inflação da moeda, não interessa a ninguém. Quando todos internautas não mais acreditarem naquilo que veem, que leem ou que ouvem, a raça humana inteira sairá perdendo e o que poderia ser um excelente meio de disseminação de teses e de antíteses, visando sínteses construtivas, se transformará, em razão dos ‘Fake News’, em um simples mecanismo para joguinhos eletrônicos entre crianças e adultos em busca de diversão.


_*/ Economista e Doutor pela Universidade de Madrid, Espanha.

sábado, 1 de junho de 2019

279. O Pior Lugar do Mundo

Jober Rocha*


                                    Um magnata e filantropo norte-americano resolveu, certa ocasião, estabelecer um concurso onde o prêmio seria uma semana na melhor suíte do hotel mais caro de Las Vegas, com direito a frequentar os cassinos e a zona boêmia da cidade.
                                              Os candidatos deveriam ser cidadãos dos USA, que houvessem vivido e sobrevivido nos piores locais do globo terrestre. Eles teriam que subir em um palco e, perante um júri de cinco pessoas, contar as suas desventuras no local onde pior viveram, durante algum tempo, e as principais características do lugar. 
                                                  A historia mais comovente, aquela que demonstrasse mais sofrimento e maior espírito de superação do seu protagonista, seria escolhida vencedora e o candidato premiado. Este sairia dali direto para a suíte presidencial do hotel, onde já o esperavam algumas garrafas de champanhe Veuve Clicquot, uma mesa com finas iguarias e algumas belas jovens locais.
                                                  O prêmio poderia ser entendido como uma tentativa do filantropo de proporcionar a alguém, que muito sofreu na vida, alguns momentos de extrema e de rara felicidade.
                                                      O concurso teve início em uma segunda feira pela manhã, sem prazo para terminar. Os candidatos, em número de 20, se sucederiam contando as suas vicissitudes, até que o último deles relatasse a sua. Após todos terem falado, seria feita uma contagem dos pontos atribuídos pelos jurados a cada um deles e aquele candidato que somasse o maior número de pontos seria declarado vencedor.
                                                        Dezenove dos candidatos eram ex militares. Alguns deles paraquedistas, outros fuzileiros navais, outros mergulhadores de combate, alguns comandos e outros forças especiais. Apenas um dos candidatos era militar ainda da ativa; porém, possuía, ademais da profissão militar, uma profissão civil que era a de Administrador de Empresas. A idade dos participantes regulava entre trinta e quarenta anos. Todos haviam vivido mais de dois anos nos locais que descreviam como os piores do mundo.
                                                  Começando o concurso, o primeiro, um ex paraquedista, começou a narrar sua epopeia de sofrimentos na Guerra do Vietname, desde que saltara em uma região de florestas, atrás das linhas inimigas, até o momento em que fora resgatado pelos companheiros, anos depois, em um campo de prisioneiros mantido pelo Vietcongue.
                                             Seguiram-se os demais candidatos, uns falando de suas operações na Guerra do Iraque, outros na Guerra do Afeganistão, outros na Guerra da Síria, outros de operações especiais secretas desenvolvidas em países africanos e por aí vai. Todos, segundo diziam, haviam sofrido muito.
                                                         Finalmente, chegou a vez de o único militar da ativa contar o seu caso.
                                                          Tratava-se de um jovem que, tendo cursado Administração de Empresas em uma universidade norte americana (e, pouco depois, com a morte dos país, recebido uma razoável herança), resolvera investir a herança recebida na montagem de uma empresa industrial que ele mesmo administraria. Com a perspectiva de obter grandes lucros, resolveu investir seu dinheiro montando a referida empresa em um país em desenvolvimento (onde, normalmente, existem grandes carências de produtos diversos, pouca tecnologia, pouco capital e mão de obra abundante). 
                                                 Analisando as várias opções que se apresentaram, acabou por escolher um país distante e imenso, com muitos recursos naturais e gente amável e hospitaleira; conforme seu pai havia mencionado, enquanto ainda vivo, por haver naquele país aportado como tripulante de um navio da marinha de guerra, durante a Segunda Guerra Mundial.
                                                   Assim, vendeu tudo o que tinha e comprou uma passagem aérea para o seu eldorado, um país distante chamado Brasil.
                                                         Após horas de viagem, desembarcou no aeroporto do Galeão, na cidade do Rio de Janeiro. Ficou horas para ser liberado pela alfândega. Já cansado, resolveu pegar um táxi. Sua surpresa, ao embarcar neste, foi constatar que lhe haviam roubado uma das malas. Desembarcara do avião com cinco e agora só tinha quatro.
                                                      Ao se deslocar do aeroporto para o centro da cidade, em determinado momento sentiu alguns barulhos na lataria do carro. Ao desembarcar em frente ao hotel pode notar diversos buracos redondos na lataria do veículo. Como não falava bem o português, resolveu não perguntar ao motorista o que era aquilo.
                                                         Já dentro do hotel, constatou que a reserva que fizera dias antes, desde os USA, não havia sido marcada e não possuía nenhuma habitação reservada. Teve de se contentar com um pequeno quarto de fundos, quando havia reservado uma suíte presidencial.
                                                    Depois de se instalar, resolveu fazer um passeio pelo bairro. Ao caminhar solitário por algumas ruas transversais, foi logo cercado por alguns jovens armados de facas que levaram a sua carteira de dinheiro, o relógio, o anel de ouro e o telefone celular.
                                                     Enquanto ele seguia narrando para os jurados, o silêncio era total. Nenhum ruído, nenhuma tosse, nenhum movimento de cadeiras sendo arrastadas. Todos mantinham seus olhares fixos no candidato, prestando atenção ao que ele dizia.
                                                      Suas atribulações começaram, realmente, no dia seguinte, quando ficou sabendo de todo o processo necessário para constituir uma empresa. A quantidade de papéis e certidões requeridas era tanta, as taxas e impostos a serem recolhidos aos cofres públicos tamanha, os despachantes que deveriam ser contratados eram em tão grande número, que quase desanimou. Mas, como era nascido no Texas e filho de país irlandeses, seguiu em frente.
                                                     Finalmente, oito meses depois, com a autorização em mãos, contratou uma firma, por um determinado preço, para edificar a sua empresa.
                                                        Quinze meses depois, tendo o preço original sido reajustado cinco vezes, a indústria ficou pronta. Restava, pois, adquirir os equipamentos; tarefa que levou mais seis meses. Finalmente, com tudo pronto, restava contratar pessoal qualificado para operar a empresa e alguns outros empregados para serem treinados, tarefa esta que consumiu mais alguns meses. Neste meio tempo, já havia feito contato com diversos compradores e já possuía algumas encomendas firmes.
                                                  A legislação trabalhista era tão confusa, segundo percebeu, que teve de contratar um escritório contábil para poder admitir pessoal. Do valor que custava, mensalmente, cada um dos empregados, metade ficava com o próprio e a outra metade ia para o governo.
                                                    Mensalmente, passavam vários fiscais pela empresa. Cada um fiscalizava uma coisa e, por mais que ele atendesse a todas as normas estabelecidas, os fiscais nunca se davam por satisfeitos, emitindo multas caríssimas. Um deles insinuou que se lhe desse mensalmente uma mesada ele pararia de fiscalizar a empresa. O sangue irlandês logo lhe subiu à cabeça e ele colocou o fiscal para correr. Após isto, as fiscalizações aumentaram de intensidade e também as multas.
                                                  Tentou vender seus produtos para empresas estatais; mas, estas somente compravam através de concorrências públicas. Tentou participar de algumas, mas percebeu que alguns participantes eram parentes dos licitantes e andavam todos abraçados pelos corredores, em uma intimidade, no mínimo, suspeita. Percebeu, também, que várias das empresas que participavam das licitações pertenciam a uma mesma pessoa e estavam todas localizadas no mesmo endereço. Os editais, muitas vezes, eram divulgados no dia e na hora da concorrência, não dando tempo de apresentar as propostas, tanto eram os documentos e certidões requeridos. Todavia, algumas empresas, na hora marcada, davam entrada em grandes envelopes contendo tudo aquilo que era pedido. Como elas conseguiam fazer isto ele não sabia. Premonição, talvez.
                                                      As ações trabalhistas se sucediam umas às outras. Alguns empregados que haviam trabalhado, apenas, uma semana, entravam na justiça com ações milionárias, alegando desde inadimplemento contratual até assédio sexual. E o pior é que existiam tantas brechas que eles quase sempre ganhavam suas ações milionárias, para alegria geral...
                                                          Um dia, pela manhã, ao chegar a empresa, notou que ladrões haviam levado os computadores, telefones, material de escritório, ferramentas, etc. etc. etc. Na véspera haviam sido assaltados por três bandidos armados, que tinham levado o dinheiro do caixa e o seu automóvel. Tentou registrar a queixa na delegacia do bairro, mas lhe informaram que o sistema havia caído e pediram que voltasse lá no final da semana, para ver se o sistema já havia sido restabelecido.
                                                      Todo final de mês o contador lhe apresentava diversas guias e boletos de impostos para serem pagos. Eram tantos que ele acabou tendo que pedir dinheiro emprestado aos bancos para pagar os impostos. Por essa altura, a sua herança já havia se extinguido e ele vivia das poucas vendas que fazia e dos empréstimos que solicitava aos bancos.
                                                       Não contaria sobre os diversos assaltos e sequestros relâmpagos que sofrera, para não cansar o júri. Não mencionaria sobre as horas que passou em pé, em filas quilométricas, para pagar contas, para tirar certidões, para ser atendido em repartições públicas, para pegar ônibus lotados (pois seu carro havia sido roubado, conforme já relatara).
                                                       Em épocas pré-eleição, diariamente, apareciam candidatos na empresa solicitando contribuições para o partido político a que pertenciam. Inicialmente ele não dava nada, mas, logo em seguida, começaram a aumentar as visitas dos fiscais. Alguns diziam, claramente, que eram vinculados a um determinado partido e sugeriam que ele desse a eles a contribuição que pediam, pois, caso contrário, os autos de infração e as multas aumentariam. Não tendo ele dado nada, poucos dias depois a prefeitura do bairro abriu um grande buraco na frente do portão de entrada e saída de mercadorias, que impedia os caminhões de entrega de descarregarem suas mercadorias e os caminhões da expedição carregarem. Foi obrigado a capitular e a pagar a contribuição que pediam, para ver o buraco tapado.
                                                          Em determinada ocasião, cinco empregados foram requisitados para trabalhar no sindicato da categoria. Ele teve que manter os salários deles por mais de um ano, enquanto trabalhavam no sindicato.
                                                   Alguns empresários, com os quais ele conversava, tentaram lhe demonstrar que o melhor era fazer o jogo do inimigo, isto é, corromper pessoas, pagar propina a fiscais, sonegar impostos, contrabandear insumos, roubar no peso e na qualidade, vender sem nota fiscal, burlar as leis, etc. Ele, no entanto, com a sua formação religiosa protestante, acostumado às leis e as normas norte americanas, com a educação que recebera dos seus pais em casa, era totalmente avesso ao que lhe propunham. Aquilo o deixava com o estômago embrulhado.
                                                    Pensava consigo mesmo: - Como estas pessoas podem se acostumar a viver desta forma, alimentando um sistema corrupto, venal, que não funciona da forma como deveria e que os manterá eternamente subdesenvolvidos? Por que não se revoltam e dão um basta nesta situação? Jamais entenderei como pensam os cérebros destes latino-americanos!
                                                  Um belo dia, recebeu uma notificação judicial para comparecer perante autoridades. Tratava-se de um débito milionário com cartão de crédito, não pago, que motivara uma ação julgada à revelia e já transitada em julgado. Ocorre que ele jamais possuíra qualquer cartão de crédito.
                                                  Vendo o valor da dívida, somando com o que devia de impostos e dos empréstimos bancários, chegou à conclusão que valia a pena deixar tudo para trás e retornar para os Estados Unidos. Rapidamente se dirigiu ao aeroporto, onde adquiriu uma passagem direta para os USA e embarcou pouco depois.
                                                               Nos USA, se alistou como fuzileiro naval, fez o curso de comandos e de forças especiais, sendo, desde então, enviado para diversas zonas de conflito ao redor do mundo. Nas forças armadas norte americanas possuía todo o apoio de que precisava: assistência médica, boa alimentação, salário elevado, prestígio junto a população americana, férias regulares, perspectiva de uma aposentadoria bem remunerada e um bom padrão de vida após se retirar da ativa. Por outro lado, sabia que aqui as leis eram cumpridas, a justiça era feita, os criminosos eram punidos. Estes anos em que tinha servido ao seu país foram os melhores da sua vida; principalmente, por que sabia que lutava pelo seu povo e pelos valores em que acreditava. Lutava pela prevalência do bem sobre o mal, das virtudes sobre os vícios, do conhecimento sobre a ignorância. É nisto em que acreditava e estava disposto a oferecer a sua vida pelo seu país e pelos seus valores, tanto quando milhares de conterrâneos seus já haviam feito ao longo da história dos USA.
                                                    - E assim termino de relatar o meu caso – finalizou o jovem.
                                                O júri, imediatamente, se retirou para uma sala ao lado visando deliberar.
                                                     Pouco depois, saíram dali os jurados com um veredicto: o vencedor era o Administrador de Empresas que vivera no Brasil. Ele fora o que mais sofrera e conseguira aguentar vários anos de sofrimento, conseguindo se supera a cada dia em local tão desorganizado, corrupto e desprovido de qualquer apoio das autoridades, sem se deixar contaminar pelas nefastas e indecentes práticas locais.
                                                   Aplaudido até pelos demais concorrentes, ele já saiu dali em uma grande viatura preta, rumo ao luxuoso hotel onde era esperado por uma legião de belas jovens para uma inesquecível noite de luxúrias.


_*/ Economista e Doutor pela Universidade de Madrid, Espanha.