421. Considerações Extemporâneas*
Jober Rocha**
Um dia desses li no Whatsapp um artigo escrito por um coronel de infantaria, da Turma Marechal Castelo Branco, falando acerca do pronunciamento de um general. O coronel criticava uma nota do general divulgada pela grande mídia e o acusava de arrogância, deslealdade, desunião, desrespeito e ingratidão com relação ao exército, aos seus comandantes e ao Presidente da República.
As forças armadas, todos sabemos, sempre tiveram, ao longo da nossa história, papel importante na manutenção da soberania brasileira, da união nacional, da ordem e do progresso. Algumas vezes funcionou como um quarto poder, moderador, visto que naquelas ocasiões a sua intervenção tornou-se necessária para colocar o país no rumo.
Embora sejam vedados aos oficiais generais pronunciamentos políticos e a politização das forças sob seus comandos, é óbvio que o generalato se trata de um cargo político. Como tal, nem sempre os melhores e mais aptos são os escolhidos, pois esta escolha é feita pelo Presidente da República do momento em uma lista tríplice onde, normalmente, coronéis opositores e ideologicamente contrários ao seu governo, não costumam entrar.
Muitas vezes, excelentes coronéis operacionais não fazem parte desta lista, preenchida que é por coronéis medíocres (no sentido de estarem na média da turma a que pertencem), mas bajuladores e afinados ideologicamente com o partido no governo. Essa é a verdade, com inúmeras e honrosas exceções que faço questão de destacar, embora muitos se recusem a nela acreditar. Em países mais desenvolvidos, o generalato é muito mais um cargo técnico que político, ao contrário daqui onde é muito mais político do que técnico.
A explicação é simples: tais países, desde o fim da Segunda Guerra Mundial até os dias atuais, sempre estiveram envolvidos em guerras localizadas onde puderam testar seus próprios equipamentos bélicos e suas novas tecnologias táticas e estratégicas. Neste contexto, os generais devem ser mais técnicos que políticos. A política fica para o parlamento e a diplomacia, já que em democracias fortes não existe a necessidade de um quarto poder moderador.
O Brasil, depois de pequena participação naquele conflito mundial já mencionado, só se envolveu, desde então, em umas poucas e eventuais missões de paz promovidas pela ONU. A nossa doutrina constitucional (Art.4º, VII, da Constituição Federal) repudia a guerra, quando reza: “Defesa da paz e solução pacífica dos conflitos”. Ao contrário da dos USA, que diz: “Defender os interesses norte americanos em qualquer lugar do planeta”. Estes se tratam, como podemos ver, de pontos de vista totalmente opostos.
Por esta razão, as indicações ao generalato, aqui, dão-se ao luxo de serem políticas e não técnicas. País que não se envolve em guerras não necessita de generais “técnicos em guerra”. Ademais, durante os quase trinta anos de governos de esquerda, os governantes se ocuparam em sucatear as forças armadas, tanto em equipamentos bélicos quanto em pessoal. Objetivavam enfraquecer militarmente o país para a implantação, sem reação, de um governo comunista. Tanto é assim que, mesmo contra a vontade do povo manifestada em um plebiscito, os governos de esquerda desarmaram a população e deixaram as facções criminosas se armarem e controlarem partes do território nacional; ou seja, as comunidades periféricas aos grandes centros urbanos.
Ao mesmo tempo, os governantes de esquerda também politizaram o STM e o STF com suas indicações de ministros, muitos dos quais jamais foram juízes, desembargadores ou mesmo chegaram a advogar. Em poucos anos, todo o estamento burocrático do Estado, que comanda o ramo civil e militar da administração, com aparelhamento próprio, invadiu e dirigiu as esferas econômica, militar, judicial, política e financeira do país.
O governo Bolsonaro, embora contasse com o apoio do povo que o elegeu, defrontou-se, de início, com um enorme contingente de servidores muito bem remunerados, dos três poderes, totalmente contra o seu governo de moralidade e honestidade. Aos poucos, todavia, o presidente foi se livrando das más companhias que havia escolhido para ajuda-lo a administrar o país e conseguindo vencer inúmeras barreiras que lhe impunham os demais poderes, impedindo-o de governar. Suas obras falam por si mesmo. Em pouco tempo conseguiu terminar obras inacabadas dos governos de esquerda, que consumiam rios de dinheiro. O próprio jornal Wall Street, que tantas críticas fez ao governo Bolsonaro, recentemente relatou em matéria na página principal que a economia brasileira voltou ao patamar de antes do Covid 19, com a criminalidade despencando aos níveis mais baixos da história recente do país, recordes na produção de grãos e tendo-se tornado o maior exportador de carne do mundo. Empresas estatais que antes davam prejuízos hoje estão dando lucros jamais vistos, obras estruturais de ferrovias e rodovias em pleno vapor.
A grande imprensa nacional, que costuma vender sua opinião aos que pagam mais, ao ver estancarem-se as verbas públicas para divulgação dos atos do governo, como era tradicional nos governos passados, começou uma campanha firme para derrubar o presidente através de impeachment.
Esta campanha ainda está em andamento; mas já não conta com a força inicial de que dispunha segundo penso. O povo brasileiro está mais consciente das armadilhas contra o presidente e percebe que ele é a pessoa indicada para fazer o país retornar ao crescimento e livrar-se, de vez, dos corruptos e dos comunistas ainda encastelados no poder.
_*/ Título de uma obra do filósofo Friedrich Nietzche
_**/ Da Academia Brasileira de Defesa. Economista, M.S e doutor pela Universidade de Madrid, Espanha.
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