145. Minha amiga Laura T.
Jober Rocha*
Laura T. é minha correspondente no Facebook, a quem conheci através de um amigo de um amigo. Mora em um país distante do meu, com cidades de nomes estranhos, como: Cluj-napoca, Timisoara, Iasi, Brasov. A região mais conhecida do país em que ela vive é a Transilvânia, onde a lenda afirma ter residido o Conde Drácula, personagem inspirado em Vlad III, príncipe da Valáquia, considerado herói por sua luta contra o Império Otomano.
Pelos dados que a página dela no Facebook contém e pela sua foto, classifico-a como uma ‘femme fatale’ (aquela mulher que todo homem deseja, mas que não consegue ter); já que, ela, aparentemente, preenche grande parte dos requisitos para tal, se não todos: possui um cabelo sedutor, é misteriosa, é inteligente, sensual sem ser vulgar, possui senso de humor, aparenta ter uma personalidade fascinante, independente, percorre lugares misteriosos, fina, autêntica, não se submete aos homens e tem um ar charmoso.
Outras qualidades comuns às ‘femmes fatales’, como um perfume especial, uma bebida característica, um batom vermelho, uma voz sedutora e o fato de maltratar aqueles homens que a admiram, infelizmente, não puderam ser confirmadas através de uma simples comunicação virtual. A intuição e a razão, no entanto, afirmam que elas devem existir; pois, existindo as primeiras características, as segundas forçosamente também existirão.
Suas fontes de interesse parecem ser a Fotografia em preto e branco e a Literatura.
Escreve bem em Português e, como o seu primeiro nome é Laura, imagino que seja nascida no Brasil e, em alguma ocasião, possivelmente tenha se transferido para aquele distante país; do qual, confesso, sei muito pouco a respeito. Conheço, por já haver provado, um prato típico da culinária local: polenta com queijo cottage e molho azedo, diga-se de passagem, delicioso. Sei também, por declarações de amigos, que os passeios de trem pelo país são muito interessantes; já que o mesmo é totalmente cortado por linhas férreas, que o percorrem de norte a sul e de leste a oeste.
Em algumas ocasiões, como agora ao escrever esta crônica, me vem à mente a mágica proporcionada pela WEB. Quem poderia imaginar, há cinqüenta anos ou mais, que pessoas desconhecidas venceriam, em instantes, os receios, a timidez, o orgulho e o preconceito, existentes até então no âmago de cada um, para se comunicarem com outras pessoas, desconhecidas, residentes nos quatro cantos do mundo, trocando informações e, até mesmo, confidências, sem se conhecerem pessoalmente?
Mediante a revolução da WEB as barreiras das raças, das línguas, dos sexos, das cores e das religiões são transpostas, transformando o mundo inteiro em uma comunidade global, onde todos sabem de tudo que está ocorrendo, no momento exato em que ocorre. A catarse, a purificação ou purgação mundial, com toda a certeza, é feita, na atualidade, através da WEB.
O sentimento de liberdade dos seres humanos, em relação aos sentimentos ou situações opressoras do dia a dia, se expressa através das matérias que os internautas postam na WEB, permitindo ou facilitando a ‘purificação das almas’ através da descarga emocional que isto representa e dos comentários e compartilhamentos por eles feitos.
A par do lado bom, entretanto, existe, também, o lado mal da WEB: os fakes, as matérias plantadas com objetivos escusos ou inconfessáveis, os vírus, etc. Estes efeitos perversos, todavia, são plenamente superados pelos efeitos benéficos. Certamente, qualquer um depois de conhecer e de se utilizar de todas as potencialidades da WEB, jamais conseguirá viver sem ela.
Quantos novos amigos, quantas informações importantes, quanto conhecimento útil ela proporciona aos seus usuários, diariamente.
A WEB, por outro lado, poupa tempo, dinheiro e trabalho dos seus usuários, evita horas intermináveis em filas, simplifica procedimentos, permite o envio de documentos, textos e imagens, em questão de segundos, para qualquer local do mundo servido por ela; possibilitando, até mesmo, o salvamento de vidas humanas.
Finalizando, sou grato a todas as Lauras, Renatos, Pedros, Lucias, Marcias, Filipes, etc., que fazem parte do meu dia com as suas interessantes matérias e pertinentes comentários sobre o que quer que seja. São eles que alegram o meu dia e me fazem crer no futuro da espécie humana como uma linhagem colaborativa, em que pese toda a cizânia fomentada e espalhada por políticos e por dirigentes globais objetivando dividir para governar.
_*/ Economista e Doutor pela Universidade de Madrid, Espanha.
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