sábado, 11 de fevereiro de 2017


136. Meninos devem brincar de guerreiro e meninas de boneca


Jober Rocha*


                   Episódios ocorridos ao redor do mundo, na atualidade, deixam claro que em um passado recente os países ocidentais tomaram novo rumo, diferente daquele que tradicionalmente tinha sido seguido pelos nossos antepassados. Esse novo rumo, contemporaneamente ainda trilhado, nota-se de forma mais freqüente naquilo que está relacionado com a saúde humana e no que diz respeito ao comportamento psicossocial. 
                    Explico-me melhor: diversos alimentos, milenarmente consumidos pela humanidade e sem nenhuma restrição com relação à saúde, em razão do desenvolvimento da Ciência Médica e da Farmacologia, passaram a ser estigmatizados como agentes causadores de inúmeras patologias, por diversos estudos médicos conduzidos em universidades e grandes centros de pesquisa em todo o mundo. É o caso, por exemplo, das carnes e gorduras de origem animal (notadamente as de porco), da gordura de coco, da manteiga, do ovo, etc. O principal argumento, contrário a ingestão de tais alimentos, é o de que eles aumentariam o nível do mau colesterol, presente no sangue dos seres humanos. 
                           A redução no consumo destes alimentos foi, imediatamente, seguida da elevação no consumo das gorduras vegetais (como o óleo de soja e as margarinas) e no consumo de medicamentos (como as estatinas), enriquecendo grandes corporações industriais e laboratórios, de âmbito mundial. Sabe-se que os resultados de muitas pesquisas (realizadas estas em todos os campos da Ciência) divulgados como verdadeiros, algumas vezes não passaram de engôdos visando a interesses inconfessáveis de natureza econômica, política, religiosa ou ideológica. A massificação pela Mídia destas informações, muitas vezes falsas, objetiva a movimentação de uma indústria milionária que tudo compra em seu rastro, até mesmo reputações de cientistas, de filósofos, de pensadores religiosos e de pesquisadores.
               No campo Psicossocial ocorre o mesmo, quando os costumes e a moral tradicionalmente aceitos, através de uma transvaloração de valores (termo utilizado pelo filósofo alemão Friedrich Nietzsche para indicar a transformação radical ocorrida em algumas épocas, na moral vigente e nos costumes) sofrem uma total inversão, fazendo com que aquilo que antes era tido como bem passe a ser considerado como mal e vice versa. Essa transvaloração, evidentemente, também é produzida em razão de interesses econômicos, políticos, religiosos e ideológicos.
                       Recentemente, com a proliferação das ideologias de esquerda nos países ocidentais, passou a vigorar o denominado 'Comportamento Politicamente Correto'. Este termo, muito usado na atualidade, está relacionado a uma nova abordagem política que busca estabelecer linguagem e comportamento próprios (aparentemente neutros), de modo a evitar que possam ser ou que venham a ser ofensivos ou preconceituosos com relação a pessoas de determinados grupos sociais, principalmente, em razão de raça, sexo ou religião. Linguagem e comportamento, como todos sabem, fazem parte dos hábitos, costumes, usos e regras, que se materializam na assimilação social dos valores morais. 
                            Neste contexto, sem que muitos se apercebam, está sendo estabelecida uma nova moral, desvinculada daquela de origem religiosa vigente, até então no mundo ocidental, sob a ótica eufemística do Comportamento Politicamente Correto, que tenta implantar uma nova moral, em tempos de ateísmo e de materialismo incentivados e disseminados pelas ideologias de esquerda nos países ocidentais, onde o comunismo e o socialismo conseguiram chegar ao poder em muitos deles. 
                       A expressão ‘Politicamente Incorreto’, por sua vez, é a que trata de nomear formas de expressão e de comportamento que procuram externar supostos preconceitos sociais, sem receios de nenhuma espécie. Este conceito é entendido, por alguns acadêmicos, ditos de esquerda, como uma forma de se expressar e de ter um determinado comportamento, considerados incorretos e utilizados por grupos conservadores de direita. O Comportamento Politicamente Correto, neste contexto, seria aquele que deveria ser seguido por todos os cidadãos e de que se já utilizariam os liberais e os progressistas de esquerda. 
                    Os conceitos sobre aquilo que é ou não politicamente correto, entretanto, são estabelecidos pelas elites no poder e pela ideologia de esquerda dominante, sendo expressos através da Mídia, cativa e subserviente, para absorção pelas massas populacionais incultas, e inocentes com respeito à Genealogia da Moral.
                        Aqueles que criticam o ‘Comportamento Politicamente Incorreto’ o acusam de fascista, enquanto os críticos do ‘Comportamento Politicamente Correto’ o acusam de patrulhamento ideológico de tendência marxista. Como alguém já disse, em algum lugar, ambos os lados buscam denegrir um ao outro, na busca por um espaço na mente dos nossos pacatos cidadãos.
                          Na pós-modernidade no ocidente cristão, o feminismo militante, o antibelicísmo, a tipificação do assédio sexual como crime, a educação dos filhos homens pelas mulheres (que querem que eles vejam a vida da forma como elas a vêem), a insegurança masculina sobre a sua própria masculinidade (incentivada pela ideologia de gênero divulgada nas escolas), a implantação do comportamento politicamente correto, a legislação referente aos direitos humanos, a legislação referente aos direitos dos homossexuais (inclusive com relação aos casamentos e as adoções), tudo isto junto, teve o efeito perverso de deixar o ocidente em posição mais vulnerável que o oriente, notadamente neste caso presente dos refugiados islâmicos, para os quais as leis ocidentais nada valem. 
                        Os comportamentos adotados no ocidente, mencionados anteriormente, teriam, assim, efeminado os homens ocidentais frente aos árabes, notadamente os homens europeus. Isto ocorre, ademais, em outros continentes e em outras partes do mundo ocidental, onde os valores morais da sociedade foram também transvalorados. Esta transvaloração, deve ser sublinhado, não partiu do povo, que sempre vai a reboque das decisões, mas das elites no poder e em razão dos seus interesses particulares ou dos grupos a que elas estão vinculadas. As redes sociais mostraram, em diversas ocasiões, os homens europeus apanhando dos refugiados, sem nenhuma reação de defesa. As mulheres sendo estupradas e agredidas sem nenhuma reação da parte dos homens europeus e também da própria polícia. A impressão que dava era de que eles não sabiam como reagir frente a situações como aquelas a que não estavam acostumados.
                           Nos países orientais islâmicos, como nas periferias pobres das grandes cidades, o que vale é a lei do mais forte. Sabe-se que nestes países islâmicos a Igreja, o Estado e a Sociedade, são regidos por uma só lei. A mulher é considerada um ser inferior e deve obedecer ao homem, ao contrário das leis e da visão ocidental. 
                      Não desejamos uma volta à barbárie ou um retrocesso na civilização ocidental, mas o fato é que esta se viu vulnerável, perante as levas de refugiados que penetraram em suas fronteiras e que intimidaram as autoridades e as populações dos respectivos países onde se instalaram, sem uma resposta adequada aos assaltos, estupros e assassinatos cometidos pelos refugiados. Esta intimidação ainda ocorre e deverá se acentuar com a tentativa de implantação da Sharia nas regiões dos países onde os refugiados se instalaram.  A Sharia consiste em um conjunto de regras comportamentais e legais, segundo creem os islamitas, dado por Deus aos homens para que organizassem as suas vidas e é, portanto, para eles, uma lei universal. A obediência à Sharia, assim, não seria obrigatória, apenas, para os islamitas, mas, para todos os seres humanos que vivam nas áreas onde os refugiados se instalam.  
                         Vê-se, portanto, que alguma coisa terá que ser mudada, tanto nos costumes como na moral ocidentais. Os Estados Unidos da América do Norte, com a eleição de Donald Trump, já deu sinais de que tentará implantar estas mudanças. Se a Europa não reagir à altura, submetendo estes refugiados e imigrantes às suas leis, em breve, perderá, totalmente, o controle da situação, notadamente considerando que as taxas de fecundidade e de natalidade entre a população de origem árabe são muito maiores do que as da população européia. 
                     Na França de hoje, quarenta por cento dos nascimentos se dão entre famílias árabes. O ocidente, notadamente na Europa, necessita de uma nova transvaloração de valores (como aquela mencionada por Nietzsche), enfatizando a virilidade, a honra e a coragem; pois, do lado de lá, da Jihad islâmica, isto é, da guerra santa dos islamitas radicais contra os não islamitas, são estes os valores que contam. Este segundo significado da Jihad (a Jihad externa) está bem representado nas palavras de Maomé, quando nelas os muçulmanos são instruídos a usar de meios combativos para difundir a ‘paz’ e a ‘justiça’ da religião islâmica nas áreas que não estejam sob a influência do profeta Maomé.
                   Assim, acreditamos que premidos pelas circunstâncias, em futuro próximo, os meninos ocidentais deverão voltar a brincar de guerreiros e as meninas de boneca, como tradicionalmente fizeram os seus avós, bisavós, tetravós....

_*/ Economista e Doutor pela Universidade de Madrid, Espanha.




segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017


135. Qual será a verdadeira História da Humanidade?


Jober Rocha*


                  Creio que todos os leitores já se perguntaram, ao menos uma vez na vida: - Por que será que nada faz sentido? Por que não sabemos quem somos, de onde viemos e para onde vamos?  Dúvidas estas cruciais, que já preocupavam os filósofos gregos.
                 Depois de muito pesquisar acho que cheguei, finalmente, a uma conclusão. Esta nossa ignorância é deliberadamente programada por elites que governam os nossos destinos como habitantes do planeta. Não digo pelos nossos governantes, quaisquer que sejam eles; posto que, são, quase sempre, apenas simples gerentes destas elites; cujos verdadeiros propósitos eles mesmos com certeza, também, desconhecem.
                          A recente eleição nos EUA deixou bem claro isto. Quem poderia imaginar que em um país tão rico, com universidades tão famosas, com pessoas tão cultas, existiriam, apenas, como candidatos à Presidência da República (em substituição ao apagado e totalmente fora do contexto Barack Obama, que parecia, por suas ações e reações, apenas alguém representando mal o seu papel na peça em que o escalaram como ator da vez), dois personagens cuja única coisa que sabiam fazer bem era atacarem-se em público, como se inimigos fossem, e desempenharem, novamente, o mesmo papel de Obama no drama (ou na comédia) representada pelas eleições presidenciais em um país tão desenvolvido.
                     Será que, de tantas pessoas competentes existentes naquele grande país, só restavam aqueles dois como candidatos a presidência? Ao questionar-se a respeito, qualquer leitor inteligente, logo perceberá que existe algo de errado nisto tudo. Por que, apenas, pessoas medíocres (que estão na média, sem nenhuma intenção pejorativa) são escolhidas para função tão importante quanto a de Presidente da República? Certamente, por que não serão eles a conduzirem, com independência e vontade própria, os destinos dos países que governam. Isto não se passa apenas nos países mais desenvolvidos, mas na grande maioria de todos os demais. 
                       Se não bastasse toda uma classe de funcionários do Estado, que detém parcela importante do poder (financeiro, tecnológico, político e militar), mas não o de decidir, verdadeiramente, os caminhos políticos e estratégicos de longo prazo do Estado, sendo meros executores de ordens táticas destas elites anteriormente mencionadas; os Presidentes da República, em que pese a magnificência do cargo, também prestam contas a estas mesmas elites que, nas trevas do anonimato ou escondidas pelo Véu de Maya (aquele que cega os seres humanos com as suas ilusões), lançam os dados ou dão as cartas no jogo mundial da dominação. Quase sempre, por detrás desta prestação de contas subserviente, dos ‘Gerentes’ ou dos ‘Testas de Ferro’, encontram-se o suborno com dinheiro público e privado e a chantagem.
                              Desde a mais remota antiguidade, segundo alguns autores afirmam, estas elites têm representado interesses alienígenas; isto é, de fora do planeta, quer os leitores acreditem, quer não creiam. Não é por outra razão que, de uma maneira geral (como espécie animal que somos), nós adoramos e nos prostramos de joelhos perante supostas divindades que habitariam fora do planeta Terra, em que vivemos. 
                                  Só esta percepção já seria razão suficiente para olharmos com desconfiança os nossos passado e presente. Por que nossas divindades não poderiam residir no centro da Terra? Nas águas dos mares, rios, lagos e lagoas? Nos minerais? Nos vegetais? Nos animais, como acreditavam os antigos egípcios e ainda acreditam os indianos? Em outros planos de existência? Por que a morada delas seria, tradicionalmente, o céu, para os cristãos, os judeus e os islamitas? Certamente, por que de lá teriam vindo em suas máquinas voadoras, com os seus conhecimentos científicos, tecnológicos e espirituais.
                            Estes seres seriam de várias raças e com diferentes agendas para o nosso planeta e para os seres que aqui existiam. Alguns seriam benevolentes e interessados em ajudar-nos em nossa evolução; outros seriam indiferentes e interessados apenas em seus objetivos de raça e de espécie. Outros, ainda, seriam maléficos e interessados em manter-nos em escravidão, impedir nosso desenvolvimento e assenhorear-se de nossos recursos naturais.
                         Isto tudo pode soar como ficção científica, mas constitui-se em um fato incontroverso a passagem destes seres e de suas naves pelo nosso planeta. Figuras pintadas em cavernas e objetos esculpidos em cerâmica, argila, madeira e metal na antiguidade o atestam; da mesma forma como fotos, filmes e registros de radares de solo e de aeronaves o confirmam na atualidade.
                                 Através de um processo de sonegação de informações e de transvaloração de valores (transvaloração esta citada, pela primeira vez, pelo filósofo Friedrich Nietzsche em várias de suas obras), a humanidade tem sido conduzida, como a um rebanho, na direção determinada pelas elites já mencionadas.
                            A Ciência apresenta teorias que tentam justificar e compartimentar o conhecimento humano, retrocedendo a vida humana até uma determinada data. Não menciona, verdadeiramente, a exata idade do homem sobre a face do planeta, nem as diversas civilizações, tecnologicamente desenvolvidas, que já se sucederam e eclipsaram ao longo da existência do planeta. 
                                   Da mesma maneira, em que pesem as evidências deixadas por povos antigos da presença de seres extraterrestres na Terra, pouca importância tem sido atribuída a tais fatos pela Ciência oficial. Granitos talhados pesando dezenas de toneladas, milimetricamente cortados em épocas remotíssimas. Furos cilíndricos de vários diâmetros, perfeitos, atravessando granitos de vários metros de profundidade. Baixos e altos relevos perfeitamente talhados em granito, datados de tempos imemoriais. 
                                       Esqueletos antropomórficos de seres com cinco ou mais metros de altura, descobertos desde o século XIX e cuidadosamente escondidos ou destruídos. Marcas de pés humanos deixados em terrenos na localidade de Mpaluzi, na África do Sul, perto da fronteira com a Suazilândia, e que as eras geológicas transformaram em pegadas impressas na pedra (granito fenocristal ou granito porfiroide) com a idade de 200 milhões a três bilhões de anos. 
                                             Tais formações graníticas ostentam pegadas humanas com cerca de um metro e vinte de comprimento por cinqüenta centímetros de largura e foram descobertas em 1912 por Stoffel Coetzee, mas não tiveram nenhum destaque por parte da Ciência Oficial. Artefatos tecnológicos modernos descobertos em sítios arqueológicos antiqüíssimos e junto com esqueletos ou outras peças ancestrais. Os principais destes objetos, denominados Ooparts, são os seguintes:

1. Pilhas elétricas usadas no antigo Egito e descobertas recentemente;
2. Pilar de aço, enterrado na Alemanha, medindo dois metros e vinte para fora da terra e um metro para baixo, datado de um período da Idade Média, quando o aço ainda não havia sido descoberto;
3. Calculadora analógica mecânica, conhecida como o Mecanismo de Anticitera, datada de dois mil anos; 
4. Brinquedos para crianças, do antigo Egito, com a forma de aviões modernos e datados de um período anterior a Jesus Cristo;
5. Hieróglifos do antigo Egito, com desenhos de naves modernas, de submarinos e de carros de combate;
6. Megalitos em Balbeck, no Líbano, perfeitamente talhados e pesando dezenas de toneladas, cujos guindastes atuais não conseguem elevar do solo;
7. Lâmpadas que produzem luz elétrica, encontradas em Ondera, no Egito, e que datam do tempo dos faraós;
8. Pilar de ferro medindo sete metros, encontrado em Delhi, na Índia, datado de 400 anos antes de cristo e feito de ferro forjado com 98% de pureza;
9. Linhas de Nazca, no Peru, com figuras em grande escala, impossíveis de serem traçadas sem apoio aéreo, e que datam do ano de 400 d.C.;
10. Bateria descoberta em Bagdá, no Iraque, datada de 250 a.C e que produzia eletricidade.
11. O Mapa de Piri Reis, que foi o primeiro mapa conhecido que mostra a costa ocidental de Europa, o norte da África, a costa do Brasil, a borda leste da América do Sul, além de várias ilhas do Atlântico e a Antártica. As latitudes e as longitudes do mapa estão marcadas corretamente. Relativamente a conformação das regiões polares, o mapa retrata como elas eram, há dez mil anos antes da data atribuída ao mapa, isto é 1513. Da mesma forma muitos estudiosos afirmam que, sem uma visão da Terra vista do espaço, seria impossível construir aquele mapa naquela época. 
12. Em 1973, perto de Aiud, na Romênia, escavadores descobriram em um mesmo local, três objetos.  Dois deles eram ossos de mastodontes pré-históricos e o terceiro uma peça de metal de vinte centímetros de comprimento, doze centímetros e meio e largura e sete centímetros de profundidade. A posterior análise datou-o como sendo de 250 mil anos e a peça fazia parte de um sistema mecânico complexo. Possuía doze tipos de metais diferentes, sendo que noventa por cento dele era composto por alumínio, metal este que só nos últimos 200 anos os seres humanos conseguiram obter e trabalhar com ele.

                          A Religião, por sua vez, com os seus dogmas e as suas revelações, tenta fazer com que a credulidade e o misticismo, característicos das criaturas humanas, aflorem e dominem a razão, também esta uma característica das mesmas criaturas. A razão, em alguns humanos, acaba vencendo a credulidade e o misticismo nesta contenda milenar; mas, na grande maioria das vezes, ela se torna perdedora. Basta ver que o número de seres humanos que professam algum tipo de religião é bem maior do que aqueles que não professam.
                           Quem já leu a Fábula da Caverna, de Platão, sabe que a nossa percepção da realidade é totalmente limitada e condicionada, em razão da situação e do local em que nos encontremos. 
                             Quem já estudou Nietzsche sabe qual é a Genealogia da Moral; isto é, como ela surge ou como sofreu transvalorações ao longo da história humana. Transvaloração ou tresvaloração, segundo o filósofo, significa atribuir um novo sentido a uma velha qualidade (quer seja um vício ou uma virtude). Neste particular, os fracos, pela transvaloração transformar-se-iam nos justos que odiariam as injustiças. A impotência transformar-se-ia no mérito e na bondade, a baixeza passaria a ser a humildade e a covardia considerada paciência.                            O moderno termo ‘Comportamento Politicamente Correto’, busca esta transvaloração apontada por Nietzsche. Sem medo de ser considerado adepto da Teoria da Conspiração (que já deixou de ser teoria para aqueles que já deixaram o rebanho), por detrás destas transvalorações, que periodicamente ocorrem na história da Humanidade, estão sempre as elites subterrâneas que, como as Moiras ou as Parcas, puxam os cordéis do destino da humanidade.
                               Evidentemente, somos aquilo que aprendemos. E só aprendemos, de uma maneira geral e extensiva às massas, aquilo que se constitui na verdade oficial divulgada pelo Estado. Esta verdade (é essa a principal tese deste texto) tem sido escamoteada, falseada e escondida, com a finalidade de não permitir que conheçamos, jamais, quem somos nós, de onde viemos e para onde vamos; questionamentos tão importantes que já eram alvo da preocupação dos antigos filósofos gregos. 
                            Noam Chonsky, filósofo e cientista cognitivo, professor do MIT – Massachusetts Institute of Technology, é grande estudioso sobre os meios de comunicação de massa e de seu papel no apoio aos interesses das grandes empresas e de seus controladores, sendo, junto com Edward S. Herman, criador da Teoria da propaganda de Chomsky e Herman.
                                   Para ele, o Capitalismo nada mais é do que um Mercantilismo corporativo, controlado por empresas ajustadas com governos, que sempre intervêm a favor do capital, apesar da fantasia do livre mercado (inexistente, diz ele, nos Estados Unidos e em todas as partes do mundo), e que exercem controle sobre a Economia, a Política, a Sociedade e a Cultura. 
                              A verdade (como vêm e como já disse alguém) é libertadora dos indivíduos; razão pela qual, ela tem sido mantida escondida da quase totalidade dos seres humanos.
                               Por outro lado, todos nós sabemos da existência de sociedades secretas, que possuem objetivos exotéricos e esotéricos. Os primeiros são aqueles divulgados para o público, de uma maneira geral, e os segundos mencionados apenas para os seus membros, de uma maneira particular. Neste segundo objetivo, uns poucos dirigentes, ademais, teriam acesso a informações e objetivos não divulgados para os demais. O exoterísmo é conhecido, na vida militar e policial, como ‘História de Cobertura’. 
                                Quaisquer que sejam as Religiões, as Ideologias, as Filosofias e as Ciências, todas possuem (da mesma forma que essas sociedades secretas) determinadas proposições que as justificam a luz da moral e dos bons costumes; todavia, ademais destas denominadas ‘Histórias de Cobertura’, possuem, também, objetivos ideológicos e interesses de grupos, quase sempre inconfessáveis, que passam despercebidos da maioria dos seus adeptos e do público em geral. Existiria, assim, uma História real da humanidade e outra fictícia. A primeira guardada para muito poucos, e a segunda divulgada oficialmente para as massas humanas.
                              Se tais sociedades secretas existiram no passado ou ainda existem na atualidade comprovadamente (e, apenas, para citar algumas delas: Bilderberg; Ordo Templi Orientis; A Mão Negra; A Ordem dos Assassinos; Sociedade Teosófica; Os cavaleiros do Círculo Dourado; Sociedade Thule; Skull and Bones; Maçonaria e Illuminati); com certeza, alguma outra, bem mais oculta e bem mais poderosa existirá evidentemente.
                                       Alguns pesquisadores acreditam que esta última, bem mais poderosa, seja formada por seres alienígenas; os primeiros seres com inteligência superior a pisarem o solo do planeta, e criadores ou modificadores da raça humana, mediante trabalhos de manipulação genética. Os Deuses que nos criaram, segundo a tradição de muitos povos antigos, poderiam ser estes seres alienígenas (como hoje em dia, dado o estágio de desenvolvimento das Ciências, em escala menor e mais limitada, os nossos próprios cientistas já fazem, com algumas espécies animais, criadas ou modificadas em laboratórios).
                                         Talvez em um passado distante estes seres das sombras vivessem ao sol, isto é, fossem conhecidos e vivessem em contato com os seres humanos. Por alguma razão, até então, desconhecida, poderão ter partido para a clandestinidade, mantendo, ainda, o controle sobre a nossa espécie, através de prepostos. Sabe-se que a servidão consentida é preferível a escravidão imposta. A segunda delas, portanto, é fonte de revoltas e de tentativas de libertação; mas a do primeiro tipo, como não é percebida, torna-se aceita pelo ser humano de maneira pacifica. Quem sabe se não foi este fato que fez com que os nossos verdadeiros senhores se tornassem ocultos, deixando prepostos da nossa própria raça em seus lugares?
                                   Alguns afirmam que, da mesma forma que as antigas descobertas dos colonizadores europeus foram motivadas por interesses de ordem econômica e estratégica, os interesses de alguns dos alienígenas que nos visitam, também, podem ser os mesmos; como, certamente, serão os nossos interesses quando e se pudermos, futuramente, encetar viagens pelo Universo.
                                 Finalizando, estou convencido de que a verdadeira História da Humanidade jamais será encontrada nos livros de História e, talvez, jamais venha a ser conhecida; a não ser que um fator superveniente, algum dia, obrigue aqueles poucos que a conhecem a revelar tudo o que sabem...

_*/ Economista e Doutor pela Universidade de Madrid, Espanha.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017


134. O Analista de Curtidas, Comentários e Compartilhamentos no Facebook

Jober Rocha*


            Após cerca de quarenta anos trabalhando como analista em uma agência de pesquisas de opinião, de propaganda e de marketing, ele, já aposentado e para manter-se em forma intelectualmente, afastando-se, assim, do Mal de Alzheimer (enfermidade comum às pessoas da sua família), resolvera dedicar-se à análise e a interpretação das curtidas, comentários e compartilhamentos de seus amigos virtuais, no Facebook (FB), e também dos amigos dos seus amigos. 
               Achava que com isto poderia descobrir, antecipadamente, alguma tendência psicossocial nascente; antecipar-se a possíveis revoltas e revoluções, em andamento; perceber mudanças no comportamento moral da sociedade brasileira; identificar novas ideologias sendo implantadas sub-repticiamente no país; constatar a morte de antigas religiões ou o desabrochar de novas seitas; etc. etc. etc.
                Na realidade ele não saberia o que fazer, na prática, com o resultado das suas eventuais descobertas; mas, a preocupação maior que tinha, conforme já dito, era com a manutenção da saúde mental, evitando alguma doença que fosse fruto da ociosidade intelectual.
                      Dando início ao seu novo projeto de vida, começou, então, por pertencer ao maior número possível de grupos no FB e tentar obter a maior quantidade de amigos virtuais que se dispusessem a aceitá-lo como tal. 
                Feito isto, procurava, diuturnamente, alimentar os grupos a que pertencia com matérias polêmicas, que originassem inúmeros comentários, curtidas e compartilhamentos; os quais, ele, meticulosamente, catalogava, classificava e analisava estatisticamente, calculando a média, a moda, a mediana, a variância e o desvio padrão. 
                     Em grupos ideológicos de direita ele postava matérias de esquerda, e vice-versa. Em grupos religiosos, divulgava textos ateus, e, em grupos ateus, matérias religiosas. Uma hora ele defendia o governo e em outra o atacava. Era contra e a favor da corrupção, contra e a favor do aborto. Homofóbico algumas vezes, defensor dos Movimentos GLBT em outras ocasiões. A favor da civilização em diversas oportunidades, e da barbárie logo em seguida. A polêmica era o seu objetivo e as discussões que se seguiam (por vezes acaloradas) o seu campo de pesquisas.
                   Suas matérias e comentários eram alvo da apreciação de muitos internautas e da total execração de inúmeros outros. Ele coletava, sistematicamente, todas as respostas às suas matérias; respostas estas em que buscava significados ocultos nas entrelinhas, além de correlacionar as mesmas com a alta do dólar, a queda na bolsa e a variação na taxa de juros.
                 Em pouco tempo o local do seu escritório, na residência, tornou-se pequeno para guardar tanta informação acumulada e ele passou a ocupar, também, um dos outros quartos do apartamento em que morava, no centro da cidade.
                   Parte substancial do seu salário de aposentado passou a ser gasta com folhas de papel A4 e com cartuchos de tinta da pequena impressora. Os relatórios e gráficos eram produzidos diariamente, e em enormes quantidades, correlacionando nomes de pessoas com posições ideológicas, religiosas, filosóficas e comportamentais. As paredes da casa eram cobertas por papéis contendo gráficos em barra, em setores, histogramas, etc.
                   Em breve, as matérias polêmicas que postava passaram a ser alvo da observação acurada das agências governamentais de inteligência; dos movimentos revolucionários extremistas radicais, instalados no país e no exterior; e dos fundamentalistas religiosos, notadamente os islâmicos. Mais um pouco e os seus passos passaram a ser seguidos e vigiados, bem de perto, por uma gama enorme de indivíduos desejosos de expulsar seu corpo físico definitivamente do nosso planeta e a sua alma desta dimensão, despachando-a para outros planos de existência. 
                     Uns achavam que ele constituía uma ameaça potencial à democracia; outros que ele era uma ameaça real à ditadura do proletariado; outros, ainda, imaginavam que ele ameaçava a volta da monarquia e dos regimes autocráticos; alguns achavam que ele as incentivava. 
                       Religiosos o julgavam o próprio anticristo ou, no mínimo, um integrante graduado das hordas de Satanás. Ateus o viam como um fanático religioso, discípulo e seguidor de Antônio Conselheiro, líder da comunidade de Canudos, na Bahia, ou de James Warren ‘Jim’ Jones, fundador e líder do grupo ‘Templo dos Povos’, que se suicidou com todos os seus seguidores em Jonestown, na Guiana.
                        Alguns dos grupos a que ele se vinculara no FB, passaram, a partir de então, a exigir a aprovação prévia, por qualquer dos responsáveis pelo grupo, de todas as matérias postadas. Assim, sempre que recebiam algum texto dele, simplesmente, negavam logo a sua divulgação, sem a necessidade de maiores explicações, prévias ou posteriores.
                         Diversos amigos virtuais deixaram de seguir o seu nome ou passaram a ocultar as publicações dele, na página inicial do FB. Em pouco tempo, ele, um ilustre desconhecido perdido na multidão dos internautas, passou a ser monitorado por diversas entidades secretas, nacionais e internacionais. Sua vida esteve por um fio em inúmeras ocasiões, sendo ele, milagrosamente, salvo das mãos dos carrascos, exclusivamente, pela graça da Providência Divina.
                          Enquanto isto, as suas análises estatísticas prosseguiam. Chegou a descobrir uma alta correlação positiva entre o aparecimento, no FB, de notícias sobre a presença de naves alienígenas nos céus do país e as prisões de políticos brasileiros no âmbito da operação Lava a Jato. Isto o levou a concluir que seres extraterrestres, capturados em nosso território, em razão da alta tecnologia de que dispunham para ler as mentes e chegar aos pensamentos de políticos e empresários, estariam colaborando com a Justiça Brasileira para a análise da veracidade das delações premiadas dos envolvidos; objetivando, com isto, cair nas boas graças das nossas autoridades e facilitar as suas próprias liberações de volta ao espaço sideral de onde vieram. Ele chegou, mesmo, a preparar uma matéria a este respeito e divulgá-la em um dos grupos do FB, que tratava de assuntos relacionados com UFO’s e outros casos insólitos.
                          Em uma análise que fez encontrou correlação inversa entre o montante roubado dos cofres públicos brasileiros, pelos políticos e empresários corruptos, e a taxa de mortalidade no Zimbabwe, país da África austral anteriormente conhecido como Rodésia do Sul. Quanto mais se roubava aqui, ao longo dos anos, mais a mortalidade decrescia naquele país africano. Isto o levou a concluir que nem tudo estava perdido; já que, alguma coisa de bom resultara do roubo escancarado praticado contra o nosso erário público. Talvez, com a divulgação, na Mídia, daquele resultado que obtivera em suas análises, os políticos e empresários brasileiros envolvidos na Lava a Jato acabassem, até, por vir a receber medalhas e comendas da ONU e daquele país africano, como causadores que teriam sido (através de suas ações criminosas, ao longo dos anos) de uma maior longevidade da população do Zimbabwe.
                         Alcançou inúmeras e inéditas conclusões, ao correlacionar a mortandade de peixes nas lagoas brasileiras, com a quantidade de bombas lançadas pela coalizão no Iraque e com os preços do cacau na bolsa de Nova Iorque. Passava os dias, as tardes e as noites redigindo textos em que analisava as correlações que descobria entre as mais diversas variáveis, e as implicações políticas, econômicas, militares e psicossociais destas relações mútuas de dependência que detectava. 
                              Certo dia concluiu que o fim do mundo estava próximo, pois encontrara uma relação direta de dependência (uma correlação positiva) entre a queda de meteoros na superfície da Lua e a extinção de diversas espécies animais e vegetais em nosso planeta. Como a queda de meteoros naquele satélite natural aumentava a cada dia, supôs que todas as espécies logo se extinguiriam em nosso planeta. A partir desta conclusão, vendeu tudo o que tinha, encerrou a sua participação em todos os grupos do FB, desfez todas as amizades virtuais e desapareceu.
                           Um amigo de infância dele, em viagem de férias pelo sertão da Paraíba, afirmou ter visto um tipo muito parecido trajando bata branca encardida e suja de pó, portando um cajado e vasta cabeleira branca, além de comprida barba emaranhada, seguido por meia dúzia de adeptos andrajosos que entoavam cânticos religiosos, enquanto ele, vociferando, lançava pragas e maldições à tecnologia da Informática e a sua disseminação através das redes sociais...

-*/ Economista e Doutor pela Universidade de Madrid, Espanha.