sábado, 17 de junho de 2017

141. Globalização: a última grande ideologia política

Jober Rocha*


      O termo ideologia foi inventado pelo conde Antoine Louis Claude Destutt de Tracy (1754-1836), pertencente à Escola dos Ideólogos, que o definiu como a Ciência das Idéias. Outros sentidos e significados foram sendo acrescentados ao longo dos anos: deformação da realidade; conjunto de idéias e opiniões de uma sociedade; falsa consciência entre o trabalho manual e o intelectual; instrumento de dominação que age através do convencimento, alienando a consciência; discurso ou ação que mascara um objeto, mostrando apenas a sua aparência e escondendo suas verdadeiras qualificações, etc. Embora, segundo os estudiosos, ideologia possua uma concepção neutra (a de conjunto de idéias, de pensamentos, de doutrinas ou de visões de mundo, de um indivíduo ou de um grupo orientados para suas ações sociais e, principalmente, políticas) e outra crítica (instrumento de dominação que age por meio de convencimento, persuasão ou dissuasão, mas não por meio da força física, de forma prescritiva, alienando a consciência humana), o sentido que queremos dar ao presente texto é o primeiro deles.
   A fértil mente humana, com a sua insuperável capacidade de imaginar e de criar (não importa se verdades ou mentiras, coisas úteis ou inúteis), imaginou, ao longo do tempo, as seguintes ideologias principais:
1.  Anarquismo: ambientalista; individualista; religioso; social; comunista; capitalista e de outros tipos (indigenista, autárquico, etc.);
2.  Comunismo: marxismo; leninismo; comunismo à esquerda; comunismo não marxista; etc.;
3. Conservadorismo: geral (liberalismo, neo-conservadorismo, etc.); agrarianismo; carlismo; democracia cristã; monarquismo; tradicionalismo; etc.;
4. Ambientalismo: eco-feminismo; eco-capitalismo; anarco-naturismo; sindicalismo verde; eco-socialismo; etc.;
5. Feminismo: geral (mulherismo, feminismo socialista, anarco-feminismo, etc.); feminismo não religioso; feminismo religioso; movimento LGBT; masculinismo; etc.;
6.  Liberalismo: geral; libertarismo; radicalismo; etc.;
7. Nacionalismo: geral; fascismo; nazismo; variantes regionais (integralismo, peronismo, gaulismo, etc.); sionismo; movimentos de unificação (pan-arabismo, pan-africanismo, etc.); outros;
8.  Religiosa: geral (teocracia); budismo (anarquismo budista); cristandade (fascismo clerical, direita cristã); hinduísmo (nacionalismo hindu); islamismo (anarquismo islâmico, socialismo islâmico); judaísmo (sionismo religioso, anarquismo judaico);
9.  Socialismo: geral; marxismo; anarquismo social; socialismo reformista; socialismo democrático; social democracia; variantes regionais (bolivarianismo); socialismo religioso, socialismo revolucionário;
10.  Centrismo: democracia cristã; terceira via; distributismo; centro radical.

      Estas ideologias, ao longo da História Humana, têm arrebatado os corações e as mentes de enormes parcelas populacionais que se digladiam, muitas vezes, em praças públicas ou através da WEB, para vê-las adotadas nos quatro cantos do planeta. Algumas saem vencedoras e acabam implantadas, em determinadas situações, locais e épocas. Pouco tempo depois, estas mesmas ideologias que fizeram sucesso são destronadas e substituídas por outras, que, por sua vez, tiveram a nova graça de cair no gosto popular ou serem impostas, seja lá por que razões conjunturais.
      As ideologias políticas, que se propõem a justificar sistemas econômicos ou movimentos sociais e que almejam ter uma abrangência mundial, segundo penso, estão fadadas ao insucesso e deverão futuramente, apenas, fazer parte da história do pensamento humano. Conforme destaco no título deste texto, serão todas substituídas pela ideologia da globalização e isto se deve a algumas razões, que iremos discutir a continuação. Por sua vez, as Ideologias que objetivam, tão somente, alcançar pequenas parcelas da população ou grupos, com objetivos específicos e sem a pretensão de se tornarem hegemônicas, estas jamais terão os seus dias contados, da mesma forma como ocorre com as seitas e organizações esotéricas que, quando perdem a liberdade de atuar abertamente, passam a agir de maneira secreta ou clandestinamente.
             Em primeiro lugar, vale destacar que as ideologias sempre estiveram a serviço de grupos (econômicos, religiosos, políticos, etc.) que, mediante conceitos e formulações que os beneficiavam, tentaram disseminar estes pensamentos ao restante das populações, como se as idéias que veiculavam se tratassem de verdades universais que deveriam ser, por todos, adotadas. Mais recentemente, com o crescimento populacional, com o progresso tecnológico, com o desenvolvimento científico, com o aumento do comercio mundial, das comunicações, etc., surgiu, partindo de um determinado grupo de lideres empresariais com atuação a nível mundial, a concepção de uma economia globalizada. Estes lideres empresariais mundiais, mencionados anteriormente, segundo informações que estão disponíveis na WEB, fazem parte de diversas associações e de grupos (de caráter secreto), que se reúnem, periodicamente, para discutir os rumos das economias dos países e o destino do planeta (Grupo Bilderberg, Skull and Bones, Illuminati, etc.).
            A globalização, por sua vez, caso venha a ser implantada no futuro (e acreditamos que o seja), se constituirá em uma ameaça fatal a todas as demais ideologias, até então, existentes; já que, com a proposta de relações supra-territoriais entre os indivíduos, a eliminação de barreiras físicas entre os países e as novas formas de comunicação, de comércio e de transporte existentes, passaríamos a viver em um mundo globalizado, com um governo mundial e onde os eventos que ocorrem influenciariam a vida de todos os cidadãos. A globalização, no entanto, também possui um componente ideológico, na medida em que ao se propor a aumentar o poder de determinadas empresas e de grandes grupos de investidores transnacionais e estabelecer um governo mundial, reduziria o poder dos Estados Nacionais, criando parlamentos, foros e tribunais comuns aos atuais países existentes; além de moedas, línguas e religiões também comuns. Outro efeito do globalismo seria o estabelecimento da “Segurança Mundial”, equivalente a “Pax Romana”, garantindo a segurança pessoal dos indivíduos, das comunidades e dos valores liberais, além das idéias humanitárias, em uma escala planetária (se é que seria verdadeiro este propósito e viável de ser implantado). O sistema econômico que prevaleceria seria, possivelmente, uma mescla de capitalismo e socialismo. Todavia, os leitores já se perguntaram qual a razão por detrás desta proposta recente de globalização?
        Além dos argumentos tradicionalmente divulgados pela Mídia para justificar a globalização (excessiva população mundial, esgotamento dos recursos naturais, perigo de conflitos nucleares, necessidade de movimentação de capitais e de fatores de produção em uma escala mundial, redução de custos e de desperdício, extinção da miséria, etc.), podemos supor outro, ainda não mencionado, que discutiremos a seguir.
           Ufólogos modernos declararam na WEB que algumas das pessoas abduzidas ou que mantiveram contato com seres alienígenas, relataram que nos planetas destes seres (segundo informações que deles próprio receberam) é assim que as coisas se passam, isto é, de forma globalizada: uma só raça, uma só língua, um só território, um só governo. Quem sabe se a globalização, que se pretende implantar em nosso planeta, já não faça parte de um protocolo comum a todos os integrantes de uma eventual federação de civilizações alienígenas, porventura existente no Universo, que estaria sendo mantida em segredo pelas autoridades mundiais? Informações divulgadas pela Mídia (acessíveis na WEB) dão ciência de que alguns países já mantiveram contatos com civilizações alienígenas (USA, China e Rússia, pelo menos) e com elas estabeleceram algum tipo de intercâmbio. Quem sabe se para que venhamos a fazer parte desta eventual federação de raças alienígenas e possamos nos beneficiar com seus conhecimentos, nós sejamos obrigados a seguir um protocolo de ações a serem tomadas previamente; protocolo este que visaria eliminar as diferenças e as injustiças hoje existentes, focos históricos das dissensões, das guerras e da desunião que vigora entre os habitantes e os diversos países do nosso planeta? Se, como, até então, parece, estes seres são de natureza pacifica e benevolentes, talvez, fosse o cumprimento deste protocolo o que estaria faltando, para que um contato definitivo, deles com a população mundial, finalmente ocorresse. Após eles terem suas naves exaustivamente fotografadas, filmadas e observadas nas telas dos radares, civis e militares, não se entende por que ainda não mantiveram, oficialmente, contato com a população mundial. 
           Trata-se, apenas, de outra hipótese; mas, ela não deve ser descartada. Qualquer que seja, enfim, a razão da globalização, no entanto, creio que esta acabará sendo implantada no nosso planeta, mais dia menos dia, decretando, assim, o fim das demais ideologias políticas.


_*/ Economista e Doutor pela Universidade de Madrid, Espanha.

Nenhum comentário:

Postar um comentário