261. A Nova Ordem Mundial e o Pacto Global sobre Migração da ONU
Jober Rocha*
O Pacto Global sobre Migração, proposto pela ONU e aprovado em Marrakesh, no Marrocos, por mais de 160 países no último dia 10 de dezembro de 2018, tem suscitado diversas manifestações populares; bem como, críticas por parte de algumas autoridades de países não signatários, que foram: Áustria, Austrália, Chile, Eslováquia, Hungria, Letônia, Polônia, USA, Israel, República Dominicana e República Tcheca. Seis outros países solicitaram mais tempo para analisar o pacto e fazer consultas internas, antes de decidir assiná-lo ou não: Bélgica, Bulgária, Eslovênia, Estônia, Itália, Suíça.
Em alguns países signatários (como o Brasil por exemplo) seus atuais presidentes não demonstraram, no entanto, muita disposição para se associar ao tratado, louvando-se em comunicado recente da missão diplomática norte-americana na ONU, que declarou: "As decisões sobre a segurança das fronteiras, sobre quem é autorizado a residir ou a obter cidadania legalmente, são algumas das decisões soberanas mais importantes de um país".
No caso do Brasil, embora o atual ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, tenha confirmado a assinatura do acordo, o novo presidente Jair Bolsonaro já declarou que irá se dissociar do mesmo (pois considera que a migração não pode ser tratada como uma questão global, mas, sim, de acordo com a realidade e soberania de cada país), medida esta que o novo ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, já admitiu que, tão logo assuma o cargo, irá adotar.
No caso da Bélgica cerca de seis mil manifestantes de um partido de direita protestaram no domingo, 16 de dezembro de 2018, contra o pacto da ONU. Houve confronto com a polícia, que usou canhões d'água para dispersar os manifestantes. Na França, diversos generais se manifestaram publicamente contra a decisão do presidente francês de assinar o pacto, mediante uma carta aberta divulgada pela Mídia.
A denominada Nova Ordem Mundial - NOM, como os leitores já sabem, consiste na proposta de um rompimento radical na forma, e no conteúdo, das relações internacionais entre as nações. Promovida de forma velada pelas elites que comandam os destinos do planeta, a NOM deveria ser implantada e coordenada, de comum acordo, pelas autoridades dos países mais desenvolvidos militar e economicamente, que indicariam, após a sua implantação, qual o rumo a ser seguido pelos demais países. Por detrás destas autoridades estariam as elites mundiais (e suas famílias), que, desde há muito, conduzem os destinos do planeta de forma velada e através de autoridades que nada mais são do que seus prepostos.
Na agenda da NOM estão incluídos diversas medidas: implantação de um governo mundial; de uma moeda única; de uma única religião; de forças armadas de âmbito mundial; de uma única língua; da extinção dos países e respectivo sentido de patriotismo; da redução drástica de enormes contingentes populacionais e das taxas de natalidade; da criação de foros internacionais para deliberar e julgar sobre as questões jurídicas; do desarme das populações e, finalmente, da obrigatoriedade de todos os cidadãos do planeta implantarem sob a pele um chip, que conteria todas as suas informações pessoais e funcionais, sem o qual eles estariam impossibilitados de se utilizar dos serviços públicos (transportes, saúde, etc.) e bancários (contas correntes, cartões de crédito, investimentos, etc.). Paralelamente, trata a NOM de buscar reduzir a produção e o consumo de produtos de origem animal; bem como de impedir que os cidadãos produzam suas próprias comidas e água, de modo a se tornarem dependentes do Estado quanto a sua sobrevivência pessoal.
Mas o que estaria por detrás destas medidas mencionadas, que, a par de imporem novas regras comportamentais aos seres humanos, querem impedir os indivíduos de comer carne, de ingerir os demais produtos de origem láctea e de produzir sua própria comida e água? Por que a necessidade de assinatura de um pacto global de migrações, permitindo o livre trânsito de pessoas; posto que, tão somente, existem hoje no mundo, apenas, cerca de 258 milhões de indivíduos em situação de mobilidade e/ou migrantes; ou seja, 3,4% da população mundial? Por que não propor, de forma alternativa, a assinatura de um pacto mundial pela geração de empregos, já que os desempregados mundiais representam cerca de 200 milhões de indivíduos (aproximadamente 2,64% da população mundial)?
Ademais deste contingente de desempregados, cálculos feitos no ano de 2017 indicavam que cerca de 42% dos trabalhadores mundiais se encontravam nos chamados empregos vulneráveis (trabalhadores por conta própria ou trabalhadores que auxiliam seus familiares). A previsão é de que esta porcentagem permaneça especialmente elevada nos países em desenvolvimento e nos emergentes, onde superaria os 76% e os 46%, respectivamente.
A própria Organização Internacional do Trabalho - OIT indicou que 2 bilhões de pessoas – 61% da população ativa mundial – ganha a vida na economia informal, o que significa, entre outras coisas, a falta de proteção social, de direitos trabalhistas e de condições de trabalho decentes. Isto, no entanto, parece não constituir preocupação da ONU, preocupada que está com a facilitação das migrações; com a aprovação pelos parlamentos de casamentos entre pessoas do mesmo sexo; com a implantação mundial da chamada ideologia de gênero; com a aprovação mundial da colocação compulsória dos chips subcutâneos; etc.
Por outro lado, relatório de migração internacional da ONU, divulgado em 2017, mostra que a migração internacional contribuiu de forma importante para o crescimento da população em muitas partes do mundo, chegando mesmo a inverter o declínio da população em alguns países ou regiões. Entre 2000 e 2015, a migração contribuiu com 42% do crescimento populacional na América do Norte e 31% na Oceania. Na Europa, a população total teria diminuído durante o período 2000-2015 na ausência de migração. Na França atual, cerca de 40% dos nascimentos se dão entre famílias de migrantes árabes.
Qualquer leitor arguto estará se perguntando: - Mas se a NOM objetiva reduzir a população mundial, por que é que está estimulando, através da ONU, a migração, que fará aumentar a população mundial?
Em primeiro lugar creio que o objetivo desta medida específica, com respeito à migração, seria o de acabar com o nacionalismo e com o patriotismo, à nível de países, e provocar um certo caos mundial (como aquele que já ocorre em alguns países da Europa, promovido pelos refugiados árabes e por migrantes de países africanos, asiáticos e latino-americanos), facilitando a ascensão dos partidos de esquerda e a consequente implantação de governos socialistas/comunistas na maioria dos países, de modo a facilitar o surgimento de um governo único mundial (que, por mais estranho que pareça, embora comandado pelos donos do dinheiro, seria comunista e não capitalista. Um planeta inteiro comunista seria bem mais fácil de ser comandado por uma elite detentora da maior parte do dinheiro em circulação mundialmente, de forma a eternizar-se no poder, do que um planeta inteiro capitalista, onde as elites empresariais competiriam, cada vez mais acirradamente, pela riqueza, pelo poder e pela liderança. Ademais, em um planeta comunista, não existiria a propriedade privada nem a livre iniciativa, que fazem com que os indivíduos não aceitem a servidão consentida).
Vejam que com a aprovação do mencionado pacto, entre outras medidas, estariam proibidas as detenções ‘arbitrárias’ de migrantes e apenas seriam autorizadas as suas prisões como ‘medidas de último recurso’. Cerca de 59 milhões de novos imigrantes aportariam à Europa nos próximos seis anos, segundo a deputada britânica Janice Atkinson, comprometendo a cultura e a identidade de muitos países. Imaginem, caros leitores, como o mundo (notadamente a Europa) ficará com medidas deste teor vigorando em todos os países.
Atingido este propósito é que as elites se voltariam para o assunto principal, que consistiria na implantação da NOM, com as suas propostas já mencionadas e a redução, drástica, da população mundial (a ser promovida em razão do esgotamento dos recursos naturais e ambientais decorrentes de uma população mundial de cerca de sete bilhões e seiscentos milhões de seres humanos, com tendência crescente, consumindo e eliminando dejetos diariamente; além do enorme progresso da Robótica, da Inteligência Artificial e da Tecnologia, de uma maneira geral, que produzirá milhões, senão bilhões, de desempregados). A ‘estória de cobertura’ que tem sido formulada mundialmente, para apresentar argumentos que justificariam a implantação da NOM, seria a seguinte:
1. Para combater o efeito estufa (causador do aquecimento das águas marítimas, que acarretariam o degelo polar e a elevação do nível dos mares, com alagamentos de cidades litorâneas), através da redução da emissão de gases, seria necessário reduzir ou eliminar a produção de carne bovina e produtos lácteos, responsáveis, supostamente, por aproximadamente 20% ou mais das emissões mundiais de gases causadores do efeito estufa (o degelo polar, como decorrência do efeito estufa, por sua vez, é contestado por vários cientistas que o atribuem a um fenômeno natural que ocorre na Terra em determinadas épocas do período geológico).
2. Segundo a ONU (organismo a serviço da NOM), um granjeiro pode alimentar trinta pessoas durante o período de um ano, com um hectare de terreno, produzindo, apenas, vegetais, frutas e cereais. Produzindo ovos, leite e carne, na mesma área, o número de pessoas que poderia alimentar cairia para cinco a dez durante o mesmo período de um ano. Assim, do ponto de vista do bem-estar mundial, seria mais conveniente substituir a produção de carne e derivados lácteos pela de vegetais, cereais e frutas (caso a NOM não consiga se implantar e reduzir a população de forma rápida, uma substituição das áreas destinadas à produção de carne e de produtos lácteos pela produção de vegetais, cereais e frutas, tornar-se-ia mandatória; pois se espera que grassará a fome em todo o mundo, caso a população continue crescendo às atuais taxas. Vejam bem que esta preocupação da NOM nada tem a ver com o bem-estar da população mundial - que ela quer ver reduzida - mas, apenas, em evitar o caos provocado pela fome e a consequente convulsão social que se seguiria mundialmente, pondo em risco o domínio das elites dominantes já mencionadas).
Dentro deste contexto a eleição de Donald Trump, como o 45º presidente dos USA, foi um rude golpe contra a tentativa de implantação da NOM, com a sua ideia de comunizar o planeta.
Da mesma forma deve ser vista a eleição de Jair Bolsonaro no Brasil, com o consequente desmantelamento do foro de São Paulo e a redução da influência da ideologia marxista no Continente Sul-Americano. A importância do nosso continente é de tal ordem, como fornecedor de alimentos e de matérias primas mundiais, que o cenário da Guerra Fria poderá (e tenderá) a voltar-se para cá.
A Rússia recentemente enviou bombardeiros nucleares para a Venezuela, como um sinal de que possui enorme interesse no continente e não está disposta a abrir mão deles. A China faz investimentos vultosos no Brasil e em outros países sul-americanos e africanos, tentando assegurar suprimentos de matérias primas e de alimentos que lhes fazem falta. O Nióbio (o mais leve dos metais refratários) e o Grafeno (uma das formas cristalinas do carbono e o material mais forte, mais leve e mais fino existente) são minerais raros e estratégicos abundantes no Brasil e, segundo dizem, contrabandeados para o exterior ou exportados por preços vis.
Relatório elaborado pela FAO/OCDE, organismos da ONU, em 2015, apontava o Brasil como o principal exportador de alimentos para o mundo, na década de 2015-2024.
Na guerra comercial e por hegemonia mundial, entre USA e China, o controle das fontes mundiais de abastecimento, de alimentos e de matérias primas, é essencial, para ambos os países. O Brasil, neste contexto, tem muito a ganhar unindo-se aos USA; pois aquele país só conseguirá manter-se como a primeira potência mundial, nas próximas décadas, caso impeça a China de ter acesso às matérias primas e alimentos brasileiros, freando, assim, o crescimento chinês. Ao mesmo tempo, investimentos norte-americanos no Brasil gerarão empregos, aumentarão a renda e o nível de vida dos brasileiros, afastando, de vez, a possibilidade da implantação, aqui, de um governo comunista hostil aos USA e aos seus interesses.
Embora alguns autores afirmem que o PIB da China já ultrapassou o dos USA, nas próximas décadas com o desenvolvimento da robótica e da Inteligência Artificial nos USA, um país como a China, com cerca de 1,4 bilhões de habitantes, estará em desvantagem; já que, os robôs e a tecnologia da Inteligência Artificial serão os motores da produção mundial até o final deste século. Os contingentes de desempregados na China deverão ser bastante elevados. Da mesma forma, a busca pela liderança na geração de redes moveis 5G, com o seu potencial para a espionagem e a sua capacidade para uma guerra cibernética, é o que definirá quem passará a ocupar o primeiro lugar como potência mundial.
Os USA já deu um primeiro passo, prendendo e processando criminalmente a CFO da empresa chinesa Huawei (grande concorrente dos USA), com sede no Canadá, Meng Whanzou, acusada de violação das sanções norte-americanas contra o Irã. A fabricante chinesa também deverá sofrer a resistência por parte dos governos da Austrália, Canadá, Nova Zelândia e Reino Unidos. Os serviços de inteligência desses países temem pela seguranças de seus sistemas de comunicações e defesa com a Huawei fornecendo serviços de 5G mundialmente.
Relatório elaborado pela FAO/OCDE, organismos da ONU, em 2015, apontava o Brasil como o principal exportador de alimentos para o mundo, na década de 2015-2024.
Na guerra comercial e por hegemonia mundial, entre USA e China, o controle das fontes mundiais de abastecimento, de alimentos e de matérias primas, é essencial, para ambos os países. O Brasil, neste contexto, tem muito a ganhar unindo-se aos USA; pois aquele país só conseguirá manter-se como a primeira potência mundial, nas próximas décadas, caso impeça a China de ter acesso às matérias primas e alimentos brasileiros, freando, assim, o crescimento chinês. Ao mesmo tempo, investimentos norte-americanos no Brasil gerarão empregos, aumentarão a renda e o nível de vida dos brasileiros, afastando, de vez, a possibilidade da implantação, aqui, de um governo comunista hostil aos USA e aos seus interesses.
Embora alguns autores afirmem que o PIB da China já ultrapassou o dos USA, nas próximas décadas com o desenvolvimento da robótica e da Inteligência Artificial nos USA, um país como a China, com cerca de 1,4 bilhões de habitantes, estará em desvantagem; já que, os robôs e a tecnologia da Inteligência Artificial serão os motores da produção mundial até o final deste século. Os contingentes de desempregados na China deverão ser bastante elevados. Da mesma forma, a busca pela liderança na geração de redes moveis 5G, com o seu potencial para a espionagem e a sua capacidade para uma guerra cibernética, é o que definirá quem passará a ocupar o primeiro lugar como potência mundial.
Os USA já deu um primeiro passo, prendendo e processando criminalmente a CFO da empresa chinesa Huawei (grande concorrente dos USA), com sede no Canadá, Meng Whanzou, acusada de violação das sanções norte-americanas contra o Irã. A fabricante chinesa também deverá sofrer a resistência por parte dos governos da Austrália, Canadá, Nova Zelândia e Reino Unidos. Os serviços de inteligência desses países temem pela seguranças de seus sistemas de comunicações e defesa com a Huawei fornecendo serviços de 5G mundialmente.
Acredito que o nosso país venha a se beneficiar, enormemente, de uma nova aliança com os USA, aliança esta que dará frutos em muito curto espaço de tempo; pois, será estratégica para ambos os países. Para eles por conter a expansão chinesa e evitar a expansão do comunismo no continente; para nós, por recebermos investimentos norte-americanos e passarmos a participar (como parceiros de um grande país cujos valores morais, ideológicos e religiosos também comungamos), de uma nova fase de progresso e de desenvolvimento econômico e social.
_*/ Economista e Doutor pela Universidade de Madrid, Espanha.
_*/ Economista e Doutor pela Universidade de Madrid, Espanha.
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