terça-feira, 17 de janeiro de 2017


132. Como sobreviver em um mundo de mentiras?**


Jober Rocha*


                        Recentemente o Facebook anunciou a introdução de novas medidas para combater a circulação de notícias falsas, principalmente na Alemanha.
                         É fato notório que partidos políticos e empresas ou organizações privadas (através da Mídia, de agências de marketing e de institutos de pesquisas de opinião); bem como os governos (por intermédio da Mídia e de suas agências de informação e de contra-informação) veiculam notícias falsas para alcançar os objetivos de influenciar eleitores, consumidores, contribuintes e cidadãos de uma maneira geral.
                     O Facebook pretende agora, isoladamente e por iniciativa própria, segundo divulgou, implantar um sistema que permita aos usuários marcarem notícias suspeitas; bem como, exibirá avisos junto às matérias identificadas como falsas, por organizações independentes de verificação de tais fatos, além de cortar a publicidade de sites que divulguem notícias falsas, embora se apresentem como organizações verdadeiras.
                           Muitas agências de notícias, em todo o mundo, permitem que a desinformação se propague por seus intermédios, sem nenhum controle, fazendo com que, algumas vezes, as notícias se tornem virais e influenciem o pensamento e o comportamento das populações.
                       Penso que esta falta de controle nas notícias diárias, sobre aquilo que é falso ou mentiroso, constitui o grande dilema que se coloca para a humanidade na era da informática digital global em que vivemos. Talvez as nossas leis devessem considerar como crimes a criação, a divulgação e a propagação de qualquer notícia falsa, através dos meios de comunicação (como já ocorre com a propaganda enganosa), tantos e tão graves são os malefícios que podem advir da propagação de falsas notícias e de informações mentirosas. Todavia, como fazer para separar a verdade da mentira? Esta é a grande questão que se impõe nos dias atuais.
                        Vivendo em um mundo de falsidades e sem termos, muitas vezes, como percebê-las em nosso dia a dia, corremos o risco de estar, na realidade, inseridos para sempre em uma Matrix, como aquela descrita no filme do mesmo nome. 
                        No filme o personagem Neo, pergunta ao personagem Morfeu, em um diálogo mais ou menos como o seguinte: 
- O que é Matrix?
                       Morfeu responde: - Matrix está em toda parte; é o mundo que acreditamos ser real, para que não percebamos a verdade!
- Que verdade? - pergunta Neo.
                 Morfeu responde: - A de que nós somos escravos. Como todos os demais seres humanos você, igual a mim, também, nasceu em cativeiro; isto é, nasceu em uma prisão da qual não se dá conta por ser a sua própria mente que está aprisionada!
                Assim, podemos estar presos a um Sistema de Organização Política, Social e Econômica que, constantemente alimentado por mentiras, nos sujeitariam a um modo particular de ver, de entender e de viver, diariamente, as relações sociais em que estamos inseridos. Viveríamos desta forma em uma servidão consentida e da qual, por dela não nos darmos conta, jamais pensaríamos em nos libertar.
                   Tal servidão seria alimentada por realidades fantasiosas ou falsas, de ordem religiosa, ideológica, filosófica, política, econômica, militar e psicossocial, que se sobreporiam a nossa capacidade de perceber a verdadeira realidade; notadamente por serem veiculadas, de forma constante, por todas as Mídias e de maneira planejada, segundo objetivos definidos. Não é por outra razão que, em determinadas ocasiões, todos os meios de divulgação mundiais passam a falar uma mesma linguagem, isto é, a pregar determinadas idéias em todos os países; bem como, governos de nações distintas passam a adotar procedimentos idênticos e a promulgar leis semelhantes (por exemplo: a divulgação mundial da chamada ideologia de gênero – que é na realidade uma falácia - e a promulgação de leis autorizando os casamentos civis entre pessoas do mesmo sexo, visando, ambas, a um controle mundial da natalidade; bem como, a divulgação de notícias tendentes a cooptar as populações mundiais para permitirem o implante subcutâneo, em seus corpos, de um chip com o suposto objetivo de beneficiá-las com facilidades e maior apoio dos serviços de saúde governamentais).
                     Por outro lado, nos países do Terceiro Mundo, a maior parte das notícias veiculadas pela imprensa falada, escrita e televisionada, diariamente, versa sobre assuntos irrelevantes para o desenvolvimento sócio-econômico destes países, como, por exemplo, propagandas de produtos ou serviços, esportes, novelas, mexericos e religião. Os espaços destinados às notícias de cunho econômico, científico, filosófico e político são mínimos e, quase sempre, de caráter tendencioso buscando influenciar o público. Nota-se, ademais, uma intenção deliberada de manter as populações destes países alheias das grandes decisões nacionais e mundiais; bem como, inteiramente massificadas por informações irrelevantes, que visam a aliená-las com respeito a estas decisões já mencionadas. A Mídia atual não está mais interessada nos aspectos jornalísticos das notícias, tendo-se transformado em verdadeiros lobbies que vendem seus serviços para aqueles que melhor pagam por eles, sejam quais forem os objetivos que estes pagadores porventura tenham. 
                 A psique humana, desta forma, estaria sendo controlada a partir de uma programação sutil, especificamente destinada a confundir e a alterar a nossa percepção da realidade, conduzindo às massas humanas, desta forma, para os caminhos desejados pelas elites mundiais.
                         Estas mentiras, inverdades, informações falsas, etc., ao serem divulgadas de forma maciça, e devido ao fato de muitas delas serem conflitantes entre si, por vezes, acabam estressando parcelas mais suscetíveis da população que, adotando pensamentos e procedimentos niilistas, se refugiam em drogas, licitas e ilícitas, como forma de superar as situações de conflito vivenciadas.
                             Os aspectos descritos até aqui conduzem aos que se empenham em descobrir as verdades fundamentais por detrás dos fatos, a que jamais cheguem a ter plena certeza sobre o que quer que seja; pois, todos nós vivemos em uma realidade cambiante. O que hoje é tido como verdade amanhã pode não o ser mais; já que, nos balizamos por tudo aquilo que assimilamos através da Mídia e esta, em sua maior parte, tem por objetivo nos confundir e direcionar, segundo objetivos quase sempre inconfessáveis. A própria Ciência e a Filosofia, oficiais, estão eivadas de conceitos e preconceitos que, muitas vezes, não representam a verdadeira realidade dos fatos, mas, sim, a realidade que as elites mundiais querem nos impor como verídica.
                      Ocorre que ao falarmos em elites mundiais, imaginamos as mesmas unidas e coesas, em torno de um objetivo comum, o que nem sempre é verdade. As principais elites dominantes, na atualidade, podem ser classificadas como as ocidentais, as sino-soviéticas e as muçulmanas ou islâmicas. Por sobre estas, no entanto, outra elite se sobrepõe e busca unir as demais em torno de uma agenda comum. Esta é conhecida como a elite illuminati, que tenta unir as demais em torno do objetivo comum de uma Nova Ordem Mundial, compreendendo esta uma única religião, em um único território (o planeta), com uma única moeda, dirigida por um único governo mundial e, talvez futuramente, falando uma única língua.
- Com que objetivo elas pretenderiam tão grande empreitada? – perguntarão os leitores. 
                       Quanto a isto, posso apenas especular, já que me faltam informações e estes propósitos não são explicitamente divulgados pela Mídia.
                      Li em algum lugar que as raças oriundas do espaço, que nos visitam com freqüência (conforme comprovado por milhares de fotos, de filmes, de imagens de radar dos aviões e dos aeroportos, depoimentos de pessoas que afirmam ter tido contatos com seres vindos do espaço, etc.), possuem uma estrutura social-administrativa distinta da nossa; isto é, se estruturaram em seus astros de origem de forma holográfica e não da forma piramidal como os seres humanos se estruturaram (com uma pequena elite no topo, detendo todo o conhecimento e a riqueza, e uma grande população na base, sem a posse do conhecimento e da riqueza).
                         O principio da holografia significa colocar o todo nas partes, através da utilização da redundância de funções, aumento da rede de conexões e obtenção de generalização e especialização simultâneas. Assim, incorporam-se funções extras a cada uma das partes para que possa executar mais funções, ao invés de uma única tarefa específica. Isto significa que no lugar de onde vêm os 'alliens', todos sabem de tudo e participam de tudo. Ademais da estrutura holografia, nos astros de origem destas criaturas extraterrestres, existiria apenas uma única raça, uma única língua, um único território (o astro) e um único governo. Os leitores mais perspicazes, a esta altura, já terão atinado aonde desejo chegar.
                             Talvez para que venhamos a nos inserir e nos tornarmos parte de uma eventual comunidade espacial, existente fora do nosso planeta e que partilhe entre si conhecimentos e tecnologia, tenhamos que nos adequar a determinados protocolos alienígenas e estes protocolos impliquem na mudança de nossa estrutura social-organizacional, da forma piramidal atual para a forma holográfica, comum a estas raças alienígenas. Todos os alienígenas detêm o mesmo conhecimento, podendo desempenhar as mesmas funções em qualquer lugar do cosmos. Da mesma forma, os bens de que necessitam são distribuídos igualmente por todos.
                           Considerando que as barreiras da língua, das raças, das religiões, dos territórios, das moedas, artificialmente impostas em nosso planeta pelos seres humanos, da mesma forma que servem para separar os indivíduos e consolidar o poder das elites, servem, também, para promover as disputas, as desavenças, as ambições e as guerras. Em um planeta como a Terra, sob a ameaça constante de guerras nucleares, guerras estas que poderão gerar impactos relevantes em nosso Sistema Solar e, por conseqüência, em todos os outros Sistemas Solares do Universo, é razoável supor que outras raças, porventura existentes, queiram manter-nos sob constante vigilância e, até mesmo, cooptar-nos para fazer parte de alguma federação de planetas e de espécies inteligentes, eventualmente existentes no Cosmos. Para tanto, todavia, poderíamos ter de nos adequar aos seus protocolos, o que implicaria nas mudanças mencionadas, que algumas elites terrestres poderiam estar tentando implantar, de forma velada e sigilosa, para continuarem mantendo a primazia sobre as demais elites e assegurar o poder sobre as massas humanas, de que desfrutam na atualidade.
                                As populações do planeta, como sempre, incultas e desinformadas, mantêm-se a margem dos acontecimentos, alijadas de qualquer participação em seus destinos. Até quando continuaremos inseridos em uma Matrix, vivendo uma servidão consentida e sobrevivendo em um mundo de mentiras?

_*/ Economista e Doutor pela Universidade de Madrid, Espanha.

_**/ Publicado no Jornal A Palavra, edição 182, de 31.01.2017. Rio de Janeiro, RJ.
_**/ Publicado na Revista Ideias em Destaque nº 49, do INCAER-Instituto Histórico e Cultural da Aeronáutica. Rio de Janeiro, 2017.


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