domingo, 27 de dezembro de 2020

 413. Perdendo o Bonde da História...


Jober Rocha*



Estimados leitores, creio que todos nós, seres humanos, em alguma ocasião na vida, já tivemos a nítida impressão de haver perdido o Bonde da História. Explico-me melhor. Perder o ‘Bonde da História’ deve ser entendido como perder-se no contexto de algo ou de alguma situação e pode ser sentido de diversas maneiras, em distintas ocasiões. 

       Na juventude, por exemplo, quando não aceitamos um novo emprego ou um novo cargo que nos foi oferecido ou desistimos de algum outro que tínhamos anteriormente e descobrimos, pouco tempo depois, que um conhecido nosso tendo aceitado aquela nova oportunidade que se descortinava para ele ou que lhe havia sido oferecida em razão da nossa desistência, estava em situação profissional e financeira muito boa e com um belo futuro pela frente; isto é, em melhor posição do que aquela que nós desfrutávamos no momento. 

     Na idade adulta, por exemplo, quando nós, homens, terminamos o relacionamento com uma jovem mal produzida, cujo corpo na ocasião possuía apenas linhas retas e constatamos, logo após ela haver saído de nossa vida e se relacionado com outro, que surgiram nela, a partir de então, belas curvas antes inexistentes e, tendo passado a usar roupas de ‘griffe’ e a cuidar da sua beleza em salões apropriados, era outra pessoa totalmente diferente daquela que conhecêramos anteriormente e, agora, era constantemente desejada por todos aqueles que a viam ou que com ela se relacionavam. 

    Na idade madura, por exemplo, perdemos o Bonde da História ao constatar que muitos dos nossos sonhos e aspirações da juventude não chegaram a se concretizar na maturidade; além de não possuirmos mais a esperança de que aquilo venha ocorrer algum dia, em razão da idade avançada ou de algum outro motivo superveniente. 

    Perdemos o tal bonde, também, quando constatamos que nosso passado está pontilhado de escolhas erradas que viemos acumulando ao longo de toda uma existência, sejam elas de caráter afetivo, profissional, pessoal, etc. 

     Mais tarde, na Terceira Idade, sentimos que perdemos o respectivo bonde, por exemplo, ao constatar que a evolução tecnológica foi bem mais rápida do que a nossa capacidade em assimilá-la. Quando já não entendemos mais como as coisas e as instituições funcionam e/ou como são operadas, tendo, apenas as alternativas de passar a conviver sem elas ou solicitar a ajuda dos mais novos para resolver problemas anteriormente por nós considerados simples. 

      Da mesma forma, quando nos sentimos desatualizados com respeito a tudo aquilo que nos cerca e a nossa única preocupação passa a ser com os remédios que tomamos ou com os que deixamos de tomar. 

     Perdemos, ainda, o bonde ao nos sentirmos sozinhos, isto é, quando percebemos que a maior parte de nossos contemporâneos de geração já se foi para os sagrados campos de caça pertencentes à Metafísica sobre a vida e a morte de muitas tribos e nações indígenas ou, simplesmente, para o território do além segundo outras Metafísicas.

Em qualquer idade ou etapa de nossas vidas, podemos sentir o bonde passando e as pessoas embarcando ou desembarcando de seus vagões. Creio eu que a sensação de felicidade que percebemos nas faces de alguns passageiros, quando ainda estão na estação, indica que aqueles são os que estarão embarcando no comboio e as feições de tristeza e de desânimo, notada em outros, que são aqueles os que acabaram de desembarcar. 

      Tomar o Bonde da História, segundo a minha maneira de ver a questão, não significa, entretanto, obter poder ou sucesso material a qualquer preço, nem conseguir saciar as paixões humanas ou obter a realização de todos os desejos do EGO. 

      Subir no Bonde da História, no meu modo de entender, é sentir-se realizado e satisfeito com aquilo que o Destino lhe reservou, não importa se teve grandes ou pequenas aspirações em sua existência. 

     Embarcar no Bonde da História é estar feliz consigo mesmo, sem a necessidade de que algo ou alguém seja a origem da sua felicidade. Perdê-lo, significa justamente o contrário. A todo o momento passa um novo bonde e o fato de havermos chegado atrasados à estação e perdido o que acabara de passar, não significa que não possamos embarcar no próximo.

A viagem pela nossa existência, cujo trajeto, eventualmente, pode fazer parte do caminho percorrido pelo Bonde da História, possui, todavia, a propriedade de poder ser modificada, por nós mesmos, em qualquer fase da vida em que estejamos, de modo que, ao havermos embarcado naquele comboio ao menos uma vez na vida, dele jamais desembarquemos até o fim de nossos dias. 

     Com apenas um mesmo bilhete de ida, pegando outros ramais ou fazendo algumas baldeações planejadas, conseguiríamos permanecer, ainda por muito tempo, trafegando naquele bonde. 

       Talvez, não o tenhamos tentado com a necessária vontade, quando ainda poderíamos fazê-lo com certa facilidade, seja por excessiva timidez, por medo, por comodismo, por descaso ou, seja lá por que razão tenha sido e, assim, fomos obrigados a desembarcar, prematura e definitivamente, sem conseguir percorrer nele o trecho total da nossa existência. 

      Talvez se houvéssemos tomado algumas decisões contrárias aos nossos impulsos e desejos na ocasião; isto é, diferentes ou mesmo opostas àquelas que tomamos no passado, ainda hoje pudéssemos estar como passageiros do bonde, desfrutando da bela paisagem e da companhia de passageiros tão felizes quanto nós. 

    Com isto não teríamos descido antecipadamente para seguir caminhando a pé pelo leito da via férrea os caminhos das nossas vidas como, de fato, já ocorreu com inúmeros seres humanos e ainda continua ocorrendo.

Embora as nossas existências se desenrolem no plano físico, o trecho deste percurso percorrido como passageiros do Bonde da História é sempre sentido nos planos emocionais e mentais dos indivíduos, seja através da sensação de felicidade desfrutada em razão da satisfação pessoal com aquilo que o Destino lhes reservou, sensação esta visível na fisionomia daqueles passageiros contemplados com um assento em um dos vagões; como também em razão da sensação de missão cumprida, sensação esta de cumprimento da missão que eles trouxeram ao encarnar nesta existência, vivendo uma vida plena, saudável, bem sucedida e, eventualmente, virtuosa. 

      Por sua vez, aqueles que desembarcaram prematuramente ou que jamais chegaram a embarcar no referido bonde, carregam também, visível com eles, marcas da tristeza e do desânimo, características de sonhos e planos abortados em razão, talvez, de decisões erradas e ou da incapacidade que tiveram de concretizar a missão que trouxeram para esta vida. 

     Tudo isto até aqui mencionado, evidentemente, se refere ao caso daquelas pessoas consideradas como seres humanos normais; isto é, nossas considerações não atingem os casos daqueles indivíduos que, por possuírem alguma patologia mental que as afastem da realidade ou serem portadores de desvios de caráter e de conduta que as conduzam a viver fora da lei, podem considerar o errado como certo e o correto como lhes parecendo errado, fazendo com que está nossa atual análise se distorça.

      Países e nações, da mesma forma que os seres humanos, também possuem espaços nos compartimentos de carga do Bonde da História; todavia, dele são desembarcados por razões distintas daquelas já mencionadas para os humanos: desembarcam quando perdem o rumo estabelecido por razões de má gestão, descaso ou incúria das autoridades que os governam; quando são dominados por organizações criminosas, que agem apenas visando seus interesses imediatos; quando são povoados por um povo de natureza fraca, que não se opõe a viver sob um regime de servidão consentida.

       Creio, infelizmente, que isto ocorreu nas últimas décadas com o nosso país. Devido à má gestão e ao desenfreado desvio de recursos públicos motivados pela excessiva ambição dos governantes, ademais de um plano macabro de estabelecer bases para a implantação de um governo socialista bolivariano (uma versão latinizada do comunismo), nosso país parou de se desenvolver e começou a regredir em diversos indicadores socioeconômicos, deixando claro que já havíamos desembarcado do bonde da história como país.

        Mesmo com a vitória nas eleições de 2018 de um presidente liberal, inimigo da corrupção e do comunismo, as forças do mal encasteladas em postos chaves dos três poderes da república têm nos impedido de retomar o nosso lugar no referido bonde. Com isto, décadas de desenvolvimento e de progresso foram perdidas. Inúmeros outros países, neste intervalo de tempo, nos superaram em indicadores dos quais já chegamos a ocupar os primeiros lugares. Os responsáveis por este estado de coisas, presos em um primeiro momento, já estão todos soltos, gozando a vida e usufruindo da parte que conseguiram salvar daquilo que desviaram dos cofres públicos.

        Nosso presidente, embora contando com apoio popular, encontra-se de pés e mãos amarrados pela interferência, inconstitucional, dos demais poderes no poder executivo. Inúmeras medidas propostas pelo presidente são barradas no parlamento ou impedidas, pelo STF, de serem executadas. Nosso presidente eleito não consegue governar, está é a triste realidade. Uma aliança tácita entre o judiciário e o legislativo retirou, na prática, os poderes presidenciais.

       Com isto, o Brasil caminha a pé pela via férrea. Já não é mais um integrante do Bonde da História. Se algum dia voltará ou não a nele de novo embarcar é algo que foge a minha capacidade de prever o futuro. Creio, mesmo, que Michel de Nostradamus caso ainda vivesse também não saberia dizê-lo, tamanha é a malignidade e o espírito conspiratório daqueles brasileiros que se agarraram ao poder e não desejam mais soltá-lo e daqueles estrangeiros que almejam nossas riquezas e, para obtê-las, fizeram dos primeiros seus prepostos, impedindo que o país tenha um lugar na composição.

        Em síntese é bem possível que, por falta de passageiros neste país, os responsáveis pela companhia de carris desativem a linha que por aqui passava, despeçam os motorneiros, mecânicos e cobradores, retirem os trilhos e vagões e os levem para outra parte do planeta, onde poderão ter maior utilidade.

       Só não farão isto se notarem a vontade popular de reativar novamente as viagens de bonde; se perceberem o surgimento de cidadãos decididos e de coragem que desejem lutar para que o Brasil retorne ao seu tradicional lugar no compartimento de carga de um dos comboios; se os passageiros aqui embarcados solicitarem ao chefe da estação a colocação de mais um vagão no comboio; ou seja, um vagão prisão, com grades, para nele colocarem aquelas ex autoridades, indesejáveis, que foram responsáveis pelo anterior desembarque do país e que serão levadas no vagão prisão para responder, perante algum tribunal internacional, pelos seus desmandos e pelos crimes contra a humanidade que cometeram quando estiveram no poder.


_*/ Economista e doutor pela Universidade de Madrid, Espanha.



segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

 412. A implantação da tecnologia 5G irá impor, finalmente, a servidão voluntária e selará o fim das religiões?


Jober Rocha*


Recentemente, analisando a biografia de Adolf Hitler, constatei que este, assessorado pelo seu Ministro da Propaganda Joseph Goebbels (1897 – 1945), sempre que preparava alguma medida maléfica, seja contra o povo judeu, contra alguma classe social alemã ou, mesmo, contra alguma autoridade do seu país ou de algum país conquistado, tinha o cuidado de apresenta-la como algo benéfico para o interessado, para o seu país ou para o esforço de guerra.  Goebbels, inteligentíssimo por desenvolver, na ocasião, técnicas de manipulação de massas ainda utilizadas hoje em dia, teria dito em certa ocasião: "Nós somos os mestres da Alemanha" e, menos de duas semanas depois, com um sorriso nos lábios, proferiu um discurso na queima de livros pelos Nazistas.

O professor Avran Noam Chomsky, catedrático do MIT, tem, na atualidade, estudado estas técnicas de propaganda e marketing e listou diversos princípios dos quais se utilizam autoridades mal intencionadas para fazer com que medidas lesivas e contrárias aos interesses populares sejam aceitas sem críticas pelo público.

Destacarei, apenas, duas delas: ‘A estratégia da ação gradual’, por ele apontada, que consistiria em aplicar, gradualmente, uma medida inadmissível, em um prazo ampliado, para que, com estas novas condições impostas, as mudanças radicais sejam aceitas sem contestação ou revolta da população. Outra técnica, por ele percebida, é a da elite ‘conhecer os Indivíduos melhor do que eles mesmos se conhecem’ e consiste em estudar e coletar informações, através de técnicas, de tecnologias e do avanço científico, sobre os cidadãos, de modo a conhecê-los melhor do que eles mesmos se conhecem e, assim, poder impor medidas restritivas, coercitivas e lesivas, sem reação do público alvo. 

O Sistema Dominante, em qualquer país, tem desfrutado de um avançado conhecimento do ser humano, tanto de suas características físicas quanto psicológicas. Com isto, o Sistema exerce um maior controle e poder sobre os indivíduos, muito superior ao que estes imaginam. Para tanto, fazem uso constante da informática e da Inteligência Artificial, através de algoritmos que, por meio da internet, pesquisam seus hábitos, costumes e preferências.

As religiões, historicamente até o presente, têm servido de freio aos vícios humanos e as revoltas contra a opressão de elites mal intencionadas, com a promessa de castigos aos maus e de premiações aos bons, em uma nova existência espiritual após a morte.

Aparentemente, a tecnologia já disponível mundialmente terá o poder de prescindir das religiões e de controlar a vida dos seres humanos nos mais simples e corriqueiros detalhes tal o seu enorme poder, ainda quase totalmente desconhecido pela maior parte das populações.

Refiro-me a nova tecnologia 5G, já disponível em vários países e prestes a ser lançada no mercado brasileiro e que revolucionará a vida no planeta, com uma velocidade de processamento cerca de vinte vezes mais rápida do que a 4G atual e com uma confiabilidade até então jamais vista. Esta tecnologia poderá ser para o bem da humanidade, segundo pensam alguns e também para o mau, conforme pensam outros.

O fato é que a tecnologia 5G consiste na próxima geração de rede de internet móvel; inovação esta que pode melhorar muito a velocidade de navegação de dispositivos móveis, como tablets e celulares e tem sido apresentada ao público pelas elites como um paraíso de vantagens, conforme preconizava a velha teoria de Goebbels.

Segundo seus propagandistas, o 5G também pode contribuir para o desenvolvimento da chamada ‘Internet das Coisas’, de modo a que todos os dispositivos existentes, que se utilizam da eletricidade, poderão estabelecer uma comunicação entre si. Um exemplo do que será possível fazer com o 5G já pode ser visualizado hoje com o Alexa, assistente virtual desenvolvida pela Amazon e presente em uma série de produtos, em que é possível pedir um Uber, uma pizza e controlar aparelhos elétricos conectados, entre outras funções. Com o 5G, por sua vez, com muito maior velocidade e confiabilidade será possível, dentre outras coisas, possuir uma geladeira inteligente que faça as compras, no mercado, dos itens que estão faltando. Esse tipo de solução já está implantado em vários países, mudando a maneira como vivem seus habitantes. 

Em um futuro, próximo, novas mudanças radicais ocorrerão em nossas vidas e em nossas cidades. As fábricas de veículos a combustão interna acabarão, pois os veículos serão elétricos, e junto com elas acabarão as bombas de gasolina, álcool, diesel e gás; consequentemente a prospecção e extração de petróleo, gás natural, carvão também deverão acabar ou serem reduzidas.

Esta nova tecnologia 5G, aliada a Inteligência Artificial, fará com que os computadores se tornem exponencialmente melhores e mais rápidos. As pessoas trabalharão sob a forma de ‘home office’ (isto é, em suas casas), diminuindo o fluxo de pedestres e de passageiros nas cidades. O Comércio de produtos será feito sob a forma de ‘Delivery’ (entrega, remessa), reduzindo sensivelmente o número de lojas e de shoppings. As cidades terão menos barulho, pois circularão menos pedestres e os veículos serão elétricos. A poluição do meio ambiente, evidentemente, diminuirá. As videoconferências serão comuns, rápidas e confiáveis, pois as redes serão mais potentes e com maior capacidade de aguentar o uso simultâneo da rede. As conexões serão mais estáveis. Em alguns países isto já ocorre. Aqui, devido a pobreza, a falta de planejamento urbano das cidades, a densidade populacional e ao desvio congênito de recursos públicos por parte dos políticos, ainda demorará vários anos para ocorrer.

A medicina será revolucionada por processos novos e mais rápidos de coleta e análise de material humano, fazendo, em questão de segundos, a análise de 54 biomarcadores que irão identificar e diagnosticar quase todas as doenças, sem a necessidade de consultas médicas. Algumas especialidades poderão, até, desaparecer ou serem substituídas por robôs.

As transações financeiras serão aprimoradas, o papel moeda será extinto, todas as operações financeiras serão efetuadas pelo chip 5G, de forma rápida e segura.

A Tecnologia 5G possibilitará a interligação de todos os setores da vida nacional de um país, com rapidez e confiabilidade, facilitando a vida das pessoas, empresas e governos. A tecnologia 5G, para quem não sabe, consiste em um chip que pode estar localizado em um smartphone, em uma das lentes dos óculos usado pelo indivíduo ou embaixo da sua pele da mão ou do braço.

Quem não desejaria viver em um mundo assim? Acredito que este seria o desejo de todos os habitantes do planeta.

Ocorre, todavia, que os malefícios de tal tecnologia não são destacados pela mídia. Dentre eles, o mais grave é que ninguém poderá ficar de fora do sistema, pois, sem estar inserido nele a vida de qualquer cidadão se tornará inviável.

O acesso a todo tipo de informação pública e privada seria feito, pois através do chip cadastrado no nome do usuário. Todos terão que possuir um chip 5G. Sem ele você não poderá realizar nenhuma transação pública ou privada. Através dele você e o Estado saberão, a qualquer momento, sua localização, seu saldo bancário, seus bens, seu consumo, suas moléstias, os medicamentos que está tomando, suas conversas particulares, sua tendência política, além de outras informações importantes que agora não me ocorrem. A identificação visual dos rostos das pessoas, tecnologia já existente e implantada em diversas cidades e países, com milhares de câmeras espalhadas pelas ruas, permitirá que você seja preso, imediatamente, onde quer que esteja, pois será facilmente rastreado pelo GPS que, obrigatoriamente, carregará consigo.

A qualquer momento o Estado poderá impedi-lo de fazer alguma coisa, bastando que não autorize a transação que você está prestes a concluir com o seu chip 5G ou desabilitar o mesmo, impedindo-o, assim, de usar transportes públicos ou privados, sair do município onde se encontra naquele momento, adquirir comida, procurar hospitais, comprar remédios, alugar autos, hospedar-se em hotéis, obter emprego, etc. O chip 5G será a chave que abrirá ou fechará todas as portas para você, premiando-o se for um bom cidadão ou castigando-o se for um mau. Será como um Deus controlado pelo Estado. 

O desemprego, advindo da implantação desta nova tecnologia, deverá ser imenso. Milhares de profissões deixarão de existir. Milhões de empresas fecharão suas portas. Milhões de pessoas ficarão ociosas e improdutivas, embora consumindo bens e serviços. O Estado terá o domínio completo das pessoas e de suas vidas, de forma instantânea. A população mundial, neste contexto de desemprego, terá de ser reduzida e já está sendo. Para tanto, tecnologias de “solução final”, aperfeiçoadas às condições do mundo moderno, não faltam: guerra bacteriológica (lançamento de vírus e bactérias no meio ambiente objetivando reduzir a população mundial); aditivos, conservantes e alimentos cancerígenos; Chemtrails (trilhas de substâncias químicas  que fazem mal à saúde humana espalhadas por grandes aeronaves nas altas camadas atmosféricas); vacinas que matam por seus efeitos colaterais e que contém substâncias anticoncepcionais; produtos transgênicos, cujos efeitos danosos para a saúde humana e animal só serão sentidos no futuro. O objetivo é adequar a enorme população mundial às novas tecnologias poupadoras de mão de obra, da forma mais fácil e mais rápida possível; isto é, eliminando grandes contingentes humanos sem a necessidade de novas guerras que, além de custarem muito, destroem cidades, empresas, bens públicos e privados em geral.

Veja que em nosso país, na atualidade, querem obrigar os cidadãos a tomar as vacinas do Covid 19, (feitas todas às pressas e passando por cima de fazes necessárias) contrariando o artigo 15 do Código Civil Brasileiro, que diz: “Ninguém pode ser constrangido a submeter-se, com risco de vida, a tratamento médico ou a intervenção cirúrgica”. O STF brasileiro, em sentido contrário ao dos governos dos demais países do mundo, aprovou a obrigatoriedade da vacina para os brasileiros; bem como, aprovou que os Estados da Federação poderão comprar e aplicar a vacina do Covid 19, a revelia da ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária, cuja missão é a de certificar e autorizar o uso de medicamentos a serem utilizados no país) fugindo de sua alçada constitucional e contrariando o Código Civil. 

Os demais poderes da república, pacificamente, aceitaram esta ingerência indevida sem nenhuma crítica ou reação maior. A população, como sempre, desinformada pela grande mídia não se manifestou como deveria, indo para as ruas reivindicar seus direitos. Fato desta gravidade ocorre no presente. Imaginem o que poderá ocorrer, quando, com a implantação da 5G, formos todos escravos de autoridades maléficas existentes nos três poderes da república, em uma servidão consentida?

Em uma situação como esta, com a população mantida sob um rígido controle, as elites governantes não mais necessitarão do freio da religião, pois o Estado terá o controle total sobre tudo e sobre todos. Por isto tornou-se tão premente e imprescindível, segundo a elite mundial responsável pela Nova Ordem Mundial, a implantação de um governo comunista mundial, de planificação centralizada, de partido único e sem religiões, onde as populações aceitariam sem reclamar as mudanças que lhes seriam impostas ditatorialmente.

Certamente uma polícia política ágil, violenta e bem informada é a peça que faltava ser mencionada neste cenário apocalíptico. Talvez os refratários ou os recalcitrantes sejam doutrinados e obrigados a fazer uma autocrítica, muito ao gosto dos comunistas; talvez sejam, simplesmente, eliminados fisicamente em áreas destinadas para tal, como faziam os nazistas nos campos de concentração.

Evidentemente, jamais poderemos fugir ao progresso. Este é inexorável e é bom que assim seja. De quem teremos que nos acautelar e tentar fugir, sob o risco de nos tornarmos escravos para sempre, é de elites maléficas que desejam utilizar o progresso em benefício próprio e para o controle dos demais seres humanos. Antigamente qualquer cidadão podia isolar-se no campo e viver do seu trabalho agropecuário. Hoje, com o planeta inteiramente colonizado, essa possibilidade é quase impossível. Não existem mais terras sem proprietário e nem o ser humano, que sempre viveu nas cidades, saberia sobreviver por sua própria conta no campo. As populações mundiais da atualidade vivem todas nas grandes cidades e são assalariadas, profissionais autônomos, funcionários do Estado, empresários ou desempregados vivendo as expensas de terceiros (normalmente, pai, mãe ou avós). 

A técnica do sobrivencialismo, no entanto, é algo que está atualmente em moda. Muitos habitantes de cidades prevendo um trágico desfecho para a raça humana quer em razão de guerras civis, guerras entre países, cataclismos, etc., estão aprendendo técnicas de sobrevivencialismo nas cidades e no campo. 

Sobrevivencialistas são grupos ou indivíduos que estão ativamente preparando-se para emergências, em caso de possíveis rupturas na ordem política e social local, regional, nacional ou internacional. Os sobrevivencialistas, normalmente, preparam-se para se antecipar a esses acontecimentos por meio de treinamentos, armazenamento de água e comida, armas e munições, preparação para autodefesa e autossuficiência, e/ ou construindo estruturas que os ajudarão a sobreviver ou a desaparecer das vistas alheias enquanto perdurar a situação de perigo nas cidades e nos campos. É um movimento surgido e predominante nos Estados Unidos e, por isso, sua nomenclatura é fundamentada no inglês, assim como suas principais preocupações são relacionadas com riscos existentes naquele país.

Esta seria uma das maneiras vislumbradas, por estes grupos, para fugir da chamada Matrix; isto é, do mundo que acreditamos ser real e no qual não percebemos a verdade de que somos escravos, pois já nascemos em cativeiro, e, por essa razão, não nos daríamos conta de nossa servidão, já que teríamos a nossa mente aprisionada segundo um modo particular de ser, de ver e de entender as relações sociais em que estamos inseridos.

Com o domínio total das pessoas pelo Estado, através de medidas tais como a implantação da tecnologia 5G, da implantação da Nova Ordem Mundial com governos comunistas em todos os países e com a população mundial drasticamente reduzida de forma compulsória; já que a atual mão de obra disponível poderá ser substituída plenamente pela alta tecnologia empregada, estaremos prontos para a eterna servidão da raça humana. As próprias religiões já perceberam que seus futuros são incertos. A China, despontando como a primeira potência mundial, se encarregará de por um fim às religiões existentes, o que ela já iniciou proibindo as religiões cristãs em seu território, sem nenhuma resistência ou oposição mais contundente por parte do Vaticano.

 Mas, voltando ao início do texto, com certeza o nosso país irá implantar a tecnologia 5G no próximo ano ou, mais tardar, em 2022, mediante concorrência em que participarão os detentores mundiais desta tecnologia, que são poucos. A dificuldade para a implantação da nova tecnologia, segundo os técnicos, é a interferência que a mesma causará na frequência 3,5 GHz, usada para transmitir o sinal da TV aberta para antenas parabólicas. Evidentemente, dada a importância do 5G, os canais abertos estão com os seus dias contados. 

O 5G foi lançado, pela primeira vez, na Coreia do Sul. Atualmente, segundo relatório da empresa Viavi Solutions o 5G já está presente em 34 países. 85 cidades na Coreia do Sul já são servidas por ele; sendo seguida pela China, com 57 cidades; pelos Estados Unidos, com 50; e pelo Reino Unido, com 31 cidades. Além desses a empresa destaca 24 cidades na Arábia Saudita; 15 na Espanha; 11 nos Emirados Árabes Unidos; e dez na Austrália, na Alemanha e na Romênia, respectivamente.

Ainda, segundo o relatório da empresa, apesar das duas primeiras colocações, a Ásia é a segunda região com mais cobertura (156 cidades), ficando atrás do bloco Europa, Oriente Médio e África, que conta com 168 cidades. A região das Américas conta com 54 cidades, o que significa que apenas quatro estão fora dos Estados Unidos: Suriname, Trinidad & Tobago e Uruguai.

Outro grande problema a envolver esta nova tecnologia é o de que o país fabricante da mesma terá acesso a todas as informações dos cidadãos do país que a adquirir. Atualmente os fabricantes de 5G são: Huawei (China), ZTE (China), Ericsson (Suécia), Nokia (Finlândia), Qualcomm (USA), Media TEK (Taiwan) e Samsung.

Na hipótese de que a Nova Ordem Mundial vingue no nosso planeta, com um governo único, uma única moeda de trocas, um único território, uma única religião ou mesmo sem religião nenhuma, a tecnologia 5G, ou outra superior que poderá surgir logo em seguida, será o meio que possibilitará o controle, pelo Estado único, dos indivíduos isolados e das populações mundiais, bem como permitirá a administração da produção e da logística de distribuição de bens e serviços.

Todavia, ao mesmo tempo em que facilitará a vida do ser humano, permitira o seu controle total por parte do Estado. Isto será bom ou ruim? 

Creio que esse controle total dos indivíduos pelo Estado, conforme descrito nos romances ‘1984’, de George Orwell, e ‘Admirável Mundo Novo’, de Aldous Huxley, que estamos próximos de vivenciar, ao invés de matar as religiões, paradoxalmente, acabará por fortalecê-las. Quando o ser humano se sente oprimido, só, desesperançado e maltratado pelo Estado, sua reação é a de se voltar para o mundo do sobrenatural, local de sonhos onde acredita que será livre e feliz por toda a eternidade. Com a proibição das religiões, como os primeiros católicos, o homem do futuro se reunirá na clandestinidade para orar ao seu Deus em busca de liberdade e do fim da tirania. Acho que todos nós já vimos este filme e podemos parar por aqui.

A resposta à pergunta que dá título ao presente artigo, todavia, ficará por conta dos estimados leitores. Não desejo me meter nesta briga de ‘cachorro grande’. Por via das dúvidas, atualmente estou procurando um sítio para comprar, em uma região montanhosa longe de qualquer cidade, que tenha uma boa nascente ou um rio próximo e estou lendo manuais de como plantar leguminosas e frutas, bem como aprendendo a criar galinhas e coelhos... 


_*/ Economista e doutor pela Universidade de Madrid, Espanha.  










quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

 411. Na era das informações, não acredite nelas...



Jober Rocha*



             Segundo os dicionários, a Era da Informação, a Era Digital ou a Era Tecnológica é o período que veio logo após a Era Industrial, mais especificamente depois a década de 1980; embora seu início, na realidade, tenha começado no princípio do século XX e, particularmente, na década de 1970, com invenções como o microprocessador, a rede de computadores, a fibra óptica e o computador pessoal.

               O momento atual é caracterizado por muitas transformações e por um progresso científico acentuado, não se podendo negar que vivemos em uma Era diferente de todas as anteriores. A recente pandemia do vírus Sars Cov 2, mantendo grande parte da população mundial em quarentena nas suas casas, acentuou, ainda mais, a nossa dependência da informática e das modernas técnicas de gestão e de logística. As comunicações e o comércio da atualidade são extremamente dinâmicos e, cada vez mais, o conhecimento de informática (hoje denominada TI) se torna peça chave de toda a engrenagem que dá suporte a vida humana em seus diversos setores de atividade.

              No entanto, é fato notório que partidos políticos e empresas ou organizações privadas (através da mídia, de agências de marketing e de institutos de pesquisas de opinião); bem como os governos (por intermédio da grande mídia e de suas agências de informação e de contrainformação) veiculam notícias falsas para alcançar os objetivos de influenciar, persuadir e induzir eleitores, consumidores, contribuintes e cidadãos de uma maneira geral.

                           Muitas agências de notícias, em todo o mundo, às vezes por descuido, mas, quase sempre, de forma planejada permitem que a desinformação se propague por seus intermédios, sem maiores controles, fazendo com que, algumas vezes, as notícias se tornem virais e influenciem o pensamento e o comportamento das populações.

                       Penso que esta falta de controle nas notícias diárias, sobre aquilo que é falso ou mentiroso, constitui o grande dilema que se coloca para a humanidade na era da informática digital global em que vivemos. Talvez as nossas leis devessem considerar como crimes a criação, a divulgação e a propagação de qualquer notícia falsa, através dos grandes meios de comunicação que atingem populações inteiras (como já ocorre com a propaganda enganosa), tantos e tão graves são os malefícios que podem advir da propagação de falsas notícias e de informações mentirosas. Todavia, como fazer para separar a verdade da mentira? Esta é a grande questão que se impõe nos dias atuais ou o calcanhar de Aquiles da mídia moderna.

                        Vivendo em um mundo de falsidades e sem termos, muitas vezes, como percebê-las em nosso dia a dia, corremos o risco de estar, na realidade, inseridos para sempre em uma Matrix, como aquela descrita no filme do mesmo nome. 

                        No filme o personagem Neo, pergunta ao personagem Morfeu, em um diálogo mais ou menos como o seguinte: 

- O que é Matrix?

                       Morfeu responde: - Matrix está em toda parte; é o mundo que acreditamos ser real, para que não percebamos a verdade!

- Que verdade? - pergunta Neo.

                      Morfeu responde: - A de que nós somos escravos. Como todos os demais seres humanos você, igual a mim, também, nasceu em cativeiro; isto é, nasceu em uma prisão da qual não se dá conta por ser a sua própria mente que está aprisionada!

                Assim, podemos estar presos a um Sistema de Organização Política, Social e Econômica que, constantemente alimentado por mentiras, nos sujeitariam a um modo particular de ver, de entender e de viver, diariamente, as relações sociais em que estamos inseridos. Viveríamos desta forma em uma servidão consentida e da qual, por dela não nos darmos conta, jamais pensaríamos em nos libertar.

                   Tal servidão seria alimentada por realidades fantasiosas ou falsas, de ordem religiosa, ideológica, filosófica, política, econômica, militar, tecnológica e psicossocial, que se sobreporiam a nossa capacidade de perceber a verdadeira realidade; notadamente por serem veiculadas, de forma constante, por todas as mídias e de maneira planejada, segundo objetivos definidos. Não é por outra razão que, em determinadas ocasiões, todos os meios de divulgação mundiais passam a falar uma mesma linguagem, isto é, a pregar determinadas ideias em todos os países; bem como, governos de nações distintas passam a adotar procedimentos idênticos e a promulgar leis semelhantes (por exemplo: a divulgação mundial da chamada ideologia de gênero – que é na realidade uma falácia - e a promulgação de leis autorizando os casamentos civis entre pessoas do mesmo sexo, visando, ambas as medidas, a um controle mundial da natalidade; bem como, a divulgação de notícias tendentes a cooptar as populações mundiais para permitirem o implante subcutâneo, em seus corpos, de um chip com o suposto objetivo de beneficiá-las com facilidades e maior apoio dos serviços de saúde governamentais, dos recursos financeiros e dos demais serviços públicos).

                     Por outro lado, nos países do Terceiro Mundo, a maior parte das notícias veiculadas pela imprensa falada, escrita e televisionada, diariamente, versa sobre assuntos irrelevantes para o desenvolvimento socioeconômico destes países, tratando, por exemplo, de propaganda de produtos ou serviços, de esportes, de novelas, de mexericos e de religião. Os espaços destinados às notícias de cunho econômico, científico, filosófico e político são mínimos e, quase sempre, de caráter tendencioso, buscando influenciar o público para a opinião da mídia. Antigamente a mídia informava os fatos de forma verdadeira e deixava os leitores, ouvintes ou telespectadores decidirem por si mesmo.  Hoje tentam influenciá-los nesta decisão. 

               Nota-se, ademais, uma intenção deliberada de manter as populações destes países alheias das grandes decisões nacionais e mundiais; bem como, inteiramente massificadas por informações irrelevantes, que visam a aliená-las com respeito a estas decisões já mencionadas. 

               A Mídia atual não está mais interessada nos aspectos jornalísticos das notícias, tendo-se transformado em verdadeiros ‘lobbies’ que vendem seus serviços para aqueles que melhor pagam por eles, sejam quais forem os objetivos que estes pagadores porventura tenham. 

                 A psique humana, desta forma, estaria sendo controlada a partir de uma programação sutil, especificamente destinada a confundir e a alterar a nossa percepção da realidade, conduzindo às massas humanas, desta forma, para os caminhos desejados pelas elites mundiais.

                         Estas mentiras, inverdades, informações falsas, etc., ao serem divulgadas de forma maciça e devido ao fato de muitas delas serem conflitantes entre si, por vezes, acabam acarretando estresse em parcelas mais suscetíveis da população que, adotando pensamentos e procedimentos niilistas, se refugiam nas drogas, licitas e/ou ilícitas, como forma de superar as situações de conflito por elas vivenciadas.

                             Os aspectos descritos até aqui conduzem aos cidadãos mais curiosos, que se empenham em descobrir as verdades fundamentais por detrás dos fatos, a que jamais cheguem a ter plena certeza sobre o que quer que seja; pois, todos nós vivemos em uma realidade cambiante. O que hoje é tido como verdade, amanhã pode não o ser mais; já que, nós nos balizamos por tudo aquilo que assimilamos através da mídia e esta, em sua maior parte, tem por objetivo nos confundir e direcionar, segundo objetivos quase sempre inconfessáveis. A própria Ciência e a Filosofia, oficiais, estão eivadas de conceitos e preconceitos que, muitas vezes, não representam a verdadeira realidade dos fatos, mas, sim, a realidade que as elites mundiais querem nos impor como verídica.

                       Paradoxalmente, vivemos em uma era em que a capacidade de armazenamento de informações se contam, em ordem decrescente de capacidade, em Exabytes (Unidade de medida de informação que equivale a 1.000.000.000.000.000.000 Bytes, Terabytes, Gigabytes, Petabytes, Megabytes, Kilobytes, Bytes (que comporta 8 bits) e Bits. Por outro lado, a medida de desempenho de um computador/processador em termos de velocidade é medida em Flops. Em geral, quanto mais Teraflops o computador, processador ou placa de vídeo atingir, mais rápido ele será e maior capacidade de processamento ele oferecerá. Um Teraflops significa um trilhão de operações de ponto flutuante (Flops) por segundo. Quanto mais teraflops o computador/processador atingir, mais rápido ele será e maior sua capacidade de processamento de dados.

                 Todavia, quanta mentira não é armazenada e processada e divulgada, como se verdade fosse?

                  Sabemos que muitos estudos científicos, realizados ao redor do mundo, aparentemente isentos e utilizando-se de milhões de dados coletados, foram encomendados por empresas a determinados cientistas “mercenários da Ciência” para defenderem, sutil ou taxativamente, alguns novos produtos alimentícios ou novos remédios fármaco-químicos. Sabemos que muitos institutos de verificação de opiniões políticas e pesquisas de mercado escolhem as suas amostras de forma tendenciosa, para apresentarem os resultados encomendados por seus clientes. 

                 O público, em geral, que não tem acesso aos procedimentos, critérios e metodologia das pesquisas e nem os entenderiam caso tivesse, acaba acreditando naquilo que vê, lê e ouve em várias mídias diferentes; pois se trata de uma operação planejada para ser veiculada por todos os meios de comunicação. Se todos dizem a mesma coisa, então deve ser verdade – é como pensa o ser humano pouco esclarecido, inocente e crédulo; isto é, a maioria da população mundial.

                  A rigor, somos bombardeados, constantemente, por notícias falsas e não dispomos de instrumentos para detectar suas falsidades. Assim, acreditamos naquilo que recebemos diuturnamente pelos meios de comunicação. Reparem como erram constantemente os institutos de verificação de opinião às vésperas das eleições. Isto se dá em virtude de trabalharem para clientes que compram os resultados. Pesquisas de opinião, da mesma forma como laudos, sentenças, pareceres, perícias, etc. podem apresentar as conclusões que seu autor desejar; posto que, se tratam de dados que podem ser manipulados conforme os desejos de quem os manipula.

                    Assim, meus caros leitores não creiam em tudo aquilo que veem, leem e ouvem na Era da Informação.  Procurem garimpar a verdade, pois está só se revela em sua totalidade para os persistentes, os curiosos e os que duvidam das versões oficiais.

                   Trabalhei muitos anos com Ciência e com Filosofia, para saber que existem mercenários em ambas. Os primeiros são pagos para demonstrar leis, relações ou comportamentos inexistentes na Natureza e os segundos para inventar novas explicações para velhos fatos metafísicos ou para criar novas ideologias substitutivas das antigas que se desejam ver mudadas.

                      Infelizmente, a Era da Informação, a Era Digital ou a Era Tecnológica, também será conhecida como a Era da Mentira...


_*/ Economista e doutor pela Universidade de Madrid, Espanha.


 


domingo, 13 de dezembro de 2020

 410. Como cegos andando no Escuro


Jober Rocha*



Este texto tem por objetivo descrever o atual cenário por onde caminha a cega humanidade da qual todos nós fazemos parte.

Digo isto por que a maior parcela da população mundial, talvez a sua quase totalidade, é apenas vista pelas atuais elites que nos conduzem (tal como as Parcas e as Moiras, deusas da mitologia greco-romana na antiguidade clássica, conduziam os destinos dos seres humanos) e nos veem como simples consumidores, súditos, fiéis, eleitores, trabalhadores, contribuintes, alunos ou aprendizes, pacientes, passageiros, leitores, espectadores, etc. Eles nos veem como tudo, menos como seres humanos colaboradores, com sonhos, desejos e ambições.

Somos como um rebanho mundial, cujas elites, como pastores, tocam para o lado que desejam, até o dia em que, finalmente, o caminho pelo qual nos obrigarão a percorrer nos conduzirá ao matadouro.

Para que isto tudo seja possível somos tratados como os demais tipos de gado, seres irracionais, que desconhecem quem são eles, de onde vieram e para onde irão. Nós, seres humanos racionais, poderíamos dispor destes conhecimentos, em poder das elites mundiais. Todavia, tal conhecimento nos é sonegado para evitar que nos revoltemos e fujamos para o interior das florestas e para o cimo das altas montanhas, deixando de servir aos nossos senhores. Nestes locais já vivem em liberdade alguns indígenas e algumas espécies animais que foram descartadas da nossa cadeia alimentar, por se reproduzirem em pequena escala, por serem carnívoras ou por apresentarem baixas taxas de conversão alimentar, impedindo a produção de carne em larga escala; em suma, por não ser lucrativa a exploração comercial destas espécies em larga escala.

Nós, os humanos, como os bovinos, os suínos, os caprinos e os ovinos, em determinado dia, tendo atingido um nível populacional considerado elevado, segundo padrões estabelecidos pelas elites mundiais, e consumindo mais do que aquilo que produzimos, seremos conduzidos ao matadouro em fila indiana onde, inexoravelmente, morreremos por processos que variarão segundo determinadas tecnologias adotadas pelas elites e que levam em conta as idiossincrasias dos países, das raças e alguns componentes culturais psicologicamente estudados. Alimentos cancerígenos; chemtrails (trilhas químicas) lançados na alta atmosfera por aeronaves e que contém agentes químicos e biológicos que causam danos às populações; vírus criados em laboratórios e vacinas com efeitos colaterais graves; drogas estupefacientes, que, embora teoricamente combatidas, na prática correm soltas por todo o planeta com a conivência das elites; a manutenção de enormes contingentes populacionais na miséria, para que morram de inanição, embora o mundo atual tenha condições de acabar com esta situação. Parece que decidiram, finalmente, abolir as guerras pelos prejuízos materiais que causam e por seus altos custos. E por aí vai...

Esta comparação entre o rebanho bovino e o humano é bastante pertinente. Da mesma forma que as fazendas de criação animal possuem proprietários, que decidem sobre o futuro de seus rebanhos, o planeta Terra também possui proprietários para decidirem sobre o futuro da espécie humana. Estes comandam nas sombras, fazendo-se representar por seus prepostos, os governantes. Os rebanhos, da mesma forma, conhecem, apenas, os peões e boiadeiros que com eles lidam, mas desconhecem os donos e os acionistas da fazenda e do matadouro-frigorífico.

Por outro lado, as técnicas de propaganda e marketing desenvolvidas para vender, sutilmente, produtos, necessidades, ideias e valores, são constantemente empregadas pela mídia, em todos os países do mundo, em benefício destas elites detentoras do poder e por elas custeadas, notadamente as elites financeiras, hoje em dia voltadas para a implantação do comunismo com vistas ao que denominam de uma Nova Ordem Mundial. 

As poucas elites financeiras perceberam que a competição capitalista era predatória. Em busca do crescimento das empresas, da conquista de novos mercados e de novas fontes de suprimentos minerais e recursos naturais, surgiam inúmeros conflitos que terminavam em guerras. Julgaram as elites financeiras, que fornecem capital para todos os países, que com a implantação do comunismo a nível mundial, com um governo único, com uma religião única (ou sem religião), com uma moeda única (um micro chip implantado no corpo, contendo todos os dados relativos ao indivíduo, para todas as suas transações), com uma justiça única, com o fim dos países e do patriotismo, com a redução da metade da população mundial e eles por detrás deste governo mundial fornecendo dinheiro, o mundo teria atingido o ápice de controle global, que seria autossustentável. Só que a população mundial, como alvo desta maquinação e única vítima de seus efeitos, jamais foi consultada a respeito do assunto. 

Avram Noam Chomsky, filósofo, linguista e ativista político norte-americano, professor catedrático há mais de quarenta anos no MIT, embora de tendência esquerdista, deu enorme contribuição à Linguística, à Ciência e à Psicologia, de um modo geral, e à Psicologia Evolucionária, à Ciência da Computação, à Política, à Economia e às Ciências Sociais, de maneira particular, através de seus livros e de suas teorias. O que ele escreveu a respeito destes temas, todavia, ao mesmo tempo em que vale para as elites de direita vale para as elites de esquerda.

Em suas conferencias, denominadas ‘Visões Alternativas’, ele apresenta uma lista de dez princípios de que se utilizam frequentemente às classes dominantes (nacionais e internacionais, de direita ou de esquerda), objetivando levar os cidadãos a, inconscientemente, apoiarem os interesses destas classes, interesses estes que, em sua maior parte, são totalmente diversos daqueles dos indivíduos (e até mesmo conflitantes), objetivando a manipulação econômica e social de comunidades, países e nações. Os princípios listados por Chomsky, já bastante conhecidos do público em geral, podem ser assim sintetizados: Estratégia da Distração (Consiste em desviar a atenção do público dos problemas importantes e das mudanças decididas pelas elites políticas e econômicas); Estratégia de Criar Problemas e Depois Oferecer a Solução (Consiste na criação de uma situação problemática, objetivando causar reação popular, a fim de que o público clame pelas medidas que as classes dominantes, anteriormente, desejavam implantar, sem, contudo, contar com o apoio popular); A Estratégia da Ação Gradual (Consiste em aplicar, gradualmente, uma medida inadmissível, em um prazo ampliado, para que, com as novas condições impostas, as mudanças radicais sejam aceitas sem contestação ou revolta pela população); A Estratégia de Adiar (Consiste em provocar a aceitação de uma decisão, que seria impopular, apresentando-a como dolorosa e necessária, porém para aplicação futura. Isto dá mais tempo aos indivíduos para se acostumar à ideia de mudança e de aceita-la com resignação quando chegar o momento, já que é mais fácil aceitar um sacrifício futuro que um sacrifício imediato); Falar ao Público Como se Este se Tratasse de Crianças (Consiste em dirigir-se ao público alvo como se o ouvinte fosse uma criança ou um deficiente mental, objetivando a que este responda ou adote reações mais infantis e desprovidas de sentido crítico); Utilizar o Aspecto Emocional Muito Mais que a Reflexão (Consiste em neutralizar o sentido crítico dos indivíduos, produzindo um curto-circuito em sua análise racional dos fatos. Com isto, abrem-se as portas para o acesso ao inconsciente individual para implantar ou injetar ideias, desejos, medos, temores e compulsões, que induzam determinados comportamentos); Manter o Povo na Ignorância e na Mediocridade (Consistiria esta técnica em fazer com que o público, em geral, fosse incapaz de compreender a tecnologia e os métodos, utilizados para o seu controle e para a sua escravização; assim, a qualidade da Educação proporcionada às classes mais inferiores deveria ser a mais pobre e medíocre possível, de modo a que a distância entre as classes sociais permanecessem inalteradas, no tempo, e fosse impossível às classes mais baixas alcançarem a igualdade de oportunidades entre todos os cidadãos); Estimular o Público a Ser Complacente com a Mediocridade (Consiste em fazer o povo acreditar que está na moda a vulgaridade e o baixo nível, a incultura, a admiração dos personagens sem talento ou sem nenhum mérito, o desprezo as coisas intelectuais, o exagero no culto ao corpo e a desvalorização do espírito de sacrifício e do esforço pessoal); Reforçar o Sentimento de Culpa Pessoal (Consiste em fazer crer ao indivíduo que ele é o único culpado pela própria desgraça, seja por insuficiência de inteligência, de capacidade, de preparação ou de esforço. Com isso, ao invés de rebelar-se contra o injusto Sistema Econômico e Social, o indivíduo se desvaloriza, se culpa, produzindo em si mesmo um estado depressivo que lhe inibe a capacidade de reagir contra o Sistema. Sem reação torna-se impossível uma revolução); Conhecer os Indivíduos Melhor do que Eles Mesmos se Conhecem (Consiste em estudar e coletar informações, através de técnicas, de tecnologias e do avanço científico, sobre os cidadãos, de modo a conhecê-los melhor do que eles mesmos se conhecem. O Sistema Dominante em qualquer país tem desfrutado de um avançado conhecimento do ser humano, tanto da forma física como psicológica. Com isto, o Sistema exerce um maior controle e poder sobre os indivíduos, muito superior ao que estes imaginam). 

Os principais interesses milionários mundiais giram em torno das fontes energéticas (petróleo e derivados, gás natural, hidrelétricas, etc.), do setor financeiro (bancos), da indústria química, petroquímica e farmacêutica, da mineração, da construção civil (empreiteiras), da indústria bélica e da mídia, sob as suas várias formas.

 O Dr. Mathias Rath, médico e cientista alemão, que luta contra o cartel da Indústria Petroquímica e Farmacêutica e vem denunciando o que chama de ‘Agenda do Mal’, por trás das atividades do ‘Complexo Industrial que Lucra com a Doença’, tem sido perseguido e atacado pela multimilionária indústria farmacêutica, “que não previne a cura, apenas trata as doenças” - segundo Rath afirmou em 2009, em ‘Denouncer of Modern Medicines’. (Disponível no link HTTP://www.guardian.co.uk/word/matthiasrath.).

Alguns cientistas têm insistido em que determinados vírus são, propositadamente, desenvolvidos em laboratórios, que também desenvolvem as vacinas contra eles. Primeiro espalham os vírus pelo mundo e depois comercializam as vacinas. Um esquema mundial de notícias, através de todas as mídias, se encarregaria de atemorizar os governos e as populações, levando os primeiros a adquirirem grandes lotes destas vacinas e os segundos a tomarem-nas. Outros afirmam que os aditivos, corantes, conservantes, estabilizantes, acidulantes, etc., utilizados pela indústria alimentícia, são fatores cancerígenos tolerados pelas autoridades, face ao montante de impostos gerados pela indústria alimentícia mundial. Da mesma forma, a indústria do fumo e a de bebidas é, também, tolerada em razão dos impostos que os governos arrecadam. Os herbicidas, os pesticidas e os inseticidas, fazem parte da monumental indústria petroquímica e os governos, pela mesma razão, são tolerantes com os seus usos, quase sempre sem o menor cuidado com respeito à contaminação da fauna, dos alimentos, do solo, dos rios, dos lagos e das lagoas. Tudo isto leva a morte de seres humanos, sem maiores críticas ou resistência por parte dos indivíduos, de ONG’s e de organismos internacionais (que muitas vezes compactuam com estas ações e até as incentivam).

“Uma ramificação desse gigantesco Complexo está em curso, nas últimas décadas, sendo menor em estrutura, mas tão importante quanto o Industrial Militar, ao qual pretendemos chamar de CIMF - Complexo Industrial Militar Farmacêutico. Será demonstrada a ligação existente entre os principais atores desse Complexo formado por Estados, militares e empresas privadas, através do estudo de caso do antiviral TAMIFLU”- afirmam D. Runtvalt e E.S. de Albuquerque, em seu trabalho “Complexo Industrial Militar Farmacêutico e a Construção da Hegemonia Norte-Americana no Século XXI”. Revista de Geopolítica. Natal, RN. Volume 3, número 1, jan/jun 2012. Este complexo Industrial Militar Farmacêutico existiria em todos os principais países desenvolvidos, que buscam o domínio mundial e a hegemonia econômica, militar, política e ideológica.

      “Agora que enfrentamos outra crise econômica e de hegemonia profunda, produtos de uso militar, desenvolvidos por laboratórios públicos e privados de biotecnologia, podem representar outra fonte de lucros para as empresas farmacêuticas. Neste artigo foi apresentado apenas um caso de ligação íntima entre políticos, militares e empresas privadas, mas que bem pode ser indicativo de novos ‘lobbies’ no coração da democracia ocidental” (Runtvalt & Albuquerque, 2012).

 “Os Estados Unidos, com um orçamento militar de 399,1 bilhões de dólares e 19,3 bilhões adicionais para o programa de armas nucleares, gasta mais de um bilhão de dólares por dia em despesas militares, mais de 46 milhões de dólares por hora e mais de 760 mil dólares por minuto. Comparando-se o que os EUA gastam em sua máquina de guerra e morte, com aquilo que seria preciso para por fim aos grandes flagelos mundiais que afetam milhões de seres humanos, constata-se que o custo anual adicional para garantir educação básica para toda a população mundial, equivaleria à verba que os EUA gastam em cinco dias e meio com despesas militares. O custo anual adicional para assegurar água e saneamento para todo o planeta é o que os EUA gastam em oito dias e meio com despesas bélicas. Com mais treze bilhões de dólares seria possível garantir saúde básica e nutrição em todos os países em vias de desenvolvimento. A máquina militar dos EUA consome isto em menos de doze dias”- declarou, por sua vez, J. Cadima em seu trabalho “O Negócio do Armamento e o Complexo Industrial Militar”, apresentado no Fórum Social Português, em 2003. 

Isto que foi dito a respeito das despesas norte-americanas vale também para países como a China, a Rússia, a Alemanha, etc.

A hipermassificação da mídia sobre a saúde, por sua vez, tem produzido, em minha opinião, sobretudo nos países do Terceiro Mundo, mais influências negativas do que positivas. A propaganda constante na mídia sobre o uso de medicamentos, cujo único objetivo é apenas o do lucro e não a orientação médica tem conduzido às populações destes países, na ausência de rígidos controles estatais sobre a venda de medicamentos, a se automedicarem indiscriminadamente com antibióticos (que acabam por perder a eficácia quando usados em doses inadequadas e por prazos insuficientes, dando origem ao surgimento de germens resistentes àqueles medicamentos) e com outros fármacos (que quando tomados inadequadamente produzem efeitos colaterais ou podem causar dependência química e psíquica).

Outro efeito danoso, da hipermassificação da mídia sobre a saúde, é o estabelecimento de uma “cultura do corpo”, segundo a qual “um corpo são e bonito é mais valorizado que uma mente sã e culta”. A beleza física, incentivada pela mídia com objetivos financeiros e de desinformação, passa a ser o ideal de todos os jovens, que, muitas vezes, não hesitam em frequentar academias e ingerir drogas anabolizantes para aumentar a massa muscular e os lucros da Indústria Químico-Farmacêutica. Meninas, jovens e mulheres, incentivadas pelo que vêm na mídia, sonham, desde cedo, com a realização de cirurgias plásticas (que, em muitos casos, visariam corrigir imperfeições apenas existentes aos olhos delas próprias); das quais, algumas poderão guardar graves sequelas para o resto de suas vidas. A livre propaganda sobre medicamentos que melhoram o desempenho sexual faz com que muitos jovens passem a usá-los, desnecessariamente, causando, por vezes, a dependência psíquica e física destes fármacos. 

A propaganda feita junto à própria classe médica, pelos laboratórios, apresentando novos medicamentos para determinadas patologias (medicamentos estes, muitas vezes, ainda não comercializados nos países desenvolvidos), tem, quase sempre, por finalidade principal a de serem prescritos e testados nos habitantes dos países do Terceiro Mundo, antes de serem postos à venda nos países do Primeiro Mundo. Este é, sem dúvida, um mercado milionário.

Campanhas na mídia, visando estigmatizar determinados alimentos de consumo milenar pelas populações do mundo todo, associando-os às doenças coronarianas (como, por exemplo, a carne e a gordura do porco, os ovos e produtos lácteos, etc.), objetivam, quase sempre, abrir caminho para novos produtos industrializados, concorrentes daqueles tradicionais alimentos naturais. Estudos científicos comprados por milhares de dólares, por vezes, são elaborados apenas para apoiar e oferecer credibilidade às noticias, veiculadas pela mídia, visando à promoção de algum novo produto alimentício ou de um novo fármaco-químico.

As próprias campanhas de vacinação em massa contra a gripe e outras viroses, ao incentivarem a vacinação de todas as populações (criando, de certa forma, um clima de pânico), não alertam suficientemente a estas populações sobre os efeitos colaterais, muitas vezes graves, do uso das vacinas por pessoas saudáveis que, não fazendo parte de grupos de risco, não necessitariam a rigor delas se utilizarem. Como os interesses envolvidos são milionários, todos os anos, as populações mundiais são incentivadas, por campanhas na mídia, a se utilizarem das vacinas, notadamente àquelas contra a gripe. Quem já sofreu com algum efeito colateral de vacinas, como a Síndrome de Guillain-Barré, ou já apresentou quadro de Polineuropatia Desmielinizante Inflamatória Crônica, por exemplo, sabe do que estou falando. 

Com respeito às recentes vacinas produzidas em todo o mundo contra o Covid 19, além de terem sido elas desenvolvidas a “toque de caixa”, as autoridades não estão alertando as populações sobre os efeitos colaterais graves que, sem dúvida, todas as vacinas podem proporcionar àqueles que delas fazem uso. Como este é um comercio milionário, compreende-se a razão pela qual querem, inclusive, tornar obrigatório o seu uso em nosso país.

“No ano de 2008, em decorrência de surto de febre amarela em algumas regiões brasileiras, em razão do pânico gerado por cobertura sensacionalista da mídia, grande parte da população tomou vacinas de modo equivocado. Com isto, muitas pessoas tomaram vacinas mais de uma vez, ocasionando, inclusive, a morte de uma paciente que apresentava contraindicação formal a vacina, pois usava imunossupressores em razão de um quadro de Lupus” – declarou P. Pinheiro, em ‘Vacinas – calendário – efeitos colaterais e contraindicações. 2009. (Disponível em HTTP://www.mdsaude.com/2009/05/vacinas-calendariodevacinação-efeitos.html). 

Note bem, caro leitor, não sou contra o uso de vacinas, desde que o paciente faça parte de grupos de risco, que sejam prescritas pelo médico do mesmo e não por incentivo da Mídia ou obrigação dos Governos; já que, interesses milionários comandam a aquisição e a aplicação de vacinas no mundo todo. Ademais, existe muita controvérsia sobre os componentes destas vacinas em desenvolvimento contra o Covid 19; algumas delas, como as de RNA mensageiro, penetrarão no DNA humano, segundo processo cujas consequências ainda são desconhecidas.

Comparo, pois, a população mundial, que desconhece grande parte das regras que regem as relações de domínio e de servidão, como um rebanho bovino: “São como cegos andando no escuro.” São incapazes de perceber que estão participando de um jogo em que eles serão sempre os perdedores, pois a banca, que não lhes pertence, sempre ganha. Ao longo das últimas décadas, a troco de muito dinheiro, os donos do poder conseguiram infiltrar pessoas de confiança, e ideologicamente comprometidas com o marxismo, em organismos nacionais e internacionais. Reparem que leis, portarias, decretos e normas, idênticas e sobre um mesmo assunto, foram implantadas em quase todos os países do mundo nas últimas duas décadas: casamentos entre pessoas do mesmo sexo; ideologia de gênero; comportamento politicamente correto; lei de imigração, abrindo as fronteiras dos países; etc. Evidentemente, isto é algo orquestrado pelos donos do mundo, que têm poder suficiente para fazer com que seus desejos sejam executados em todos os continentes.

Assim, a maior parte dos seres humanos, como cegos andando no escuro, seguem suas míseras existências tendo que decidir questões vitais sem possuir o menor conhecimento do assunto em pauta e sem contar com nenhum grau de liberdade (a quantidade de informação que os seus dados fornecem, que você pode "gastar" para estimar os valores de parâmetros populacionais desconhecidos, e calcular a variabilidade dessas estimativas. Esse valor é determinado pelo número de observações em sua amostra e o número de parâmetros em seu modelo).

 A própria mídia, financiada pelos donos do mundo, se encarrega de promover desinformação e de fornecer contra informação, de forma a confundir e alienar as massas humanas. Usando de toda a sinceridade, não vislumbro a possibilidade do surgimento de uma elite do bem, que se sobreponha a elite do mal que até agora tem dominado o nosso planeta.


_*/ Economista e doutor pela Universidade de Madrid, Espanha.






quinta-feira, 10 de dezembro de 2020

 409. Estaria o Criador tentando se vingar de suas criaturas?


Jober Rocha*


Recentemente tive a oportunidade de ouvir uma palestra de um renomado mestre espírita que revelava quem são aqueles seres humanos que a pandemia veio buscar.

Dizia ele que a pandemia veio de Deus e que veio buscar aqueles que estavam inscritos no livro onde se contabilizavam os débitos de mortalidade. A própria pandemia daria maior liberdade aos que ficariam vivos neste mundo ainda em ebulição. 

Toda grande transformação, segundo ele, produzia o caos, momento de transição, de provas e de calamidades. Este seria o caos de uma nova ordem que viria para melhorar a Terra, para mudar as nossas vidas, a nossa existência terrestre e reduzir o mundo de suas mazelas.

Em que pese toda a admiração que este famoso mestre espírita sempre me despertou, creio que ele disse diversas impropriedades em sua palestra, não sei se inspirado por algum espírito, pouco esclarecido sobre as coisas mundanas, com o qual consegue dialogar quando inspirado de forma mediúnica. 

Como tenho lido muito sobre a Nova Ordem Mundial, ordem esta que está, aos poucos, sendo imposta aos habitantes do planeta por diversas personalidades do mundo financeiro (todas vivendo nas sombras e comandando o mundo através de seus prepostos) que desejam implantar o caos neste planeta por razões que nada têm a ver com o Criador de todas as coisas, conforme afirmou o mestre espírita, resolvi enviar uma carta aberta ao Criador, solicitando explicações para este e diversos outros acontecimentos supostamente produzidos por Ele, mas cujas explicações mundanas ou religiosas até hoje não me convenceram. Afinal, estaria o Criador tentando se vingar de suas criaturas? Segue, pois, o teor da minha carta: 


  Prezado Criador do Universo, Inicialmente - na hipótese de que você realmente exista e que, também, seja o responsável pela criação da vida humana - serei eternamente agradecido por me haver dado o sopro da vida e por permitir que, através de inúmeras encarnações – se é que estas também ocorram -, meu espírito possa evoluir em busca da luz do conhecimento e da perfeição espiritual. 

Entretanto, por mais que as religiões e as correntes filosóficas tentem explicar aos seres humanos, quem na realidade somos nós, de onde viemos e para onde vamos; além das razões por que a civilização humana se apresenta da forma como a conhecemos nesta passagem pelo planeta Terra, algumas dúvidas ainda insistem em permanecer na minha mente e em meu coração de filho grato; porém, de espírito muito curioso, amante da Sabedoria e um pouco rebelde.

Minha primeira dúvida diz respeito à razão pela qual você, pai justo e imparcial que é, consentiu em privilegiar um determinado povo e uma determinada religião com o seu amor e as suas benesses, em detrimento de outros povos e de outras religiões (Genesis 9 – Deus disse a Noé e seus filhos: “De minha parte, vou estabelecer minha aliança convosco e com vossa descendência...”); bem como, qual o motivo que o levou a privilegiar o homem em relação à mulher (Genesis 3 – “Teus desejos te arrastarão para o teu marido e ele te dominará...”). Digo isto porque em um livro considerado sagrado, a Bíblia, determinado povo sempre afirmou que fez um pacto com você e que, portando, era o povo por você escolhido. Por sua vez, uma determinada religião, aqui mesmo neste planeta, afirma que os seres humanos só chegarão a você através dela. Esta religião possui até um representante Seu que, da mesma forma que você sempre o foi, também é infalível em suas decisões. Além disto, a maioria das religiões por aqui existentes possui templos luxuosos que necessitam, cada vez mais, de recursos financeiros para se expandirem e, algumas religiões, falando em seu nome através de livros que consideram sagrados, apresentam a mulher como um ser inferior ao homem e a discriminam desde tempos imemoriais, conforme já mencionado. 

Dizem até que o homem foi criado primeiro, evidenciando uma inegável descrença em sua onipotência; posto que, com o seu incomensurável poder, certamente deverá ter criado ambos no mesmo momento. Serão verdades estas afirmações daqueles que se apresentam como seus representantes aqui na Terra? Você, realmente, além de ter representantes, possui preferências por povos, religiões, raças e sexos? Porque você só permite que haja santos e só realiza milagres no seio de uma determinada religião? Você necessita mesmo de templos luxuosos para se hospedar em suas passagens pela Terra, ou você se contentaria em habitar lugares mais modestos, como os mares, os rios, as montanhas e os corações dos seres humanos?

Por outro lado, qualquer religião que não objetivasse o domínio de corações e mentes - pelo poder que tal fato representa - deveria ver nas demais religiões grandes parceiras de um mesmo fim, qual seja, o de agradecer nossas existências ao Criador do Universo e da vida e não a de considerar as demais religiões e crenças como inimigas, em um combate sem tréguas, como ocorre desde tempos imemoriais com as principais religiões aqui deste planeta.

Perdoe-me por apresentar estes questionamentos, mas acredito que aqui na Terra estejam propagando boatos inverídicos acerca de Suas ações com respeito a nós, seres humanos, para que venhamos a nos indispor uns contra os outros e contra o nosso criador, criando, assim, uma monumental cizânia.

Minha segunda dúvida, caso não sejam verdadeiras estas preferências anteriormente mencionadas, se refere, ainda, a razão pela qual Você tem permitido, desde o início dos tempos, até o tempo presente, a existência de seres dominadores e de seres dominados? Neste caso, não estaria realmente evidenciada a Sua preferência por alguns de Seus filhos, em detrimento dos outros? Os dominadores (reis, caciques, imperadores, califas, presidentes, elites, etc.), a quem todos estamos subordinados, sempre afirmaram que chegaram até onde chegaram e que dominavam os povos e as populações a eles submetidos, pela graça de Deus; isto é, pelo Seu consentimento e aprovação, afirmando, ainda, que Você os autorizou a continuar eternamente dominando os seres humanos, quer por hereditariedade, quer por alternância no poder entre eles mesmos (grupos, famílias, elites, etc.). Caso não sejam verdadeiras estas afirmações, sugiro que, de alguma forma, dê ciência às Suas criaturas da falsidade de tais assertivas e promova uma total reviravolta nas crenças e crendices que por aqui vicejam.

A terceira dúvida me ocorre quando vislumbro a desigualdade reinante no planeta como um todo: alguns países são mais desenvolvidos que outros culturalmente, economicamente, socialmente, etc. Algumas pessoas são mais bem aquinhoadas do que outras seja em termos de beleza física, de saúde, de riqueza, de inteligência, etc. Creio que se isto ocorre é porque Você assim o quis ou permitiu e, neste caso, não estaria também privilegiando alguns filhos em detrimento de outros?

Reconheço da minha parte que a evolução espiritual, assim como todo tipo de evolução, ocorre através de um processo dialético, no qual a tese e a antítese resultam na síntese, síntese esta que não é mais nem a tese nem a antítese; porém, alguma outra coisa que representa uma simbiose entre as duas. Assim, para que haja evolução espiritual, o ser humano deve conviver com as virtudes e com os vícios em seu caráter e, para a necessária evolução material dos povos e dos indivíduos, há necessidade da existência do contraditório e das diferenças, tanto entre os indivíduos quanto nas relações sociais. Entretanto, o primeiro pensamento que ocorre aos menos aquinhoados é o de que foram alvos de uma grande injustiça; pois, já iniciaram com uma largada mal feita na corrida pela existência. 

Tal pensamento não deixa de ser pertinente, principalmente, ao considerarmos que vivemos em um meio inóspito em que competimos entre nós mesmos e com as demais espécies existentes no planeta. A competição atual pelos alimentos, pelo espaço, pelos recursos naturais, pelos empregos e pela posse de bens, a que fomos levados ao longo dos tempos, independe daqueles novos seres humanos, cuja matéria e espírito estão chegando a este planeta neste momento através do nascimento; pois, é fruto de decisões tomadas, tanto anteriormente quanto na atualidade, por elites econômicas, políticas, religiosas e militares, que dominam os países e o planeta desde primitivas eras. Suponho que Você esteja a par disto tudo e que tenha permitido que assim seja; embora eu considere que um pai não deva privilegiar desigualmente seus filhos, dando mais para uns e menos para outros.

Com a hipótese de múltiplas encarnações, adotada pelos espíritas, pelos budistas, hinduístas, etc., posso imaginar que aquilo que hoje me afigura como uma tremenda injustiça, amanhã, poderá se revelar como fruto da maior sabedoria. Explico-me melhor: se nesta encarnação pertenci à plebe rude e ignara e fui pobre, feio, sem saúde e desprovido de inteligência, em uma próxima encarnação poderei ser totalmente o oposto, além de renascer em uma família pertencente à nobreza das classes dominantes. 

Todavia, vejo nesta hipótese, ainda, a manutenção da injustiça; pois, a plebe humilde, que preza as virtudes e combate os vícios, é, quase sempre, mais virtuosa que a elite que a domina e explora viciosamente. Assim, não creio que tendo feito parte da plebe em uma encarnação, na próxima poderei fazer parte da elite dominante; pois isto seria uma involução espiritual e, como a doutrina espírita bem deixa explicito, tal involução não ocorre com os espíritos. A existência, pura e simples, de uma única vida (uma única encarnação), como propalado por algumas religiões, salientaria ainda mais esta injustiça, pois não haveria a possibilidade do rodízio, tal como ocorre em uma dança das cadeiras; isto é, quem esteve em pé nesta existência, continuará eternamente em pé, não tendo a possibilidade de vir a sentar-se em uma próxima existência. Creio que me fiz entender...

A quarta dúvida que tenho se relaciona com aquilo que os filósofos chamam de Teodicéia; isto é, com a razão pela qual Você, todo poderoso e de bondade infinita, permite o sofrimento de Seus filhos. Reconheço que o ser humano sempre aprende pelo caminho mais difícil e que não viemos a este mundo para desfrutar de uma existência de total felicidade (como já diziam os filósofos Estóicos, Céticos e Cínicos, ao contrário dos filósofos Epicuristas que assim pensavam); pois, segundo minha convicção, está só seria destinada aos espíritos superiores e, assim mesmo, quando desencarnados. Reconheço também que o sofrimento humano é devido, conforme sabiamente afirmou Sidarta Gautama muito antes do nascimento de Jesus Cristo, aos anseios, aos desejos e aos apegos para a satisfação dos sentidos; ou seja, à realização das vontades do Ego, que prende o indivíduo ao ciclo das existências. Ao se eliminar o Ego, o sofrimento desapareceria. Todavia, segundo a concepção de vida que ora prevalece na sociedade terrena, o Ego é necessário para a evolução social do planeta e para que os Sistemas Políticos e Econômicos existentes sobrevivam e se expandam; isto é, os seres humanos precisam consumir cada vez mais, satisfazendo seus Egos, para que as indústrias e as empresas produzam, gerem empregos, paguem os impostos que custeiam as obras públicas, etc., etc., etc.

Vejo nisto uma contradição, que, certamente, Você já terá percebido muito antes do que eu. Como, todavia, permite que as coisas assim continuem a se desenrolar, não consigo atinar como deseja que todos nós venhamos a evoluir espiritualmente nesta existência se:

1. Para a evolução espiritual é necessário que as virtudes prevaleçam sobre os vícios e que os seres humanos se desapeguem dos desejos materiais, que os mantêm presos às existências encarnadas;

2. Para que os seres humanos possam sobreviver e se reproduzir, nos moldes em que a sociedade atual está estabelecida, certamente com o seu consentimento, é necessário que tenham um forte apelo consumista: isto é, que os indivíduos desejem cada vez mais bens materiais, para que as rodas da engrenagem política, econômica, psicossocial e militar continuem se movimentando, gerando empregos, pagando impostos, fazendo guerras, matando pessoas, construindo e destruindo; em suma, que através da prevalência dos vícios o Sistema continue a se expandir, permitindo que os espíritos continuem a ir e a vir, desta existência para outras e de outras para esta;

3. Como qualquer ser humano pode constatar as duas hipóteses anteriores são totalmente conflitantes; mas, estou certo de que existe uma razão para que assim seja e que eu é que não tenha conseguido percebê-la. Existindo esta razão, rogo para que, com respeito a ela, cientifique todos aqueles que pensam como eu, pois é muito ruim saber que devemos seguir pelo caminho indicado por Você e constatar que as autoridades que nos comandam exigem que sigamos pelo caminho por elas escolhido, totalmente diferente do Seu. O conflito gerado internamente, motivado por esta contradição, tem influído enormemente no aumento do stress, da depressão e dos distúrbios mentais das Suas criaturas, fazendo aumentar o consumo de bebidas alcoólicas e de substâncias químicas estupefacientes.

A quinta dúvida se refere aos cataclismos e aos grandes desastres, naturais ou não, que, periodicamente, afligem as populações do planeta, como as pandemias, e que alguns costumes antigos e algumas religiões afirmam haverem sido provocados por Você, pelo fato de nós, seres humanos, nos termos distanciado de Seus desejos e ensinamentos (parece que, na antiguidade, este foi o caso das cidades de Sodoma e Gomorra e do continente da Atlântida). 

Creio que em qualquer população, de qualquer parte do mundo, existam sempre indivíduos cujos espíritos se encontram em diferentes graus de evolução (uns muito elevados, outros medianamente e outros, ainda, em estágios atrasados de evolução). Um cataclismo (terremoto, tsunami, erupção vulcânica, pandemia, etc.), por vezes, mata milhares de pobres indivíduos de uma só vez, destruindo, quase sempre, suas moradias, cidades e vilas. Uma queda de avião ou o naufrágio de um navio, por vezes, ceifa centenas de vidas em um único momento. Evidentemente que, nestes casos, muitos espíritos evoluídos, que já poderiam deixar esta existência, desencarnarão junto com espíritos ainda não evoluídos, que, talvez, ainda necessitassem aqui permanecer um pouco mais. 

Embora saiba que tudo tem um propósito e que Você é fonte de amor e de infinita bondade, não consigo atinar sobre a necessidade de um efeito pirotécnico de tamanha magnitude trágica, para recolher, de volta à dimensão espiritual, aquelas almas cujo prazo de validade já vencera.  Poderiam todos aqueles infelizes desencarnar no aconchego do lar, vítimas de um simples infarto, de uma súbita queda de escada ou de alguma moléstia grave; a não ser que Você busque na tragédia destes eventos, impor o medo sobre as pobres almas sobreviventes, alertando para a necessidade de respeitarem e temerem as coisas do além. Se, realmente, Você é o verdadeiro idealizador dos cataclismos e dos grandes desastres, procure selecionar melhor a ocasião, o local e os participantes. Como sugestão, poderia ser incluído um maior número de dominadores, como vítimas destes eventos, de modo a buscar suavizar um pouco mais a existência dos dominados.

A sexta dúvida está relacionada com a morte de crianças e bebês. A explicação religiosa e espiritualista para tal fato me afigura como tristemente pobre. Dizer que faltava muito pouco para que aqueles espíritos atingissem a necessária evolução e que eles retornaram a este planeta para completar o breve tempo que lhes faltava, é uma explicação que tenta desmerecer Sua onisciência e Sua onipotência. 

É evidente que um pouco mais de vida em alguma das existências anteriores poderia proporcionar a evolução que faltava àqueles espíritos e evitar toda a dor dos pais e familiares enlutados destas crianças e bebês. Dizer que a morte prematura deles tinha por objetivo a evolução espiritual dos pais, me afigura como uma tortura psicológica, não condizente com a Sua tradição de amor incondicional. Creio, mesmo, que todos os seres humanos deveriam ter o direito de viver um determinado número de anos, igual para todos, de maneira a que os seus espíritos tivessem a mesma oportunidade de evoluir nesta existência. Em não sendo assim, muitos espíritos poderão questionar: - “Puxa vida, logo agora, quando eu estava evoluindo rapidamente, foram me chamar de volta”.

Creio que esta sugestão poderia ser levada em consideração e o assunto repensado com mais calma, já que decisões tomadas em sete dias (conforme rezam as escrituras) me afiguram como tempestivas para tão importantes temas, como estes aqui expostos.

Minha sétima dúvida diz respeito ao fato de, segundo algumas teorias religiosas, ao encarnar perdermos toda a consciência de nossas vidas anteriores. Como Você nunca se pronunciou sobre este assunto, de maneira categórica, diretamente para as suas criaturas, mas apenas mandou recados através de supostos representantes Seus, fica difícil para muitos de seus filhos entenderem quais os reais objetivos da Criação. É como receber um frasco de medicamento sem bula, quando não somos médicos: não saberíamos quando e como usar aquele remédio e para qual enfermidade serviria. Como sei que os remédios devem ser tomados com receita médica e que devo evitar a automedicação, acredito que o mesmo deveria se passar com relação à evolução espiritual. Os seres humanos deveriam ser informados, diretamente por Você, sobre quem haviam sido em outras vidas, o que Você espera deles nesta existência e como deveriam proceder para atender aos Seus desígnios para a vida deles. Caso contrário, ouvindo Seus desejos por intermédio de outras vozes, pode se dar que sigam por um caminho totalmente oposto àquele por Você desejado, por haverem entendido mal a orientação de seus mestres ou por seus mestres haverem entendido mal a Sua orientação. 

Por outro lado, se alguns resolverem seguir as próprias intuições e estas os levarem, também, para caminhos diferentes daqueles por Você planejados, não poderá jamais lhes imputar nenhuma culpa, pois, afinal, Você jamais lhes disse pessoalmente qual era o caminho que desejava que seguissem.

Minha oitava dúvida está relacionada ao fato de, segundo dizem e acreditam muitos, Você haver beneficiado com sua atenção e favores especiais alguns seres, em detrimento de outros. Novamente, me explico melhor: trata-se daquilo que diz respeito aos denominados ‘milagres’.

Inúmeros filósofos, muito mais sábios do que eu, meditaram sobre esta matéria anteriormente, e as conclusões a que alguns deles chegaram, como Você bem sabe, são apresentadas a seguir:

O filósofo e escritor Jean Marie Arouet, conhecido como Voltaire, em seu ‘Dicionário Filosófico’, afirma que: - “Segundo as ideias aceitas, os milagres seriam violações das leis matemáticas, divinas, imutáveis, eternas. Mediante essa exposição, o milagre seria uma contradição; já que uma lei não pode ser violada”. Voltaire afirma, ademais: - “Deus nada pode fazer sem razão, sendo impossível conceber que a natureza divina trabalhasse para algum homem, em particular, em detrimento dos outros; se constituindo a mais absurda das loucuras, imaginarmos que o Ser Infinito invertesse, em favor de alguns, o movimento dessas imensas molas que fazem mover o Universo inteiro. Assim, ousar supor que Deus realiza milagres é realmente insultá-lo (se é que os homens podem insultar a Deus), e desonrar de certo modo a divindade”. Voltaire cita, ainda, que, ao perguntarem a um filósofo o que diria se visse o sol deter sua marcha e os mortos ressuscitarem, o filósofo teria respondido: - “Tornar-me-ia Maniqueísta e diria que existe um principio que desfaz o que o outro fez”.

O filósofo Baruch Spinoza afirmava: - “Contra a natureza, ou acima da natureza, o milagre não passa de absurdo e Deus era mais bem conhecido graças à ordem e à necessidade da natureza do que por pretensos milagres”.

Alguns autores modernos especulam que, na impossibilidade da alteração de leis universais, imutavelmente por Você mesmo criadas, Deus atuaria, apenas, nos eventos probabilísticos. Assim, se um indivíduo tem grande probabilidade de contrair uma doença mortal, ou sofrer algum revés, Você poderia, em razão das súplicas e do merecimento deste, reduzir esta probabilidade, livrando-o completamente do mal.

A questão pelo visto continua e ainda continuará por muito tempo em aberto, na ausência de um pronunciamento oficial Seu, a respeito do assunto. O fato é que muitas religiões usam esta possibilidade para angariar prestigio e fortuna, em Seu nome.

As igrejas e o próprio espiritismo enfatizam para os seus adeptos a ideia do milagre, ou da ‘cura sobrenatural’ ou ‘mediúnica’, como forma de manter seus fiéis ou adeptos sempre vinculados àquelas instituições e aos seus sacerdotes, médiuns ou dirigentes.

A igreja católica chegou a criar centros onde tais milagres, supostamente, aconteceriam com certa frequência, como Lourdes (na França), Fátima (em Portugal) e Aparecida do Norte (no Brasil). As igrejas evangélicas fazem com que os supostos milagres, ocorram dentro dos próprios templos (com pastores fazendo supostas curas milagrosas, nos cultos ao vivo e naqueles transmitidos pela televisão, exorcizando os demônios dos fiéis); da mesma forma, o espiritismo também propicia supostas curas mediúnicas nos próprios centros espíritas. 

Em um destes centros, em meu país, um médium que supostamente receberia o espírito de um médico alemão, está respondendo a dezenas de processos, cíveis e criminais, por lesões corporais graves, ocorridas em cirurgias mediúnicas, por ele realizadas em frequentadores do centro espírita onde atua, com a utilização de facas e tesouras não esterilizadas.

Em minha modesta opinião creio que, com Sua onisciência, saberá das necessidades evolutivas e das aflições e sofrimentos de todas as suas criaturas e estou convencido de que os pedidos que, eventualmente, algumas Lhe dirijam, não deverão ser suficientes para alterar todo o planejamento para elas efetuado, prévio à encarnação e elaborado ainda na dimensão etérea, visando à evolução espiritual daquelas criaturas.

A nona dúvida que tenho refere-se à questão do Livre Arbítrio e do Determinismo. As religiões usualmente adotadas no Ocidente afirmam que todos os seres humanos possuem Livre Arbítrio, enquanto as religiões adotadas no Oriente reafirmam o Determinismo da existência humana. Da mesma forma, as correntes filosóficas e os filósofos não têm uma posição unânime sobre o assunto. 

  Com respeito ao posicionamento dos homens de Ciência terrestres, sobre o tema do Livre Arbítrio versus Determinismo, o pensamento científico, de uma maneira geral, como Você também já sabe, vê o Universo de maneira determinística, e alguns pensadores científicos creem que para predizer o futuro é preciso, simplesmente, dispor de informações sobre o passado e o presente. A crença atual, entretanto, consiste em uma mescla de teorias determinísticas e probabilísticas.   

Como Você pode ver o nosso conhecimento científico, filosófico e religioso ainda é muito precário com relação a este assunto, que é de fundamental importância para a nossa evolução espiritual. As opiniões se dividem e, na ausência de uma manifestação direta Sua, a respeito do tema, os seres humanos ficarão, eternamente, oscilando entre um e outro conceito, sem saber, ao certo, qual deles é o verdadeiro.

Por último, minha décima dúvida, diz respeito à razão pela qual Você tem permitido, ao longo da História, que suas criaturas sejam todas lideradas e comandadas não pelos indivíduos mais virtuosos e bem intencionados, mas, sim, pelos mais espertos e oportunistas. Se Você, pai amoroso, tem como objetivo para as Suas criaturas, nesta existência, a evolução através do sofrimento, compreendo que possa estar absolutamente certo. 

Entretanto, se for outro o objetivo desejado para nós, creio que algumas atividades, de maior relevância perante o Universo, têm ocupado Seu tempo e desviado o foco de Sua onisciência com respeito às Suas criaturas. Longe de mim qualquer crítica ou sentimento de revolta pela forma como nós, Suas criaturas, somos encaminhados do plano etéreo para desfrutarmos uma nova existência neste planeta. Na suposição de que existam novas existências em outros mundos ou em outras dimensões, espero que eventuais erros ou omissões, que porventura tenham escapado a Sua onisciência, e que possam ter ocorrido na vida humana transcorrida neste planeta, tenham sido corrigidos nestes demais mundos e dimensões, existentes pelo vasto Universo por Você criado. 

Enquanto aguardo com tranquilidade o vencimento do meu prazo de validade (ocasião em que será, sem dúvida, providenciada a minha partida para a dimensão etérea), fico no aguardo de alguma orientação Sua sobre como devo proceder, até lá, para a obtenção da máxima evolução espiritual possível nesta minha vida atual.


      Do seu filho e admirador agradecido,



Alguns dias depois de ter escrito esta carta aberta, recebi, em minha caixa de Correio, sem remetente e sem selo, a seguinte mensagem dentro de um envelope comum. Em um bilhete separado, no mesmo envelope, alguém se identificando como médium disse haver psicografado aquela mensagem a mim dirigida, já que o Criador, mais uma vez, não se manifestou pessoal e diretamente sobre a minha missiva:

  

 Meu querido e rebelde filho; recebi sua carta e aproveito um momento de repouso (após uma estafante semana transcorrida a mediar conflitos, de ordem material e espiritual, que ocorrem em todos os momentos, entre aqueles seres frutos da minha criação, neste vasto Universo), para responder as suas dúvidas e indagações.

  Querido filho, de início, lhe informo que nunca tive preferências por nenhuma das minhas criaturas. Deferências para com algumas, sim, pode ser que tenham ocorrido; mas foram devidas apenas àquelas que primeiro criei. Explico-me melhor: quando dei início ao processo de criação, nem eu possuía a experiência necessária de pai, nem as criaturas que criava possuíam a de filhos. Todos nós estávamos começando do zero. Em razão disto, é evidente que eu me apegasse mais àquelas criaturas que criei em primeiro lugar. Isto não significa, entretanto, que eu goste menos daquelas que vieram depois.

  Relativamente a sua primeira dúvida, informo que, realmente, ao longo da história humana, muitos boatos inverídicos e crendices foram e são propalados com o intuito de me incompatibilizar com as minhas criaturas. Uma destas crendices é de que basta me chamar, a qualquer hora do dia ou da noite, para que eu imediatamente venha à presença daquele que me chamou. Ora, todos os filhos possuem os genes dos pais; meus genes estarão sempre com vocês (esta é a verdadeira onipresença que me atribuem), não significando isto que eu necessite estar fisicamente ou mesmo espiritualmente ao lado de minhas criaturas quando invocado, até porque sou também requisitado, ao mesmo tempo, por outras criaturas em outros mundos e em outras dimensões. Não possuo preferências por povos, raças religiões ou sexos, pois não vejo meus filhos sob estas óticas. Tais distinções a exceção daquela referente aos sexos, foram por vocês mesmos estabelecidas. Eu, como você inteligentemente supôs em sua carta, criei todos os seres, inclusive o homem e a mulher, no mesmo instante. Com esta afirmação, espero haver esclarecido, definitivamente, o dilema que tem afligido a todos desde a origem dos tempos e que se resume em: “quem nasceu primeiro, o ovo ou a galinha?”.

  Com relação ao fato de as minhas criaturas serem dominadas ou dominantes, esclareço que esta, também, é uma distinção estabelecida pelas próprias criaturas. As razões pelas quais vocês se estruturaram desta forma, com certeza, foram as mais variadas: aptidão natural e/ou elevado nível intelectual de alguns para mandar, decidir e comandar; vocação natural e/ou reduzido nível intelectual de outros para serem comandados e obedecer; maior esperteza, ganância e orgulho de alguns que, iludindo aos demais, conseguiram obter vantagens sobre estes; necessidade de uma liderança para conduzir a todos os demais em segurança pelos caminhos da sobrevivência em um meio inóspito, etc. O que pretendo deixar bem claro é que eu, embora onisciente e onipotente, também não tenho todas as respostas. Outra vez me explico melhor: minha onisciência me permite saber o que minhas criaturas fizeram, mas não aquilo que ainda irão fazer. Neste particular, vigora o Livre Arbítrio de cada uma. O Determinismo, que também existe, diz respeito às grandes linhas de comportamento, ao planejamento geral evolutivo de cada criatura. Vários são os caminhos que conduzem ao objetivo previamente determinado e o Livre Arbítrio permite à criatura escolher qualquer um deles. Os seres espirituais não têm prazo para evoluir. Alguns caminham mais rapidamente, outros mais devagar; uns necessitarão de muitas encarnações, outros de poucas. Saiba, entretanto, que todos terão as mesmas e infinitas oportunidades, necessárias para concluir a evolução requerida. Para que? Não me pergunte isso agora, pois, com certeza não entenderia a minha resposta.

  Com respeito ao esquecimento sobre as vidas passadas, o que tenho a dizer é que cada existência é única; isto é, embora a evolução espiritual seja acumulativa, a evolução física jamais poderia ser, pois o espírito em busca da evolução deve, infinitamente, habitar em vários corpos e viver em vários mundos e dimensões diferentes. Após inúmeras encarnações em vários corpos e em locais diferentes, a lembrança destas vidas causaria enorme confusão na mente do ocasional corpo hospedeiro do espírito. Imagine quem já foi belo vivendo com uma nova aparência feia, quem já foi rico e poderoso vivendo como pobre e humilde e quem foi saudável vivendo doente. O sentimento que teriam seria de revolta e de inconformismo com a nova situação. Para que uma existência anterior não venha a prejudicar a seguinte, o véu do esquecimento é colocado sobre todas as criaturas, tão logo encarnam. Por outro lado, o conhecimento da realidade das múltiplas existências poderia ter um efeito perverso em algumas criaturas, qual seja o de abandonarem por iniciativa própria aquela atual vida, na qual não se julgavam satisfeitos, esperando voltar futuramente em uma melhor situação. Existem aspectos do fenômeno vida e morte que não podem ter sua realidade conhecida pelas criaturas, sob a pena de influenciar, para o bem ou para o mal, seus desempenhos quando encarnados.

Pense na coisa como se fosse um jogo de adivinhação no qual você, antecipadamente, conhecesse a resposta. Qual a graça em jogar tal jogo?

  Quanto aos cataclismos, às pandemias e aos grandes acidentes, informo que nada tenho a ver com eles. São eventos que ocorrem ou espontaneamente, em razão de acomodações geológicas, ou são provocados por falhas humanas, materiais ou até mesmo propositadamente, como parece ter sido está atual pandemia que assola o planeta. Acusar-me de estar por detrás destes episódios é má fé ou o desejo de esconder responsabilidades. O que deve ficar bem claro é que eu não posso ser responsabilizado por tudo aquilo que ocorre de, supostamente, errado na vida das criaturas. Todo aprendizado implica em erros e acertos ou, como você muito bem explicou, as criaturas evoluem dialeticamente. Assim, vocês acertam e erram por vocês mesmos. Não me envolvam nesta questão.

  Relativamente à morte de crianças e bebês, são também válidas as considerações anteriores, além de outras mais. Independentemente daqueles que morrem em decorrência de erros de diagnóstico médico, da falta de cuidados higiênicos dos pais, da eventualidade de acidentes imprevistos e inevitáveis, outro fator tem contribuído para tais casos. Trata-se do fato da proliferação descontrolada de minhas criaturas, talvez fruto do esgarçamento do tecido social que conduz a perda de valores morais. O fato é que as criaturas nunca se multiplicaram tanto como na atualidade. Ora, as espécies animais e vegetais que criei devem viver em harmonia no planeta, de forma autosustentável. Quando uma espécie vegetal se multiplica demasiada e descontroladamente com relação às demais (como quando se cultiva grandes áreas de terra com uma só espécie vegetal), surgem pragas agrícolas para reduzi-la, como um mecanismo da Natureza em busca do equilíbrio. Com os seres humanos, que se multiplicaram demasiada e descontroladamente com relação às outras espécies animais, ocorre o mesmo. As doenças humanas, motivadas por vírus e bactérias, são como as pragas agrícolas e objetivam manter um controle biológico sobre a proliferação das criaturas. Isto não quer dizer que não exista uma indústria de vírus e de vacinas, com objetivo de auferir lucros; bem como a guerra biológica, com objetivo de dominação. 

Estes vírus e bactérias atacam mais as crianças e bebês, por serem mais vulneráveis às suas ações, ações estas que objetivam reduzir a natalidade e o crescimento das populações humanas. Mais uma vez afirmo: - nada tenho a ver com isto, embora saiba que alguns destes vírus estejam sendo criados em laboratórios, com a finalidade de reduzir, de maneira mais rápida, a população do planeta. Volto a dizer que nada tenho a ver com isto, mas reduzam a taxa de natalidade, pois o planeta não comporta uma espécie de tamanha magnitude e preservem as outras espécies antes que elas se extingam. Sei que alguns irresponsáveis são contra o controle da natalidade, mas a proliferação descontrolada acabará por inviabilizar a vida humana no planeta. Ao contrário do que alguns afirmaram em meu, nome no passado, vocês não foram colocados aí, apenas, para crescer e se multiplicar descontroladamente, mas para evoluir espiritualmente.

  Com respeito a beneficiar algumas criaturas de modo especial, em detrimento de outras (aquilo que você denominou de milagre em sua carta aberta), informo-lhe que jamais o fiz. O processo de criação do Universo requereu, da minha parte, a criação de tantas e imutáveis Leis Físicas, Matemáticas, Químicas e Biológicas, objetivando a que o mesmo permanecesse em equilíbrio estável, que a suspensão de alguma destas Leis, visando a beneficiar quem quer que fosse, poderia proporcionar um efeito desestabilizador no sistema, que acabaria por fazer ruir todo este Universo que construí com muito esforço, dedicação e carinho, e que espero dure para sempre.

  Quanto a colocar como elites dominantes as mais espertas, levianas, egoístas, desumanas, aproveitadoras e malignas criaturas; creio que este é um problema que diz respeito, exclusivamente, a vocês. Milhões de seres humanos apenas se interessam por coisas frívolas e fúteis, não demonstrando o menor interesse por assuntos de ordem política, por aprender e evoluir. Ora, aproveitando-se disso, criaturas mais espertas apresentam-se como pastores, aptos a conduzir aqueles pacíficos rebanhos para a tosquia ou para o matadouro. Se eu interferisse neste assunto, vocês perderiam uma boa oportunidade de aprender, por si mesmo, a conduzir os seus destinos com sabedoria. Por esta razão, não me envolvo e jamais me envolverei neste assunto. Que fique bem claro para você, que os seres humanos não são fruto do acaso, pois o acaso só existe nos exemplos citados pelos professores nas aulas de Teoria das Probabilidades, quando dizem aos seus alunos: - “Jogando-se um dado ao acaso, qual é a probabilidade de sair um seis?”

  Ao criar os seres humanos (que não possuem minha imagem e semelhança, posto que em outros mundos e em outras dimensões criei seres diferentes de vocês e que também carregam consigo o meu DNA) e conduzi-los para uma existência no planeta Terra, tive por objetivo proporcionar-lhes uma escola de aprendizado, voltada, tão somente, para a evolução espiritual. Todavia, nenhum professor pode fazer muito se seus alunos não quiserem aprender. O aprendizado depende mais da vontade do aluno do que do esforço do professor. Quem deseja mesmo aprender, acaba por transformar-se em um autodidata. Assim, as reclamações que minhas criaturas apresentam, como sendo devidas à minha incúria, são devidas, na verdade, ao comodismo, à preguiça e à falta de interesse destas próprias criaturas, com relação ao aprendizado necessário para sua evolução. 

Embora eu não haja criado nenhuma religião, algumas delas passaram perto daquilo que eu reputo como o conhecimento da Verdade; isto é, a resposta àquelas três perguntas que todos vocês fazem sempre que se encontram deprimidos ou filosofando. Alguns filósofos, também, intuíram alguma coisa sobre quem são vocês, de onde vieram e para onde vão. O que posso adiantar a respeito (e que talvez contribua para lhe tranquilizar) é que, primeiramente, o espírito é imortal e tem por objetivo a evolução. Em segundo lugar, ele não tem prazo para evoluir, traçando o seu próprio caminho evolutivo através dos tempos. Em terceiro lugar, por mais que alguns seres humanos distorçam a finalidade da criação e o objetivo das criaturas, o fato é que a riqueza, o poder, o prestigio, a saúde, a beleza física, etc., não representam a finalidade pela qual vocês ai se encontram, não duram para sempre e não podem ser levados para o etéreo junto com o espírito. A criatura levará, apenas, aquilo que aprendeu quando encarnada. Lembre-se que evoluir é uma característica individual, que ninguém pode processar pelo outro, muito menos eu que os criei.

Com relação ao conflito, por você levantado, entre a necessidade de eliminar o EGO para a evolução espiritual e a necessidade de conservar o EGO para a evolução dos Sistemas Econômicos, Políticos, Psicossociais e Militares, gostaria de ressaltar que ambas as coisas poderiam ocorrer, desde que fossem mais planejadas por elites bem intencionadas e desprovidas de ganância, de egoísmo, de orgulho, de soberba, etc. Explico-me melhor: se vocês, minhas criaturas, fossem chefiadas por autoridades virtuosas e bem intencionadas, que tivessem como única preocupação conduzir bem os seres humanos no rumo da evolução espiritual, certamente haveria um meio termo em que as populações poderiam conviver em um Sistema Econômico sustentável, com baixo consumo ambiental, sem desperdício e com preservação da natureza. Neste sistema o Ego poderia vir a ser, não digo eliminado; mas, sensivelmente reduzido, permitindo uma tranquila evolução do espírito. Conseguir isto só depende de vocês, pois eu, como já disse anteriormente, jamais interferirei no aprendizado de minhas criaturas.

Finalmente, gostaria de lhe dizer da imensa saudade que nutro por você, em especial, e que, como você possui boas ideias e vejo que está do meu lado e do seu presidente (pois ambos me colocam sempre “acima de tudo”), querendo ajudar, gostaria muito de conversar pessoalmente com você qualquer dia desses. Vá se preparando... 


                                                                  Papai


_*/ Economista e doutor pela Universidade de Madrid, Espanha.