domingo, 11 de abril de 2021

 419. Estranho, muito estranho...


Jober Rocha*


O Brasil conta, na atualidade, com 212 milhões de habitantes. Do total de eleitores, que monta a 148 milhões, cerca de cinquenta e oito por cento votaram em Jair Bolsonaro; certamente, por se sentirem insatisfeitos com as três décadas de governos de esquerda, onde a tônica foi o roubo de recursos públicos, a formação de quadrilha, o aparelhamento do Estado em seus três poderes, o tráfico de divisas e de drogas, as concorrências fraudadas, o nepotismo e a tentativa de implantação de um governo socialista bolivariano, eufemismo de um governo comunista.

A vitória de Bolsonaro, candidato sem recursos, de partido pequeno, com dificuldades para obter um vice, contra a corrupção institucionalizada, vítima de uma tentativa de assassinato; considerando que o governo de então detinha o controle das eleições e de suas apurações, e que inúmeras denuncias apontaram fraude na eleição passada de Dilma Roussef, foi, de certa forma, muito fácil. Digo isto por que, caso o sistema de esquerda, já implantado no país através do Foro de São Paulo, desejasse outro resultado na eleição de 2018, seria muito fácil obtê-lo. A própria prisão de Luís Inácio Lula da Silva, como a de Sergio Cabral, parece ter sido vingança por acordos espúrios não cumpridos. Tantos roubaram tanto, desde há muito, reconhecidamente, e nada lhes aconteceu por isto.

Fico imaginando se, há vários anos, já estivesse previsto, pelos donos do mundo, o lançamento de um vírus fabricado, que daria um reset em todo o planeta, reduzindo o consumo dos recursos naturais e ambientais e, notadamente a população, da ordem de 7 bilhões de seres humanos. Consequentemente, o número de indústrias e a produção mundial seriam reduzidos, o comércio e os empregos também, além de eliminar parcela substancial da humanidade que pesa nas folhas de pagamento e na previdência social. A robótica e a inteligência artificial já chegaram para substitui-los eficazmente, assim pensam aqueles que comandam o planeta. A esquerda, evidentemente, não gostaria que seus governos fossem responsabilizados pelo caos que se seguiria.

Certamente, iriam querer atribuir todo caos e confusão à direita. Isto, caso a minha hipótese seja verdadeira e o plano para o lançamento do vírus já estivesse pronto para ser desfechado, desde há algum tempo.

Inúmeros especialistas em informática já afirmaram que as máquinas eleitorais aqui utilizadas e fabricadas na Venezuela, são facilmente fraudáveis. Não vejo razão plausível para que os partidos políticos não recebam comprovantes dos votos que seus candidatos receberam nas urnas. A não ser o desejo de os organizadores esconderem os verdadeiros resultados. E assim, o sistema implantado elegeu Jair Bolsonaro como boi de piranha.

Eleito presidente Jair Bolsonaro, o governo do país se transferiu, a sua revelia, para o STF, para a Câmara e para o Senado. Os 58 milhões de eleitores sentiram-se totalmente frustrados. A parceria entre o judiciário e o parlamento assumiu o controle do país de forma ilegal e inconstitucional, mas, de fato.

Com a retirada dos poderes do presidente no que tange a atual Pandemia de Covid 19 (poderes que não sejam, unicamente, os de liberar recursos federais) e as suas outorgas aos governadores e prefeitos, o presidente viu-se de mãos amarradas para impedir o descalabro, a prepotência, a má fé de muitos políticos desejosos de aprofundar a crise em seus Estados, de forma a macular e comprometer o governo federal atribuindo-lhe a culpa pela recessão econômica, pelo desemprego, pela inflação e pelo desabastecimento da população.

Digo isto por que na maioria dos países as autoridades Estaduais e municipais buscam combater o vírus, sem a implantação do chamado lockdown; enquanto aqui se busca, ademais de desviar dinheiro público destinado ao combate da pandemia, combater o governo federal e o seu presidente, provocando recessão econômica e desemprego.  Tanto è assim que o Brasil é a única grande economia que aparece com desaceleração, enquanto em todas as outras a situação varia entre “crescimento constante” ou “aumento da expansão”.

Por outro lado, também acho muito estranho o fato de que a parcela maior dos prejudicados com o lockdown não se manifeste através de seus sindicatos e órgãos de classe e que estes não convoquem seus membros para passeatas pelas ruas das cidades, reivindicando o fim do lockdown. Inúmeros profissionais liberais e comerciantes tiveram que cerrar suas atividades, por falta de clientes ou por não poderem manter abertos seus comércios, escritórios e consultórios. Reclamam entre si, mas não vão para a porta dos conselhos regionais, OAB, sindicatos, associações de classe, etc. reclamar o fim do lockdown, cujo caráter, sabemos, é meramente político. Será que os sindicatos existentes encontraram novas fontes de recursos que, agora, já prescindem de seus associados? Será que o crime organizado e as fações criminosas estão sustentando os desempregados da periferia, agora que os criminosos foram libertados das cadeias por ordem superior, sob o argumento frágil de não se contaminarem com o vírus, posto que as autoridades estabeleceram o lockdown para os cidadãos de bem enquanto soltaram os criminosos já confinados? Serão, esses criminosos soltos, os lideres dos moradores das periferias desempregados, em alguma convulsão social que se avizinha em futuro próximo?

A taxa de desempregados no Brasil, hoje, é de 14.2%, representando 14,3 milhões de pessoas, a maioria oriunda das classes mais pobres. Estes, no entanto, não são vistos nas inúmeras passeatas e movimentos populares já realizados no governo Bolsonaro. Será que os recursos do Bolsa Família e do Auxílio Emergencial são suficientes para mantê-los em casa? Estes recursos, no entanto, não poderão ser mantidos por muito tempo mais.

Por causa da queda de receita e dos gastos extras decorrentes da pandemia de covid-19, o governo projeta que a União fechará o ano com déficit recorde de R$ 812,2 bilhões, o equivalente a 11,3% do Produto Interno Bruto. A dívida brasileira monta a cerca de 5 trilhões de reais. Em breve não haverá dinheiro para pagar o funcionalismo, nem para investimentos públicos.

As manifestações que se veem, na atualidade, parecem mais movimentos partidos da classe média, de donos de empresas, de comerciantes e de profissionais liberais, do que de empregados da periferia que perderam os seus empregos e estão famintos e desabastecidos. A crise, parece, ainda não ter atingido o fundo do poço.

Evidentemente, nós, os escritores que não fazemos parte nem dos donos do mundo, nem das autoridades governamentais, apenas podemos especular e trabalhar com a ficção, dando vazas a imaginação.

No entanto, creio que existe alguma verossimilhança em tudo aquilo mencionado, embora eu não possa afirmar serem verdadeiras todas as suposições levantadas.

O nosso povo, além de acomodado, é crédulo, inocente, despolitizado e subserviente. A esquerda aparelhada nos três poderes sabe bem disso, razão pela qual não tem nenhum receio de agir da forma temerária como age. Se não for contida, agora, em suas pretensões, logo a miséria tomará conta do nosso país, como ocorreu com a nossa vizinha Venezuela.


_*/ Economista e doutor pela Universidade de Madrid, Espanha.


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