domingo, 15 de outubro de 2017



147. Declarações que poderão ser dadas à Imprensa por aqueles políticos eventualmente envolvidos em escândalos de desvio de dinheiro público


Jober Rocha*


Acompanhando o desenrolar dos acontecimentos relativos ao denominado escândalo da Operação Lava a Jato, quando um ex-diretor, um ex-gerente de empresa estatal e um doleiro, sob o manto da delação premiada, denunciaram empreiteiros, políticos e membros do executivo envolvidos em um mega esquema de desvio de dinheiro público, cujo objetivo era comprar corações e mentes na câmara e no senado (não se trata de erro de digitação; coloquei em letras minúsculas mesmo!), além de enriquecer seus patrimônios pessoais; chamou-me a atenção as contestações apresentadas por alguns desses políticos denunciados e a simples negativa de outros em responder a perguntas, quando entrevistados pela imprensa. 
                         Os políticos que, eventualmente, fazem alguma declaração afirmam sempre serem mentirosas as acusações que pesam sobre eles, muito embora, dentre as regras da delação premiada, os delatores devam apresentar provas daquilo que denunciam - e, certamente, eles as apresentaram.
Lembrei-me logo das antigas entrevistas concedidas por um ex-governador paulista, quando jornalistas lhe perguntaram sobre suas contas na Ilha Jersey (uma das ilhas do Canal da Mancha para onde ele havia transferido, segundo acusações que lhe fazia o Ministério Público, o dinheiro de propinas arrecadado em obras públicas realizadas quando à frente do governo paulista e naquela ilha depositado, louvando-se no sigilo bancário daquele paraíso fiscal). Dizia o referido político para a Mídia: - Desafio que provem que aquele dinheiro é meu! Quem conseguir provar pode ficar com ele para si! (Ao fazer esta declaração ele sabia que os banqueiros de Jersey não forneceriam, jamais, o nome dos titulares das contas ali existentes).
Como sei que nossos atuais políticos atualmente acusados na Lava a Jato (bem como aqueles que ainda virão a ser, com o decorrer do processo), tal qual o ex-governador paulista, jamais serão réus confessos, apresento, a seguir, onze desculpas que, convenientemente decoradas, poderão ajudá-los durante suas entrevistas na mídia, ao desembarcar em aeroportos ou comparecer a inaugurações e demais eventos de natureza política.

                   Sugestões de declarações que poderão ser dadas em momentos críticos:

1. Meus caros amigos jornalistas, eu jamais recebi qualquer centavo das mãos daqueles que ora me acusam. Vivi durante toda a minha vida de maneira monástica nas montanhas do Tibete e cheguei ao país apenas ontem. Não sei de nada sobre este assunto Lava a Jato. Eu nem tenho carro e ando sempre a pé. Vim ao Brasil, apenas, para realizar uma palestra sobre levitação, destinada aos monges brasileiros. Por favor, me deem licença que estou muito cansado da longa viagem!

2. Desafio a estes delatores que hoje me acusam, a mostrar uma única nota de real com a minha impressão digital gravada. Isto é uma mentira que assacam contra a minha pessoa e, estejam certos, vou processar aqueles que me denigrem na Corte Internacional de Haia, pois, infelizmente, não confio na justiça brasileira, sempre parcial e tendenciosa!

3. Prezados jornalistas, sou deputado há várias legislaturas e já consegui, desde muito tempo atrás, formar meu imenso patrimônio pessoal. Eu não teria mais necessidade, hoje em dia, de entrar em um esquema de corrupção milionário como este, que pouco acrescentaria ao meu patrimônio já bilionário!

4. Meus caros senhores jornalistas, são absolutamente inverídicas estas acusações que me atribuem estes delatores. Minha imensa fortuna foi conseguida tanto no setor energético, quanto através de advocacia administrativa junto aos bancos oficiais. Todos os projetos do interesse de amigos do executivo e de empresários, que propus e aprovei no legislativo, tiveram por objetivo, tão somente, poder indicar parentes meus para cargos de direção na administração pública e jamais foram motivados por dinheiro. Quando muito podem me acusar de nepotismo, mas não de corrupção!

5. Depois destas denúncias, prometo que jamais me candidatarei novamente a um cargo eletivo. Estou enojado destes promotores, delegados e juízes, que, em um simulacro de Inquisição moderna, só pensam em colocar na fogueira aqueles que pensam de maneira diferente da deles e possuem outras convicções de ordem moral e ideológica. Considero-me um segundo Sócrates, assassinado moralmente pela elite judiciária dominante!

6. A posteridade, certamente, me dará razão. Segundo os filósofos e os economistas clássicos, se você não sabe cuidar do seu dinheiro, deixe outro que o saiba se apropriar dele e multiplicá-lo em benefício da coletividade. Foi simplesmente o que fiz durante meus mandatos. Isto não é um reconhecimento de culpa da minha parte, mas, apenas, uma afirmação de caráter filosófico, que faço com base nos pensadores antigos!

7. Estas denúncias, que os delatores fizeram a meu respeito, nada mais são do que um grande complô armado contra a nossa Democracia e engendrado pelos conspiradores Illuminatis, contando com o apoio da Maçonaria, abençoado pelo Vaticano, financiado pelos USA e contando com a ajuda de alguns extraterrestres infiltrados em nossa justiça e na Polícia Federal!

8. Pensem bem, meus caros jornalistas, e raciocinem comigo simplesmente com base na lógica formal: Se eu houvesse ganhado esta montanha de dinheiro de que me acusam os delatores, vocês não acham que eu teria comprado todos os policiais, promotores e juízes deste caso e meu nome nem apareceria no processo, como sempre ocorreu em nosso país em casos semelhantes? Logo, não é verdadeira a acusação que me fazem, pois meu nome ainda está lá no processo judicial e, até mesmo, com destaque!

9. Fazendo uma autocrítica sobre o meu mandato, encontrei um único motivo relevante para que os delatores pudessem envolver meu nome nas denúncias: votei contra o projeto de casamento entre homo-afetivos submetido à câmara com pedido de destaque. Não sei não, mas aqueles delatores que me acusaram, flagrados sempre aos cochichos com os policiais e com os promotores, pelos cantos escuros das delegacias, me parecem que jogam no time contrário ao meu...

10. Denúncias como estas de que me acusam já ocorreram no pretérito e nunca foram apuradas ou sequer tiveram qualquer corolário. Nossos suspicazes promotores e juízes não se deixarão embair ou esbulhar por qualquer rufião leviano que, intempestivamente, levante, a sorrelfa, alguma aleivosia malévola acerca da altivez, decência e apreço de doutos políticos pátrios como eu!

11. Senhores jornalistas, nesta oportunidade, nego-me a tocar neste assunto com a imprensa; a não ser que seja, por ela, bem remunerado. Notícias como estas, de que disponho em primeira mão, envolvendo vários colegas e altas autoridades do governo, valem bem uma centena de milhares de dólares. Sugiro que voltem às suas redações e conversem com seus diretores e editores; se estes aprovarem o pagamento daquilo que peço, me procurem em meu gabinete parlamentar na quinta-feira, pois não trabalho na segunda, terça, quarta e sexta. Nestes dias estou junto às bases eleitorais em meu Estado!


_*/ Economista e Doutor pela Universidade de Madrid, Espanha.


sábado, 14 de outubro de 2017


146. Estarão os oráculos, as profetisas, os videntes, os adivinhos, os numerólogos e os astrólogos, com os seus dias contados? 



Jober Rocha*




              Pelo visto é o que parece ao se confirmar, na prática, a inédita e revolucionária teoria exposta em meu livro “A Curva do Destino” publicado e distribuído pela Iglu Editora, de São Paulo, e a venda nas Livrarias Saraiva, Cultura e Siciliano.
                       O ponto central da teoria descrita neste livro é o de que a evolução da alma dos seres humanos (entendendo-se por alma o espírito quando encarnado), por tratar-se de um fenômeno que ocorre neste universo em que vivemos, possui, como todo fenômeno, uma equação matemática que o descreve, equação esta por mim denominada de "Curva do Destino'.
                   O fato importante a ser considerado é o de que a maior ou menor evolução da alma constitui um fenômeno, embora considerado Metafísico, que ocorre com todos os indivíduos durante suas vidas neste planeta. Como tal, este fenômeno, forçosamente, tem que possuir uma equação matemática que o descreva.  Podemos não conhecê-la, como, aliás, não conhecemos as equações que descrevem milhões de fenômenos físicos que ocorrem a cada instante, mas ela existe. 
                      O método usual para se estimar funções (determinar a forma das equações matemáticas), com base em séries temporais, é o dos Mínimos Quadrados, que os Matemáticos, Estatísticos, Economistas e Engenheiros fazem uso frequentemente. As variáveis que explicam o fenômeno analisado é que precisam ser bem definidas, para representá-lo adequadamente. Os testes estatísticos disponíveis permitem descartar aquelas variáveis que não possuem importância (significância) para o fenômeno. Se a função estimada for representativa do fenômeno pesquisado, ela pode, sem sombra de dúvida, ser utilizada para análises e previsões sobre o comportamento presente, passado e futuro do fenômeno.
                  A referida obra, além de buscar uma justificativa teórica para a existência desta equação (ou função) matemática, indica, em uma primeira aproximação, quais variáveis poderiam ser relevantes para a evolução da alma; fornece algumas formulações matemáticas, também em uma primeira aproximação, que poderiam traduzir esta evolução e indica qual o método matemático a ser empregado para a determinação de uma possível 'Curva do Destino', representativa da evolução espiritual de cada indivíduo. Todos os seres humanos teriam, assim, as suas próprias curvas individuais, diferentes entre si.
              Os pressupostos básicos desta teoria são: a existência da alma, a necessidade de evolução espiritual, a vigência de múltiplas encarnações e um relativo determinismo, pré-existente ao nascimento do individuo, no que se refere a sua Curva do Destino; porém, que não necessariamente teria a obrigatoriedade de cumprir-se, permitindo que a evolução da alma daquele ser humano, caso ele mesmo decidisse modificar a sua curva após encarnado, pudesse realizar-se com base em outra curva, diferente daquela originalmente traçada para ele antes da sua encarnação.   
                      A presente obra faz uma ponte entre o que rezam as principais religiões, o que dizem as principais correntes filosóficas e o atual estado das “artes e das ciências”, para reforçar a teoria sobre a existência da 'Curva do Destino'. A única coisa que restou ser feita, dada a magnitude dos recursos físicos e financeiros envolvidos, foi a tentativa de estimar, na prática, a 'Curva do Destino' para um determinado indivíduo, ou mesmo para um grupo de indivíduos; o que poderá, evidentemente, ser efetuado futuramente em alguma universidade que disponha de instalações, meios e pessoal adequado, dado que esta seria uma tarefa multidisciplinar envolvendo diversos departamentos.
                    Determinada a função matemática representativa da 'Curva do Destino' para determinada pessoa, caso as variáveis elegidas fossem estatisticamente significantes (o que seria confirmado por intermédio dos testes estatísticos disponíveis), poder-se-ia trabalhar a equação mediante a utilização do Cálculo Diferencial, do Cálculo Integral, da Análise Matemática e dos Métodos Econométricos, visando obter informações relevantes sobre a evolução da alma daquele individuo objeto do estudo. Em um dos anexos do livro apresento, com base na Teoria da Produção, uma possível Teoria da Evolução da Alma.
                       A existência de pontos de inflexão na curva, de pontos máximos e mínimos e do limite matemático, comuns a maioria das funções, quais significados Metafísicos poderiam conter? Poderiam indicar que a evolução da alma daquele ser humano, naquela existência, atingiu seu ponto máximo? Poder-se-ia determinar o dia da morte do individuo? Predizer, matematicamente, a data da ocorrência de bons eventos que incrementariam a evolução de sua alma? De eventos maus?
                         A obra possui o mérito do ineditismo com relação a esta teoria. Se os fatos a comprovarão ou não, somente o futuro poderá dizer.
                  Muitos autores fazem uso de pseudônimo em suas obras, por não saberem qual será a opinião do público, notadamente quando se trata de algum assunto polêmico. O assunto desta obra é tremendamente polêmico por envolver Religião, Filosofia e Ciência, mas tomei a decisão de escrevê-lo com meu próprio nome. 
                      Em razão de haver passado grande parte de minha vida profissional dedicado à Ciência, sei como podemos ser estigmatizados por falsas teorias, falsas hipóteses ou falsas conclusões. Entretanto, pelo fato desta teoria ser tão inovadora, não quis escrevê-la sob um pseudônimo. Julguei melhor considerar a obra como uma estória de ficção. O futuro dirá se a ficção acabará ou não por se transformar em realidade.


_*/ Economista e Doutor pela Universidade de Madrid, Espanha.