sábado, 28 de novembro de 2020

 407. Escrevendo para si mesmo


Jober Rocha*



                          Todo escritor, seja de simples comentários políticos até de contos, crônicas, romances, novelas e ensaios, gosta de ter aquilo que escreve lido pelo maior número possível de pessoas. Os seus textos são como filhos queridos, que qualquer escritor deseja sejam constantemente observados e elogiados pela finura dos traços, pela educação aprimorada, pelo caráter imaculado, pelas ricas vestimentas, pela rara inteligência e pela beleza destacada.

                                          Assim tem sido desde os tempos em que o homem inventou a escrita. Ocorre, entretanto, que se os livros e textos eram disputados avidamente quando existiam em pouca quantidade, na atualidade, na era da informação, da WEB e das redes sociais, quando milhões de textos estão diariamente disponíveis, as coisas se passam de outra maneira.

                                            Recente estudo da Nielsen Norman Group, empresa norte americana, revelou que, em média, as pessoas leem, apenas, um quinto de todo o conteúdo que existe dentro de uma página da web. Outra pesquisa também mostrou índices que chamam a atenção: oito a cada dez pessoas leem, tão somente, a ‘headline’; ou seja, o título da matéria, mas, apenas, duas a cada dez pessoas leem o restante do texto. Isto tem feito com que os editores invistam em manchetes ou títulos persuasivos, buscando despertar nos leitores o interesse necessário para que continuem lendo o restante da matéria. Ademais, paradoxalmente, na era da informação, segundo as pesquisas indicaram, apenas vinte por cento de qualquer conteúdo literário é lido, seja por falta de tempo, seja por que a atenção do leitor já foi despertada por outro título ou manchete mais interessante.

                                          Em nosso país, segundo pesquisa do Instituto Pró-Livro denominada Retratos da Leitura, quarenta e quatro por cento da população não lê nada e trinta por cento jamais comprou um livro. A média de livros lidos anualmente, pelos eventuais leitores, é de 4,96. Destes, apenas, 2,43 foram lidos integralmente até o final e 2,53 foram lidos, tão somente, de forma superficial. Isto sem mencionar textos políticos, científicos e filosóficos, cujo eventual público leitor é muito mais reduzido.

                                          Por sua vez o PISA – Programa Internacional de Avaliação de Alunos, que consiste em uma prova levada a efeito em setenta países, com estudantes entre quinze e dezesseis anos, evidenciou que cinquenta e um por cento dos estudantes brasileiros estão abaixo do nível dois, considerado este um patamar básico. A média atual obtida no PISA pelos estudantes brasileiros foi de 407 pontos, bastante inferior a dos estudantes dos demais países participantes.

                                        Nota-se a existência de um enorme contingente de analfabetos funcionais formados, ao longo das três últimas décadas de governos de esquerda, por mestres ativistas ideológicos e militantes políticos. São jovens que, embora sabendo ler, não possuem conhecimentos suficientes para interpretar aquilo que leram. Ao se formarem não conseguem emprego, pois não foram preparados para o mercado de trabalho e sim para o proselitismo político e ideológico.

                                             Ademais, em conformidade com outra pesquisa, cerca de trinta por cento dos professores brasileiros se declararam não leitores.

                                             Imagino que este quadro todo, em nosso país, possua duas componentes: uma natural, fruto do nosso tradicional subdesenvolvimento intelectual e outra artificial e planejada, criada pelos intelectuais de esquerda que se assenhoraram da educação pública em nosso país nas últimas décadas, como forma de preparar a juventude para a aceitação da ideologia marxista que precederia a um governo socialista bolivariano, que pretendem ainda implantar, sendo esta uma versão cabocla do comunismo.

                                             Por este motivo, tem sido tão difícil ao presidente Jair Bolsonaro, liberal de direita, nomear um Ministro da Educação que promova as necessárias mudanças tendentes a retirar a ideologia política dos currículos escolares, afastar da educação pública os ativistas e militantes de esquerda e nomear reitores das universidades públicas que as transformem naquilo para o qual foram criadas e mantidas com recursos públicos: entidades destinadas a formar profissionais de nível superior para o mercado de trabalho e não para manter, com dinheiro de impostos retirados do povo em geral, ativistas políticos, drogados e viciados em práticas sexuais antinaturais, as quais consumam nas próprias salas de aula e nos corredores das universidades, mantidas estas, a duras penas, com recursos de todo o povo trabalhador brasileiro.

                                           Foi, pois, com um sentimento de desânimo que iniciei a escrever este artigo. Imagino que os demais escritores conscientes da nossa triste realidade, também, estejam desanimados. Com o advento das redes sociais, a maioria dos indivíduos passa grande parte do dia olhando a telinha de seus aparelhos smartphones em busca de mexericos, esportes, vídeos, jogos eletrônicos e ‘Fake News’ de ordem política e psicossocial, plantados por empresas regiamente contratadas por uma elite para desinformar, confundir e contrainformar os internautas. 

                                                Neste contexto, já não se sabe mais o que é verdade e o que é mentira, objetivo este daquela elite venal que ainda se encontra encastelada no poder, mesmo após a recente mudança de governo.

                                              O povo brasileiro, ao não saber mais qual a verdade, passou a aceitar tudo o que lê, vê e ouve como verdade e a não se importar mais com as mentiras. Vive em um mundo de ‘faz de conta’, onde tudo pode ser ou não ser, não importando mais as consequências de um ou de outro caso.

                                               Neste paraíso psicossocial, as elites venais e ideologicamente comprometidas com o desvio de recursos e com a implantação do comunismo no país, se esbaldam com seus casuísmos, já que mesmo a Constituição Federal Cidadã, promulgada para beneficiar a própria esquerda, foi deixada de lado pela esquerda que a violenta constantemente sem nenhum pudor. Chegaram ao cúmulo de declarar a Constituição, em vigor, inconstitucional...

                                               Criminosos já condenados em segunda instância são soltos, as celas dos presídios são abertas e milhares de condenados, cumprindo pena, são libertados supostamente em razão da pandemia, enquanto, paradoxalmente, se mantêm presos em quarentena nas suas casas milhões de pessoas trabalhadoras, também, supostamente, em razão da pandemia.

                                            Por mais que autores sérios, patriotas e comprometidos com o bem do país, se esforcem para esclarecer à nossa população sobre a realidade em que está vive, parece que falam a ouvidos moucos. As recentes eleições municipais mostraram que candidatos comprovadamente desonestos, comprovadamente comprometidos com a implantação do comunismo, com a extinção da religião, com a ideologia de gênero, com a prática do aborto, muitos deles membros de partidos que causaram rombos nas contas públicas por desvios criminosos que quase quebraram a nossa economia, foram eleitos ou ainda disputam o segundo turno com chances de vitória. 

                                            Isto só confirma que o nosso povo está desinformado em razão da pouca leitura; bem como, da acentuada crendice, da despolitização, da subserviência e da reduzida cultura geral a que tem sido conduzido por um ensino fraco, que estabelece cotas raciais e que, normalmente, aprova todos ao final do ano letivo, mesmo sem o nível de conhecimentos necessários para tal. Convenhamos que qualquer tentativa de mudar uma conjuntura como esta é um trabalho Hercúleo para os poucos patriotas com larga visão do panorama nacional e internacional; patriotas estes em sua grande parte incompreendida e difamada pela esquerda atuante e, ainda, aparelhada na mídia, no governo, no meio artístico e entre os falsos intelectuais que se apresentam, perante o público, como filósofos e cientistas políticos. 

                                             Qualquer texto honesto, esclarecedor e que aponte caminhos, será lido por muito poucos leitores formadores de opinião e será incapaz de mudar o cenário em que vivemos através da pequena influência que exercerão, em geral, sobre o grande público inculto e, em particular, sobre aqueles que decidem.

                                            Assim meus caríssimos leitores, restam, apenas, aos escritores que adoram escrever diariamente, redigirem para si mesmos. Muitos guardam em suas gavetas o produto de suas mentes, sem se atreverem a divulgar aquilo que colocaram no papel, por saberem que não serão lidos ou, caso o sejam de modo superficial, não serão compreendidos pela maioria de leitores, que param apenas no título e, quase sempre, não ultrapassam a primeira página. Nosso povo prefere os discursos ou as exposições orais, em razão da tradição cultural e de ser mais fácil de assimilar; já que a leitura, para aqueles que não a amam, cansa os olhos e a mente.

                                                Tenho participado de alguns grupos de escritores que se reúnem no WhatsApp para conversar sobre Literatura. A maioria deles, eu constatei entristecido, escreve para si mesmo, guardando seus escritos para o futuro; talvez para uma geração que surja após a Terceira Grande Guerra entre a China e os USA, quando a Web não mais exista e os textos em papel voltem a ter, para os sobreviventes, a importância que tiveram no passado. Tempos aqueles em que a mentira, o falso testemunho e o roubo de dinheiro público eram, veementemente, criticados pelas populações e punidos pelos monarcas e governantes, no mínimo, com as galés ou com a prisão perpétua nos calabouços dos castelos, e não agraciados com comendas, altos salários e cargos vitalícios nos palácios da capital do reino.


_*/ Economista e doutor pela Universidade de Madrid, Espanha.






quarta-feira, 18 de novembro de 2020

 406. Está difícil se destacar pelas virtudes? Então se destaque pelos vícios!


Jober Rocha*


              Eu imagino que uma questão tão atual quanto esta, nos dias que correm, tenha passado pela mente do filósofo Friedrich Nietzsche (1844-1900), quando estabeleceu o conceito de transvaloração de valores. Segundo o filósofo esta transvaloração seria um episódio a mais na busca pelo poder e consistiria em valorizar, através dos formadores de opinião da época, eventuais comportamentos viciosos adotados por uma determinada classe de pessoas, com o intuito de fazê-los vir a substituir, no passo seguinte, os comportamentos nobres e virtuosos tradicionalmente adotados por outra classe. 

             Nas palavras do filósofo, “ao longo de milhares de anos de amadurecimento, as classes mais fracas da sociedade acabaram por fazer prevalecer um novo conceito de moral que as beneficiaria, na medida em que tal conceito, estabelecendo como virtudes a serem perseguidas pelo ser humano, características que não privilegiariam as classes mais fortes - que, como tais, seriam aquelas que deveriam impor sua moral às classes mais fracas – acabou por sujeitar os indivíduos das classes dominantes (teoricamente mais fortes, mais inteligentes e mais aptos), através de conceitos de ordem espiritual, firmemente estabelecidos, ao domínio dos mais fracos, cujos valores passaram a sobrepor-se aos daqueles".

                A esquerda mundial, recentemente, fez uso deste conceito de transvaloração de valores, ao estabelecer o denominado Comportamento Politicamente Correto. Passou-se, a partir de então, a tratar o mal como bem, o mau como bom e o vício como virtude, objetivando substituir conceitos morais estabelecidos pela religião, por outros conceitos morais estabelecidos pela ideologia política de esquerda.

                  A mídia mundial, de tendência esquerdista e a serviço de uma elite, fazendo uso de seus meios de comunicação de massas, nas últimas décadas passou a divulgar e a enfatizar determinados comportamentos, referentes a diversas atividades e aspectos da vida social, como sendo os mais modernos, adequados e corretos, devendo ser adotados por todos os cidadãos de todos os países.

         Muitos filmes, vídeos, novelas, peças teatrais, revistas, jornais e livros, produzidos desde então, deram, pois, início a uma campanha mundial de conscientização enaltecendo a união de pessoas do mesmo sexo; o uso de drogas; a adoção do materialismo; a pregação da ideologia marxista nas escolas; o estabelecimento do ódio e da perseguição religiosa; a extinção da família tradicional; a prática livre do aborto; a rebeldia entre os jovens; a perda do patriotismo; a efeminação dos homens; a ação dos criminosos pertencentes às gangues e facções das periferias urbanas, vistos sempre como vítimas de uma sociedade perversa que os discriminava e perseguia; bem como, a crítica contumaz às ações policiais no combate ao crime, seja ele oriundo de criminosos comuns, seja ele partido de criminosos de colarinho branco, notadamente políticos, empresários e funcionários governamentais.

           Aos poucos, as populações mundiais foram se acostumando a ver, a ler e a ouvir a mesma mensagem de valorização de determinados procedimentos, mensagem está comumente destacada pelos meios de comunicação mundiais envolvidos nesta ‘operação planejada de transvaloração de valores’.

       Esta mensagem a que me refiro caiu como luva em determinadas classe de pessoas: para os adolescentes ricos, para os artistas de destaque milionários e para os intelectuais acadêmicos bem remunerados; como também, paradoxalmente, para os jovens estudantes desempregados, para os artistas sem destaque profissional e para os intelectuais e mestres medíocres e mal remunerados.

                  A explicação para o primeiro caso é dada por Nicholas Crovitz em seu texto “É fácil entender por que os jovens dos países mais ricos tendem a defender mais socialismo”, encontrado no link:

https://www.mises.org.br/article/3149/e-facil-entender-por-que-os-jovens-dos-paises-mais-ricos-tendem-a-defender-mais-socialismo

                   Afirma Nicolas em suas conclusões:

“Aquelas pessoas, normalmente adolescentes ricos, artistas e intelectuais acadêmicos, que professam ideias socialistas aparentemente não se lembram de como realmente era o mundo quando o socialismo era realmente aplicado. É fácil defender ideias socialistas quando se vive em um mundo opulento em que a comida é farta e barata. É fácil defender o regime venezuelano morando-se em um país rico”.

“O fato é que, onde quer que tenha sido tentado, desde a União Soviética em 1917 até a Venezuela atual, o socialismo foi um desastre, não importam quais eram as intenções originais. Socialistas sempre prometeram uma utopia marcada por igualdade e abundância. Em vez disso, sempre entregaram tirania e inanição. Seus propagandistas devem ser sempre e incansavelmente cobrados por isso”.

“Como disse Thomas Sowell, o histórico de desastres do socialismo é tão óbvio, que somente intelectuais poderiam ignorá-lo“.

                   A explicação para o segundo caso, por sua vez, pode ser encontrada no texto de Diego Reis “Por que a juventude ama o socialismo?”, encontrado no link  https://www.institutoliberal.org.br/blog/por-que-os-jovens-amam-o-socialismo/

                        Diego menciona em seu texto: 

“Quando a adolescência se estabelece como uma fase de insatisfações e conflitos, a busca por culpados parece aliviar o drama e o estresse em muitos indivíduos. Nada mais imediato do que culpar os pais e sua vida “careta” como sendo os principais responsáveis por todos os problemas. Além disso, se desenvolve um pensamento que culpa o Sistema, como um todo, pelos problemas de toda a humanidade: - ninguém me entende e é tudo muito injusto - são pensamentos normais que ocorrem aos jovens”.

“Se o jovem possui uma sensibilidade pelos dramas humanos e um desejo de mudar o mundo, a aproximação aos grupos esquerdistas é um caminho possível”.

“A grande incoerência no amor dos jovens pelo socialismo é o fato de que, para muitos, o interesse pelas ideias coletivistas é motivada por um desejo de liberdade. Se, de imediato, fosse dito que socialismo é sinônimo de intervenção estatal e que um governo interventor limita ou elimina a liberdade, muitos adolescentes pensariam duas vezes antes de usar uma camiseta do PC do B, PT ou Che Guevara”.

“Os discursos romantizados e apaixonados da esquerda parecem combinar perfeitamente com o idealismo comum na adolescência”.

“Ao entender que a relação amorosa com o socialismo está fadada ao fracasso, o jovem irá perceber que o empreendedor é o verdadeiro revolucionário”.

                         Em minha modesta opinião, embora a grande maioria dos seres humanos, de maneira racional e teórica, reconheça que devamos ser todos iguais perante a lei e que devamos ter iguais oportunidades, na prática as coisas seguem por caminhos diferentes.

                     A simples comparação, física e intelectual, entre os seres humanos evidencia a diferença existente entre eles (não me imaginem racista em razão desta constatação, pois não sou!). 

                      Os mais inteligentes, mais fortes, mais belos e os mais aptos para determinadas funções, percebem, naturalmente, que são melhores que os demais – em conformidade com os valores e os padrões predominantes do gênero humano - mediante a simples comparação entre eles e os seus congêneres. 

                         Esta percepção os torna orgulhosos de seus méritos, ao mesmo tempo em que faz nascer nos demais, que não possuem tais atributos naquela mesma proporção, sentimentos de inveja e de repulsa com relação aos primeiros.

                     Em que pese às religiões pregarem que somos todos irmãos e filhos de um mesmo Criador, o simples raciocínio nos conduz a imaginar que se fosse desejo do próprio Criador – aquele que tudo pode – este, certamente, ter-nos-ia feito, a todos, com características físicas e intelectuais idênticas, igualmente belos e com as mesmas aptidões.

                    Penso que o nosso Criador teria sido muito mais coerente com a RAZÃO PRATICA, definida pelo filósofo Immanuel Kant (1724 – 1804), se tivesse feito com que nascêssemos iguais em nossa criação (isto é, fôssemos todos idênticos, física e intelectualmente) e que, a partir daí, aproveitássemos as oportunidades desiguais que a vida nos oferece em qualquer lugar do planeta para construirmos o nosso futuro; ao invés de imaginarmos, conforme a RAZÃO PURA, também definida por Kant, que, tendo todos nascidos desiguais por desejo do Criador, devamos ter, forçosamente, oportunidades iguais e sermos mantidos todos sob uma mesma ideologia, de amplitude universal, como preconizam os marxistas ao desejarem expandir o comunismo para todos os países do nosso planeta.

                      A ideologia marxista tenta demonstrar que o coletivismo é mais importante que o individualismo e que os seres humanos nos países capitalistas padecem, social, econômica e financeiramente, em decorrência de fatores externos (como, por exemplo, a exploração dos patrões, donos dos meios de produção) e não devido às suas intrínsecas características pessoais (como, por exemplo, a falta de ambição, a inaptidão para trabalhar, a preguiça, o reduzido nível intelectual motivado por razões várias, etc.). Para os marxistas, naqueles países onde vigora o capitalismo, todo pobre é um injustiçado e todo rico é um ladrão.

                       Eles se esquecem de mencionar que nos países comunistas, onde o marxismo é adotado como a ideologia do governo, as populações, em geral, recebem salários mais baixos que nos países capitalistas, possuem menos liberdade de ir e vir, mais censura nas comunicações e na livre expressão do pensamento, mais burocracia, além de contarem com, apenas, um único partido político ao qual pertencem todos os eventuais candidatos, participantes de um simulacro periódico de eleições. Uma casta de burocratas, que detém vitaliciamente poder e riqueza, é quem substitui nos países comunistas os mal falados patrões burgueses dos países capitalistas.

                       Voltando ao título do presente texto, imagino que muitos daqueles jovens que nos países capitalistas não conseguem se destacar por suas virtudes e acham injusto alguém ser melhor do que eles, seja na beleza, na força, na inteligência, na sabedoria e na riqueza, escolhem se destacar pelos vícios. Ao menos desta forma, pensam eles, poderão ser notados.

                        Aproveitando-se dessa necessidade psicológica de aceitação dos jovens e de se fazerem notados pelos demais, se não pelas virtudes ao menos pelos vícios, os ideólogos marxistas (como os ideólogos e pensadores de qualquer outra ideologia totalitária) buscam seus ativistas ideológicos e militantes políticos entre jovens frustrados e viciosamente propensos. 

                      Em muitos países, como, por exemplo, na Colômbia, na Venezuela e no próprio Brasil, as esquerdas costumam também se aliar a facções criminosas no intuito de angariar recursos financeiros com o tráfico de narcóticos e o contrabando, além de contar com um braço armado, quando a hora fatal chegar, para auxiliar na tomada do poder e na implantação do comunismo.

                   Estes os verdadeiros motivos para as atitudes, que hoje observamos em nosso país, incentivadoras dos vícios, da criação de novas leis permissivas ou benevolentes com relação aos atos ilícitos, votadas pelos parlamentos de esquerda antes da implantação definitiva do comunismo. Primeiro é preciso destruir a ordem e os costumes vigentes no capitalismo para, em seguida, implantar a ordem e os costumes comunistas. 

                       Por isto os marxistas necessitam tanto da transvaloração de valores, na qual a moral é subvertida, a religião é combatida, o crime incentivado, a polícia reprimida e a família desagregada mediante a liberalização e o incentivo das práticas homossexuais e do aborto.

                      Estas técnicas foram profundamente estudadas pelo ideólogo marxista italiano Antônio Gramsci, que propunha a implantação do comunismo pela via pacífica, transformando as mentes dos indivíduos e as instituições do Estado, de modo a que estas assimilassem e adotassem conceitos e práticas marxistas, antes mesmo do golpe final da tomada do poder para a implantação do regime comunista no país.

                     Na atualidade, tais conceitos e práticas foram e estão sendo aplicadas no nosso e em outros países do continente, com o objetivo de facilitar a tomada do poder pelo comunismo. Os jovens são peças de fundamental importância neste jogo de Xadrez, razão pela qual se torna dificílimo o atual presidente nomear um ministro para o Ministério da Educação e reitores para as Universidades Públicas, todos aparelhados durante os anteriores governos de esquerda. 

                    A educação dos jovens, feita por ativistas ideológicos (e não por mestres) é fundamental para a implantação do comunismo no Brasil e a esquerda sabe disto. Estes ativistas e aqueles que os seguem devem pensar consigo mesmo: - “Está difícil se destacar pelas virtudes? Então se destaque pelos vícios”!


_*/ Economista e doutor pela Universidade de Madrid, Espanha.





quinta-feira, 5 de novembro de 2020

 405. Ensaio sobre uma possível Teoria da Evolução da Alma - Parte 3


Jober Rocha*



         Em 1937, o economista britânico Ronald Coase, em seu artigo ‘Nature of Firms’ estabeleceu o conceito de Teoria da Firma, da qual fazia parte a Teoria da Produção que desenvolveu o conceito de Função de Produção e sua expressão matemática.

          A Função de Produção indica qual a quantidade máxima, de determinado produto, que pode ser produzida, dada uma determinada quantidade de fatores produtivos e uma determinada tecnologia de produção. 

                Caso a ‘Curva do Destino’ (proposta) possa ser estimada através de métodos econométricos, talvez a aplicação da Teoria da Produção a esta função, adaptando-a aos novos conceitos, possa ensejar o surgimento de uma ‘Teoria da Evolução da Alma’.

                A referida teoria poderia permitir, da mesma forma que a Teoria da Produção, a análise dos vários aspectos relativos à Função de Evolução Incremental da Alma ou a Curva do Destino, cuja definição seria: “A Curva do Destino é aquela que indica qual a quantidade incremental máxima de evolução da alma humana, que pode ser obtida dada uma determinada quantidade de fatores de evolução interagindo em um determinado individuo”.

             Esta Teoria poderia ser formulada com base na seguinte figura:

 

       

Fatores de Evolução Variáveis: São todos aqueles fatores responsáveis pelo incremento na evolução da alma humana, já mencionados no capitulo VII.

Processo de Transformação: O processo de transformação varia de um individuo para outro e é representado pela maneira como cada indivíduo é influenciado pelos fatores variáveis de evolução, de modo a apresentar um incremento na evolução da sua alma; 

Ambiente Externo e Interno: São representados por todos os elementos de ação direta ou indireta, internos ou externos ao indivíduo, que podem influir sobre os fatores variáveis;

Incremento na Evolução da Alma: Incremento evolutivo obtido pela alma nesta existência;

Retroalimentação: Constituem as informações obtidas durante toda a vida do individuo, que tornam possível monitorar o desempenho do Sistema Evolutivo e decidir se são necessárias ou não mudanças corretivas. Tais mudanças seriam comunicadas ao individuo através do mecanismo da consciência (quando uma voz interior lhe indicaria a necessidade de mudança de rumos). O individuo poderia ouvir esta voz e seguir sua orientação ou não.

              Da mesma forma que para uma função de Produção, para a função multidimensional (no hiperespaço) de Evolução Incremental da Alma ou ‘Curva do Destino’, segundo nossa hipótese teórica, também vigoraria a ‘Lei dos Rendimentos Decrescentes’ ou ‘Lei das Proporções Variáveis’, que poderíamos denominar, neste caso, de “Lei do Incremento na Evolução da Alma Decrescente”. Esta lei seria expressa por:

          “Aumentando-se a quantidade de um Fator de Evolução Variável (conhecimento, saúde, riqueza, estado emocional, etc.), permanecendo fixa a quantidade dos demais fatores, o Incremento na Evolução da Alma, a principio, crescerá a taxas crescentes. A seguir, após certa quantidade utilizada (ou atingida) do fator variável, o Incremento passará a crescer a taxas decrescentes. Continuando o aumento da utilização do fator variável, o Incremento na Evolução da Alma decrescera.”. 

                 Tal fato indicaria a necessidade de uma combinação harmônica entre os fatores de evolução da alma; pois, a prevalência de um deles, sobre os demais, afetaria negativamente o Incremento na Evolução da Alma.  A partir de um determinado ponto, maior quantidade de riqueza, por exemplo, poderia afetar de modo negativo o incremento na evolução da alma. Da mesma forma, ocorreria o mesmo com todos aqueles fatores (ou variáveis), estatisticamente significantes, incluídos na função pelo pesquisador, que se mostrassem importantes para a análise do fenômeno em pauta.

                     A ‘Curva do Destino’ representaria, assim, a maneira como os Fatores de Evolução (Xi) deveriam ser combinados, de modo a dar origem a um Incremento na Evolução da Alma (Y). Sua análise permitiria conhecer alguns interessantes indicadores, quais sejam: A evolução média de um dos fatores (EM) poderia ser calculada como o quociente entre a quantidade incremental obtida de Evolução da Alma e a quantidade utilizada do fator em questão. Algebricamente: EM (Xi) = Y/Xi

          A Evolução Média do fator Xi indicaria qual a quantidade de unidades de Incremento na Evolução da Alma seria devida ao fator Xi.

                    A Evolução Marginal de um fator (EMg) seria calculada como o quociente entre a Variação Incremental na Evolução da Alma (Y) e a Variação na Quantidade Utilizada do fator em Questão (Xi). Alternativamente, poder-se-ia pensar na Evolução Marginal de um fator Xi como sendo a derivada da ‘Curva do Destino’ Y = f(X1, X2...Xn)  em relação a Xi, ou seja:

EMg (Xi) =   @Y/ @ Xi  =  @  f(Xi,X2...Xn)/ @ Xi

          A Evolução Marginal de Xi mediria a quantidade de unidades de Incremento na Evolução da Alma (Y), que aumentaria com o acréscimo de uma unidade do fator Xi.

          A ‘Curva do Destino’ representaria, também, as possibilidades de evolução máxima do Incremento na Alma Humana, utilizando, de modo ótimo, os fatores Xi e poderia, também, ser dividida em ‘Estágios de Evolução’.

                   No Estágio I o Incremento na Evolução da Alma cresceria a taxas crescentes e decrescentes, até o ponto onde a Evolução Marginal do fator variável Xi se igualaria a Evolução Média deste fator, em seu ponto máximo.

                     No Estágio II o Incremento na Evolução Total da Alma cresceria a taxas decrescentes até o seu ponto máximo, sendo a Evolução Marginal do fator variável Xi, sempre decrescente, até o ponto onde ela se igualaria a zero.

          No Estágio III o Incremento na Evolução da Alma seria decrescente, sendo a Evolução Marginal do fator variável Xi, decrescente e negativa.

                    A ‘Curva do Destino’, por outro lado, poderia ser influenciada por Fatores Fixos e Fatores Variáveis.

                 Os Fatores Variáveis poderiam ser, por exemplo: O estágio de desenvolvimento intelectual, alcançado pelo individuo, no tempo T; os estágios de desenvolvimento físico e material, alcançados pelo individuo, no tempo T e o estágio de desenvolvimento emocional, alcançado pelo individuo, também no tempo T. Isto poderia ser levantado mediante testes aplicados por profissionais das respectivas áreas.

                        Os Fatores Fixos poderiam ser as chamadas variáveis ‘Dummy’, representando o numeral um quando ocorrerem e zero quando não ocorrerem.

                            Não caberia falar, como na Função de Produção, em Taxa Marginal de Substituição entre Fatores, entendida esta como: “O quanto o individuo estaria disposto a trocar, de um Fator de Evolução por outro, a fim de manter o seu mesmo grau de Incremento na Evolução da Alma e permanecendo, ainda, na mesma Curva do Destino”, porque o Incremento na Evolução da Alma pressupõe uma combinação harmônica entre os fatores de evolução e não a substituição técnica entre eles. As Elasticidades de Substituição entre os Fatores de Evolução deverão ser, neste caso, zero ou próximas de zero.

                      A ‘Curva do Destino’ poderia ensejar, ainda, com base em uma adaptação da Teoria da Firma, o enunciado de uma “Lei do Retorno”, cujo conceito poderia definir: “a forma como o Incremento na Evolução da Alma se comportaria, na medida em que fossem sendo agregadas maiores quantidades dos Fatores Variáveis (conhecimentos, saúde física, bens materiais, etc.)”. 

               Assim, o ‘Retorno de Escala’ seria constante, quando, ao aumentarmos Z vezes os Fatores Variáveis responsáveis pelo Incremento na Evolução da Alma, este Incremento também aumentasse Z vezes; isto é: Se  Y = f(X1...Xn),  então  f(ZX1...ZXn)  é igual a Z f(X1...Xn). Neste caso a soma das Elasticidades da Evolução da Alma, com relação aos fatores, seria igual à unidade.

                   O ‘Retorno de Escala’ seria crescente, quando, ao aumentarmos Z vezes os Fatores Variáveis responsáveis pelo Incremento na Evolução da Alma, este Incremento aumentasse mais do que Z vezes; isto é: Se Y = f(X1...Xn), então  f(ZX1...ZXn)  é maior que Z f(X1...Xn). Neste caso a soma das Elasticidades de Evolução da Alma, com relação aos fatores, seria maior que a unidade.

               O ‘Retorno de Escala’ seria decrescente, quando, ao aumentarmos Z vezes os Fatores Variáveis responsáveis pelo Incremento na Evolução da Alma, este incremento aumentasse menos do que Z vezes, isto é: Se Y = f(X1...Xn), então  f(ZX1...ZXn) é menor do que Z f(X1...Xn). Neste caso a soma das Elasticidades de Evolução da Alma, com relação aos fatores, seria menor que a unidade.

                   Por sua vez, não há como se falar em Curva de Indiferença de Evolução, para o incremento na evolução da alma; posto que, não existem combinações alternativas, entre as variáveis (ou fatores), que pudessem ser utilizadas pelo individuo para influenciar o referido incremento, de modo a manter a alma no mesmo nível de evolução. Os fatores não são substitutos entre si; mas, sim, necessitam ser combinados, harmonicamente, para proporcionar o incremento desejado.

              Da mesma forma não há, também, como se falar em Iso incremento de Evolução; isto é, em uma curva que representasse várias combinações de variáveis ou fatores, responsáveis pelo incremento na evolução da alma, que resultassem a mesma quantidade de incremento. As variáveis independentes ou fatores de incremento não são substituíveis uns pelos outros, tecnicamente, para propiciar mais evolução. Mais saúde ou mais riqueza, não substituiria mais conhecimentos, relativamente ao incremento na evolução da alma.

                  A figura a seguir representa (de forma simplificada, no plano xq de duas dimensões) uma Função de Produção (ou, no caso presente, uma Função Multidimensional de Evolução Incremental da Alma Humana ou a ‘Curva do Destino’). Nesta adaptação da Função de Produção para a ‘Curva do Destino’, no eixo dos Y (ou q) ter-se-ia o Incremento na Evolução da Alma e, no eixo dos X, os Fatores Variáveis de Evolução (Xi). O traçado da Função representaria, assim, a própria ‘Curva do Destino’, de uma maneira simplificada, em um plano de duas dimensões.

           Formato típico da ‘Curva do Destino’ ou Função de Evolução Incremental da Alma (q), da curva de Evolução Média (Pme) e da curva de Evolução Marginal (PMg).




                    A imagem acima mostra o formato normalmente apresentado pela ‘Curva do Destino’, pela curva de Evolução Média e pela curva de Evolução Marginal, no curto prazo. A sua característica parabólica é resultado da aplicação da ‘Lei do Incremento na Evolução da Alma Decrescente’ (que estabeleci) ou das ‘Proporções Variáveis’. No longo prazo, o formato dessas curvas dependerá da ‘Lei do Retorno’, conforme veremos na imagem a seguir:

 


Tipos de Retornos de Escala

                    O conceito de retornos de escala, conforme já visto, define a forma como o incremento na evolução da alma aumenta, a medida que  vão se agregando mais fatores de evolução.

          Na formulação matemática da função poderiam ser testadas equações com várias variáveis, de qualquer um dos inúmeros tipos existentes na matemática, para os quais vigorassem a Lei dos Rendimentos Decrescentes ou das Proporções Variáveis.

          O método quantitativo a ser utilizado poderia ser o dos Mínimos Quadrados, ordinário ou bi-etápico (utilizando séries temporais ou cortes seccionais). O importante seria definir corretamente as variáveis e estabelecer a melhor forma possível de coletá-las. A utilização dos modernos computadores simplificaria bastante o trabalho de ajuste das diversas funções possíveis, objetivando selecionar a mais adequada. A parte mais difícil seria a da coleta das informações necessárias para a estimação da função. A constante da curva; isto é, sua ordenada com relação à origem dos eixos das variáveis, poderia ser constituída pela soma de características trazidas pelo individuo quando do seu nascimento. Cada indivíduo possuiria, assim, uma curva distinta, que poderia partir de um patamar (ordenada com relação à origem dos eixos) diferente do dos demais.

          Se atentarmos para o antigo ditado popular: “Deus escreve certo por linhas tortas”, veremos que, empírica e intuitivamente, imaginou-se a comunicação determinística (Deus escreve certo) entre o Criador e suas criaturas, sendo feita através de curvas (por linhas tortas). Teoricamente descartamos, também, a equação de uma reta porque para esta não vigoraria a “Lei dos Rendimentos Decrescentes ou das Proporções Variáveis”.

                     A função a ser definida poderia, portanto, possuir qualquer forma. Aquela, dentre as equações estimadas, que melhor representasse o fenômeno em questão poderia ser a adotada para efetuar análises e previsões. Poder-se-ia, estimada a função, calcular o seu limite e a existência de pontos de inflexão.

                     Nos pontos de derivada zero, poderiam ser determinados máximos e mínimos. Em um ponto de derivada primeira nula, se a derivada segunda fosse positiva, estaríamos diante de um mínimo, e se fosse negativa de um máximo. 

                        Quais poderiam ser os significados metafísicos deste máximo e deste mínimo, com respeito ao incremento na evolução da alma nesta existência terrestre? O limite matemático da Curva do Destino, o que poderia significar? Que a vida do individuo chegaria ao fim naquele ponto, já que não evoluiria mais nesta existência? Um ponto de inflexão, onde a curva mudasse de concavidade ou de convexidade, poderia significar a ocorrência de algum evento bom ou mal para a evolução da alma do indivíduo? Poderia indicar que a partir daquele ponto sua evolução estaria crescendo ou decrescendo? Poder-se-ia confirmar ou prever, através da análise da ‘Curva do Destino’, a data de acontecimentos importantes, tanto passados quanto futuros para o progresso intelectual, físico, material ou emocional do indivíduo?

                 A integral múltipla da Curva do Destino - variando de zero até determinados valores de cada um dos fatores de evolução, obtidos no ato da coleta dos dados da série temporal, poderia indicar o incremento total na evolução da alma do indivíduo, nesta encarnação, desde o seu nascimento até aquela data?

          Estimadas as funções e determinada, dentre todas as formas matemáticas testadas, aquela que mais se adaptaria ao fenômeno estudado, fazendo uso dos cálculos diferencial e integral, poderiam ser obtidas respostas para questões metafísicas até então não respondidas? A utilização de métodos como a Econometria (desenvolvida para a quantificação e o estudo dos fenômenos econômicos) e a Sociometria (desenvolvida para a quantificação e análise dos fenômenos sociológicos), na determinação e no estudo da função matemática a ser estimada, poderia vir a ensejar o desenvolvimento de um novo método, o da ‘Metametria’, para estudar os fenômenos da Metafísica? 

              Cada um dos seres individuais teria, portanto, uma função que melhor se adaptaria a sua evolução e que, certamente, poderia ter uma forma distinta da dos demais seres, com diferentes coeficientes e constantes. As funções poderiam ser homogêneas ou não, com elasticidades do incremento na evolução da alma constantes ou variáveis.

                   Com a função determinada matematicamente poder-se-ia, finalmente, fazer previsões de uma forma científica sobre o incremento na evolução da alma de cada indivíduo; isto é, sobre o cumprimento de sua missão antecipadamente programada (ou de seu destino) nesta existência, sem a necessidade de recorrer aos astros, à numerologia, às cartomantes, ao tarô, às ciganas e aos magos? 

                      Poder-se-ia (quem sabe?) prever a data em que a missão do individuo nesta vida chegaria ao seu final, já que toda função possui um limite matemático? Da mesma forma poder-se-ia, talvez, pela analise do comportamento da curva, confirmar acontecimentos passados ou prever acontecimentos futuros?

                   Uma investigação sobre o tema proposto consumiria tempo, além de recursos físicos e financeiros; porém, poderia ser um importante passo dado na direção do entendimento da evolução espiritual, através de encarnações sucessivas, tão instigante mistério divino a desafiar nosso entendimento metafísico.

          O assunto envolve conhecimentos relativos aos campos da Filosofia, da Religião, do Esoterismo e das Ciências (Matemática, Psicologia, Estatística, Física, Economia, Informática, além de outras), dificultando, sobremaneira, o entendimento do problema e o seu possível equacionamento.

          Por outro lado, muitos considerarão esta hipótese como uma afronta ou mesmo como uma heresia, por tentarmos penetrar nos domínios da Religião com técnicas próprias da Ciência.

          Dirão, certamente, que, com o nosso orgulho, tentamos vencer o abismo infinito que nos separa de Deus, ao qual conhecemos por suas obras e que, tão somente, o nosso orgulho pretende definir.

                 Para refutarmos esta crítica basta que nos lembremos de que a Ciência não foi inventada por nós, seres humanos; mas, sim, pelo nosso Criador. Nós apenas a descobrimos com a nossa inteligência, perseverança, espírito contestador, inquiridor e inovador, atributos que recebemos deste mesmo Criador. Se Ele tem nos permitido, até agora, descobrir, por intermédio da Ciência, parte dos segredos de ordem Física de sua criação, não há porque supor que com os segredos de ordem Metafísica será diferente.

          Talvez, simplesmente, nosso estágio de evolução, intelectual e cultural, ainda não permita que vislumbremos o portal que nos possibilitará penetrar nestes mistérios.

          A hipótese por nós levantada, entretanto, não é, totalmente, descartável. Voltaire, em 1752, afirmava que: - “Poderíamos, ainda, acrescentar aos objetos da Metafísica até mesmo os princípios matemáticos de pontos sem extensão, linhas sem largura, superfícies sem profundidade, unidades divisíveis ao infinito, etc.” Evidentemente que se princípios matemáticos podem ser considerados como fenômenos metafísicos, estes, por sua vez, poderão ser submetidos à análise da Matemática.

                      Devemos tem em mente que o Criador, que tudo sabe, ao dar-nos a capacidade de pensar, questionar, investigar e inquirir sabia que, um belo dia, nossas atenções se voltariam para Ele e que não descansaríamos enquanto não entendêssemos (de uma forma que satisfizesse plenamente a nossa inesgotável curiosidade) o mistério da criação, fazendo uso de todas essas ferramentas intelectuais e emocionais com que, graciosa e amorosamente, Ele nos presenteou desde o inicio da nossa vida sobre a face do planeta.   Pode ser que ainda se passem muitos séculos antes que o consigamos; mas, graças a estes instrumentos de analise que nos foram dados, até lá, certamente, viveremos e morreremos tentando.

                    Sem dúvida poderão faltar, no atual ‘estado das artes e das ciências’, mecanismos adequados para coleta de observações sobre as variáveis que parecem importantes para o incremento na evolução da alma do ser humano, enquanto encarnada e pertencente a este universo físico.  Entretanto, isto não quer dizer que em um futuro próximo tal quantificação não seja possível. Alguém já disse que tudo aquilo que o ser humano um dia for capaz de imaginar, em outro será capaz de realizar. A falta de informações atuais sobre a quantificação das variáveis, entretanto, não invalidaria a teoria proposta, já que qualquer fenômeno verificado em nosso mundo físico possui uma equação que o descreve e com a evolução da alma não seria diferente. Embora a alma se trate de um fenômeno Metafísico, ela evolui neste mundo físico. Apenas depois de desencarnada evoluirá em um mundo Metafísico. Confio na capacidade dos Matemáticos, Economistas, Estatísticos, Sociólogos, Filósofos e Religiosos para, futuramente, definirem as variáveis dependentes da equação matemática, que são importantes para a evolução da alma. Confio também nos estatísticos e matemáticos para definirem qual a melhor equação matemática da curva que mais se ajusta ao fenômeno em questão.

                  Como todo fenômeno ocorrendo neste mundo em que vivemos, a evolução da alma de todos os seres humanos possuirá uma equação que a represente, desconhecida atualmente, mas, com certeza, conhecida no futuro.

          Reconheço que muitos não concordarão com os conceitos e hipóteses, aqui formulados; entretanto, estes não serão nem melhores, nem piores que quaisquer outros que possam ser sugeridos alternativamente; pois, na ausência de uma explicação científica adequada para os fenômenos metafísicos que se apresentam em nosso universo, permaneceremos, sempre, no campo das ideias e das hipóteses, argumentando apenas com a ajuda da Filosofia e da Religião (ou seja, dos dogmas e da fé neste caso). Lembremo-nos, entretanto, que o mais difícil de tudo, para nós seres humanos, tem sido entender e explicar aquelas coisas simples, que sempre nos acostumamos a observar diariamente com nossos próprios olhos.

          Finalmente, após haver chegado a este ponto e esgotados todos os possíveis argumentos, faço minhas as palavras de Voltaire, em seu ‘Tratado de Metafísica’: -“Não consigo avançar mais nessas trevas. Detenho-me quando me falta a luz de meu archote”.


_*/ Economista e doutor pela Universidade de Madrid, Espanha.


quarta-feira, 4 de novembro de 2020


404. Ensaio sobre uma possível Teoria da Evolução da Alma- Parte 2


 Jober Rocha*


         O filósofo Ludwig Wittgenstein disse em uma de suas obras que filosofar é como tentar descobrir o segredo de um cofre: cada pequeno ajuste no mecanismo parece levar a nada. Apenas quando tudo entra no lugar a porta se abre.  A empreitada a que me propus é idêntica à tentativa de abrir um cofre que esteve fechado desde o início da criação humana. Cada ajuste pertence a um ramo do conhecimento. Existe o primeiro ajuste religioso, o segundo filosófico e o terceiro científico, como todo cofre que só abre sua porta após três movimentos: o primeiro para a esquerda, o segundo para a direita e o terceiro, novamente, para a esquerda.                           

            Considerando que o judaísmo, o catolicismo, o islamismo e o protestantismo creem todos na imortalidade do espírito e tendo em mente, segundo rezam estas doutrinas, que o período em que o ser humano passa encarnado é de apenas uma gota no oceano da sua existência espiritual eterna, alguns leitores poderiam levantar as seguintes questões: Qual a necessidade do espírito encarnar esta única vez? Apenas uma única encarnação, de uns poucos anos, seria suficiente para que o espírito obtivesse toda a evolução de que necessitaria (considerando que este não encarnaria já evoluído, mas encarnaria ignorante e simples, segundo preconizam estas doutrinas)? E se não conseguisse obter essa evolução, em sua única passagem por este mundo, por escolhas erradas feitas em razão, talvez, do que consideraria como seu livre arbítrio?   Não teria outras oportunidades, amorosa e compreensivelmente concedidas pelo Criador?  Não seria, talvez, um menosprezo, pelos desígnios desconhecidos do mundo espiritual, achar que apenas uma breve passagem pelo mundo material seria suficiente para que o espírito evoluísse tudo aquilo de que necessitaria? Ocorre, ainda, que, sendo Deus o único ser não criado, e tendo ele criado todos os demais seres, como se explicaria o fato de haver criado espíritos já evoluídos (os anjos, que não necessitariam encarnar na Terra) e espíritos ainda não evoluídos (nós outros, que teríamos de encarnar para evoluir)? Teria o Criador adotado dois pesos e duas medidas para suas criaturas? Por que não sermos, todos nós, espíritos de luz ou, todos nós, espíritos sem luz? Será que o fato de possuir luz (ou evolução) não seria, apenas, uma quantidade maior de encarnações vivenciadas?

          Por sua vez, ao pregar o juízo final (quando os mortos ressuscitariam) não estariam, todas estas religiões, aceitando implicitamente a ideia da reencarnação, pois os mortos ao ressuscitarem passariam, sem dúvida, na ocasião, a ter uma alma, já que não há corpo humano vivo sem uma? Esta alma, certamente, não seria a sua própria (e não outra), que teria deixado o mundo espiritual para penetrar no mundo material novamente; isto é, reencarnando em um corpo de matéria?

                        Por outro lado, alguns leitores poderiam, também, questionar: - Se acreditarmos que a ressurreição dos mortos refere-se apenas a ressurreição do espírito e não a do corpo físico (até porque a dimensão espiritual onde, certamente, encontraremos o Criador e os demais Espíritos de Luz, não deverá ser uma dimensão material, de modo a que nela possam habitar corpos físicos ressuscitados convivendo com espíritos); ou seja, que tão somente os espíritos dos mortos iriam reviver na ocasião do juízo final, não estaríamos diante de uma contradição, já que o espírito, segundo afirmam, é imortal?

                      Pelo exposto, constata-se que todas as religiões creem na existência de uma alma (ou de um espírito) e que esta é parte integrante do ser humano. Várias acreditam na existência do destino (ou carma) ou na predestinação para a salvação.  Todas acreditam na evolução da alma (ou espírito). Algumas creem na reencarnação, outras não. A ‘Curva do Destino’, a rigor, iria ao encontro, basicamente, do preconizado pelo budismo, pelo espiritismo, pelo hinduísmo, pelo confucionismo e pelo taoísmo religiões estas que creem no determinismo e na reencarnação e, apenas, parcialmente, ao pregado pelo Islamismo no que tange a existência do destino.

                       As correntes filosóficas e os principais filósofos que estudaram o assunto, por sua vez, alternam-se, aceitando ou não o determinismo, reconhecendo ou não o livre-arbítrio. As culturas mais antigas, orientais, sob a influência do budismo e do hinduísmo, optaram por uma visão determinística da existência humana, que beneficiaria a evolução da alma.

                     As culturas ocidentais, sob a influência do judaísmo/ catolicismo/protestantismo, optaram por uma visão de livre-arbítrio, que beneficiaria a satisfação dos desejos do ego.   Estas duas visões parecem justificar o estagio de desenvolvimento econômico e científico mais elevado no ocidente que no oriente.

                             No próprio ocidente cristão os países de religião protestante, que consideram ademais a importância do sucesso material para a entrada no reino dos céus, desenvolveram-se mais (econômica e cientificamente) que aqueles de religião católica, para os quais a riqueza importa menos quando se trata de fazer parte deste reino. Em Mateus, 19,16 a 22, Jesus diz: “... um rico dificilmente entrará no reino dos céus... é mais fácil um camelo passar pelo fundo de uma agulha, do que um rico entrar no reino de Deus”.

                           Em que pesem possíveis erros de tradução e de interpretação daquilo que disse Jesus, pode-se notar, no entanto, a importância crucial que a escolha, dentre um destes dois tipos de visão (determinística ou de livre-arbítrio), teve, até agora, na história do desenvolvimento econômico e científico da civilização humana.

                        O próprio trato com a natureza e a visão acerca do meio ambiente, têm sido influenciados por estes dois tipos de maneira de encarar a vida. A ideia filosófica, básica, sobre Deus, das culturas orientais, é a de que este é imanente a nós e a todos os demais seres; enquanto a cultura ocidental o considera como um ser transcendental e distante de nós.     A ideia de Deus imanente em todos os seres fortaleceu-se de tal modo no oriente, que acabou por surgir á ideia de que tudo é Deus, o que se denominou de panteísmo. Conforme o panteísmo, todos os seres e toda a existência de Deus são concebidos como um todo. Deus é a cabeça da totalidade e o mundo é seu corpo. As mais importantes religiões orientais (hinduísmo e budismo) são panteístas. O panteísmo oriental acentua o caráter intrinsecamente religioso da natureza; isto é, toda ela está animada pelo alento divino e, por isso, é como se fosse o corpo da divindade que, como tal, deve ser respeitada e venerada.

                          No ocidente, os críticos do panteísmo o acusam de ser uma espécie de ateísmo que nega a personalidade de Deus, como externo ao próprio universo. O catolicismo afirma que o panteísmo questiona não somente a fé católica, mas, segundo ele, o bom senso e a sã razão. Com efeito, para o catolicismo, Deus não poderia (nem parcialmente) identificar-se com o mundo, pois, por definição, é absoluto, necessário e ilimitado; ao passo que o mundo é relativo, contingente e limitado. Além disto, afirma que não pode haver evolução ou progresso em Deus, pois toda evolução pressupõe ou aquisição ou perda de perfeição; o que, em qualquer caso, implica em imperfeição, o que é absurdo em Deus.

                             Assim, para o catolicismo, Deus é, essencialmente, distinto do homem, do mundo e da realidade, visíveis, já que é absoluto e eterno, ao passo que as criaturas sensíveis são relativas, transitórias e temporárias. As principais religiões e doutrinas religiosas ocidentais são monoteístas (catolicismo, protestantismo e espiritismo).

                           Por sua vez, a crença politeísta das populações indígenas da América do Norte, Central e do Sul manteve preservada a natureza no novo continente, até a chegada do colonizador europeu. Considerando que a natureza era povoada de deuses (Deus das águas, dos animais, da terra, das colheitas, do sol, do ar, etc.), destruí-la era destruir os deuses ou destruir aquilo que a eles pertencia.

                        O Sistema Capitalista, que se iniciou no ocidente com a revolução industrial, trouxe ao mundo a ideia de que a redenção da humanidade estaria no crescimento econômico e no progresso, atendendo aos anseios do ego. Mais qualidade e quantidade de bens duráveis, bens de consumo de todo tipo, bens de produção, etc.

                            Na ânsia pela produção destes bens, muitas vezes supérfluos, que, supostamente, visariam atender as necessidades dos seres humanos, a natureza é vista como uma fonte de recursos inesgotável e, muitas vezes, gratuita.   Com isto, a pilhagem, a destruição e o desperdício, em escala mundial, têm se intensificado em nome do progresso.

                         Muito desta destruição atual se deve à maneira como os seres humanos encaram a natureza. Ao considerá-la, em razão de crenças religiosas, como tendo sido criada por Deus apenas para a satisfação de nossos desejos, como acontece no ocidente, passamos a consumi-la sem culpa, sem remorsos e sem cuidados.

                    Caso vigorassem aqui visões panteístas ou politeístas da divindade, certamente, o consumo do meio ambiente seria menor; já que, filosoficamente, pensaríamos diferente com relação à natureza da divindade.

                    A globalização da economia, com a expansão do Sistema Capitalista para o oriente, tem feito (e continuará fazendo) com que aumente a destruição do meio ambiente e que o consumo da natureza, nesta parte do globo terrestre, cada vez mais, deixe de ser feito de maneira sustentável.

                         Com base no que dizem as religiões e a filosofia, podemos, então, estabelecer as seguintes hipóteses: 1. A existência humana é determinística e Deus está em toda a natureza (Budismo, Hinduísmo, Sufismo, Confucionismo, Taoísmo e Xintoísmo); 2. A existência humana é determinística e Deus está fora da natureza (Islamismo, Espiritismo); 3. A existência humana possui total livre-arbítrio e Deus está em toda a natureza (nenhuma religião comunga com esta hipótese, pois, aparentemente, se trataria de uma contradição religiosa); e 4. A existência humana possui total livre-arbítrio e Deus está fora da natureza (Catolicismo, Protestantismo).

                        Cada uma destas hipóteses implicaria em uma maneira diferente, para seus seguidores, de encarar a vida e os demais fenômenos metafísicos.

                          A primeira hipótese seria a que mais nos aproximaria do Criador (que estaria na própria natureza) e, portanto, implicaria em uma menor necessidade da intermediação por parte de organizações religiosas entre Deus e os homens, além de induzir a uma maior pratica das chamadas virtudes, por parte dos cidadãos, em razão da visão determinística da existência.

                         A última delas seria a que mais nos distanciaria do Criador, criando, assim, uma necessidade maior da presença de instituições religiosas para servir de ponte entre o Criador e as criaturas e induziria a uma maior pratica dos chamados vícios (pecados), por parte dos cidadãos, em razão da visão religiosa de livre arbítrio e do constante apelo do Sistema Capitalista para a satisfação dos desejos do ego. Em que pesem os avanços obtidos pela ciência, de um modo geral, nós ainda estamos bem longe de poder encontrar explicações para os fenômenos metafísicos que, há milênios, ocupam constantemente o pensamento daqueles que se interessam pelo assunto. As teorias religiosas, filosóficas e cientificas têm-se sucedido, umas as outras, em um perpétuo embate ideológico pela primazia da posse sobre a verdade metafísica. A maior parte delas tenta esconder seu total desconhecimento sobre como as coisas ocorrem naquela realidade, através de textos muitas vezes rebuscados, ininteligíveis ou herméticos.

                          Pelo que podemos deduzir, com base em todas as informações a que até agora tivemos acesso, parece que tem sido constantemente negado ao ser humano, desde o inicio dos tempos até os dias atuais, o conhecimento irrefutável de como as coisas se passariam no território em que penetramos após a morte. As únicas instituições a se aventurarem a alguma incursão a respeito, neste campo, são as religiosas, que, todavia, o fazem não através de uma comprovação científica, mas, sim, da chamada ‘revelação’, que necessita da fé para se transformar em verdade aceita. Considerando que a espécie humana é portadora de características muito especiais, que lhe conferem um lugar de destaque entre as demais espécies, através do seu desenvolvimento intelectual e do acumulo de conhecimento proporcionado pelo progresso das ciências, chegaremos, com certeza, a descobrir como as coisas ocorrem do outro lado; mesmo porque, em conformidade com o nosso ponto de vista, grande parte dos fenômenos metafísicos de hoje serão, apenas, simples fenômenos físicos amanhã. Pelo fato de desconhecermos, no presente, as verdadeiras explicações para estes fatos, os colocamos para além da Física. Entretanto, todos eles não passariam de simples fenômenos pertencentes ao campo das ciências, conforme constataremos, com certeza, futuramente.

               Miriam Patitucci em seu trabalho “A Matemática da Reencarnação”, fornece algumas interessantes estatísticas sobre o fenômeno da reencarnação:

* Existem cerca de 30 bilhões de espíritos, encarnados e desencarnados, ligados ao planeta Terra; sendo, destes, 6,9 bilhões encarnados (1/5) e 23,1 bilhões desencarnados (4/5);

* Dentre os espíritos encarnados, 4 bilhões são de almas doentes em processo de reeducação, 2 bilhões são de almas em busca de recuperação e 500 milhões são de almas missionárias coletivas para o progresso e bem-estar social.

* Dentre os espíritos desencarnados, 12 bilhões encontram-se, ainda, em lutas e sofrimentos, sem condições de reencarnar.  Seis bilhões se encontram em tarefas regenerativas e 5,5 bilhões constituem espíritos elevados, guias espirituais, espíritos superiores, avatares, auxiliares galácticos, etc., em sua maioria liberados de reencarnações.

* Dentre os espíritos desencarnados, ¼ não têm mais condições de reencarnar e serão enviados, compulsoriamente, para planetas mais atrasados. ¼ constituem espíritos evoluídos que não reencarnam mais e trabalham pelo progresso espiritual da terra. ¼ são formados por espíritos que ainda terão uma chance de reencarnar (são os refratários que se negam a reencarnar por mais de 2 ou 3 séculos). ¼ são formados por espíritos em regeneração.

* Uma estimativa da evolução da população encarnada e desencarnada, desde o início da era cristã, é a seguinte:

Ano 0 (Jesus Cristo)

300 milhões de encarnados

19,5 bilhões de desencarnados

Ano 476 D.C.(Inicio da Idade Média)

200 milhões de encarnados

19,8 bilhões de desencarnados

Século XV (Início dos descobrimentos)

500 milhões de encarnados

19,5 bilhões de desencarnados

Século XX (1900)

1,6 bilhões de encarnados,

18,4 bilhões de desencarnados.

Século XXI  (2000)

6,5 bilhões de encarnados,

23,5 bilhões de desencarnados.

Seres em processo de dor e doenças do espírito e do corpo:

*  16 bilhões (encarnados e desencarnados), sendo:

 4 bilhões (encarnados),

 12 bilhões (desencarnados).

Existiria, assim, uma média de três espíritos em crise, para cada alma encarnada em sofrimento.

*  Dos 16 bilhões mencionados, em processo de dor e doenças, tem-se:

 4 bilhões de enfermos buscando o bem,

 4 bilhões de criaturas perversas que, deliberadamente, agem mal,

 8 bilhões em estado de apatia, indiferença, indecisão e desânimo.

Estatísticas do Brasil:

*  191,5 milhões de encarnados,

*  766 milhões de desencarnados.

 Em uma residência com 5 espíritos encarnados, transitarão cerca de 20 espíritos desencarnados.


                  Alguns autores estimam o número médio de encarnações a que cada ser humano foi submetido, até o presente, da seguinte forma:

                       Suponhamos que todos nós já tenhamos vivido na Terra desde o surgimento dos primeiros homens, na pré-história, e consideremos, por hipótese, que todos nós tenhamos passado por um mesmo número de encarnações, apenas neste planeta.

                         Existe um total de cerca de seis bilhões de espíritos encarnados, atualmente, no nosso planeta (efetivo total da população mundial). Alguns estudos apontam para cerca de 120 bilhões de nascimentos de seres humanos, ocorridos no planeta Terra, desde o surgimento do homem primitivo até o presente.

                    Dividindo-se este número pelo número atual de habitantes, chegaremos a um total de 20 encarnações, em média, para cada habitante existente na atualidade, supondo, conforme já dito, que todos reencarnaram no mesmo planeta, a Terra.

             Evidentemente, esta hipótese considera que a evolução alcançada por todos os espíritos tenha sido a mesma, até o presente, o que não deve ser verdade. Como se trata de um valor médio, do qual não conhecemos a variância nem o desvio padrão, alguns indivíduos poderão ter tido muito mais encarnações e outros muito menos, que as vinte consideradas.

(Continua)

 

_*/ Economista e doutor pela Universidade de Madrid, Espanha.